Na limousine, o silêncio reinava. Yuna ainda estava com as bochechas rosadas devido a adrenalina. Ainda conseguia sentir o gosto, o prazer... Ela ainda se lembrava.

Yuna sentindo as presas de Reiji perfurarem sua pele um pouco mais para baixo da mordida anterior gemeu novamente. Seu corpo estava quente.

— Ah! Reiji-kun! N-não vou aguentar... 

Ela sentiu o sorriso sarcástico de Reiji em sua pele avermelhada devido a força dos chupões. Yuna sentiu seu estômago embrulhar em um nós perfeito, foi quando ela percebeu o quanto estava com fome. Seu lábio inferior já estava sendo perfurado, finas gotas de sangue escorriam até seu queixo descendo para o pescoço. Suas presas já estavam para fora, prontas para perfurar a pele.

— Você me quer, não é? - Murmurou Reiji convencido de que a resposta seria sim, ele lambeu no local da mordida para que não escorresse sangue. Reiji subiu o olhar encontrando os olhos vermelhos de Yuna e abriu um pequeno sorriso vendo o quanto estava certo, desceu para o pescoço da menina e mordeu no mesmo local.

Yuna já não aguentava mais. Com falta de ar ela escancarou a boca e mordeu a nuca de Reiji com força. A mão livre de Reiji apertou a fina cintura de Yuna com força a fazendo soltar um curto gemido de prazer. Já faz anos... Que eu não bebo sangue... Pensou Yuna sentindo o delicioso gosto doce misturado com ferro. Yuna já sabia, já tinha conhecimento deste sabor, ela já bebeu o sangue de Reiji.

Quando finalmente se separaram, ambos estavam ofegantes. Dentre olhares, eles sorriram um para o outro, um sorriso apaixonado.

Yuna mordeu o lábio inferior lembrando-se do quanto foi bom estar naquela biblioteca. Sentia saudades de ser mordida, e de morder.

Reiji estava sentado ao seu lado, lendo um dos livros que havia pego na biblioteca, ele estava sério e concentrado. Yuna por outro lado, estava desesperada, não sabia mais como reagir. Quando éramos crianças tudo bem, afinal, éramos crianças e fazíamos coisas sem pensar... Nos mordíamos praticamente o tempo todo porque achávamos legal... Mas agora que todos nós crescemos, é diferente... Nossa mente é diferente... E para mim, morder alguém é uma coisa pessoal...

— Até que enfim chegamos! - Exclamou Ayato já fora da limousine se espreguiçando, isto interrompeu os pensamentos da loura. 

— Vai ficar aí por quanto tempo, Bitch-chan? - Perguntou Laito oferecendo sua mão, a loura deu uma olhava em volta, não havia mais ninguém ali a não ser ela e Laito. Aceitando a mão estendida de Laito ela sorriu.

— Arigato, Laito-kun. - Ele sorriu, o mesmo sorriso sádico de sempre.

Ambos saíram da limousine de mãos dadas, não havia mais ninguém além de ambos ali fora. Até mesmo Reiji não está aqui... Suspirou a garota desanimada.

— Aconteceu algo, Bitch-chan? Você está pálida... - A loura sorriu para o adolescente.

— Não, está tudo bem. Só estou cansada. - Laito apertou com um pouco mais de força a pequena mão de Yuna.

— Deve ter sido o esforço da prova. É cansativo fazer uma prova deste nível. - Yuna assentiu sem jeito se sentia mal por estar mentindo, mas não queria falar o que havia acontecido na biblioteca. - Venha, irei te levar para o seu quarto.

Ela não disse nada, apenas aceitou e deixou ser levada por Laito. A mansão estava completamente silenciosa, por isso, dava para escutar os passos de ambos ecoando pelo corredor inteiro, do começo ao fim.

Laito abriu a porta do quarto de Yuna, sorrindo para ela a deixou entrar primeiro.

— Primeiro as damas.

Yuna não perdeu tempo e foi direto para a cama deixando-se cair nela. Laito riu da reação da amiga, entrou no quarto fechando a porta atrás de si e se jogou na cama da loura sem pedir permissão.

— É falta de educação deitar-se na cama de uma dama sem a sua permissão. - Murmurou Yuna com sarcasmo.

— Deverei pedir permissão neste caso? - Continuou Laito curioso para saber até onde esta conversa o levaria. Yuna riu.

— Você não vai me pedir permissão. - Yuna gargalhou alto e enfim olhou para Laito ao seu lado, grata por ter alguém para ajuda-la a esquecer de Reiji. Laito sorria para ela.

Yuna se aproximou mais do garoto se ajeitando nos braços fortes, quentes e reconfortantes. Embora o corpo de um vampiro ser frio, Yuna conseguia encontrar o calor reconfortante nos corpos de seus amados.

Ela suspirou agradecida.

— Lembra-se de quando nós ficávamos assim? - Perguntou Laito levando uma de suas mãos a nuca da loura. - Não tinham tempo para mim, mas você tinha. Gostava de me abraçar... Então ficávamos assim por muito tempo...

Yuna ao lembrar-se de quando ambos eram crianças sorriu e enterrou a cabeça nas roupas de Laito.

— Naquela época o seu cabelo era puxado para o vermelho. - E riu. - E eu te chamava de ruivinho. - Laito riu pegando uma mexa do cabelo louro de Yuna suspirando, ela sentiu que Laito queria falar algo.

— Naquela época o seu cabelo era castanho...

Yuna se sentiu mal, mesmo não tendo culpa do tom de seu cabelo, com o tempo ele foi mudando. Provavelmente genética... Pensou a garota triste, afinal, não conhecia seus pais.

Yuna se esticou um pouco e deu-lhe um selinho nos lábios de Laito, o surpreendendo. Com os olhos verdes arregalados Yuna riu da expressão do companheiro.

— Você sabe que eu continuo te amando mesmo não gostando do meu cabelo, né? - Ela sorriu para Laito que abriu um enorme sorriso sádico.

— Oh... Não sabia que se sentia assim, Bitch-chan. - A voz macia de Laito mudou para uma sensual e persuasiva. 

— Laito-kun?

Em um piscar de olhos Laito ficou em cima da loura, prendendo seus braços acima da cabeça. Ele sorria sádico. Yuna estava surpresa, não sabia o quanto Laito havia mudado, mas agora sabe, e também sabe que é perigoso. Yuna esperniava em baixo do garoto mas ele parecia nem sentir.

— O que está fazendo? - Perguntou Yuna desesperada.

— Eu estou apenas marcando meu território. - Respondeu ele sedutor fazendo Yuna mordeu o lábio inferior. - Agora... - O garoto se aproximou mais do rosto pálido de Yuna, com os lábios quase se tocando, ele sussurrou. - Amo ver a sua expressão de espanto, Bitch-chan.

E a beijou com vontade. Yuna gemia durante o beijo forçado, porém, ela queria aquilo, de alguma forma, ela queria muito. Parecia que aquele desejo já estava ali ah muitos anos, adormecido no funda da mente, mas agora esse desejo despertou, com força total.

— Gostou da camisola? - Perguntou ele se afastando um pouco mais, apenas o suficiente para ver os olhos vermelhos semi-abertos de Yuna. - Eu mesmo a vesti. - E voltou a beijar os lábios doces da loura.

Com o desejo martelando a mente de Yuna para que a mesma correspondesse com desejo o beijo de Laito, ela tentava se soltar, mas era impossível, Laito é mais forte que ela. Desistindo, sentindo Laito morder seu lábio inferior com força o suficiente para tirar seu sangue, ela se rendeu.

Aceitou beijá-lo, aceitou a língua de Laito vasculhar cada canto de sua boca. Se rendeu completamente.

— Assim é melhor... - Murmurou ele se afastando da amiga. - Porém chato. - Laito sentou-se no quadril de Yuna soltando seus pulsos. - Por que fez isso?

Yuna sorriu.

— Por causa disso.

Agarrou o rosto de Laito o puxando para baixo e o beijou com força e desejo. Ele desceu o beijo para o seu pescoço, Yuna suspirava de prazer.

— Continue Laito-kun... - Sussurrou ela sem folego.