Empire escrita por LadyBlue


Capítulo 3
I'll promise to build a new world for us two


Notas iniciais do capítulo

Aproveitar que a fic está com capa nova, vou postar mais um capítulo para vocês! Me desculpem, porque o bloqueio criativo me pegou de jeito, mas consegui escrever e espero MUITOOOO que vocês gostem!
Bjss e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/685683/chapter/3

A noite estava fria e escura, sem estrelas. A lua permaneceu escondida entre as nuvens mal projetando uma luz prateada que guiasse os animais que rondavam a floresta. No castelo, não havia movimento e o silêncio imperava nas paredes de pedra. Claire, uma das moradoras do castelo, preparava-se para deitar. Ela gastava seu tempo penteando os cabelos e trançando-os com destreza. Sua dama de companhia deixara ao seu dispor, um roupão de seda, que a mesma vestiu e sentou-se a cama, esperando por Caspian.

Todos os dias, antes de dormir, o garoto ia até os aposentos da menina e ambos liam as clássicas lendas sobre Aslan. Imaginando como tudo havia acontecido. Caspian já havia o visto, mas Claire ansiava pelo momento em que pudesse observá-lo e encarar o brilho e sentir a bondade que todos diziam que ele tinha. Uma bondade inigualável, segundo Caspian.

Após vinte minutos esperando, Claire decidiu procurá-lo pelo castelo. Foi então, que ela calçou os sapatos baixos e vestiu a leve túnica, em suas mãos. Ela caminhou pelo salão, tentando fazer o mínimo barulho possível, até encontrar a porta que dava para os aposentos do primo.

A garota não precisou bater na porta, pois quando foi fazê-lo, a mesma abriu-se, revelando o rosto envelhecido e cheio de rugas de Antonieta. Ela estava estampando um olhar perdido e suas sobrancelhas, arqueadas de espanto.

— O que faz aqui? — Ela perguntou, ainda com a testa franzida.

— Caspian está aí? — Claire disse, levemente amedrontada e preocupada.

— Ele foi falar com os guardas, mas acho que não irá ter problemas se a senhorita quiser entrar. — Antonieta afastou-se da porta, dando passagem para a menina.

Claire sorriu para mulher e educadamente foi entrando, porém parou quando viu um menino, de cabelos castanhos e olhos da mesma cor. Ela tinha a sensação que já o conhecia, e isso aumentou após ouvir a voz dele.

— Quem é você? — Ele disse ajeitando-se na cama.

— Sou Claire, sou prima de Caspian. Apesar de ser mais conhecida por ser filha de Miraz, infelizmente. — Ela bufou, mas logo soltou um riso nervoso. — E o senhor? — Claire questionou para ter certeza da tal sensação.

— Sou Edmundo. E bom... — Ele pareceu pensar. — Estranho, eu nunca te vi por aqui, ou pelo menos, não que eu me lembre.

— Digamos que o tempo que o senhor passou aqui não foi um dos melhores para mim. Meu pai, se aquilo posso chamar de pai... tinha um ódio por mim. Passei toda a minha infância presa dentro de um quarto que fedia a mofo e comida de galinha. — Ela explicou um pouco ressentida. Lembrava de cada feição que Miraz fazia, cada lágrima que ela escondeu, tentando não sofrer mais. Claire respirou fundo e segurou um choro que logo viria, olhou para Edmundo que parecia não saber o que fazer. — Me lembro de você. Fiquei sabendo que se tornou rei.

— Pois é, queria que esse título me ajudasse onde moro... sabe, a realeza de Londres vive em um castelo e tem muitas riquezas. — Ed comentou num sussurro.

— Ainda assim continua sendo um rei. Não menospreze esse título. Um bom coração vale mais que um montante de dinheiro. — Claire sorriu após ver que o menino fez o mesmo.

— Agradeço pela... — Edmundo interrompeu quando sentiu um líquido quente escorrer pelo seu nariz. - Ai, não.

— O que... — Claire encarou o sangue caindo nos lábios do garoto e se desesperou.

Ela levantou e correu até a porta, que estava entreaberta. O coração da menina batia cada vez mais rápido, as mãos suadas e a mente com pensamentos que apareciam em toneladas. Ela nunca tivera que lidar com situações como esta, os servos sempre estavam presentes para resolver algum problema.

— Calma. Deve ser o frio, meu corpo não está acostumado com temperaturas tão baixas. — Ed explicou na tentativa de acalmar os nervos de Claire.

— Isso é uma hipótese. Ou você pode estar tendo uma hemorragia cerebral, os machucados são feios, deve ter sofrido algo bem mais forte. — Ela se apoiou no batente da porta e chamou: — Antonieta! Mark!

Sem ter nenhuma resposta, ela voltou-se para Ed e pegou um pano, que haviam deixado na penteadeira. Ela foi novamente para o lado do garoto e começou a limpar o sangue.

— Devem ter ido dormir. — Edmundo protestou.

— Não se mexe. — Claire alertou quando Edmundo quis pegar o curativo e limpar-se sozinho. — Onde está Caspian quando necessito?! Fique quieto e calmo!

***

Os passos de Caspian ecoavam pelo salão e seu olhar estava firmemente focado na escada à frente, da qual ele teria que descer e acordar o guarda que havia esmagado o pulso de Edmundo para que colocasse as correntes. Com certeza, este homem não sabia que a pessoa aprisionada era o rei de Nárnia.

— Majestade? — Ele ouviu uma voz feminina soar em suas costas. Rapidamente, virou-se e encontrou uma mulher que parecia ter a sua idade, de cabelo loiro e olhos verdes. Ele insinuou que iria chamar os guardas, mas fora interrompido pela desconhecida:

— Meu nome é Mallory, estava ajudando a An...

— Antonieta. — Caspian completou.

— Sim, ela. Estava a ajudando a limpar tudo. — Explicou, envergonhada.

Caspian pegou nas mãos de Mallory, que recuou um pouco mas logo sorriu docemente, deixando o menino tocá-la.

— Está ferida. — Ele comenta após observar alguns arranhões no antebraço dela. Caspian afastou o cabelo da face de Mallory e pôde ver que havia mais machucados, que estavam quase sangrando novamente. — Parece que a festa foi meio violenta.

— Não foi nada, Majestade. Eu estava carregando um caixote e tropecei na escada dos fundos. — Ela olhou para o rapaz e começou a franzir a testa. — Confesso que está ardendo um pouco.

— Você não vai sair por aí com o rosto sangrando. — Caspian segurou nas mãos dela e a encaminhou pelo corredor do salão. — Vamos cuidar disto.

Mallory sentiu um arrepio percorrer seu corpo e como uma melodia cortando sua mente, as palavras se fizeram soar, distantes e frias. Persuasivas. "Querida, você cresceu tão rápido. Está no passo certo. Logo terá o que quer, meu presente eterno para a pequena Mallory". Todos os dias, aquela mesma voz instigava Edmundo. Era incisiva, doce e carinhosa. Prometia coisas esperando que suas ideias devassas persuadissem uma alma qualquer. Mallory buscava na voz, o momento que seu esforço fosse recompensado, buscava a felicidade, o bem maior. 

— Agora não, mamãe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Já disse que eu amo a Claire?! Se eu disse, vou dizer de novo: EU AMO ESSA MENINA! Pronto. Heuheu



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Empire" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.