Caminhantes escrita por Serin Chevraski


Capítulo 25
Lucy toma a decisão e faz uma promessa




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Levy POV  

— Lu-chan não apareceu mesmo... -suspirei falando comigo mesma. 

Anoiteceu e eu fui pegando o caminho para Fairy Hills. Estive me lembrando dos acontecimentos de ontem, quando Laxus lutou contra Natsu... E hoje quando a loira nem deu as caras. 

— Lu-chan... Aonde você foi? Depois daquela briga com o Natsu... 

Parei de caminhar, fechei o punho. 

— Lu-chan é minha amiga! Amiga de Levy McGarden! -dei meia volta no calcanhar e parti em direção ao apartamento de Lucy- É agora que tiro isso a limpo. 

Esta escuro, já anoiteceu completamente... Calma Levy... Está tudo bem... Não existem fantasmas ou algo assim... 

Passava por uma rua quase silenciosa, aonde tinha um casal romântico fazendo uma caminhada noturna também. 

— Ain amor, você bebeu muito. -falou a mulher em tom divertido. 

— Hmmm... Você é tão linda... Essa. Noite. Vamos. Nos. Divertir. Muito. -riu o homem num sorriso safado. 

— Aaaihn... Para amor, estão nos vendo... -sim, eu estou aqui, poderiam parar com a safadeza? Pensei comigo, corando. 

— Tem ninguém aqui... -disse ele beijando o lóbulo da orelha da mulher enquanto caminhavam. OI? SÃO CEGOS? EU ESTOU AQUI! 

Graças a deus eles passaram pela rua e a voz dos dois sumiram.  

Ficou tudo silencioso... Meio assustador. E das sombras, uma mão apareceu por trás tampou minha boca. 

— HN!? -exclamei em susto. 

Sonífero!? 

Minha cabeça fica zonza. Não... Não consigo usar minha magia... Nem revidar ou me debater... 

Vejo um rosto desconhecido de um homem mal cheiroso. 

— Não se preocupe garotinha, não é sonífero, é um paralisante modificado, não vai perder a consciência. 

— O... O quê você...? -murmurei com dificuldade. 

— Eu quero ver os seus olhos cheios de desespero. -respondeu ele com um sorriso psicopata.  

Ai meu deus! Socorro! Mas que droga Levy! Por quê foi em uma rua vazia assim? Droga! Droga! DROGA! VOCÊ ESTÁ MUITO FERRADA LEVY! 

O homem me colocou no chão do beco e ficou alisando as minhas pernas, ele se colocou sobre mim. Senti repulsa. Desespero. Por favor, deus, alguém! Socorro... 

O homem sorriu. 

— Isso, esse olhar que eu queria ver. 

— Cretino... louco... -sussurrei entre os dentes. Mandei meus braços se moverem, mas não adiantava de nada, meu corpo tinha virado um pedaço de carne inútil que só sabia tremular levemente. 

Senti um beijo no meu pescoço, fechei meus olhos desejando que fosse apenas um pesadelo. Meu corpo não responde. Estou com medo... Alguém... 

De repente não senti mas toque nenhum, o homem não estava mais sobre mim. Escutei gritos.  

— O QUE FEZ COM ELA!? -berrou uma voz zangada. 

— NÃO... POR FAVOR! ELA ESTÁ SÓ ATORDOADA! -a voz do homem que me atacou era apavorada. 

— O ANTIDOTO! CADÊ O MALDITO ANTÍDOTO!? 

— NO BOLSO! POR FAVOR! 

Lentamente abri os olhos. Um moreno alto de cabelos longos estava socando o homem repulsivo num canto mais afastado do beco escuro, até que o homem que me atacou ficou imóvel no chão. 

— G... Gajeel!? -falei surpresa ao ver meu salvador. 

O Dragon Slayer se levantou e me olhou com suas orbes escarlate, em uma feição séria. Ele segurava algo que não distingui o que era pela falta de luz. O moreno se aproximou de mim e me encarou... Bravo!? Zangado? 

— Baixinha estúpida! O que pensou em fazer se eu não aparecesse!? 

— Cala... A... Boca... Gajeel... Idi... -grasnei com dificuldade. 

— Idiota o caramba! -Rugiu. Me assustei, Gajeel sempre foi assim de se irritar?- Sua estúpida. 

— V... Você matou... -lancei um olhar vacilante pro cara no chão. 

— Não, está só desacordado. Não sou assassino, baixinha idiota. 

Ele se abaixou e mostrou o que segurava, um pequeno frasco azul, me sentou de forma que eu pudesse beber. 

— É o antidoto, vê se toma tudo -ordenou. 

Assenti e bebi, senti meu corpo formigar e aquecer aos poucos, o movimento dos meus dedos e meus braços voltavam lentamente. 

— Você está bem? -ele perguntou preocupado. Corei um pouco e respondi olhando para o chão. 

— Sim... Obrigada... 

— Pelo menos está mais educada. -riu ele. Inflei as bochechas avermelhadas e me levantei- Aonde vai? 

— No apartamento da Lucy. -respondi, Gajeel se levantou e começou a me seguir. 

— Tem certeza que está bem? -ele perguntou.  

Eu estava com medo um segundo atrás. Mas por que será? Sinto que isso não importa mais... Será que é porque esse cara veio me salvar? AAAH! QUE COISA VERGONHOSA ESTÁ PENSANDO MCGARDEN!? 

Minhas pernas estão bambas ainda, mas virei os calcanhares brutalmente, senti que meu rosto estava queimando. 

— Para de me seguir Gajeel idiota! Eu estou bem! -minhas pernas falharam, ia ter um encontro lindo com o chão, então o Dragon Slayer me segurou com um de seus braços definidos. Pude sentir o quanto seus músculos eram firmes. Meu coração bateu forte. 

— Opa! Não parece isso para mim. Gehee. -sorriu ele e eu corei mais ainda- Vamos, eu vou junto. 

— Mas eu não preciso da sua aju... -estava teimando ainda nos braços dele, como odeio quando meu coração acelera assim! Maldito Gajeel idiota. 

— Calada baixinha, quer ser atacada de novo!? -ele arqueou uma sobrancelha, sorriu. Eu o empurrei para me soltar e continuei a caminhar, o Dragon Slayer me seguia e eu continuava corada. 

— Não conte para a Lu-chan... Sobre... Isso... Que eu fui atacada... -murmurei meio constrangida. 

— Por quê!? -não compreendeu. 

— Eu não quero que ela fique preocupada! -respondi- Lu-chan já tem problemas demais... 

— Entendi, entendi. Não vou poder contar como eu heroicamente te salvei, mas entendi, isso é um segredo nosso, assim está bom? -perguntou sorrindo, eu senti meu coração vibrar e desviei o olhar. 

— Sim... Obrigada Gajeel... 

— Quê!? Pode falar mais alto? -ele colocou a mão no ouvido. Esse fingido! 

— Não finja que não escutou Gajeel idiota! Sei que você e seus ouvidos de Dragon Slayer escutam conversas até do outro lado da Fiore! -exclamei. 

— Calma. -riu ele- Estava brincando. 

Gajeel está de bom humor mais uma vez, sorrindo. Tiveram mais alguns segundos silenciosos. 

— ... Onde está Lily? -estranhei, sei como Gajeel adora o exceed dele, estranho não estarem juntos. 

— Ele está em casa, fazendo o jantar. Eu tive que sair para comprar umas bebidas e senti o seu cheiro. -deu ele de ombros, eu fiquei imaginando Lily na sua forma de grande cozinhando. Como será que é comida de exceed? Na verdade é quase impossível imaginar Lily cozinhando. 

— Lily vai ficar preocupado se não voltar logo. -falei. 

— Hum... Ele aguenta, você está indo ver Bunny Girl, então vou junto. Eu quero saber o que acontece com ela também. 

Dei um sorriso. Gajeel está virando um cara que se importa com seus companheiros, comparado com o Gajeel da Phantom, ele mudou muito. Acho que eu nunca imaginaria que o Gajeel, o cara que me prendeu na árvore como exposição, seria meu salvador um dia. É como se o primeiro dia em que o conheci fosse um sonho bem antigo. 

— Qual a graça baixinha? 

— Está mudado Gajeel. Isso é muito bom, fico feliz que está ficando um cara diferente, digo, de forma positiva, é claro. 

Ele me olhou surpreso, com olhos arregalados. Sorriu meio... Espera... Ele está meio corado? Está escuro, então não sei. 

— Pois é, baixinha, para você ver. Essa guilda tem gente que faz você mudar. 

— Sim. O mundo deu suas voltas Gajeel idiota. -sorri. 

Chegamos no apartamento de Lucy e para meu alivio, a luz estava ligada. 

— Parece que Bunny Girl está em casa -observou o Dragon Slayer em bom humor, cruzando os braços. 

Eu corri em disparada, Gajeel vinha em meu encalço. Bati na porta e a loira a abriu, dei um sorriso gigantesco. A abracei. 

— LU-CHAN! -eu estava realmente preocupada, ela me olhou surpresa e sorriu para mim, me abraçando de volta. 

— Que isso Levy-chan? 

— Você ficou sumida por um dia todo! Sua louca! -exclamei dramática. 

— Ha ha, desculpa se preocupei vocês -eu me soltei dela e Lucy olhou para o cara atrás de mim- Oi Gajeel. Bom, entrem. 

Eu olhei para Gajeel e ele assentiu com a cabeça. Entramos. Sentamos no sofá e encarei Lucy profundamente. 

— O... O que foi Levy-chan? Me encarando assim... 

— Lu-chan, fala a verdade, o que está acontecendo? Wendy falou que te contou sobre alguma coisa, o que é que ela te contou? 

Ela me olhou surpresa e sua feição ficou triste. 

— Levy-chan... Eu não... Não tem nada... 

— Conta outra Bunny Girl. -cortou Gajeel- A baixinha aqui está preocupada com você, não somos amigos? Pelo menos tenha alguma consideração pela baixinha! 

— Gajeel! -exclamei indignada, Lucy esfregou as mãos nervosa. 

— Não Levy-chan, Gajeel está certo, está na hora de contar... Na verdade, Wendy me contou sobre algumas visões da Charles. 

Meu coração bateu rápido. 

— O que é Lu-chan? 

— Charles teve uma visão com Zeref e comigo, que em um lugar com terras vermelhas e ossos gigantes, eu chorava e Zeref ia me atacar. 

— Como é!? -exclamamos eu e Gajeel. 

— Mas isso é urgente! -falei. 

— Bunny Girl, por que ficou calada? -questionou o moreno. 

— É que aconteceu tanta coisa... Tudo de uma vez... Que não sabia o que fazer primeiro... -declarou ela. Eu a encarei, Lucy pareceu estar com tanta dor... Eu me debrucei para frente e segurei nas mãos dela, vi sombra em seus olhos, eu sorri para tranquilizá-la. 

— Somos amigas Lu-chan, sabe que pode contar sempre comigo. 

— Levy-chan... -ela sorriu- Obrigada. 

Gajeel POV 

Olhei para Bunny Girl, não é só isso, tenho certeza. 

— Tem mais o quê Bunny Girl? Sei que tem mais coisa te perturbando. 

Bunny Girl engoliu seco, a baixinha me fuzilou com os olhos, mas a loira resolveu abrir a boca. 

— É o Natsu... Eu... Não aguento mais ficar perto dele... -ela pareceu aliviar por poder dizer isso a alguém. 

— O Natsu? -perguntou a baixinha- O que houve dessa vez? 

O foguinho, huh? Bunny Girl anda muito... Misteriosa ultimamente, depois do caso da Albina Maior, muita gente já perguntou sobre, mas passou a se tornar tão comum não termos respostas que paramos de perguntar ao ver os olhos dolorosos dela... Depois no namoro do foguinho e a albina menor, pareceu que tínhamos feito um pacto silencioso em não comentar... 

— Nada Levy-chan... Apenas... Não aguento mais ficar perto dele, e Lisanna deve estar sofrendo muito também... -ela olhou para os olhos da baixinha- Imagina uma outra garota se aproximar assim do seu marido! Eu tenho... Levy-chan, eu tomei uma decisão. 

— L... Lu-chan!? O quê... -a voz da baixinha saiu trêmula. 

— Estou saindo da Fairy Tail -falou firme. 

Ficamos em silêncio, até eu fiquei surpreso. Escutei direito!? Bunny Girl falou isso mesmo? 

— Lu-chan... O que... Por quê...!? -o som da sua voz era de incompreensão e um pouco desesperado. 

— Levy-chan, não me impeça, por favor -a maga celestial sorriu triste- Eu preciso que pelo menos você me apoie, porque somos amigas, certo? 

A baixinha encarou a loira com os olhos marejados. 

— Não Lu-chan! Por favor, não saia da nossa guilda! LU-CHAN! -insistiu. 

— Levy-chan, eu... Preciso de tempo... Sei que tem os problemas com Zeref por causa dessa visão da Charles, mas eu apenas não aguento mais... -a loira estava com os olhos marejados também. 

— N... Não Lu-chan... -balançou ela a cabeça, frenética. 

— Não é um adeus para sempre, somos uma família... Eu não aguentaria dizer adeus... -Lucy respirou fundo, Levy escutava cada palavra om atenção- Preciso de um tempo para entender meus sentimentos, eu... Pretendo ir para a Sabertooth, talvez... Rogue Cheney faça alguma diferença, talvez possa mudar algo. 

A baixinha a encarou, em seus olhos eram óbvios que sofria e não queria que sua amiga se fosse. Mas então a azulada sorriu, chorava e falou com a voz trêmula e falha: 

— Somos amigas... Lu-chan, se diz que não será um adeus, eu confio em você... Vai voltar para a Fairy Tail um dia, certo? Para nós, para a sua família? 

As duas se abraçaram, até eu senti uma lágrima no meu olho. 

— É uma promessa Levy-chan.


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