As coisas estavam realmente se acertando para mim. Ser namorada do Diego era fácil como respirar, ele era extremamente divertido e conseguia me tirar do sério e me fazer sorrir ao mesmo tempo.

A medida que as provas finais se aproximavam, eu começava a sentir um enorme desanimo em saber que teria que retornar para casa. Minha mãe iria descontar todos esses meses que ignorei a existência dela. Meu pai estava orgulhoso por meu desempenho no colégio, mas a casa dele nestas férias não era uma opção, minha madrasta insuportável estaria por lá. É sempre melhor aquentar sua mãe de verdade, do que uma mulher que pensa ter direitos autorais sobre você!

Eu, Diego, Roberta e Gustavo estávamos a horas na biblioteca estudando em pleno domingo de sol.

Diego e Gustavo não se tornaram exatamente amigos, mas tentavam se tolerar quando estavam comigo. Desde que Roberta descobriu estar apaixonada por Gustavo, ela passou a ficar mais tempo conosco, o que tornou toda situação bem mais confortável.

— Pra mim chega! – Roberta diz, jogando longe o livro de física que estava a sua frente.

— Acho que para mim também. – Gustavo também se rende ao cansaço. – Vamos jantar? – ele pergunta a todos nós.

— Sim. – Roberta responde imediatamente.

Eu estava morrendo de fome, mas percebi que minha amiga queria ficar sozinha com Gustavo. Então resolvo interceder:

— Vão na frente, eu e o Diego vamos guardar estes livros. – Digo evitando encarar o olhar desentendido de meu namorado. Gustavo simplesmente se vira e começa a caminhar, acompanhado de Roberta.

— Que foi isso? – Diego pergunta quando os dois somem no longo corredor.

— Ela gosta dele. –respondo enquanto começo a juntar os livros.

— Credo. – Diego diz fazendo cara de nojo, me ajudando a arrumar a bagunça.

— Não seja maldoso. – retruco, sorrindo um pouco. Terminamos de guardar os livros e caminhamos lentamente em direção ao refeitório. De mãos dadas com ele, percebi que as pessoas que antes ficavam nos encarando juntos, não o faziam mais.

— Por que está tão quietinha? Ansiosa para o feriado? –Diego pergunta curioso.

— Não, estou tentando evitar minha mãe ainda. – respondo com sinceridade.

— Bom, se quiser pode vir ficar comigo e minha família na praia. –Diego diz forçando um tom despreocupado. A proposta era tentadora, só que Ana estaria lá e não queria passar nenhum segundo livre meu perto daquela insuportável. – Minha irmã não vai. – Diego comenta parecendo ler meu pensamento.

— Sério? Por quê? – pergunto sem conseguir conter meu contentamento.

— Vai ficar com meus avós. - Diego responde tranquilo. – Vai querer ir sim ou não? –ele pergunta me intimando.

— Quero, mas acho que meus pais não vão autorizar. –respondo pesarosa.

— Eu cuido disso. – Diego responde misterioso.

— Como? – pergunto curiosa.

— Segredo. – ele responde e muda rapidamente de assunto quando entramos no refeitório.

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A medida que o feriado se aproximava, fui me sentindo ansiosa, Diego disse que cuidaria de tudo, mas estava me deixando completamente no escuro.

Quando o diretor mandou me chamarem em sua sala naquela tarde, fiquei mais confusa ainda. Dessa vez eu não havia feito nada demais.

— Pode entrar agora senhorita. – A secretaria mal humorada da direção me disse.

Entrei na diretoria, e deparei –me com um diretor sorridente. Obviamente ele não estava sozinho e sim com meu pai parado bem a sua frente.

— Pai? – pergunto sem acreditar.

— Oi docinho. – Meu pai me cumprimenta afetuosamente e me abraça, fazendo seu papel de pai perfeito.

— Aconteceu algo? – perguntei tentando me lembrar se havia feito algo errado.

— Não, vim somente assinar a autorização para sua viagem no feriado. – ele respondeu tranquilamente. Fiquei boquiaberta.

— Vou deixar vocês a sós. Licença. – O diretor disse, retirando-se educadamente.

— Você está me deixando ir viajar? E o castigo? – perguntou, xingando-me mentalmente por lembra-lo.

— Seu namorado é de uma ótima família, fiquei surpreso ao receber uma ligação do secretário do governo dizendo-me que queria ter a honra de conhecer melhor a namorada de seu filho. – Papai explicou-se.

— Obrigada. Mas, e a mamãe? – pergunto imaginando que ela seria do contra, como sempre.

— Será nosso segredo, não se preocupe. – ele disse dando uma piscadela. E se retirando.

Fiquei alguns minutos ali tentando entender o que foi aquilo tudo. Eu sabia que os pais de Diego tinham grana, mas não imaginava que estavam relacionados com política e que eram tão importantes.

Isso explicava porque Ana era tão insuportável. Com pais poderosos a mimando está era a consequência óbvia.

O que esperar deste feriado agora?

Não acho que eu seja a nora dos sonhos de ninguém!