Arranjed Marriage escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 4
Eu Odeio Charles Perrault


Notas iniciais do capítulo

Oi, amigos! :3
Bem. Esse cap foi inteiramente escrito por mim, já que a Luna pode acabar sumindo por um tempo porque está passando por uns problemas pessoais em casa. Então eu postei esse cap para vocês porque pode ser que o próximo demore!
Em compensação, o cap está grandinho! :3
E o Nico é muito sexy! :3 ~frase totalmente aleatória, mas que diz muitas verdades~
Bem, fiquem com o cap!
P.O.V da Lia!
Enjoy it! ;)
~Tia Ally



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Thalia

 

Eu. Odeio. A. Biblioteca. Da. Annabeth.

Mais precisamente, eu odeio Charles Perrault. Amaldiçoo o dia em que aquele escritor maldito nasceu. Na verdade, amaldiçoo o dia em que ele escreveu Barba Azul.

Sim, Barba Azul. O nobre que, supostamente, era solitário e encontra uma jovem curiosa. Eles se casam e deveriam, supostamente, viver felizes para sempre, certo?

ERRADO!

Quando Barba Azul sai pra viajar pra sei lá onde, ele entrega para a sua curiosa esposa um molho de chaves e ordena para que ela não abra o porão com a pequena chave enferrujada. Adivinhe o que acontece!

Sim! Aquela estúpida abriu a porta! E o que tinha no porão?!

Corpos.

O Cara. Matou. Todas. As. Esposas. E. Escondeu. Os. Corpos. No. Porão.

ISSO É LIVRO QUE SE PEGA PARA LER QUANDO ESTOU PRESTES A CASAR COM UM CARA QUE NÃO CONHEÇO?!

Fechei o livro, sentindo náuseas, e saí da biblioteca de Annabeth (se querem saber, Atena Chase é uma pessoa muito "humilde" e tem uma enorme biblioteca em sua mansão, com todos os tipos de livros). Subi as escadas até seu quarto com o livro em mãos.

Abri a porta do quarto da loira e, sem aviso prévio, golpeei sua cabeça com o livro.

— AI, LOUCA! – Exclamou. – Por que me bateu?!

— Por que recomendou que eu lesse essa merda?! – Mostrei o livro para Annabeth, que esfregava o ponto onde bati com o livro. – Sua loira maldita! Vai me pagar por isso!

Annabeth viu a capa e riu alto.

— Gostou?

Rosnei e ameacei acertar sua cabeça com o livro novamente.

— Por que sugeriu que eu lesse isso? Pra eu ficar com medo daquele estranho?!

— Tão estranho que você já estava quase entrando na boca dele.

— Exagerada. – Retruquei. – Responde, droga!

Annabeth riu.

— É para o caso de Nico sair numa viagem e entregar a chave do porão pra você.

Arregalei os olhos ao imaginar Nico me entregando a chave do porão ou tentando cortar minha garganta com uma faca.

— Annabeth Chase, vou matar você! – Ameacei acertá-la com o livro novamente, mas o som de Basket Case preencheu o ambiente. Meu celular estava tocando. Peguei o aparelho e atendi sem olhar o nome no visor. Certamente, só poderia ser Leo. – Fala, boy on fire.

Se você quer que eu te faça pegar fogo, Thalia, é só falar.— Uma voz, que certamente não era de Leo, falou do outro lado.

— NICO?! – Exclamei. – Como diabos você conseguiu meu número?!

Nico riu.

Tenho meus métodos, principessa.

MEU. DEUS.

AQUELE. MALDITO. FALA. ITALIANO.

JÁ TÁ ME FAZENDO PEGAR FOGO COM ISSO!

Controle-se, sua imbecil!

Recobrei meus sentidos e respirei fundo.

— Não me chame assim de novo.

Assim como, principessa? – Perguntou de maneira sedutora. Maldito! – Você mesma disse ontem que devemos passar a imagem de casal apaixonado.

Revirei os olhos, mesmo sabendo que ele não estava me vendo.

— O que você quer?

Quero sair.— Ele disse. – Não aguento mais meu pai falando sobre eu ter levado você a um lugar com pessoas de pouco status e blá, blá, blá...

Ri baixo do que ele dissera.

— O que sugere?

Eu estou indo te buscar, querida.— Ele disse. – Ainda está na casa da sua amiga?

— Estou. – Eu já não tinha noção de Annabeth ao meu lado. Apenas me focava na voz de Nico. – Que tal... – Olhei para o relógio na mesa de cabeceira de Annabeth. 12h30min. – Uma e meia?

Perfeito. — Disse. – Esteja linda.

— Eu sou linda, di Angelo.

Ele riu do outro lado da linha, se despedindo educadamente e desligando o telefone. Sorri e encarei Annabeth, que me lançava um olhar malicioso. Revirei os olhos.

— Quer ficar linda, Thalia? – Ela me perguntou. – Cuidado, Thalia... Não abra as portas do porão com a pequena chave enferrujada.

Estremeci outra vez, encarando-a com raiva.

— VAI SE FERRAR, ANNABETH! – Caminhei pisando duro até o banheiro, onde tomei um longo banho, cuidando de toda a minha higiene. Desde depilação até um rápido tratamento para o cabelo, agradecendo mentalmente o fato de o mesmo ser curto, portando, mais simples de lavar, secar e arrumar.

Saí do banheiro e abri o closet de Annabeth, que tinha uma pequena parte com roupas minhas, resultado das diversas noites que passei por lá. Optei por uma regata com a imagem de uma caveira, shorts jeans e uma bota de cano curto. Passei uma sombra escura nos olhos, sem forçar muito, mas optei por destacar meus lábios com um batom vermelho escuro. Sorri ao me olhar no espelho.

— Está um arraso. – Annabeth sorriu, um sorriso que aumentou quando o som da campainha ecoou. – Sua carona chegou.

Sorri e peguei minha jaqueta, olhando-me uma última vez no espelho e sorrindo ao ver como estava linda de morrer. Desci as escadas rapidamente e abri a porta, arregalando os olhos e sorrindo imensamente ao ver Nico parado à porta. Agora vestido como realmente era: camiseta preta da minha banda favorita: Green Day; jeans escuros e uma jaqueta preta de couro para complementar. Estava incrivelmente sexy. Sorri ao ver seus tênis All Star pretos ainda ali.

— Está incrivelmente linda, Srta. Grace. – Ele sorriu.

— Digo o mesmo, Sr. di Angelo. – Devolvi seu sorriso. – Para onde vamos?

Nico estendeu sua mão em minha direção, envolvendo meus ombros quando me aproximei.

— Para um lugar de que você vai gostar. Eu espero.

Sorri, seguindo Nico até seu carro. Encarei-o com um bico.

— Eu realmente não vou poder dirigir?

Nico negou.

— Eu não quero morrer tão cedo, querida. – Ele abriu a porta para que eu entrasse. Depois deu a volta e entrou no carro também, ligando-o.

[...]

— Um parque? – Perguntei, encarando Nico enquanto ele me guiava para dentro do parque. Era como qualquer outro. Crianças corriam de um lado para o outro. Famílias faziam piqueniques. Cães passeavam com seus donos e casais namoravam em bancos de madeira. – Por quê?

Nico sorriu conforme caminhávamos por entre as famílias.

— Dois motivos... – Disse. – O primeiro é que, segundo meu pai, precisamos tornar isso público. As pessoas não podem pensar que esse casamento é arranjado.

— Mas é arranjado. – Justifiquei. Nico revirou os olhos. – Qual o segundo motivo?

Ele sorriu. Tinha um olhar distante.

— Eu costumava vir aqui quando era criança. Com minha mãe e minha irmã mais velha. – Nico suspirou. – Eu caminho por aqui quando me sinto...

— Triste? – Arrisquei. Ele apenas assentiu, recompondo-se rapidamente. – Bem... Fale-me um pouco sobre você. Afinal, vamos nos casar e nem nos conhecemos direito.

Nico riu baixo.

— Bem... Eu nasci em Veneza, na Itália. Toda a minha família por parte de mãe veio de lá. Meu pai nasceu aqui mesmo, mas passou a maior parte da vida por lá. Vim para cá aos dez anos, com meus pais e minha irmã mais velha, Bianca. Aos doze anos, tive minha primeira namorada, Helen. Foi uma coisa infantil até demais. – Ele riu ao lembrar. - Minha segunda e última namorada foi a que tirou minha virgindade.

— Caramba... – Comentei. – Lindo assim e só teve duas namoradas?

Nico riu alto.

— Sou um cara bem reservado. – Comentou. – Sua vez.

— Bem... Minha história não é tão legal quanto a sua, já que eu não nasci na Itália. Nasci por aqui mesmo. Minha mãe era uma atriz famosa que acabou entrando para o mundo do álcool e das drogas. – Quanto às drogas, eu poderia entender o seu lado. Por mais que sejam um veneno horrível, a sensação de relaxamento é quase indispensável. – Ela morreu quando eu tinha doze anos. Eu tenho um irmão mais velho, Jason. Mas ele já está entrando em seu próprio negócio, o que deixou a empresa do meu pai para mim. Meu primeiro e único namorado foi aquele babaca do Luke. – Suspirei. – É isso.

Nico me encarou por um momento em silêncio. Talvez tenha percebido que ainda era difícil falar sobre a minha mãe. Principalmente depois de ver com meus próprios olhos a morte dela. Eu estava no carro quando ele colidiu violentamente. Eu vi o corpo da minha mãe, coberto de sangue. Sentia meu corpo estremecer só de lembrar daquelas imagens. Dos quatro meses em que eu fiquei sem falar absolutamente nada com ninguém. Não me alimentava direito. Graças a deus, aquela época não passava de cicatrizes agora, cicatrizes que ainda doíam, mas que eu podia suportar.

No minuto seguinte, Nico me abraçou com força. E eu me odiei por estar me sentindo totalmente segura naqueles braços fortes. Hesitante, abracei-o de volta, ficando naquela situação por um longo momento. Foi o suficiente para fazer a dor passar.

— Obrigada. – Murmurei quando nos separamos. Ele sorriu levemente. – Mais alguma coisa para falar?

— Só mais uma. – Nico disse. – Sobre a nossa “lua de mel”.  – Ele fez aspas com os dedos. – Não há como não nos casarmos sem ter uma lua de mel após o casamento. Então tenho uma pequena pergunta para você...

Sorri internamente, já fazendo uma lista mental dos lugares que adoraria visitar. Havaí, Grécia, Itália, Alemanha, França, Austrália...

— Pode perguntar...

— Você é virgem?

É O QUÊ?! Encarei Nico no mesmo instante, sem saber se o que estava sentindo era choque ou raiva.

No segundo seguinte, antes que Nico recuasse do meu olhar assassino, comecei a distribuir tapas pelo seu braço.

— A GENTE NEM SE CONHECE DIREITO E VOCÊ JÁ QUER TRANSAR COMIGO?! SEU TARADO! PERVERTIDO! SAFADO! SEM VERGONHA! – Eu pontuava cada apelido “carinhoso” com um tapa ou um soco em seu braço. Nico ainda tentava recuar, sem sucesso. – E EU PENSANDO QUE VOCÊ ERA DIFERENTE! TARADO! TARADO! TARADO!

— Thalia! – Nico segurou meus pulsos num movimento rápido. Tentei me soltar. Ele era mais forte que eu. Maldito!— Eu não estou querendo transar com você! – Defendeu-se. Depois me olhou de cima a baixo. – Apesar de...

Ergui meu joelho, quase acertando seu estômago.

— Calma! – Pediu. – Eu estava brincando! Só queria saber se você era virgem porque, bem... Seria meio estranho você ir virgem e voltar virgem.

— Acha que espalho para todo mundo se sou virgem ou não? – Defendi, relaxando para que Nico soltasse meus pulsos. – E não. Eu não sou virgem, di Angelo.

Nico riu baixo.

— Você é esquentadinha... – Notou.

— Vai se ferrar.

Nico riu alto dessa vez.

— Ok... Desculpe pela pergunta indelicada.

Bufei baixo, mas assenti.

— Desculpe por ter te batido. – Falei contra a minha vontade. Nico deu de ombros, sorrindo levemente. – Alguém viu?

Ele riu outra vez.

— Estamos num local mais afastado do parque. Se alguém viu, só se for um fofoqueiro de plantão ou coisa do tipo.

Sorri levemente.

— Se tiver algum aqui... Ele vai ter que pensar que estamos reconciliados... – Murmurei. Nico sorriu de canto.

— Está arrumando desculpas para me beijar, Grace?

Revirei os olhos.

— Meu deus, di Angelo! Você é muito chato! Não estou arrumando desculpas! Você mesmo disse que... – Nico não me deixou terminar e me beijou. Deuses, quando é que eu vou enjoar desses beijos?!

Nunquinha.

Cale a boca, consciência.

— Você fala demais quando está reclamando, minha querida.

Revirei os olhos, apesar de sorrir. Depois deixei que Nico me guiasse de volta até o carro, agora envolvendo minha cintura.

— Pode me deixar na casa do meu irmão? – Pedi. – Eu te mostro o endereço.

Nico assentiu e ligou o carro.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Acham que a Thalia tem razão em odiar Charles Perrault e seu não tão maravilhoso livro Barba Azul? O que acham que vai acontecer no próximo cap?
Bem amorecos, é isso!
Até os reviews! :3
Bjoks! *3*