A garota de cabelos loiros molhados, pela chuva, de cabeça abaixada com um moletom preto andava pelas ruas de Buenos Aires, sem medo, sem nenhuma preocupação ou com todas as preocupações, ela estava estável, mas sempre forte e de cabeça erguida, sofria a cada passo mas sorria a cada segundo, um sorriso era uma bomba e um lágrima uma granada, nunca caia, mesmo com todo sofrimento e angústia que passava, nunca demostrava, ela é diferente, ela é uma pessoa que não se vê todo dia. Estava andando sem rumo pelas ruas e vielas de Buenos Aires, procurando respostas de si mesmo, ou ao menos soluções para seus problemas, ela se perguntava por que é tão diferente, tão esquisita, por que seus pais a desprezavam e as vezes faziam coisas piores, ela andava em busca de uma coisa que a motivasse a continuar viva, com todos seus problemas, ela não acreditava mais que houvesse alguma solução, continuou caminhando até chegar a uma praça que era familiar, era a praça onde vinha para fugir de casa sempre que podia quando era pequena, achava linda, diferente e parecia parte de um sonho, mas quando cresceu teve que parar de fugir. Ela sento no balanço, a praça estava quieta e quase vazia, tinha um casal na ponte e um garoto sentado no chão, embaixo de uma árvore, o garoto tinha cabelos castanhos, e olhos também castanhos, um topete incrivelmente grande, era bem bonito, usava uma jaqueta de couro e jeans rasgada, usava também uma toca cinza, ele estava fazendo algo com as mãos, algo brilhante, era como se saísse fumaça dos dedos dele, parecia um poder, ele estava de cabeça baixa rodando seu dedo, quando viu a garota parou de fazer o negócio com o dedo e levantou, foi na direção dela, sentou ao lado dela no balanço que tinha

"Oi?" falou ela com uma voz fraca e curiosa, o garoto olhou na direção dela meio que tentando decifrar o seu olhar

"Oi" fala ele meio desmotivado e sem interesse na garota

"Não quero companhia" fala a garota chamando a atenção do garoto que sorri e muda sua opinião sobre a garota que achara que era mais uma mimadinha

"Que pena" falou ele voltando a atenção para seu dedo

"Vaza" fala ela grossa e fria

"Você é dona do balanço?" fala ele revidando o que surpreende a loira já que ninguém nunca revida

"Sou sim agora vaza" fala ela aumentando o tom de voz

"Gostei de você, loirinha" fala ele e levanta, segue em direção ao lado oposto de onde a garota veio, depois de um tempo some na escuridão da rua, o garoto parecia legal mas era diferente, semelhante a loira o que fazia ela querer conhecer mais ele, a loira ficou mais uns minutos na praça e depois levantou para retornar a casa, que tanto temia voltar, ela foi andando em passos lentos quando alguém a abraçou por trás era seu amigo Diego

"Oi ludmi" fala o garoto acompanhando a sua caminhada

"Oi Diego" fala a garota fria

"Não é um bom dia ner" fala ele e ela assente concordando "Posso pelo menos acompanha-lá?" pergunta ele e ela assente, continuam o caminho até sua casa em silêncio, Diego era seu único amigo, o único que sabia o que fazer e o que falar em cada momento. Chegando em sua casa virou-se para Diego que estava penalizado pela loira ter que entrar em casa

"Bom sorte loira" fala ele penalizado e ela suspira e assente

"Vou precisar" fala ela subindo os degraus até sua varanda, quando ia entrar Diego a chama

"Qualquer coisa é só me ligar" fala ele, ele sempre fala isso, coisa que dificilmente acontece. A garota entra em casa, passa pela sala que estava escura e sobe em direção ao seu quarto mas antes passa pelo quarto de seus pais que estavam acordados, com certeza esperando a garota chegar

"LUDMILA" chama seu pai que parecia bêbado novamente, ela suspira com medo e entra no quarto, se depara com uma cena assustadora, sua mãe nua no chão do quarto com a cabeça sangrando um pouco, nada muito grave e seu pai sentado na cama sem roupa também, ele olhou pra garota com desejo

"Sim senhor" fala ela baixo, num tom quase inaudível

"Chega mais perto" fala ele com uma voz assustadora, ela se aproxima e ele a puxa pró seu colo, ela se assusta mas não faz nada, também o que faria? Ele a mataria se fizesse algo

"Pai por fa..." fala ela sendo interrompida por ele que botou a mão em sua boca e beijou seu pescoço, tirou seu moletom e depois sua blusa e todo o resto de sua roupa, Ludmila parecia paralisada, deixou apenas uma lágrima cair, seu pai fazia isso com ela sempre que estava bêbado e sua mãe sabia mas nada fazia, ele pegou ela no colo e a jogou na cama bruscamente, foi beijando todo o corpo da garota que estava gelado igual de um morto, ele beijou ela e ficou em cima dela, ele começou a penetrar a pobre coitada que permanecia sem emoção, ela estava quieta com um olhar perdido, ele foi cada vez mais rápido e ele gemia, ela só trancava os dentes e olhava pró nada, ele olhou pra ela e sorriu, quando viu que ela parecia morta, sem nenhuma emoção, ele saiu de cima dela e pegou ela pelos cabelos, a garota só chorava, ele passou puxando ela, antes de sair do quarto olhou para sua mãe que viu a cena toda e estava chorando, ele puxou ela para o quarto dela sem se preocupar se seus irmãos iam ouvir e acordar, ele levou ela até seu quarto, pegou ela no colo e jogou ela na cama, com raiva, fazendo ela bater a cabeça e quase desmaiar, antes dela desmaiar, ele falou

"Da próxima vez faz com vontade" fala ele saindo capotando do quarto, ela foi fechando os olhos junto com as lágrimas e acabou adormecendo.

POV. LUDMILA

Eu sou Ludmila Suzana Ferro, tenho 16 anos, moro com meus pais e meu irmão e irmã, moro numa casa humilde, num bairro humilde, estudo numa escola humilde, com muitos alunos, tenho poucos amigos, acho que só dois.
Eu levanto com os olhos pesados, com dores na cabeça, tento lembrar do meu dia anterior sem chorar mas é impossível, eu odeio a minha vida, me odeio, não acredito como meu pai é capaz de fazer coisas assim, eu choro só de lembrar das coisas que faz e já fez, não consigo acreditar que existe um ser humano assim, minha vida é horrível, e pra piorar tudo eu tinha que ser diferente, meus irmãos são pequenos e não entendem, meus pais podem fazer o que quiser com eles, mas com eles não fazem nada graças a Deus, tenho uma irmã chamada Anastácia, ela tem 7 anos igual meu irmão que se chama David, eles são gêmeos.
Me arrumo para ir pra escola com uma roupa simples.

EU: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=195071909 

Desso as escadas torcendo pro meu pai já ter ido trabalhar mas como pra mim tudo é horrível ele estava lá desmaiado no sofá, meus irmãos estavam com o uniforme do colégio público que era no caminho do meu, minha mãe estava cozinhando o café deles que estavam sentados na mesa, eu me juntei a eles com cautela pra não acordar o Alessandro, meu pai

"Bom dia" falo curta e fria me aproximando, boto minha mochila roxa que ganhei da minha tia em cima da bancada e pego os cereais, boto numa tigela e boto leite em cima

"Bom dia Ludmila" fala ela como se nada tivesse acontecido ontem nem o olhar dela demostrava nervosismo pelo acontecido, ela evitava me olhar, botou ovos pros meninos e pro Alessandro, fez uma panqueca pra ele também

"Por que o Alessandro está dormindo?" falo fria e ela finalmente me olha, o olhar dela parecia penalizado mas conformado, parecia que ela achava que não podia fazer nada em relação ao acontecido

"É pai Ludmila" fala ela abaixando a cabeça

"Nunca" falo pegando uma maçã e indo em direção a porta

"Leva seus irmão Ludmila" fala ela e eu olho para duas pestes de cabelos castanhos

"Se não estiverem prontos vão ter que ir correndo" falo e eles pegam a mochila correndo e vão pra forra da casa

"Tchau Priscila" falo e ela assente abaixando a cabeça

"Filh... Ludmila esqueceu seu caderno" fala ela e eu olho pra direção em que ela olhava meu caderno estava no sofá do lado do Alessandro, vou com passos cautelosos, boto a mão no caderno e puxo, estava de quatro em pé, puxei o caderno e o Alessandro aperto a minha bunda

"Quero mais vontade da próxima vez" fala ele sendo o monstro que ele sempre é só que não tenho medo dele quando esta sóbrio

"Que nojo" falo e sigo em direção a porta, olho pra minha mãe que tinha diversas lágrimas escorrendo ela me olha e eu nego com a cabeça, com um sinal como se repreendendo ela, vou para a escola com as duas miniaturas, no caminho encontro o Diego e a Violetta, eles são os meus únicos amigos

"Oi loira" fala violetta me abraçando

"E aí loira, ta tudo bem?" fala Diego preocupado e eu assinto

"Ótimo por que estamos arrasados" fala violetta e sai correndo me puxando

"Tenho que deixar essas criaturas no colégio" falo entrando na escola deles

"Bom dia Ludmila" fala a professora deles, eu nem respondo estava atrasada demais pra cumprimentar ela

"Vamos logo Ludmila, corre" fala Diego me puxando, nem via mais violetta

"Cade a vilu?" falo preocupada

"Não sei, estava te esperando e quando fui ver ela não estava mais lá" fala ele nervoso

"Não procurou por ela?" falo nervosa e ele nega "Vamos procurar ela" falo e saio do colégio a procura de Violetta, corro até a praça dando de cara com o garoto do balanço que bate com tudo em mim deixando meu caderno e todos os papéis que tinham dentro deles cair

"QUE DROGA, OLHA POR ONDE ANDA" grito furiosa

"Loirinha, tinha que ser você, que bom ver você de novo" fala ele ignorando meus cadernos no chão

"Da pra você pelo menos me ajudar?" falo ignorante e ele se abaixa e recolhe tudo me dando depois, eu pego e saio nem ligando pró que ele disse

"Tchau pra você também e de nada" fala ele irônico

"Não fez mas que o seu dever" falo revirando os olhos e ele manda um beijo no ar pra mim que respondo mandando a língua, sigo em frente a procura de Violetta até que encontro minha mãe, parecia nervosa e preocupada

"Filha?" fala ela com o semblante nervoso

"Mãe? O que foi?" falo percebendo duas malas em suas mãos

"Minha filha, eu to indo embora" fala ela chorando e eu fico revoltada em pensar que ela está indo embora e me deixando com aquele monstro

"Como? Como você...?" falo sem conseguir terminar a frase e ela chora mais

"Eu vou tentar voltar e buscar você e seus irmãos" promete ela me deixando nervosa

"VOCÊ É UMA MENTIROSA, IA EMBORA SEM DAR NENHUMA SATISFAÇÃO, me deixar sozinha com aquele monstro" falo gritando no começo e chorando no final

"Minha filha, eu não posso levar vocês agora, mas eu prometo que vou voltar, você tem que cuidar dos seus irmãos" fala ela chorando e tentando se aproximar

"Sempre cuidei, adeus Priscila" falo e ela se acaba de chorar, eu apensa viro de costas mas antes

"FILHA" grita ela e só isso já um recaída pra sair correndo e cair nos braços dela, chorei mais e mais "Toma esse vai ser meu novo número, olha eu te amo e prometo vou te tirar dessa" fala ela beijando minha testa e eu assinto e volto pró caminho da escola, dou de cara com a violetta se agarrando com um garoto super idiota, que é bandidinho e sempre deu em cima de mim, ele tava quase comendo ela, lucas, decidi fazer meu papel

"VIOLETTA" dou um berro que faz ela dar um salto

"Luh? O que foi? Tava chorando?" fala ela se aproximando e eu nego

"Vamos agora pró colégio" falo puxando ela

"Ue vai nem me dar um beijo?" fala aquela voz nojenta que ouço sempre com uma cantada barata, ela vai na direção e da um beijo nojento nele

"Vamos logo violetta" falo com a raiva aflorada

"Se você quiser também pode me dar um beijo" fala ele e eu olho com nojo

"Me mato antes" falo e vou pra escola puxando a violetta

"Calma Ludmila pra que tudo isso" fala se soltando bruscamente

"Sério violetta que você ta com esse canalha?" falo empurrando ela e tentando entrar no colégio

"Ele é legal" fala ela revirando os olhos

"Legal? Ele acabou de me cantar na sua frente" falo meio que não acreditando que ela falou que ele é legal

"Ele só é divertido e também não é nada sério nos só ficamos" fala ela revirando os olhos novamente

"Depois que ficar grávida não vem falar que eu não avisei" falo e saio na frente sendo seguida pela Violetta, decidi não falar nada da violetta pro Diego e nada da minha mãe pra nenhum dos dois, as aulas foram normais, foram duas aulas no primeiro tempo e depois mais duas, deu o intervalo e foram todos pró refeitório, o colégio era humilde, salas quebradas, refeitório sujo, odiava aquela escola mas era a única ner, fomos pró refeitório, não estava falando com a violetta mas ela não calava a boca falava de várias coisas com o Diego, eu decidi sair dali e tomar um ar, fui pro terraço do colégio e lá....