Caminhantes escrita por Serin Chevraski


Capítulo 8
Flores, por favor, me ajude a ver embaixo da máscara




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Laxus POV 

Lucy está demorando para chegar aqui. Será que ela não está conseguindo pegar o ladrão? 

Mas logo vejo a loira aparecer. Minha nossa, já é quase de noite! Bom, que seja. Mas espera, tem algo errado, a Lucy está vindo com o Loki, mas ela está... Chorando? Por quê? No momento em que eles chegam, Loki desaparece e o ladrão que mandei Lucy pegar cai com tudo no chão. 

— Aaai! Eu... Aonde estou? -ele grita confuso acordando. 

— Bom policial, esse é o último que pegamos. -falei para um senhor ao meu lado, sim, o ponto de encontro é na frente da delegacia. O policial sorri e fala: 

— Obrigado pelos seus esforços! Podem ir agora. 

Eu me afastei do policial que pegava o cara da capa vermelha. 

— Vamos ladrão da capa vermelha, você tem muito o que explicar. -foi ele falando. 

Eu segui a rua acima e dei uma olhada para trás para ver se Lucy vinha junto. Ela está aqui, mas chorava um pouco. Sério, por quê? 

— Por que raios está chorando garota? -perguntei por fim. Ela limpou as lágrimas e sorriu. 

— Desculpa Laxus, não é nada. -ela ficou um pouco silenciosa, eu dei de ombros, mas logo a loira ergueu uma voz mais animada e confusa- Ué Laxus? Não precisamos fazer a ronda? 

Lucy percebeu que voltávamos para o hotel. 

— Não, nossa ronda era de tarde, agora vai ter um outro grupo de magos para a ronda de noite. Vamos poder descansar, porque já fomos dispensados. 

— Humm... Ei La... Laxus? Você sabe algo sobre a árvore La’Moon Gi? 

Que pergunta repentina é essa? 

— Bom, -acabei decidindo responder- Sei que é milenar. Ela tem algum tipo de história de amantes, por isso, a cada cinquenta anos quando ela desabrocha, vem casais de toda Fiore para assistir. Acontece todo um festival cultural. Sem falar na magia peculiar das flores, elas tem o poder de dar a coragem de dizer algo que você realmente gostaria de falar, mas não consegue. E elas só funcionam quando você a segura... Se tornou muito popular os casais gostarem de vir para este festival por causa desses fatores românticos. 

— Hummm... 

Ela me pareceu pensativa. Mas isso não tem nada a ver comigo.  

Chegamos no pé do hotel em que estamos hospedados. Lucy ficou meio nervosa olhando de um lado pro outro, parece que já tinham limpado toda a poça de água. Ela suspirou aliviada. 

Subimos as escadas, antes que Lucy pudesse entrar no quarto dela, eu falei e ela tomou um susto: 

— Quando terminar de fazer o que tem que fazer, venha pro meu quarto. Tenho algo para perguntar. 

— T... Tudo bem. 

Eu entrei no meu quarto e me sentei em uma cadeira de madeira. Fiquei um tanto nervoso, mas tenho que perguntar sobre aquilo. Eu preciso saber. 

Não demorou muito para Lucy aparecer batendo no meu quarto. 

— Entre. 

Ela abriu e fez cara de ter lembrado alguma coisa. 

— Ah! Espera um pouco Laxus! -ela se virou, pegou suas chaves, chamou Loki e aquele espírito rosa que vive pedido desculpas- Quando vocês conseguirem ver o desabrochar das flores, só precisam fechar o portão, ok? 

— Sim, obrigado Lucy. Desculpa pelo meu pedido. -falou Loki. 

— D... Desculpa... -a espirito que não sei o nome se remexeu meio medrosa. 

— Não se preocupem comigo, vão e se divirtam. -Lucy sorriu. 

Os dois espíritos saíram e Lucy entrou, me olhando.  

— Senta. -falei. 

Ela se sentou e ficamos assim por um tempo. 

— Laxus... Eu preciso saber, por quê me chamou para vir com você? Por que me chamou para vir aqui? 

— Olhe pela janela. 

Lucy POV 

Eu olhei para a janela. Mas que visão fantástica! Toda Florea estava escura e as pocas luzes da cidade estavam se apagando, consegui ver o brilho de milhares de pontos azuis fluorescentes na maior árvore que se erguia no centro da cidade. 

E aos poucos, o silencio se fez, todos admiravam La’Moon Gi. Tudo que era luz eram apenas as estrelas, a lua cheia e pontos azuis da grande árvore. Minha boca se abriu num esplendido O ao ver as luzes se expandindo, estavam desabrochando. 

Fiquei maravilhada. A árvore estava longe, mesmo assim conseguia ver essa magia tão claramente. Meus olhos marejaram de novo. Com a abertura dos botões azuis, um aroma doce passou a se deslizar por toda a cidade, o silencio foi se quebrando com os gritos admirados e suspiros emocionados. O cheiro trazia uma sensação de calor e conforto. Uma calma inigualável, como se na colina de sangue e espadas, morresse a guerra e as plantas gentis brotassem guardando o rancor abaixo de suas raízes, mostrado que ali, a inimizade não tinha mais sentido. 

A porta do quarto de Laxus bateu, vi a figura o loiro ir até a porta, no escuro mesmo. Um homem apareceu. 

— É a minha encomenda? -perguntou Laxus. 

— Sim. 

Ele pagou, escutei o som de moedas, então vi um feixe azul passando para a mão de Laxus. Ele fechou a mão em cima do feixe e bateu a porta. Eu o observei e ele se aproximou de mim. Laxus suspirou fundo e me encarou. 

— Agora a minha pergunta, Lucy. O... O que foi que Mirajeene disse no final? 

Eu tomei um susto. Então esse momento chegou... Mira... A doce Mira, depois da tragédia foi quado começou com a onda de depressão e as coisas ruins para mim começaram a caminhar. 

— P... Primeiro, eu preciso saber Laxus... Por que você quer saber? 

Ele me olhou e respirou fundo. 

— Porque eu sempre amei Mirajeene. Por favor Lucy, eu preciso saber. 

Eu o encarei surpreso, então sorri. 

— Antes de Mira... -minha voz falhou, respirei fundo- Antes... A Mira falou... “Lucy, não se culpe Lucy. Você fez o que achou certo e não te culpo... Mas eu tenho apenas um arrependimento... Foi não dizer para o Laxus que eu o amo...” 

Laxus me encarou, então vi os olhos dele marejarem, mesmo com a pouca claridade que entrava pela janela. Eu sempre tive um pouco de medo dele, então nunca vi esse lado. Fiquei realmente surpresa, mas isso não evitou que eu começasse a chorar. 

— Por que não me disse antes, Lucy? -ele perguntou. 

— Eu... Tinha medo de falar algo... M... Mas eu juro, essa é a primeira vez que falo disso para alguém, muitos me perguntaram isso, mas sempre pensei que não poderia falar... 

— E por que eu? Por que resolveu contar para mim? Percebi que você tem medo de mim e o pessoal da guilda não tem uma grande confiança sobre minha pessoa. 

— Eu... Não sei. -dei um sorriso- Vai me culpar? 

— Não. -ele sorriu também- Eu precisei te arrastar até aqui para perguntar, usando a árvore mágica, não estou em posição de te julgar. Estamos na mesma Lucy, com medo de tocar no assunto porque amamos Mirajeene. 

Foi só então, percebi que Laxus tinha uma cara de malvado, mas isso não passava de uma máscara, ele na verdade era gentil e amava como todo mortal. Então esse é você Laxus, a sua alma é dessa cor. 

— Laxus, Mira sempre teve medo de dizer que te amava porque tinha receio de levar um fora de você... Mas eu penso que ela se apaixonou por uma pessoa muito boa. 

— Você me considera bom? -ele parecia surpreso. Assenti com a cabeça. 

— Mirajeene tem a sorte de se apaixonar por quem pode correspondê-la, não acha isso maravilhoso? 

Laxus me encarou por uns minutos, eu e ele chorávamos, então o loiro sorriu. 

— Sim, obrigado Lucy. Eu amo a Mira, desde e para sempre.


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