Caminhantes escrita por Serin Chevraski


Capítulo 9
A cor negra nem sempre significa algo ruim




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Erza POV 

Mesmo pegando o trem assim que saímos da guilda,  chegamos só na manhã seguinte em Florea. Nos levantamos e nos espreguiçamos. Senti meus músculos rígidos finalmente podendo deixar a posição desconfortável. Colocamos o pé fora da grande máquina de ferro. A estação estava cheia. 

—Hmmm... O ar aqui é muito bom. -comentei- Florea tem um ar puro diferente de Magnólia. 

— Sim, mas... Que sentimento é esse de que estamos sendo observados? 

Eu encarei Gray pensativa e franzi as sobrancelhas, eu também tive essa impressão... Na verdade tive um sonho estranho com uma voz sinistra, falando: “Como ousa sair em um encontro com o meu Gray-sama?”, era uma voz meio melancólica e sombria... 

— Bom... -estremeceu ele, e encarou pros lados apreensivo- Vamos logo Erza... Temos que achar a Lucy. 

Eu o encarei feio. 

— Antes disso, Gray. Roupa. 

Ele se olho e descobriu que estava pelado só de cueca. De novo. 

Ele correu de volta pro trem e voltou vestido. 

— Você sabe de algo sobre Florea, Erza? 

— Hm? Aah... Aqui é um lugar cultural cheia de flores, um grande ponto turístico de Fiore. -falei- E se não me engano, ontem a noite teve um grande festival em volta de uma árvore mágica e milenar. 

Nós fomos entrando na cidade. Nos espere Lucy! Estamos chegando. 

Rogue POV 

— Sting! Levanta! -chamei o meu parceiro. 

— Awnfu... Rogue!? Que horas são? O quê!? Uma da tarde!? Está muito cedoo! -choramingou ele. 

— Não é cedo, é tarde! -bufei jogando ele da cama abaixo. 

— Aaaai! SEU TIRANO MALDITOOO! NÃO ME JOGUE NO CHÃO! 

Eu virei de costas e dei de ombros saindo do quarto. Logo que eu saí, uma ser verde gruda no meu pé. 

— Rogue... Já fai sair? -perguntou Frosch com lágrimas aos olhos, me abaixei e sorri. 

— Desculpa Frosch, mas tenho que pegar o ladrão que o Sting deixou escapar. Depois vamos ir ver as flores, ok? 

Os olhos dele cintilaram. 

— É uma promessa com o Fro, Rogue! 

— Sim. 

Ontem saímos em uma missão, eu, Sting e os exceeds. Era uma coisa simples, caçar uns magos. Mas o Sting começou com uma baboseira dele ser o melhor e algo assim, acabou deixando um mago escapar. O seguimos e chegamos até Florea. Mas Sting morreu no meio do caminho, dormindo duro e deixando para mim carregar ele, tive que arrastar o loiro folgado até um hotel e pausar a caçada. 

Bom, de noite teve algum tipo de festival de luzes numa grande árvore e Frosch ficou todo admirado, se eu prometesse que iriamos ver as flores mais tarde, com certeza ele iria se comportar bem, se bem que comportado ele sempre foi. 

Eu saí, Sting vai demorar para acordar... Vou é procurar sozinho então. 

Caminhei por aqui e por ali, tem muita gente nessa cidade, provavelmente pelo festival. Por sorte eu sei o cheiro do cara que procuro. Vi umas barracas de longe, tinha muita coisa que Frosch iria gosta de ver. Esse cheiro... É do mago que procuro! Está vindo do lado de lá! 

Corri para a direção em que vinha o cheiro e achei o cara. Ele me viu e começou a fugir. 

— Parado! -berrei. 

Começamos essa correria, esbarrando nas pessoas da rua, muitos gritavam de susto, outros gritavam indignados. Soltei meu rugido negro, acertou umas barracas, mas nada do mago. Caiu um monte de verdura fedida no meu rosto, limpei rápido. Entramos num beco escuro e sorri, posso usar as sombras aqui. Mas antes que eu pudesse usar minha magia, algo me acertou. 

Vi o cara que eu estava perseguindo sorrir para mim, eu estava no chão o encarando. Maldição, ele me acertou com magia e estou todo tonto, como fui burro! Nem senti com meus sentidos de Dragon Slayer que ele estava perto ou que tinha lançado magia! Espera, será que as verduras atordoaram um pouco meus sentidos!? DROGA! 

— He he he, quero ver se consegue me pegar agora! -riu ele- Vocês são persistentes, mas eu sou mais esperto! Nunca... 

E um negócio branco passou por mim acertando na cara sorridente do mago. Logo aparece Sting saltando por cima de mim e pegando o desmaiado. 

— Aff, o Rogue me acorda que nem uma princesa e vem procurar esse cara sem me esperar. -então o loiro esboçou um sorriso vitorioso- HA HA HA! QUERO VER A CARA DELE QUANDO DESCOBRIR QUE O GRANDE STING EUCLIFFE COMPLETOU A MISSÃO ANTES DELE! 

E passou reto por mim. Espera, OI!? STING!? ESTOU AQUI!! 

Minha boca não diz nada e só vejo o idiota do Dragon Slayer da Luz sair fora da minha visão levando o mago. Eu me arrasto até a rua. Aos poucos consigo me movimentar direito, até que ouço um grito. 

— Aaah! Um coelho negro! -era a voz de um homem. 

— É o símbolo o azar! -gritou uma mulher horrorizada. 

— PEGA ELE! 

— MATA ELE! 

Oi? OI? COMO É? Eu não estou acreditando no que ouço, até que vejo minhas patinhas fofinhas, congelei. Ponho as patinhas fofinhas no meu rosto. É fofinho também. EU VIREI UM BICHINHO FOFINHO!!? 

Antes que eu pudesse ter outra reação, vi a multidão vindo contra mim. É SEBO NAS CANELAS ROGUEEEEEE!!  

Sai correndo com o povo doido atrás de mim. Era uma gritaria louca que minha nossa, meu coração estava a mil. Correndo de quatro patas, coisa muito estranha por sinal, mas valendo. 

Eu sou um coelho, eu sou um COELHO! UM COELHO MUITO FOFINHO!! POR QUE EU SOU UM BENDITO DUM COELHO!? AQUELE MALDITO MAGO DE ANTES FEZ ISSO COMIGO!! QUE DROGAAA! 

Até que vi alguém na minha frente, não consegui brecar então acabei pulando, caindo em algo macio. 

— Um coelho negro? 

Essa voz... Eu a conheço! Olhei para cima e vi... Lucy Heartphilia. 

O que essa garota faz aqui!? Não estamos em Magnólia! 

Ela foi cercada pelas pessoas que me perseguiam, e quando ela viu o olhar ameaçador dessa gente, me abraçou protetoramente... Em seus peitos! NÃÃÃÃO! MAS QUE DROGA ROGUE! EM QUALQUER LUGAR EM QUE VOCÊ PODERIA SE METER, JUSTO NESSE LUGAR CONFORTAVELMENTE MACIO!? PELAMOR. DE. SKIADRUM. PARA. COM. ISSO. O. MEU. CORAÇÃO. VAI...! 

— Por que vocês estão perseguindo esse coelho? -ela perguntou. 

— Esse coelho negro é símbolo do infortúnio. Nos entregue, garota. -falou um homem robusto. 

— Vai fazer o que com ele? -Lucy encarou firme o homem. 

— Vamos matar ele! -exclamou uma mulher. 

— Agora que não entrego mesmo! -falou Lucy em tom indignado. 

— Você não sabe do que está falando garota! Entrega esse coelho! AGORA! 

— NÃO!! O QUE ELE FEZ PARA VOCÊS? -berrou ela, me apertando um pouco, eu a encarei- SÓ PORQUE ELE É NEGRO NÃO SIGNIFICA NADA! ESSE COELHO É MEU! MEU! ENTENDERAM!? DEVIAM FICAR COM VERGONHA DE FICAR PERSEGUINDO UM COELHO SÓ POR SUPERSTIÇÕES IDIOTAS! 

— Mas... -ele começou, mas assustado pelo tom da garota, não posso dizer que eu não fiquei surpreso... 

— MAS NADA! PASSAR BEM! 

E saiu ela caminhando comigo no colo, pisando pesado no chão. 

Depois de um tempo, ela falou comigo. 

— Sabe, eu menti que você é meu, mas você me perdoa, certo? -riu ela- Mas é um absurdo que eles queriam te matar só por causa da sua cor! Coelhos dão sorte, não é? -os olhos dela cintilaram sonhadoras- Quem sabe com você não ganhe na loteria? -ela riu e comentou- Não se preocupe, eu sou diferente deles e passei a gostar um pouco da cor negra, nem sempre elas são ruins. 

Ela me ergueu me obrigando a olhar nos olhos dela, Lucy sorria. 

— Você me lembra um pouco com a pessoa que me ensinou isso, ele tem os mesmos olhos vermelhos e tem cabelo negro. -ela ergueu o rosto, vendo o céu, ainda não estava escuro, mas a loira via algo, como se conseguisse ver um céu que o sol escondia- Sabia que as estrelas são bonitas porque a noite existe? Ele me disse que eu sou uma estrela e isso me deixou muito feliz. Senti que as coisas finalmente poderiam voltar a caminhar pro lado contrário das coisas ruins que estão acontecendo comigo. 

Eu corei. Ela está falando de mim!? GRAÇAS À MÃE NATUREZA QUE IMPEDE DE MOSTRAR QUE COELHOS ESTÃO CORADOS! 

Ela voltou a me abraçar... Eu acho que... Não é tão ruim em ter me transformado em coelho.


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