Antes que Termine o Dia escrita por sahendy


Capítulo 4
O dia anterior


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Estou sumida eu sei, mas voltei! Por favor comentem o que acharam do capítulo, e não se esqueçam de ler as outras fics, quem quiser participar do grupo no wpp mandem o número para mim. Obrigada a todas e me perdoem a demora. Que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês.



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Paulina ainda estava acordada no carro, o sangue escorria pelo banco e suas doces mãos me chamavam mas eu não conseguia entrar, tudo o que eu consegui foi gritar por "Socorro" e quando me vi, já estava ao hospital. 

Me deixaram acompanha-la na ambulância, segurei suas mãos e você teve uma parada cardíaca, naquele momento somente naquele eu tive a impressão de que o meu mundo havia acabado ao vê-la ali naquele estado, vivo num mundo dos negócios sem conseguir falar dos meus sentimentos por você. E é nesses momentos que você observa o quão rápido a vida é. 

Na chegada ao hospital corri até a porta onde haviam levado Paulina e gritei por seu nome, por sorte conseguiram te reanimar na ambulância, e eu te vi ali naquela maca, com o rosto ainda sangrando mas seus olhos estavam ali firmes presos a mim, me observando desesperado clamando em desespero "Paulina, por favor! Meu amor!" lhe entubaram, e eu só consegui chorar. Outra parada cardíaca e você não resistiu... E se eu congelasse agora Paulina? Se eu me fechasse em minha dor e clamasse agora que me levasse para junto de você? Quer saber o que é mais engraçado nisso tudo? O escritor que você gosta Oscar Wilde me vêm a cabeça com a frase favorita que você ditava pra mim nas noites de frio "Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." e você deixou de existir. 

O relógio bate 00h e estou sentado aqui na maca para descansar um pouco ou tentar entender o porquê Deus resolver levar uma pessoa maravilhosa para junto de Seu lado e me deixar aqui sofrendo. Lottie, sua melhor amiga acaba de chegar. 

— Eu sinto muito. - Ela diz e caminha até a cama onde estou e fica ali parada na minha frente.

— Eu queria ficar com ela. Eu queria mesmo. - Respondo, e então não pude evitar o choro e Lottie também não, ela caminha até o meu lado. - Como é que isso aconteceu? Por que ela morreu? - É uma pergunta que ninguém jamais poderá me responder.

 

Em casa não queria me levantar, eu não queria sair da cama por nada, havia fotos suas por todo o lado da casa, o seu violino estava ali ao pé da cama, foi a única coisa que lhe restou...

Abri sua mala e peguei seu diário, me perdoe por isso Paulina, sei que odiava que pegassem seu diário e lessem ele, mas eu o peguei e abri numa página qualquer. 

Passando as folhas do seu diário mais para frente, uma das últimas coisas que você escreveu, li "Compus essa canção sobre Carlos Daniel e eu. Quero entregar a ele antes de ir, mas tenho receio de assusta-lo. Então, comprei a jaqueta. Dizem que um dos dois sempre ama mais. Meu Deus, quem dera não fosse eu!" e lá estava, sua música "O amor vai te mostrar tudo" o abracei contra meu peito e fiquei ali deitado, até pegar no sono. 

O dia anterior...

Estou acordado, o dia está nublado os carros continuam a passar na rua e as pessoas vão trabalhar, olho no relógio que marca 8h10 mas como ele está concertado, se ontem eu o quebrei? Volto a abraçar seu diário, e fecho meus olhos mais uma vez.

— Se ler uma palavra, eu te mato. - Abro os olhos assustado, naquele momento meus sentidos ficaram aguçados, meu corpo petrificado, era sua voz... Olhei para trás, onde está o seu travesseiro e não pude controlar o medo que senti, que me fazia arrepiar até o homem mais corajoso do mundo. 

— AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! - Gritamos os dois na cama. Me levanto e fico te olhando. - Vo...Vo...Vo...Vo...Você está aqui! - Aponto para você que se levanta da cama assustada pelo meu grito, mas como se você estava morta?

— É, eu tô e você me assustou... - Você responde e lentamente se aproxima de mim. 

— Eu...Eu...Eu...É... - Gaguejo sem conseguir soltar uma palavra "Você?", você me pergunta. 

— É tá bom... Eu vou me aproximar. - Você se aproxima. - E agora, eu vou te abraçar. - Sinto suas mãos em meu corpo, e você está tão quente, seus cabelos tão cheirosos. Te abraço ainda mais forte. - Tá tudo bem, tudo bem, tá tudo bem meu amor. - Você me responde. - Eu vou sentir muita saudade viu? 

— Eu também. - Respondo de imediato e coloco minha mão em seu rosto. - Eu vou sentir muito a sua falta, saiba disso. 

— Eu sei. - Você responde assustada.

— É importante que acredite.

— Eu acredito. E odeio que você tenha que passar por isso, então... Em vez disso por que você não vem comigo para Ohio? - Você me pergunta, e eu me afasto, grito seu nome "Paulina". - É tô vendo que não vem. 

— Eu não posso. - Digo a mim mesmo e você se senta na cama, como estamos tendo a mesma discussão de ontem? E como você está aqui?

— Claro que não. - Me respondeu. - Eu sei. Trabalho, a reunião.

— A reunião... A minha reunião... - Me aproximo da cama. - É hoje, e você... 

— Tá legal, Carlos Daniel, agora calma. Calminha. Olha só você tá bem preparado e vai dar tudo certo. - Você me diz e então me beija, como posso estar te beijando? É tão bom sentir seu lábio novamente. E então me dá as costas.

— Não, não, não... Não sai daqui, o que você está fazendo? - Pergunto.

— Senta aí e não mexe seu bumbum inglês daí tá? Eu já volto. - Você brinca e me faz sentar na cama, foi o que você fez comigo... Ontem, antes de morrer.

— Tem presente? - Pergunto assustado.

— É tem presente. - Você grita, me levanto da cama.

— Não pode tá acontecendo.

— É lógico que pode, eu comprei pra você. Eu tenho uma surpresinha. - Você brinca e logo saí usando a jaqueta, a mesma jaqueta toda animada caminha até a minha frente "Porto Bello Road, 10 libras" e mais, olha isso... - Paulina me diz e retira a jaqueta completamente nua.

— Ai meu Deus! - Digo perplexo e Paulina veste a jaqueta rapidamente toda sem graça.

— Tá legal... Não é a reação que eu esperava.

— Ah desculpa, é que... eu... eu tive um pesadelo e não consigo... Eu não consigo esquecer. Eu e você.

— Nós? 

— Nós... 

— [...] Devemos comer? - Você pergunta toda confusa, respiro fundo e concordo "É... Devemos comer, devemos tomar um café da manhã. Juntos." você sorri, seu sorriso é tão lindo Paulina.

— Beleza. - Paulina respondeu e deu as costas toda confusa respirei fundo e então tentei seguir minha vida como deveria, talvez nada tivesse acontecido, talvez tivesse sido um sonho ou Deus me deu uma nova oportunidade, decidindo que aquela não era a hora de Paulina. Fui tomar um banho e me trocar para a reunião que faria de novo. Ouço você cantar "Eu sou a melhor" e me lembro que no sonho ou não você queima seu dedo e corro até a cozinha. 

— Paulina. Paulina cuidado, cuidado com o bule! - Grito e você me encara segurando o bule sem se queimar.

— Eu sei, você é louco! Que neura hein. - Paulina ri, eu tento disfarçar e me aproximo dela.

— É que você pode se machucar. Entendeu? - Pergunto e dou um beijo em sua bochecha.

 

Depois do café você foi até o banheiro e estava cacheando seu cabelo com o babyliss e cantava, pego em sua cintura e você se vira assustada. 

— Ah desculpa, eu tô cantando alto? - Paulina pergunta segurando o babyliss me encarando.

— Não. - Respondo. - Eu adoro te ouvir cantando.

— Uhhh. Precisa sair mais. - Paulina brinca e se vira novamente para a pia deixando o babyliss na pia, a afasto um pouco e me sento na ponta da pia segurando a cintura de Paulina.

— Você é uma grande compositora, e tem que mostrar isso. É um dom maravilhoso.

— Ah, tá doidão é?

— Hum, é verdade. - Respondo e a beijo, eu não sei bem o que houve mas eu tinha Paulina ao meu lado novamente, e essa talvez seja a minha chance de fazer tudo diferente, a tratar com o amor que ela merece. 

— Ai... Ai... Ah droga, mas eu sou tão desajeitada. - Paulina grita, colocou o dedo em cima do babyliss, me afasto por um instante.

— Você queimou a mão! - Digo assustado, Paulina me olha com dor segurando sua mão queimada.

— Ah, que poder de observação hein. Ai! Ai! - Paulina diz e saí correndo até a cozinha. Não, definitivamente aquilo não era um sonho, minha cabeça começou a girar, então hoje a 00h eu vou ficar sem a Paulina novamente? Eu não quero, e pretendo fazer tudo para que isso não ocorra.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Por favor comentem. Obrigada.