O diário de Isabela escrita por Letícia Pontes


Capítulo 5
O parque


Notas iniciais do capítulo

Bom, espero que o capitulo agrade! ♥



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Ontem cheguei cansada do parque e dormi sem escrever então vou contar hoje o que houve ontem:

Tive que sair escondida mas estava difícil já que a outra estava lá na escada. Coloquei uma roupa para caminhar para poder dar a desculpa de que ia me exercitar. Desci a escada e na tinha ninguém lá. Era a Camila quem estava chorando e ela estava deitada no sofá agora. Ela nem sequer me olhou ,então consegui sair de boa.

Cheguei ao parque e não avistei o André sentei no balanço e ouvi:

—Sobe aqui guria!
       -O que esta fazendo ai?

O André estava sentado dentro da casinha do escorrega e eu subi para lá antes de ouvir uma resposta.

—Não quer ser alvo de bandidos, aqui ninguém nos vê pelo menos. Então...precisamos fazer algo, penar em algo, não quero perder a amizade do Gusta e ele simplesmente me odeia.

—Não exagera André. Ele só esta meio bolado.

—Não. Ele me disse isso!

—Falou com ele?

Ele respirou fundo e colocou a mão sobre o rosto.

—Ele só me atendeu porque eu disse que era o Léo, só assim me deixou entrar.

—O que conversaram?

—Contei que eu não sabia que você estava namorando, se não teria dito a ele, que sou amigo dele, mas que também sou seu amigo não quero ficar mal com nenhum.

Ele olhou pra mim com cara de quem ia chorar...

—Sabe o que ele me respondeu? “Ela sabe que estou apaixonado por ela?” E eu disse que um dia sem querer deixei escapar, ele me expulsou da casa dele em seguida. Não falou nada além disso Isa! Perdi meu melhor amigo.

Abracei o André, eu sabia que ele não gostaria que eu visse ele chorar, mas eu não iria sair alí naquele momento nem a pau.

—A culpa é minha André! Me perdoa, eu juro que nunca quis causar isso, só não queria ter que dizer ao Gu que eu não sou apaixonada por ele.

Ele me afastou do abraço e me olhou nos olhos segurando meus ombros.

—Óbvio que a culpa não é sua. Você estava tentando não magoar ele, ele quem me colocou no meio disso, e não você. Ele quem precisava dar uma chance de me ouvir. Nos ouvir. Eu não te culpo por isso. Nem pense nisso! Juro que não culpo!

(Juro que eu não sei o que aconteceu dentro de mim nessa parte a seguir.)

Estávamos tão perto, ele estava tão quente, e estava tão frio, eu estava tão triste, eu não sei mais no que colocar a culpa que sinto. Eu o beijei!

O que pensar? Eu não sei! Eu não faço ideia de quem sou, onde estou, o que estou fazendo da minha vida! Eu só sei que estou perdida!

Essa quarta nem começou ainda, acabei de acordar e ainda estou lembrando de ontem e pensando onde eu estava com a cabeça!

Me afastei rapidamente do André quando percebi o eu havia feito.

 Isabela onde você estava com a cabeça? Mas para a minha incrível surpresa, a cara de surpresa master do André se transformou em um leve sorriso, e puxou minha cabeça para beijar-me novamente.

Ficamos o resto da noite sem dizer nada, deitei em seu colo e dormi ali mesmo. Pelo jeito ele também dormiu porque quando me acordou já era uma e pouco da manha e tivemos que correr para casa já que tínhamos q ir pra aula cedo.

A Camila havia dormido no sofá e estava com a cara inchada. Fiquei curiosa pra saber o motivo do drama.

Acabei de chegar o trabalho. Fui péssima no teste, não consegui me concentrar em nada e nem pensar em mais nada a não ser no André e na noite anterior. Esse com certeza foi o dia mais desastrado da minha vida. Não prestei atenção nas aulas de revisão, não fiz um bom teste, esbarrei nas pessoas, quando vi que o André estava no refeitório sai que nem uma doida de lá, estava toda estabanada no trabalho e ainda derrubei café na minha farda. Que terei que usar quinta e sexta suja porque não da tempo de lavar.

Não vi nem fale com o André hoje, nem com o Gu nem com o Léo. Nadinha. Agora vamos ver como será o dia amanhã!

Ontem quando fui dormi, percebi que havia outro avião de papel na janela ( eu gostaria de saber como ele sobe até ela) :

“Mesmo lugar, mesmo horário.”

Poucas palavras não me pareceram coisas boas. Eu não sabia como me comportar com o André agora. Estávamos juntos? Não podíamos. E o Gu? Será que ele se sentiu como eu? Vesti uma calça jeans e uma blusinha e estava na escada quando me deparei com a Camila novamente acordada tão tarde e digitando ferozmente no celular. Não resisti a curiosidade.

— Aconteceu algo?
— Me deixa em paz.
— Calma chorona, só queria saber.
— Vai embora encontrar com seu namorado.
— O que?
— Eu não sou tão boba. Sair essa hora, só pode ser um namorado.

Saí antes que começasse a fazer perguntas das quais nem eu saberia responder.

O André desta vez estava sentado no balanço e eu parei na sua frente sem saber como agir.

  -Oi!
—Não falou comigo na escola hoje.

Ele não olhou para mim ao falar.

—Eu...desculpa.

—Tudo bem – ele me olhou – também estou confuso.

Sentei no balanço ao lado dele dando um longo suspiro.

—O que fizemos não foi legal. Você é amigo do Gu, eu sou amiga do Gu. Isso...está tão errado.
—Sim, eu sei. E eu concordo totalmente mas... você não gosta dele...
—O que esta insinuando.
—Olha, eu não sabia, mas eu gosto de você. Só não havia percebido isso ainda...
—Eu também! – respondi subitamente
—O que ?
—Gosto de você...

Ficamos nos encarando alguns segundos. Estávamos confusos, preocupados e mais alguma coisa. Ele segurou a minha mão e ficamos assim...

—Acho melhor esquecermos que isso aconteceu.
—Não Isa! Quer dizer...não precisamos...
—Precisamos André... não podemos fazer isso com o Gu.
—Ele não precisa saber. Sei que estou sendo falso, mas... gosto de você...
— Conversamos amanha. Mesmo horário aqui, mas por enquanto, vamos fingir que não aconteceu.

Ontem, quinta, fiz um bom teste. Falei pouquíssimo com o André na escola, ficamos muito sem jeito. E o Gu , falou comigo, disse que sábado quer que eu vá a casa dele para conversarmos.

A Camila foi no meu trabalho ontem a tarde. Ficou lá sentada sem fazer nada, nem falar nada. A única coisa q falamos uma com a outra foi:

— Veio alugar algum filme?
—Não.
—Quer conversar?
—Obvio que não!

A noite me encontrei com o André e bem...nos decidimos ficar juntos, mas escondidos. Não da pra ficar sem ele agora, não sei dizer... Eu já disse que gosto dele? Nossa, eu sonhei com ele. Gosto mesmo. Eu acho que nunca tinha gostado realmente de alguém. E me sinto muito bem com ele. Sinceramente não sei explicar. Só sei que queria ficar com ele todo o tempo.

Essa manha eu acordei radiante. Doida pra ir pra escola e ver o André. Vou indo e quando chegar, escrevo mais.

O André estava me esperando no nosso balanço! Eu fiquei tão feliz ao ver ele que nem sei explicar. Não sabia se o abraçava, ou apena ficava ali parada. Então sentei no balanço ao lado dele, que me estendeu a mão e eu segurei. Parecíamos duas crianças que decidiram ser namoradinhos. Escutamos o toque de entrada da escola que ficava a uma rua dalí.

Na aula, na hora do teste vi o André parado a porta com um avião de papel, consegui pegar sem que a professora notasse e quando abri, havia nele um gigante coração ! Que...fofo! Eu realmente estou apaixonada. Como posso ter me apaixonado assim do nada? Tudo bem que rolava uns climas antes, mas nada que pudesse despertar uma paixão. Ou poderia?

Depois da aula eu sentei na grama do lado de fora da escola e esperei pelo André que só saia no horário seguinte.

Demorou um pouco até eu perceber que a aula dele já deveria ter acabado a um tempo e então entrei para ver porque ele não havia saído.

Antes de chegar ao portão de entrada, uma garota que vinha correndo esbarrou em mim e quando viu quem eu era me disse: “Voce precisa ver isso!”

Juro que não acreditei na cena que vi em seguida.

O André e o Gu estavam atracados no chão os dois com sangue escorrendo do nariz ou boca ,não sei dizer, suados e não paravam de se socar. Quando fui chegando a rodinha de gente foi se abrindo e me encarando.

—MAS O QUE É QUE VOCES DOIS ESTAO FAZENDO??

Eles se assustaram com meu grito e se soltaram me encarando e ficando em pé em seguida. Corri até o André segurando ele pelo braço e olhando seus ferimentos.

—O que houve? Está muito machucado!

Ele desvencilhou o braço e fechou a cara.

—Isso tudo é culpa sua!

Saiu esbarrando em mim e em quem mais estivesse em seu caminho e me deixou com cara de idiota sem saber o que havia acontecido. Dei alguns passos até o Gu:

—Vai me contar o que está acontecendo?

Ele apanhou a mochila do chão e saiu.


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Notas finais do capítulo

E...acho que isso já não era supresa né?



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