O diário de Isabela escrita por Letícia Pontes


Capítulo 4
Avião de papel


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora para postar, eu estou com vários problemas, desde não ter um PC decente até mesmo meu blog dar defeito para entrar - pego os capítulos lá para postar aqui!

Mas aqui estou novamente!



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“Nessa quinta tive que fingir durante toda a manhã na escola. Fora que levei bronca pela hora que cheguei em casa. Na hora da aula, eu que sento perto da porta, vi o André parado tentando chamar minha atenção do lado de fora, e então me mostrou um papel na mão dele, uma avião de papel e me jogou. Eu tive medo de que caísse em outro lugar, mas veio direto para mim.

“ Pelo amor de Deus, não se esqueça de fingir que não sabe de nada, ou ele me mata.”

Fiz sinal para ele esperar e escrevi de volta:

“Não se preocupe, não estou nem doida.”

Refiz o avião, e joguei, Só que eu sou muito idiota, esqueci de olhar se o professor não estava vendo, e fora que bateu na quina da porta e caiu dentro da sala. Antes que o André pudesse pegar ,o professor pegou e fez questão de ler em voz alta. Por sorte, fomos bem enigmáticos. Ah, e o André ouviu o professor lendo, então escutou minha resposta e saiu. “


“Eu novamente fui ontem a noite com o André ao boliche. Estou melhorzinha, mas nada de espetacular. Ao menos não jogo a bola na pista ao lado agora. Tentei arrancar informações do André a respeito do Gu, mas ele disse que não vai me falar nada, que não quer se envolver. Eu quero armar algo, para ver se o Gu para de me olhar com os olhos que olha. Se é que é verdade do André. A única coisa que eu soube pelo André, é que o Gu esta usando essa desculpa do boliche, para fazer ciúmes na Lara, estando comigo. Amanhã vamos ao boliche finalmente encarar a Lara. Eu não quero nem ver! Hoje a noite o André disse que vai novamente comigo, porque não quer passar vergonha.”

Acordei com uma luz me cegando e um vento quente no meu ouvido. Achei que estivesse sonhando mas era apenas o sol em meu rosto e o André fazendo gracinha.

 —Levanta dorminhoca.
—Que horas são?
—Oito!
—Não acredito que me acordou tão cedo.
—Nós vamos sair, ué!
—Aonde vamos?
—Surpresa! Nem eu sei. Foi ideia do Gusta!
—Ele falou algo sobre mim?
Não. Porque?
—Porque prefiro que não fale.
— Vem, vamos fazer algo pra comer enquanto eles não levantam.

 

Alguns minutos depois o Gusta entrou na cozinha onde comíamos sentados na bancada e ficou nos encarando.

 

—Posso falar com você Isa?
—Claro Gu!

Olhei desesperada para o André, mas não tinha como ele me safar dessa. Eu realmente sou uma covarde quando se trata de dizer “ eu não gosto de você dessa maneira” .E piorou quando se trata de um amigo.

 

Estávamos caminhando pra a sala quando ele me faz quase tropeçar e cair com uma pergunta súbita.

—Você tem um namorado?
— O que?
—Está saindo com alguém?
—Porque acha isso?
— É que dependendo da sua resposta quero te perguntar outra coisa.

 Ai. Meu. Deus.
Não quer ter que dar um fora nele. O que eu faria?

 —Bom..pra dizer a verdade...tenho.
—Namorado?
—Pois é.
—Voce está mentindo.
—Que? Claro que não.
—Como você tem um namorado e eu nunca vi ele se estamos sempre juntos?
— Bom, não é como um namorado de verdade. É mais alguém que estou saindo. Nada sério.
— Eu conheço?
—Sim. Quer dizer não. Talvez.
—Sim ou não?
—Olha...não quero falar sobre isso. Vamos comer?

 

QUE IDIOTA QUE EU SOU!

 

Voltamos para a cozinha e o Gu ficou e cara fechada por um bom tempo.

 

— O que aconteceu? – O André cochichou
—Agora não.
—Porque ele ta com essa cara?
—E disse agora não, André. – sussurrei um pouco alto demais e o Gu nos olhou

 Ficamos em silencio e ele nos encarando e então saiu da cozinha com uma caneca de chocolate quente para o quarto, batendo a porta.

 —Agora conta o que aconteceu!
—Ele me perguntou se eu estava saindo com alguém e eu disse que sim.
—Voce esta?
—Claro que não! Estou muito ferrada. Não queria mentir para ele.

 

Meu celular tocou. Era a minha madrasta                   .

 

—Oi Melissa!
—Onde você está garota? Voce não dormiu em casa e nem sequer me avisou sobre sair. Espero que da próxima vez que sumir assim, seja pra não voltar mais. Venha já para casa.

 Uau!

—Preciso ir André. Pode me deixar em casa?
—Mas por quê?
—Melissa...
—Então me conta no caminho o que houve?
—Conto, conto. Vamos!

 No caminho contei cada detalhe da conversa para o André que fiou rindo da minha cara e dizendo que eu agora ia ter que arrumar um namorado de aluguel.

 

Segunda – feira

Semana de testes

Sono profundo!

Ontem tive que passar o dia em casa porque a Melissa não em deixou sair. Hoje cedo já acordei com dor de cabeça e dormi as duas primeiras aulas. No intervalo eu estava deitada na mesa do refeitório quando algo atingiu minha cabeça. Era um aviãozinho de papel. Abri e estava com a letra inconfundível do André:

“O Gusta esta muito estranho. Você precisa fazer algo a respeito.”

Mas o que eu poderia fazer? Já tinha mentido sobre sair com alguém. Se falasse porque menti ele ia ter uma raiva enorme de mim. Acenei para o André e sai em direção aos banheiros.

— O que aconteceu? –Estávamos em uma parte do corredor que ninguém ia, para nenhum professor no pegar fora da sala
— Assim...nada demais. ELE SÓ NÃO ESTÁ FALANDO COMIGO!

O André parecia bem bravo comigo.

— Mas o que você tem com isso? A história é entre ele, eu e meu namorado imaginário.
— Ele deve pensar que eu sei do seu namorado e não contei nada pra ele.
— Tem razão. Eu não havia pensado nisso. Ele deve estar chateado por você não contar. Que droga!!
— E agora?

Ouvimos passos apressados no corredor e corremos para dentro do banheiro e ficamos lá esperando a pessoa passar direto pelo corredor. Porém, o que não esperávamos é que a pessoa ia entrar no banheiro e formos pegos de surpresa por ninguém menos que Gu.

—Oi! – Dissemos em uníssono eu e o André

E recebemos uma cara feia e um vácuo enquanto o Gustavo saia e voltava para a sala.

Ganhei um novo horário, trabalharei todos os dias de segunda a sexta, das duas da tarde até as nove. Acabei de chegar do serviço e o André esteve lá quase a tarde toda. Disse que o Gu não está nem olhando pra cara dele e ignorando ele completamente.

Hoje o Gu não foi para a aula e eu e o André decidimos falar com o Léo a respeito de tudo.

—Léo, você também esta bolado com a a gente?
       - Sinceramente, eu deveria estar. Estou. Mas não tanto quanto ele. Mas foi uma grande mancada de vocês.
       -Eu não tive culpa – O André começou – eu não sabia de nada. Não tenho nada a ver com isso.

O André fechou a cara e eu estava já esperando um grito dele, mas ele respirou fundo e apenas disse:

— Preciso estudar para o teste de hoje.

Nos deixou ali plantados nos encarando e fim de papo.

— Ok! Estão achando que eu sabia desse seu suposto namorado, e agora estão chateados comigo. Você precisa convence-los de que eu não sabia.
        -Calma...deixa eu pensar em algo.

Mal consegui me concentrar no teste pensando em como ia me livrar da besteira que fiz. Depois da aula não achei o André nem o Léo. Quis ir na casa do Gu mas eu não tinha tempo.

Tentei ligar pro Gu o dia todo mas ele não me atendia e quando liguei para a casa dele, a mãe disse que ele não estava.

Estou perdendo meus amigos.

Cheguei em casa a uma hora mais ou menos. Uma das gêmeas estava na escada chorando, não vi qual, ela estava com   cabeça no colo e fingiu não me ver passar por ela. Cheguei no meu quarto e encontrei um avião de papel preso na janela.

“Me encontre naquele parquinho que você sabe qual é, precisamos conversar. Assim que der onze horas vou pra lá, aparece logo.”

Ele falava do parquinho que ele me derrubou do balanço uma vez. A primeira vez que nos falamos por mais de dez segundos.


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Notas finais do capítulo



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