Foi em uma noite fria de natal que o Gray se viu em uma situação difícil, ele não temeu por ele, mas sim pela Juvia. Ela vivia correndo atrás dele, e ele vivia dizendo o quanto odiava isso nela. Mas na verdade era isso que a tornava única nos olhos dele, ela nunca desistia dele, e  ele nunca desistira dela.

— Mãos para cima! – um homem alto e musculoso ordenou.

Agora veja a situação dos dois, sendo mantidos como reféns de uma dupla de ladrões. Maldita hora que eles tiveram que ir comprar leite no mercadinho, tudo porque a Erza queria por que queria fazer biscoitos amanteigados. Tinha umas quinze pessoas sendo mantidas em reféns, contando com o Gray, e a Juvia. O mercadinho até que era espaçoso para acomodar esse tanto de pessoas.

— É melhor ninguém tentar fazer nenhuma gracinha. – o outro ladrão, o mais baixo, gritou enquanto puxava uma garotinha de aproximadamente oito anos pelos cabelos. – Vocês não vão querer se responsabilizar pela morte dessa criança não é? – ele aponta o revolver na cabeça da menina, que prendeu a vontade de gritar.

Os dois ladrões estavam com o rosto cobertos, davam pra ver apenas a cor dos seus cabelos. O mais alto tinha os cabelos negros, e o outro era loiro.

— Por favor, não faça nada com a minha filha! – uma mulher que aparentava ter os seus vinte seis anos berrou angustiada, podia se ver lágrimas grosas escorrendo de seus olhos, não só dela como também da garotinha.

Juvia teve certa vontade de arrancar os cabelos da Erza, por ter colocado eles nessa furada. Eles não estariam nessa enrascada se não fosse pela teimosia da ruiva. Gray tentava não transparecer que estava com medo, o seu maior medo era de o pior acontece com a sua amada azulada.

— Anda logo passe a grana! – o moreno ordena para o dono do mercado, o coitado do velho rapidamente entregou todo o dinheiro do caixa. – Muito bem, vocês também me passe o dinheiro e celulares!

Não demorou muito para todos começarem a entregar o dinheiro, e os celulares; principalmente a mãe da jovem garotinha que havia sido mantida na mira de um revolver. 

— Vai ficar tudo bem Juvia. – Gray murmura pra namorada depois que entregou o celular dos dois para os ladrões. Ele segurou firmemente as mãos da azulada, tentando de alguma forma passar segurança para ela.

— Agora, por favor, sorte a minha filha. – a mulher implorou para que a sua filha fosse solta.

— Cale a boca vadia! – o  ladrão que era mais alto gritou dando um forte chute no estômago da mulher. – Como se eu fosse fazer oque você está pedindo.

— Mamãe! - a garotinha gritou assustada tentando se soltar pra correr em direção a sua mãe.

— Cale a boca você também, ou eu te chuto como fiz com a sua mamãe! – o ladrão ameaçou.

Gray trincou o seus dentes soltando as mãos geladas da Juvia, ele apertou suas mãos fortemente em punhos.

— Não posso permitir que você saia impune depois de ter batido nessa mulher, e de ter dito isso para uma criança. – Gray fala friamente, seus cabelos caiam sobre o seu rosto pálido.

— Oh o garoto quer cantar de galo! – o ladrão de cabelo escuro dar um sorriso debochado para logo em seguida deferir um soco no rosto do Gray.

— Gray-Sama! – Juvia gritou colocando as mãos na boca, testando controlar a tremedeira e a vontade de chorar. O ladrão acabou prestando atenção na azulada.

I've fallen through the floor again

Crashed into the basement

Your pain was swallowing me

I was like a leper when I couldn't even get up towards

The lights from the door was swallowing me

— Olha só que bela moça temos aqui! – o mesmo ladrão que deu um soco no Gray comenta, olhando para a Juvia com malícia, oque irritou mais ainda o Gray.

— Fique longe dela. – o Gray tentou não transparecer pavor quando disse isso.

— Oh ele não quer que você chegue perto da namoradinha dele. – comentou o outro ladrão segurando mais fortemente a garotinha, que esperneava pra sair de seu agarre.

— Por favor, solte a minha filhinha. – a mulher implorou mais uma vez voltando à atenção dos ladroes pra ela, a voz dela tinha saído abafada devido à falta de ar que ela estava sentindo, o chute que ela tinha levado foi mesmo forte.

*********

Todos os amigos do casal se encontravam desesperados do lado de fora do mercadinho, mas precisamente do outro lado da rua, esperando por noticias dos dois. A preocupação era palpável neles.

— Eles já estão muito tempo lá dentro! – a Lucy murmura preocupada, a mesma andava de um lado para o outro, oque de certa forma estava irritando o Natsu.

— Que parar de ficar andando de um lado para o outro? Eu estou ficando zonzo só de te olhar, vai acabar fazendo um grande buraco no chão. – Natsu fala irritando.

— Se você está incomodado pega o seu carro, e vai embora! – a loira retruca pronta pra dar uns tabefes no rosado. - Você nem vai fazer falta aqui! 

— Aqui não é lugar para você começarem com mais uma de suas brigas. – Gajeel tentou impedi uma briga que logo se iniciaria, dava pra perceber isso só de olhar nos rostos dos dois.

— Por incrível que pareça o Gajeel tem razão.  – Levy concorda com o namorado.

— Então que disser que nas outras vezes eu não tinha razão? – Gajeel indagou indignado.

— Vamos combinar que a maioria das vezes que você abre a boca é pra falar mais uma de suas besteiras. – a Levy responde despreocupadamente.

— Oque vem de baixo não me atingi. – o Gajeel resolveu deixar a namorada irritada. – Pela a estatura que você tem, vem bem de baixo mesmo.

— Oq... – a Levy começou mas foi interrompido pelo Natsu.

— Isso não é lugar para você começarem com mais uma de suas brigas. – o rosado repetiu oque o Gajeel tinha dito segundos atrás.

— Pois é gente, se eu fosse vocês dois teriam vergonha de brigarem enquanto os nossos amigos estão sendo mantidos em refém. – Lucy resolveu colocar mais lenha na fogueira.

— Falou os que não iriam iniciar uma briga agora a pouco. – a azulada disse sarcasticamente.

— Cale a boca vocês! – a Erza ordenou com uma expressão indecifrável.- Não quero mais nenhuma conversa vindo de vocês! -  não teve sequer um pio depois disso,  eles não eram nem bobos de desacatar um ordem da ruiva.

Eles todos estavam atrás de uma faixa amarela que os policiais colocaram, a faixa servia para afastar os curiosos de se aproximarem perto o suficiente do mercadinho. Minutos atrás a Lucy tentou arrancar a faixa, mas foi impedida pelo Rogue, ele era o único que aparentava ser o sensato ali.

*********

A garotinha não parava de chorar, a mesma via a sua mãe contorcendo no chão de dor. A pobre mulher acabou levando mais outro chute no estomago. Gray pensou em ir pra cima do ladrão, mas essa ideia logo dissipou de sua cabeça. Se ele fizesse isso o pior poderia acontecer, já que os ladrões estão armados. O Fullbuster nunca se sentiu tão impotente como agora.

— Não vou ficar mais aqui, pode fazer oque quiser com elas não são meus parentes mesmo! – um homem grita correndo até a porta de saída.

 O homem fugiu feito um covarde, uma situação impensável da parte dele. No momento seguinte o ladrão que segurava a menina atirou no homem, o fazendo cair no chão já sem vida.

— Agora por causa do que ele fez todos vocês vão pagar por isso!  - o ladrão gritou soltando a garota que logo engatinhou até a sua mãe.

Depois disso foi bala pra tudo conter canto, Gray se jogou pra cima da Juvia a protegendo.  O local virou um completo caos com pessoas gritando em puro pavor.  Logo três homens em uma atitude impensável se levantaram de seus lugares, e foram tentar arrancar as arma dos ladrões; no que gerou numa correria de algumas pessoas.

Lord knows you can't trust your head

When you're standing on the edge

I'm breaking down

Lord knows you can't trust your head

When you're hanging by a thread

I was breaking down

Enquanto essse homens lutavam com os ladrões, algumas pessoas viram isso como oportunidade de sair dali. Gray foi uma dessas pessoas, ele faria de tudo para tirar a Juvia dali.

— Vamos Juvia. – ele falou segurando a mão da namorada firme, com medo dela se soltar. – Não solte a minha mão!

Em um empurra empurra  por parte das pessoas eles foram tentando sair dali, mas sem querer a Juvia se  soltou da mão do Gray. Com as pessoas gritando e correndo até a saída do estabelecimento; a Juvia acabou sendo empurrada, no que resultou nela caindo no chão e batendo fortemente a cabeça.

— Juviaaaaa! – Gray gritou desesperado.

— Gray-Sa... – a Juvia não pode terminar a sua fala, pois ela logo foi tomada por uma enorme escuridão, a mesma desmaia no meio daquele caos todo.

 Então o local foi preenchido com mais um tiro, para logo em seguida se escutar um grito agoniado, de fazer ter calafrios.

  *********

Na verdade oque ninguém sabia era que o namoro dos dois estava quase indo ao fim, não por falta de amor, mas por causa das brigas que eles andam tendo frequentemente. A azulada tem que confessar que às vezes exigia demais do namorado, mas ela sentia que não era tão importante assim pra ele, sempre era deixada de lado por seu querido Gray-Sama. O namoro dos dos já estava se desgastado.

A azulada abriu os olhos com certa dificuldade no momento ela não conseguia distinguir nada, tudo em sua volta era meros borrões. Sentia seu corpo se carregado, só não sabia por quem. Ela viu duas pegadas na neve, ela chegou a achar que o seu Gray-Sama a tinha abandonado; mais quando ela engue os seus olhos lá estava ele a carregando.

— Gray-Sama...

And I saw only two footprints in the sand

Thought you'd abandoned me and

Let go of my hand

But you were carrying me

Carrying me to safety

Two footprints, your footprints in the sand

Two footprints, two footprints, your footprints in the sand

Two footprints, your footprints in the sand

O moreno então desviou os seus olhos para os da azulada, aos seus olhos ela nunca pareceu tão indefesa como naquele momento.

— Você está sentindo alguma dor Juvia? - ele quis sabe.

— Apenas uma dor de cabeça passageira. - ela responde um pouco desnorteada. - Oque aconteceu? Onde estamos?  

— Shiuuu, está tudo bem agora. – ele sussurra calmo. – Logo depois que você desmaiou as coisas se acalmaram um pouco, uns quinze minutos depois os policiais conseguiram resgatar a gente.

 Gray resolveu não contar que mais uma pessoa morreu no mercadinho, era um dos ladrões que acabou morrendo, oque estava apontando uma arma na cabeça da garotinha. Não era hora pra se falar disso, tudo que ele queria era esquecer dessa noite.

— Porque você está me carregando? Eu pensei que você não me amasse mais. – ela não conseguia compreender, ela tinha colocado na cabeça que o Gray não a amava mais. –Pensei que você tinha me deixado...

— Impossível eu não te amar mais. – ele sorrir abobalhado. - Juvia eu estava preparado para levar um tiro no seu lugar ser fosse preciso. – Gray para de andar e olha ternamente a azulada. – Você é o meu mundo, mesmo que brigamos eu ainda continuarei te amando, não consigo viver sem você.  - Juvia se emociona, e não demora a se desmanchar em lágrimas. –Me perdoe por tudo... Por ter me afastado de você, prometo que a s coisas vão se diferentes agora. Você é e sempre será o meu primeiro, e único amor...

— Juvia ama muito o Gray-Sama. – logo após ela disser isso ela puxa o Gray para um beijo avassalador; ele logico que não demora a retribuir o beijo. Ela puxa o cabelo com uma mão, e deixa a outra posada na face fria dele. – Juvia faria de tudo pra ver o Gray-Sama feliz. – ela disse depois deles se separaram. – Você é único pra mim. - azulada sorrir docemente, oque deixou o Gray fascinado, ele amava o sorriso dela.

— Eu também faria tudo pra te ver feliz. – ele retribui o sorriso dela, e a puxa para mais um beijo. Desta vez o beijo foi mais apaixonado e intenso. Nem tudo ele queria esquecer no final das contas.

— Lá estão eles! – podia escutar a Erza berra fazendo com que o casal parassem de se beijar; ao longe eles poderiam nota preocupação nos olhos da ruiva.

— Vocês estão bem? – Jellal fez a pergunta que todos queriam fazer, o azulado apenas recebe um aceno de confirmação vindo dos amigos.

— Me desculpe, eu meio que acabei colocando vocês nessa fria. – era raro a ruiva se desculpar por algo.

O Gray, e a Juvia tinha planejado mil maneiras de torturar a ruiva, mas eles sabiam que a ruiva não tinha culpa. Como a Erza iria adivinhar que o mercadinho iria ser assaltado? Ela não tem uma bola de cristal para saber dessas coisas., ou será que tinha? Vai sabe.

— Você não teve culpa Erza. – Juvia fala com certa neutralidade.

— Mas eu que mandei vocês irem até o mercadinho. – Erza abaixa a cabeça. – Eu mereço ser torturada por vocês.

— Erza esquece, não foi sua culpa. – o Gray fala firme. – Agora vamos, não vejo a hora de chegar em casa.

— Gray-Sama você pode colocar a Juvia no chão.

— Eu vou te carregar pra ter certeza que você não vai desmaiar de novo... – ele murmura envergonhado.

O Gray ainda queria muito se desculpar com a sua azulada antes, por não está muito presente na vida dela, e por está sempre brigando com a mesma. Essa noite serviu para ele sabe dar mais valor do que realmente importava,  era a Juvia que importava pra ele. 

Oh what if I had got the things I knew it was I

Who would have been done with you

Forgive me, I was lost and found

Who would never've left my side

Pick me up when I thought that I would die

You helped me and I was fine