Harry Potter And The Slytherin Tale escrita por DewDrop-chan


Capítulo 3
Candy Cubes and Caldron Bubbles


Notas iniciais do capítulo

tradução do título do capítulo:
Cubinhos de Doce e Bolhas de Caldeirão



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– Ah, não! Ah, não! Ah, não!
Resmungava Rony, enquanto corria junto a Harry em direção às masmorras. Por que a droga do seu relógio tinha de parar justamente meia hora antes da aula de poções? Aula dupla de poções com a Sonserina... Que horas eram agora, Deus do céu?! Nenhum dos dois sabia, eis aí o motivo principal de estarem tão apressados, mas julgando a quantidade quase inexistente de alunos grifinórios do 4° ano andando pelos corredores, a aula já havia começado. Snape iria matá-los pelo atraso! Não, matá-los não, iria era dizimar os pontos da Grifinória e humilhá-los na sala, o que, na opinião daqueles dois, era quase tão ruim quanto ser morto.
– Respira fundo, cara... É a hora da verdade.
Rony falou mais para si mesmo do que para o amigo, ao chegarem frente à grande porta de ferro fechada. Assim que ela rangesse ao se abrir, os olhos de todos na classe se voltariam para os dois retardatários e Severo Snape faria seu show macabro. Passos atrás deles... é, e parece que mais alguém faria companhia ao duo na detenção.
A mão de Harry encostou na porta e a empurrou.
*Nheeeeeeeeeeeeeeeek*
Como previsto, alunos e professor tiveram a atenção dirigida dos caldeirões para o barulho produzido pelas pesadas travas de metal. Harry engoliu em seco. Rony cerrou e abriu os punhos repetidas vezes, nervoso. Snape andou da frente da sala até perto dos recém-chegados, devagar e deixando a barra da veste negra farfalhar no chão; para ele ganhar um título de ‘melhor representação de um ceifador de almas’ só lhe faltava uma foice nas mãos.
– Estão atrasados.
– Desculpe professor. – murmurou Rony, intercalando as frases com Harry – Nós perdemos a hora. Corremos pra chegar até...
– Silêncio. Não quero desculpas. O fato é que vocês três estão atrasados, Sr. Potter, Sr. Weasley e... – a expressão sádica no rosto macilento de Snape foi substituída por uma estranha complacência – ...Sr. Fox. Apenas sentem-se, e que isso não se repita.
Dito isso e Snape deslizou novamente para a frente da sala, com a elegância de um grande corvo.
– Não estou seguindo vocês, se é o que vão dizer. – Cedwick disse empinando o nariz quando Harry e Rony o encararam simultaneamente, e depois adentrou a sala a passos largos, sem esperar pelos dois.
Nos últimos dias haviam topado inúmeras vezes com Ced e, como dizia Harry, a "amiga-serpente" dele por acaso. Parecia uma irritante obra do destino.
– Droga, fomos salvos pelo ‘verde’. – Rony murmurou, fazendo Harry soltar um riso abafado – Maldito favoritismo, eu preferia a detenção.
Nenhuma mesa vazia à vista, a solução óbvia foi procurar por Hermione. Rodaram a classe inteira, mas pelo visto Ced já a tinha encontrado no momento que chegou à sala, pois quando os outros dois repararam onde o sonserino havia sentado viram Mione na mesma mesa. Rony cerrou os punhos de novo; Harry achou que, naquele ritmo, o amigo ia deixar os próprios dedos roxos.
– Ah, fala sério, Ced! – ria a grifinória de cabelos castanhos.
– É sério, daí ele fez “boom” e o travesseiro virou uma chuva de peninhas verdes no dormitório!...
– Kkkkk!!!
Eles estavam sentados um de frente para o outro, na mesma mesa, mas cada um usava um equipamento diferente. Pelo visto deveriam preparar algum tipo de poção que devia ser deixada cozinhando sozinha por um tempo, o que abria espaço para conversas. Harry deu um “oi” aos dois e sentou-se ao lado da amiga; Rony sentou-se ao lado de Cedwick, empurrando o garoto para o lado como se quisesse ocupar o banco inteiro sozinho, e ficou de frente para Hermione.
– “Ced” é algum tipo de apelido de infância ou você prefere que todo mundo te chame assim porque seu nome é estranho? – resmungou Rony.
A bruxa em frente fuzilou o ruivo com o olhar, e Harry chegou a sentir um calafrio olhando a cara da colega mesmo que ela não houvesse dito nada.
– Só deixo que me chamem assim os meus amigos íntimos e as garotas bonitas.
– E em que categoria a Hermione se encaixa?!
– Na segunda. Aliás, nas duas, se ela quiser.
Hermione ficou vermelha como um tomate. Rony ficou vermelho também, mas por outro motivo... Afinal, quem era aquele mauricinho atirado que estava paquerando a sua... erh... fonte de cola dos deveres?
– E cadê a sua amiguinha que adora cochichar?
– Só pra você saber, Weasley, Selene não “adora cochichar”. Ela só tem uns assuntos que não gosta que os outros escutem. – ele encarou Rony e fez cada palavra sair carregada do mais puro desdém – E ela também está com a gente aqui, só saiu pra pegar uns ingredientes que faltavam no armário, então é melhor você tirar esse seu bumbum espaçoso do lugar dela.
Ops, alerta, já começara a chuva de alfinetadas. Daqui a pouco seriam tiros verbais, e quem sabe tiros de varinha. Harry encolheu-se ligeiramente junto de Hermione, pensando nela (figurativamente falando) como um escudo.
– Sei, sei... não tem ninguém que queira arrumar confusão com a namoradinha do Malfoy, né...
Ele não é meu namorado. – disse uma voz atrás de Rony, entre dentes.
Rony virou-se para trás e deu de cara com dois orbes amarelos faiscando chispas de ódio. Não que ele fosse um medroso ou que a garota em pé fosse um basilisco, mas aquilo meteu medo. Ele afastou-se até a ponta do banco, deixando o espaço de quase um sofá pequeno para Selene sentar-se e ficando o mais longe possível dela sem ter que se levantar.
– A gente ouviu quando ele disse que era, lá no Três Vassouras. – disse Harry, enquanto terminava de arrumar os ingredientes e montava seu caldeirão.
– Ele não é meu namorado. – ela repetiu – É um filhinho-de-papai que não aceita ouvir um ‘não’.
– É, ela viu ele na janela até antes de ele entrar, eu nunca teria reconhecido aquele bocó sozinho. – Ced começou a cortar um tubérculo em cubinhos e jogou uma porção na poção dele – O Draco irrita tanto essa coitada que ela parece que desenvolveu um ‘detector-de-Malfoys-à-distância’ no cérebro. – ele riu, mas Selene não pareceu achar graça – Em todo caso, ele não vai mais aborrecer ninguém até conseguir falar de novo.
– Isso é verdade. – agora sim, Selene riu.
– Como assim? – Hermione enfim disse alguma coisa – Por que ele não está conseguindo falar?
– Bom...

***
---(flashback)---

– “Ced”? Seu nome é “Ced”? – Hermione deu um risinho, achando o nome engraçado.
– Cedwick Fox, ao seu dispor, milady. – o garoto sorriu e deu um beijinho na mão de Hermione, fazendo a jovem bruxa ruborizar.
Selene inclinou-se para Cedwick e cochichou algo em seu ouvido, baixo o bastante para ninguém além dele ouvir:
– Ced, o Trio de Trasgos está lá fora. Acho que vão entrar aqui.
Cedwick largou a mão de Hermione com um ímpeto que lembrava o de levar um choque elétrico e colou o rosto na janela, reconhecendo as figuras encapuzadas de Draco, Crabbe e Goyle em meio à multidão e aos flocos de neve.
A sineta de entrada na porta do Três Vassouras não parava de tocar um segundo, e bruxos e mais bruxos adentravam o recinto. Seria quase impossível distinguir alguém dali à distância. Pessoas se espalhavam e buscavam mesas desocupadas em meio a um mar de capas. Selene ainda cochichou um “eu vou no banheiro, ma faz logo o que a gente combinou, tá?” a Ced, recolheu os pacotes dela, levantou-se da cadeira e saiu.
Hermione fitou uma única caixinha deixada em cima da mesa, depois a garota que se levantara e sumira em meio à multidão clientela. Não estava mais à vista, mas ainda devia estar dentro do estabelecimento.
– Ei, espera, você esqueceu a...
A bruxa de cabelos castanhos levantou-se da cadeira e ergueu o braço para chamar a outra de volta, mas teve o pulso agarrado por uma mão enluvada. Draco a prendeu por um instante, depois soltou e a insultou. Rony quase teve um ataque, mas a bruxa usou seu bom senso e, junto a Harry, saíram dali antes que a coisa piorasse. Goyle empurrou Lino da cadeira, fazendo-o cair para o lado, e sentou-se em seu lugar. Crabbe quis fazer a mesma coisa com Neville, mas o bruxo se levantou antes de ser empurrado e saiu da mesa atrás dos outros amigos, fazendo com que o próprio Crabbe se desequilibrasse e estatelasse o corpo gordo e grande no chão.
– Cara, você é patético. – Ced riu – deixou o Longbotton te fazer pagar mico!
– Cala a boca. – respondeu ele, se levantando do modo mais desengonçado possível.
– Esquece, Cedwick. Algumas pessoas têm talento pra humilhar, outras para serem humilhadas. – Draco olhou de relance para o ‘guarda-costas’ se levantando – Meu pai sempre me diz isso.
– Seu pai sempre lhe diz tudo, Malfoy.
Draco então notou o objeto deixado em cima da mesa e se aproximou.
– Isso é seu? – disse apontando para a caixa.
Cedwick deu de ombros. A caixa era de quem quisesse. Draco pegou-a e sacudiu próxima ao ouvido; algo lá dentro chacoalhou, e ele abriu para ver o que era. Uma caixa de bombons, e pelo embrulho pareciam ser dos bons.
O louro de luvas abriu um sorrisinho amarelo; a seu ver, caixa sem dono significava caixa dele. Ced sabia muito bem disso, tanto que no 2° ano Selene perdera uma caixinha com um colar que a mãe dera a ela de aniversário, e uns dias depois Draco viera devolver dizendo que ‘pegou em cima da mesa porque não parecia ser de ninguém’. Aiai, a vingança era doce... ou no caso daquela, era um doce com recheio ardido.
– GAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!!! MINHA LÍNGUAAA!!! MINHA LÍNGUA TÁ PEGANDO FOGOOO!!!!
Cedwick riu ao ver a reação de Draco depois de pegar dois bombons em forma de cubinhos e enfiá-los inteiros na boca. Ele estava com a boca aberta e abanava a língua como se ela realmente estivesse em chamas. Sem entender o que estava acontecendo e nem ver fogo nenhum, várias pessoas nas mesas ao redor murmuravam entre si e abafavam risadinhas. Crabbe e Goyle precisaram carregar Malfoy até o lado de fora do Três Vassouras e o jogarem na neve para que ele parasse de fazer escândalo. Mas com a garganta irritada, ele provavelmente não falaria mais uma só palavrinha por pelo menos uma semana.
***

– Bom... Bombons-surpresa de pimenta! – disseram Selene e Cedwick em coro, e começaram a rir baixinho.
– Uau... – disseram Rony, Harry e Hermione ao mesmo tempo.

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Notas finais do capítulo

Um barulho de pipocos borbulhantes chamou a atenção dos cinco alunos novamente para fora da conversa. Essa não, haviam esquecido completamente das poções! Era uma poção de cinco etapas, e a de Cedwick estava bem no meio da terceira, com uma cor de rosa berrante semitransparente. A de Harry estava terminando a segunda fase, passando devagar do laranja claro para rosa. A de Hermione estava roxa, terminando a quarta fase, e a de Selene estava azul-bebê com um aspecto de transparência leitosa que lembrava xampu (ela fôra a primeira aluna que chegou à classe, e, para desgosto de Hermione, também terminara a poção primeiro). O problema era a poção de Rony. De amarela na primeira fase ela passara a verde-musgo e estava criando uma crosta que lembrava pipocas, só que com aspecto viscoso, e borbulhando como se estivesse prestes a explodir.
— Que diabos você pôs aí dentro?!
— Ele quer matar todo mundo asfixiado! – exclamou Ced, tapando o nariz com as mãos por causa do cheiro repulsivo que se desprendia da mistura verde.
— Mione, me ajuda! – Rony fez cara de cachorrinho pidão.
Mas Hermione Granger simplesmente olhou para ele com uma expressão de “se vire sozinho”, talvez por tê-lo visto implicar com Cedwick mais cedo.
Snape enfim pareceu notar a pequena confusão naquela mesa, porque se levantou e dirigiu-se lentamente para lá. Rony estava prestes a entrar em pânico.
— É sério, Weasley, que diabos você pôs aí dentro? – repetiu Selene.
— Não sei, acho que eu botei um pouquinho de acônito demais, sei lá!
— Então ponha raiz de mandrágora.
— Mas nem tem raiz de mandrágora nas instruções!
— Mas ponha mesmo assim.
— Tá maluca?!
— Olha que o professor tá vindo... – Ced fez uma cara de tédio enquanto Snape se aproximava cada vez mais.
— Eh, Rony... Pior que isso não fica. – constatou Harry, num suspiro.
— Quer pôr a droga que eu mandei na poção de uma vez?!
— Não tem mandrágora nas instruções!!
Selene enfiou a mão no meio dos ingredientes de Rony, catou uma raiz de mandrágora e, antes que o bruxo ruivo pudesse impedir, jogou-a dentro do caldeirão com a poção verde. A ‘coisa’ emitiu um borbulho intenso e brilhou, como se estivesse em ponto de efervescência.
— Gah! Vai explodir!!! – Rony berrou e se enfiou debaixo da mesa.
— O que vai explodir, Sr. Weasley? – disse Snape com a voz soturna, contornando a mesa e examinando cada caldeirão nela, e enfim parando para olhar o de Rony.
“Desastre!”, Rony pensou. “Vou ser reprovado!”
— Eu também terminei, professor. – disse Selene, com um sorriso calmo no rosto.
Rony criou coragem para sair de debaixo da mesa, e fitou Snape parar de encarar a sua poção com aquela careta de quem teve os planos frustrados, passar pela de Hermione rapidamente a analisar a de Selene com um sorriso (se é que se podia chamar aquele arco torto nos lábios dele de sorriso) de aprovação. Erguendo-se sobre as pernas e se acomodando novamente no banco, Rony olhou para o próprio caldeirão e viu, dentro dele, um caldo perfeitamente homogêneo e de transparência leitosa, da cor azul-bebê.
— Incrível... – murmurou para si mesmo.


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