Caminhos escrita por TAYAH


Capítulo 19
Fica comigo - Emma


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam bastante, porque a fic está chegando ao final de verdade.

Boa leitura!!



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— Emma! – Mary Margaret sorriu surpresa ao me ver entrar. – Achei que não fosse mais voltar para casa.

— É, eu voltei... – me senti envergonhada por ter dormindo na casa de Regina – mas eu só vim me arrumar e já vou sair... – sorri sem jeito ao me aproximei do sofá onde Mary estava.

Minha mãe me analisou com um sorriso torno nos lábios e antes que ela pudesse dizer algo meu pai saiu do banheiro.

— Emma! Veio jantar com a gente? – Ele sorriu feliz. – Henry e as meninas cadê?

— É... e-eu... hoje não... – foi uma tentativa falha de não mostrar todo meu nervosismo.

— Tá tudo bem, querida... – Mary tentou me acalmar com um sorriso ao levantar e vir em minha direção, pegou em minha mão e me puxou para a bancada. – Senta ai que vou preparar um chocolate quente para que você possa nos contar o que aconteceu.

Eu olhei para David que logo veio até mim, colocou a mão em meu ombro me fazendo relaxar um pouco, olhei rapidamente no relógio da parede e vi que daria tempo de contar para eles enquanto tomava um chocolate quente, vinte minutos não iam me atrasar.

Eu estava nervosa, ansiosa, inquieta, cheia de coisas se passando em minha mente e alma, eu mal estava conseguindo pensar no que ia contar à eles.

Sarah e Elise em apenas duas semanas mudaram toda a minha vida, não que eu já não tivesse tido grande mudanças em pouco tempo, mas se não fosse por elas eu jamais estaria em frente aos meus pais, prestes a dizer que tinha um encontro com a mulher que foi a responsável por lançar uma maldição que me tirou deles ao nascer. Na verdade, dizer aquilo era o de menos olhando a situação como um todo, eu não tinha apenas um encontro com ela, eu estava apaixonada por aquela mulher, eu queria ela para todo o sempre, eu queria construir uma família, ter mais filhos, casar e viver feliz para sempre como os contos de fadas pediam... o destino era mesmo uma piada.

— Como foi sua noite... seu dia? – Mary perguntou ao ver que eu permaneci calada enquanto começou a preparar os chocolates quentes.

— Foi bom.

— Só isso? – David perguntou como minha mãe, sereno, mas ao mesmo tempo curioso.

— É... a outra Emma fez uma ótima macarronada ontem para o jantar... – Pensei em contar do castigo das meninas, mas ai eu teria que contar o motivo que foi elas terem dando coragem para gente... ai eu ia acabar falando demais, então pulei essa parte. – Conversamos bastante... a outra Emma e a outra Regina nos deram algumas ideias de mudanças sobre a cidade, o ensino e coisas mais... hoje foi um bom dia também, passamos o dia todo na sala de tv aos comandos de Henry, Sarah e Elise... jogamos, assistimos filme, comemos porcarias. – Mesmo contanto tudo bem por cima eu senti meu coração palpitar de felicidade ao lembrar.

— Pelo seu sorriso foi mesmo muito bom... – Meu pai sorriu feliz.

— É... – Respondi tímida ao lembrar que tinha um encontro com a Regina.

— E hoje? O que vocês vão fazer? Algum evento especial do qual talvez vocês possam ter esquecido de nos convidar? – Mary perguntou um pouco enciumada eu apenas sorri e neguei com a cabeça.

— Bem... há algo especial.... mas não é apropriado levar os pais à um encontro.

— Encontro? – David perguntou ao revezar o olhar entre Mary e eu.

— Sim eu tenho um encontro.

Mary e David me olhavam a espera de mais informações, enquanto eu apenas sorria com todo meu nervosismo.

— E? – Mary me incentivou a continuar ao parar de preparar o chocolate quente para se focar apenas em mim.

— E o que?

— Um encontro com? – David.

— Eu tenho um encontro com a Regina. – Falei meio rápido ao fechar um dos meus olhos a espera de alguma reação ruim.

— Droga! – David reclamou com minha mãe.

— Me declaro a partir de agora uma mulher de férias! – Ela falou feliz diretamente com ele.

— Deveria ter optado pelo dinheiro e não por afazeres domésticos. – Reclamou com ela.

— Dinheiro ou afazeres, você ia perder do mesmo jeito!

— Do que...? vocês? que? – Eu estava completamente confusa.

— Nada, querida... – Mary sorriu contente.

— Eu acabei de falar que tenho um encontro com a Regina e vocês...?! – Tentei separar meu nervosismo para entender o que eles tinham dito um com o outro. – Vocês... vocês não fizeram o que eu tô pensando, não é? – Eles sorriram cumplices.

— Seu pai achou que você e Regina só começariam a ter algo depois que as meninas partissem, mas eu tinha certeza que se já não tinha começado começaria antes delas irem embora.

— E eu achando que vocês iam surtar... e vocês ai... apostando... – neguei com a cabeça com a mistura de sentimentos, eu estava mesmo a mil dentro de mim. – o mundo é muito louco mesmo!

— Olha... eu concordo, Emma... – meu pai sorria com carinho. – antes dessas meninas surgirem eu e sua mãe planejávamos voltar para a floresta encantada e deixar Regina para trás... mas ai Sarah e Elise mudaram tudo de uma forma tão grande, que depois de muitos e muitos anos eu tive a esperança de que um dia Regina poderia ser aquela boa jovem que Snow sempre me falou, mesmo nunca tendo a visto... E uma outra verdade, querida, era que mesmo com Sarah e Elise aqui, mesmo com todas as suas histórias, mesmo com as mudanças nítida em Regina nessas duas semanas... eu ainda não tinha muita fé que ela poderia mudar... mas depois de ontem ao conhecermos a outra Regina e a outra Emma...  ali eu vi que sim... ainda havia esperança...

— Eu sempre te disse que ela existia, mas que algo precisava despertar dentro dela para que pudesse voltar a ser a mulher que ela realmente é... – Mary falou mais para meu pai do que para mim. -  E mesmo depois de tudo... mesmo depois de ter acreditado que não tinha mais esperança... no fundo eu ainda tinha fé... e olha para tudo isso... a fé de ter a Regina que eu conheci quando criança de volta está completamente ligado a minha filha... o destino é mesmo muito único.

— Tão único que chega a ser engraçado – David sorriu para Mary e se voltou para mim. – Estou chateado por ter que fazer todos os afazerem domésticos por um mês sem nenhum auxílio de sua mãe... mas estou feliz por ver esse brilho nos seus olhos, filha... e por mais... mais diferente que seja de tudo que eu imaginei, eu estou realmente feliz...

— Obrigada... – foi a única coisa que eu consegui dizer.

Meus pais não surtaram, nem nada parecido, eles fizeram até uma aposta as minhas custas. Sorri sozinha ao lembrar novamente o quanto o destino arrumava caminhos nadas convencionais para trazer o tal final feliz de todos. Bem... por mais diferente fosse a minha história, eu era a mulher mais grata do mundo por ter toda aquela louca família comigo.

Conversei mais alguns minutos com meus pais enquanto bebíamos o chocolate quente e me apressei a tomar banho e me vestir.

Eu juro que vesti todas as poucas roupas que eu tinha e nada me parecia a altura de Regina, se não fosse por Mary Margaret e David me ajudando eu nunca teria saído a tempo de casa.

Com meu vestido preto, minha jaqueta vermelha, saltos e cabelo solto como minha mãe havia sugerido, eu olhei no relógio da parede e respirei fundo. Eu estava pronta fisicamente para meu encontro, já mentalmente eu era uma bagunça, era uma bagunça muito feliz, mas não deixava de ser uma bagunça.

Ainda faltavam vinte minutos para às oito, eu sabia que se corresse eu conseguiria ir até próximo ao local onde praticamos magia dias antes... naquele dia eu tinha visto flores lindas no caminho e lembro de ter pensado que se um dia tivesse que dar flores à Regina, seriam aquelas... eu talvez me atrasasse dez ou quinze minutos o que deixaria Regina meio brava, mas eu sei que depois ela iria sorrir daquele jeito único para mim e meu atraso valeria a pena.

Peguei a lanterna no porta luvas desci do fusca e entrei na mata, escolhi as flores pensando em cada sorriso e beijo que eu iria receber... cheirei as flores e sorri ao sentir seu bom aroma. Com cuidado amarrei as flores com um barbante dando um laço no final. Eu não era a melhor pessoa para aquele tipo de coisa, mas eu tinha me saído muito bem, era um belo buque.

Voltei ao carro e procurei o celular para ver a hora.

— Idiota! – Reclamei alto ao lembrar que havia deixado ele na mesinha ao lado da cama.

Tentei ligar o fusca e ele rangeu, mas não ligou. Tentei mais uma vez e nada. Na quinta eu já estava ficando nervosa.

— Vamos lá, não vai me deixar na mão agora!

Respirei fundo e tentei mais algumas vezes, e nada.

— Droga! – Dei um murro no volante.

Tentei me acalmar e ver o que estava acontecendo, abri o capô e fui até a traseira do fusca para tentar ver o que havia de errado. Mexi aqui mexi ali, tentei ligar o carro e nada.

— Qual é!? – Falei alto para o nada como se falasse com um suporto Deus.

Voltei ao motor do fusca e lembrei de magia. Fechei os olhos e senti o carro funcionando, girei minha mão e fui até a chave na certeza que havia dado certo... e nada.

Eu fiquei com tanta raiva, tanta raiva, que senti algumas lágrimas descerem por meu rosto. Eu estava longe, sem telefone, sozinha e ninguém sabia onde eu estava. Eu era mesmo uma idiota, como eu pude ser tão burra em ter deixado o celular em casa, porque eu tive aquela ideia imbecil de ir pegar flores... era para ser um jantar perfeito, mas ali no meio do nada, sem poder me comunicar eu não ia ter jantar nenhum.

Depois de me acalmar um pouco eu tentei mais algumas vezes fazer o fusca voltar a funcionar, mas nada, ele parecia até que tinha morrido... Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali tentando e tentando no escuro, até que desisti.

Peguei as flores, as chaves e resolvi voltar andando, por mais que fosse longe, era a única opção que eu tinha... caminhei e caminhei, deixando toda a raiva e decepção comigo mesma me invadir... eu estava me odiando... depois de muito caminhar eu tive que tirar os saltos e andar o resto do trajeto descalça...

A mulher que estava linda e feliz ao sair de casa ia bater na porta da Regina como um zumbi, com flores murchas, cabelos bagunçados, com os saltos na mãos e maquiagem borrada de tanto chorar de raiva.

Eu ia entender perfeitamente se ela não quisesse mais nada comigo depois do bolo que eu dei nela... conhecendo bem Regina ela não era o tipo de mulher que tolerava esse tipo de coisa.

Por mais que eu tivesse me culpando e me corroendo de raiva, ao mesmo tempo algo me mim me pedia para ter calma que Regina faria cara feia, mas nada mais que cara feia... e que depois de explicar tudo que aconteceu, ela me chamaria de idiota e tudo ficaria bem.

Mas isso não tirava o fato de que eu tinha sim estragado o nosso primeiro encontro.

Cansada eu cheguei a mansão e bati na porta completamente constrangida. Depois de um tempo quando ninguém respondeu eu bati de novo.

— O mundo só deve estar de brincadeira com a minha cara! – Eu reclamei ao perceber que ninguém iria abrir e que pelo silencio não tinha ninguém em casa.

Sentei no degrau da varanda com as flores de um lado e os saltos do outro e mais uma vez eu chorei. De início o choro ainda era de raiva do quanto eu havia sido burra, mas depois ele se misturou com a confusão se sentimentos que eu tinha em mim. Não que fosse uma confusão se sentimentos ruins, mas era uma confusão... e de tudo que tinha em meu ser meu maior medo era de Regina desistir de mim.

Não fiquei muito tempo ali sentada talvez dez minutos... foi apenas o tempo de fazer as lagrimas secarem quando Regina se materializou no meio do jardim da frente.

— Emma! – Ela veio correndo em minha direção eu apenas levantei – Emma! – foi como voltar no tempo quando eu trouxe Henry de volta, o desespero em seus olhos a forma que falou meu nome, o jeito que veio correndo. – Você está bem? – ela me abraçou com pressa, mas logo se separou de mim segurando em meus ombros. – Onde você estava? O que aconteceu?

— De-desculpa... – Eu tentei prender o choro.

— Por Deus, Emma! – Regina me olhou da cabeça aos pés – O que aconteceu com você?

Respirei fundo, olhei ao redor, engolindo o choro, me sentei de volta no degrau e a encarei... ela tinha seus olhos arregalados e assustados, mas tentava não me passar seu nervosismo ela parecia apenas querer me acolher e entender o que havia acontecido.

Regina afastou meus saltos e sentou ao meu lado e se virou levemente de frente para mim.

— Desculpa, eu estraguei tudo... – Falei encarando minhas próprias mãos.

— Emma... – Ela falou serena e pegou em meu queixo me fazendo encara-la. – Me conta o que aconteceu.

— Eu fui uma idiota...

— Emma... – Disse um pouco mais dura. – Me conta.

— E-eu... – Respirei fundo – Naquele dia que fomos praticar magia na parte mais alta de Storybrooke... no caminho da subida eu vi umas flores lindas e naquele momento eu sabia que se um dia fosse te dar flores seriam aquelas... então eu fui lá para poder colhe-las... já que hoje era uma noite especial... – Regina apenas me olhava com atenção, sem julgamento, apenas carinho. – Mas quando eu voltei para o meu carro ele não pegou de jeito nenhum... e eu também tinha esquecido o celular... então eu fiquei no meio do nada sem como sair de lá e sem como telefonar para pedir ajuda... depois de muito tentar fazer ele funcionar eu resolvi vir andando...

— Você andou até aqui? – Perguntou em choque eu apenas afirmei. - Acho que é uma ótima hora de você se livrar daquela lata velha. – Eu apenas soltei o ar chateada. – Hey... você está bem?

— Claro que não estou bem!

— Mas... o que... porque? O que mais aconteceu? – Ela falava do mesmo jeito que falava com Henry, aquilo fez meu coração aquecer, talvez ela não me odiaria para sempre como eu achei que fosse.

— Tudo! Eu estraguei tudo! Era para ser nosso primeiro encontro e eu estraguei por conta dessas flores idiotas... – desviei o olhar.

— Hey! – Ela pegou em meu rosto para olhá-la – A culpa de você ter esquecido o celular e ter uma sucata como carro não é culpa das flores... a culpa é só sua, mas a gente releva porque você é você... – Ela sorriu fazendo meu coração ir a boca.

— Eu estraguei tudo... – Repeti ainda triste.

— Emma... – Ela respirou fundo e sorriu. – Você não estragou nada... me deixou com raiva a princípio e depois muito preocupada, mas saber que você está bem e que foi até o outro lado da cidade para me colher flores e ainda veio andando até aqui... acho que ninguém nunca fez isso por mim... e não, isso não tem nada a ver com estragar tudo.

— Mas o jantar...

— Tá tudo bem, a gente sai para jantar fora outro dia... o importante é que nada de grave aconteceu... – Sorriu ao pegar em minha mão e a apertar. – Eu fiquei preocupada de verdade, achei que algo tinha acontecido, estou feliz que esteja bem, Emma...

— Desculpa... mesmo... – Ela sorriu ao se aproximar e colar sua testa da minha.

— Tá tudo bem agora... – Selou meus lábios ao se separar de mim. – Você deve estar cansada e com fome... – Levantou e estendeu a mão para mim, olhei para o lado peguei o buque com uma mão e com a outra aceitei sua ajuda ao ficar de pé a sua frente.

— Suas flores... – Estendi a ela ainda meio triste por ter estragado nosso encontro.

— Isso que você fez, Emma... – ela fez uma pausa ao encarar as flores em suas mãos - mesmo que não tinha sido como você planejou... obrigada por essa gentileza, você não tem ideia do quanto significou... – Sorriu com os olhos marejados.

— Mãe! – Henry gritou do portão ao me ver, logo atrás Sarah, Elise e suas mães.

— Onde você estava?! Ficamos tão preocupados! – Sarah falou como Regina.

— E-eu... – Respirei fundo ao ver todos me olhando com curiosidade. – Eu resolvi colher flores perto de onde praticamos magia, mas meu carro não quis mais funcionar e como eu estava sem celular não pude pedir ajuda... depois de muito tentar fazê-lo funcionar eu desisti, o deixei lá e voltei andando... e foi assim que estraguei meu encontro.

— Porque você não veio para cá com magia? – A outra Emma perguntou sem entender.

— Ela ainda não sabe... – Sarah explicou.

— As vezes eu esqueço que demorou um pouco até eu aprender tudo. – A outra Emma comentou mais para si do que para gente. – Mas ainda bem que está tudo bem com você... – Ela me olhou da cabeça aos pés. – Digo... ainda bem que não aconteceu nada... – Eu dei de ombros ao lembrar que tinha mesmo estragado o encontro. – Bem, tira essa tristeza da cara que nada está perdido! – A outra Emma disse contente – Foi um lindo ato romântico que não saiu como você desejava, mas nada demais. – Ela olhou para a minha Regina e voltou a olhar para mim. – Vai! – Ela girou sua mão e me cobriu de fumaça azul da cabeça aos pés, minha roupa voltou a estar do mesmo jeito quando sai de casa, fazendo meu cansaço e minha dor no pé também sumiram, acredito eu que minha maquiagem e meu cabelo também estavam no lugar que deveriam. – Vai ser feliz, Emma!

A outra Emma, a outra Regina, Sarah, Elise e Henry entraram na frente, eu cheguei a subir um degrau para ir atrás deles, mas Regina segurou em meu braço.

— Onde você pensa que vai? – Falou mansa com um sorriso de canto.

— Eu... – apontei para dentro sem entender, já que era meio tarde para irmos jantar em qualquer restaurante da cidade, ainda mais em um domingo. – São quase dez da noite, todos os lugares estão fechando ou fechando... achei que íamos outro dia... na verdade eu não sei o que eu achei... eu ainda tô chateada por ter estragado nosso encontro...

— Emma! – Me repreendeu com os olhos. – Para de ficar repetindo isso, você não estragou nada, ok? Como a outra Emma disse, não foi como planejamos, mas isso não quer dizer que não vamos ter o nosso encontro.

— Nós vamos? – Todo meu corpo reagiu feliz.

— Vamos. – Ela sorriu ainda mais.

— Onde?

Regina girou sua mão e nos levou direto para uma sala grande, com vários espelhos, alguns manequins com vestidos que mais pareciam fantasias, tinha uma macieira branca...  na verdade era um abajur enorme em formato de macieira no meio da sala, tinha o tamanho de uma árvore de verdade.

— Onde estamos?

— No meu cofre... é meio que... meu closet... – Ela sorriu com um pouco de insegurança. – Eu vou arrumar para gente.

Ela olhou ao redor e pareceu pensar por alguns segundos, fechou os olhos e girou as uma das mãos cobrindo tudo de fumaça, quando se dissipou tudo estava diferente.

A luz baixa e amarelada deu um tom completamente diferente para aquele lugar, todos os moveis e manequins haviam sumido incluindo a macieira iluminada. No meio da grande sala um tapete fofo com algumas almofadas, uma cesta de pic nic e um vaso com as flores que eu tinha colhido. Ao fundo da sala uma antiga vitrola tocando uma boa música instrumental ambiente.

— Uau! – Saiu pela minha boca de forma natural achando tudo aquilo incrível. – Era aqui desde o inicio onde você ia me levar?

— Não... eu ia te levar para comer frutos do mar no restaurante perto das docas... isso aqui é apenas um improviso.

— Ainda bem que meu carro quebrou... – Olhei mais uma vez ao redor para finalmente olhar para ela. Estar chateada me deixou tão cega que eu nem vi o quanto ela estava maravilhosa com aquele vestido vermelho colado em seu corpo. – Você está linda.

— Obrigada, Swan... você também está muito bem... e eu fico feliz em saber gostou do que fiz para você. – Se referiu a ela e ao local. – Vem, vamos comer.

Ela me puxou com calma até o meio da sala e sentamos ao chão nas almoçadas. Enquanto ela retirava as coisas de dentro da cesta eu contei a ela sobre a aposta que meus pais haviam feito, o que a fez rir, revirar os olhos, e dizer o quanto meus pais eram patéticos.

— Temos sanduiches, queijos e vinhos...– Ela gesticulou para onde havia colocado as cosias a nossa frente. – Vinhos sem magia. – Completou ao sorrir para mim.

Eu praticamente engoli o sanduiche, estava mesmo com fome. Enquanto Regina ainda estava na metade do seu eu comecei a falar que ela deveria me ensinar mais sobre magia para que não ter mais que passar por situações como aquela com o carro.

Depois falamos sobre o quanto aquele encontro ali estava sendo melhor do que o tal planejado, as vezes a vida te dava uma rasteira para te presentear com coisa melhor.

Adiante na conversa falamos um pouco sobre as meninas em como elas mudaram tudo tão rápido... Cometamos sobre suas mães e mesmo sem assumirmos uma para outra em palavras, falamos de outro jeito o quanto queríamos ser tão felizes quanto elas. Conversamos sobre Henry de uma forma que nunca tínhamos feito e chegamos a oficial confusão que independente de qualquer cosia que acontecesse, sempre seriamos ambas as mães dele... na verdade eu mais falei que ela tinha sido uma boa mãe do que qualquer outra coisa.

— Mas e a gente, Emma? – Regina perguntou depois de eu ter falado sobre quanto Henry estava feliz com o que tinha acontecido nas nossas vidas, que nós duas nunca imaginamos que ele poderia parecer tão bem e satisfeito com tudo.

— Como assim? – Perguntei ao beber um golinho do vinho, tanto eu quanto ela estávamos indo com calma, não queríamos ficar bêbadas.

— O que a gente faz com a gente?

— A gente faz o que estamos fazendo.

— Mas o que estamos fazendo? – Seus olhos estavam confusos.

— Agora estamos bebendo e falando da vida enquanto eu fico me segundo para não te beijar o tempo todo. – Falei séria o que fez Regina rir de maneira gostosa jogando a cabeça um pouco para trás, voltou a me olhar, segurou em meu rosto e selou minha boca.

— Você tem permissão para me beijar quando e quanto quiser, Emma. – E selou novamente minha boca antes de se afastar um pouco.

— Até na rua no meio do dia na rua principal de Storybrooke?

— É isso que quero saber... sobre nós... – olhou tão fundo em mim que cheguei a prender o ar. – você quer me beijaria na frente de todos na rua principal?

— Eu beijaria você em qualquer lugar ou dimensão. – Minha voz saiu mais feliz do que eu imaginei.

— Eu estou falando sério.

— Eu também.

— Não, Emma! – Regina estava séria – Sabe o que isso quer dizer? Me beijar na frente de todos?

— Que eu quero exibir a mulher linda e maravilhosa que você é? – Perguntei sem entender porque ela tinha se alterado, mesmo que um pouco.

— Me beijar na frente de todos implica que todos vão saber que a salvadora está tendo algo com a temida Rainha Má... eles vão te julgar, Emma. – Eu ri do que ela tinha dito, o que a fez fechar ainda mais a cara.

— Temida Rainha Má... – sorri ao ver a cara feia que ela fez – Você sabe que você não me assusta não é?... Regina...– eu senti ainda mais borboletas em meu estomago por estar prestes a dizer aquelas coisas. – Eu nem sei como dizer essas cosias, mas... deixa eu tentar te fazer entender... eu não quero só beijar você na frente de todo mundo, quero andar de mãos dadas com você, quero dormir ao seu lado e acordar com você ainda lá, quero cozinhar para você e olha que eu nem cozinho muito bem, mas pelo o que vi da outra Emma, eu tenho capacidade... – sorri a fazendo sorrir – quero você me fazendo sorrir como mais ninguém sabe... e quero ser o motivo dos seus todos os dias... quero Henry tendo as duas mães dele juntas, quero Sarah e Elise com você, quero... eu quero você Regina... de todas as formas e jeitos e caras e bocas e... para ontem, para hoje, para amanhã, para sempre... – Sorri ainda maior para ela que me olhava com aquele olhos arregalados. – Entendeu? – Ela negou com a cabeça de um jeito meio infantil como as crianças costumavam a fazer. – Que parte você não entender?

— A parte em que eu acordo e nada disso é real. – Sua voz saiu meio triste.

— Hey?! Não!... Olha só... – Peguei em sua mão e a levei até meu coração que batia forte. – Está sentindo? É real... é por você que está batendo assim... – Regina sorriu de um jeito encantador, colocou sua taça no chão, pegou a que estava na minha mão e fez o mesmo, deixando livre minha mão e a sua para que pudesse coloca-la em seu coração que batia tão forte quanto o meu.

— O meu também bate assim por você... e sempre bateu...

— Sempre? – Sorri a desafiando.

— Desde o momento em que meus olhos cruzaram os seus pela primeira vez... – Sorriu sem graça ao abaixar nossas mãos. - Mas antes eu achava que era apenas raiva... acredito que nós duas achávamos... – ela pegou as taças e me devolveu a minha. – Quando Henry estava sobre a maldição do sono e fomos procurar por Rumple, ele disse que somente o amor verdadeiro poderia transcender reinos... e logo depois quando você tocou meu braço nós abrimos um portal com o chapéu do maluco... mesmo com aquela confirmação tão explicita, eu fiquei achando que era coisa da minha cabeça... eu e a salvadora...? não era possível, sabe?! Aquilo significava muito, mas eu apenas enterrei em mim... e depois... bem você voltou minha mãe voltou... coisas ruins aconteceram...

— Eu realmente sinto muito por não ter confiado em você... mas eu fui enganada... – Ela negou com a cabeça me interrompendo.

— Já passou... Sarah e Elise vieram de outra realidade para fazerem essa e muitas outras coisas passarem... vieram nos ajudar a entender coisas que talvez sozinhas não teríamos a coragem de enfrentar... eu nem acredito que em tão pouco tempo as coisas mudaram desse jeito... eu nem acredito que isso aqui é real.

— É difícil quando a gente para pra pensar, mas é isso não é? E-eu... – travei ao pensar que a amava, aquilo parecia a coisa mais natural do mundo... mas ao mesmo tempo me deixou ainda mais nervosa, fazendo as borboletas em meu estomago virarem abelhas. – E a Salvadora se apaixonou pela Rainha Má.

— E a Rainha Má pela Salvadora.

— Como em um exótico conto de fadas moderno. – Eu ri fazendo-a sorrir.

Nos encaramos deixando os olhos conversarem com calma. Enquanto eu bebia um gole de vinho, ela colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e olhou atentamente para todo o meu rosto, enquanto eu olhava cada pedacinho do seu.

— Fica comigo...

— Eu estou aqui...

— Não, Emma... de verdade... fica comigo. – Era quase como um pedido de casamento.

— Eu estou aqui... – Repedi com um sorriso enorme nos lábios, me aproximei de seu ouvido e falei baixinho. – e eu não pretendo ir a lugar nenhum... nem hoje, nem nunca... eu sou sua, Regina.

Ela fechou os olhos, respirou fundo e sorriu radiante. Ao abrir lentamente deu de cara com os meus. Tentei passar tudo que eu estava sentindo apenas com aquele olhar, eu amava Regina Mills e se dependesse de mim eu a faria a mulher mais feliz do mundo... eu nos faria as mulheres mais felizes do mundo.


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Notas finais do capítulo

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