A Última Gota escrita por Nina F


Capítulo 6
Capítulo Cinco




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Se meu quarto no trem podia ser considerado grande, o da Capital é algo ainda maior. Cada distrito possui um andar inteiro do Centro de Treinamento apenas para seu uso e nós ficaremos confinados aqui até irmos para a arena, depois de três dias de treinamento e da entrevista final.

Não percebo o quanto o dia inteiro de preparação e o desfile me deixaram exausto, até que Megara me leva ao meu quarto e eu posso finalmente pensar na possibilidade de dormir um pouco. Porém ela deixa bastante explícito que devo estar na sala de jantar em vinte minutos, o que acaba me levando diretamente ao chuveiro. Tomo uma ducha fria e rápida, antes de me dirigir ao armário de roupas que me será útil por três dias, mas me supriria por uma vida. A mobília cara, a cama que comportaria três pessoas facilmente, as janelas que ocupam quase toda a parede de fundo, e tudo com certeza automatizado. O conjunto é um pouco diferente do que me lembro, o que me faz questionar se ocupo ou não o mesmo quarto de um ano atrás.

Ainda que eu queira apenas me deitar e dormir até a manhã seguinte, calço os sapatos e me obrigo a deixar o quarto em direção à sala de jantar. Estão todos presentes, rindo e conversando alto, certamente sob um ligeiro efeito da bebida que têm em suas taças. Um avox prontamente me oferece uma e, logo no primeiro no gole, reconheço o liquido espumante e quente como sendo champanhe. Enobaria é quem primeiro me nota, gesticulando para que eu me junte a eles na varanda com vista para a Capital.

— Dá para se ouvir a algazarra de vocês do outro lado do andar, - reclamo, ainda que com um tom de riso na voz – qual o motivo para isso tudo?

— Ah, o motivo! – Megara suspira com dramaticidade, me puxando para mais perto. – Adivinhe só? Victor, Mars e eu checamos algumas fontes especiais e, realmente, você e Violet são os favoritos até agora!

— E os considerados mais atraentes aos olhos dos patrocinadores! – Mars completa.

A notícia me deixa mais ligado de imediato. Caso eu mantenha o posto, estarei bem abastecido na arena. Os patrocinadores milionários daqui sempre querem ter a honra de apostar no favorito para, mais tarde, poderem se gabar de terem escolhido o vitorioso.

— Isso quer dizer que realmente fomos bem durante a cerimônia de abertura, não é? – pergunta Violet, recostada contra o balcão logo ao lado de Enobaria. – Por um momento fiquei com medo de que algum outro distrito fosse melhor.

— Se foram? – Victor ri alto. – Vocês dois foram o auge daquilo! Estavam vestidos de forma simples, mas absolutamente arrebatadora.

— E as pessoas adoraram o gesto de vocês, a coisa de unir as mãos. – concorda Enoabria.

— A ideia foi toda do Cato. – Violet justifica para então secar sua taça com um leve sorriso.

Eu apenas dou de ombros, bebendo um pouco mais também.

— Achei que eles iriam gostar. União entre tributos tem estado em alta ultimamente.

 Meu tom de voz acaba transmitindo mais ironia e amargura do que eu pretendia, mas não é como se eu conseguisse refrear. Brutus é quem consegue sentir meu desconforto e então rapidamente muda de assunto.

— Se querem saber de algo, acho que esses dois merecem um brinde.

Há um murmúrio geral em apoio e nós erguemos nossas taças logo após eles serem cheias novamente. Megara olha de mim para Violet, sorrindo genuinamente.

— Aos nossos tributos, Cato e Violet, e que um deles tenha um destino glorioso pela frente!

Nós tilintamos nossas taças e bebemos. Meus mentores parecem muito satisfeitos e os estilistas e Megara estão transbordando em excitação, mas, quando olho para ela, os olhos dourados já estão em mim. É claro que Violet desvia o olhar, mas não rápido o bastante para que eu não a note.

E mais uma vez eu não soube interpretá-la.

A mesa do jantar finalmente fica pronta e nós podemos nos sentar e comer. Massa com uma pasta rosada, carne vermelha com uma cobertura de queijo cortada em fatias finas e molho de framboesas, tudo regado a mais champanhe. É um banquete poderoso e garanto que metade de nós terá uma bela ressaca de manhã. Enquanto os avox ficam ao redor da mesa tomando o cuidado de manter nossos pratos e taças cheios, a conversa se mantém em nossa entrevista daqui a quatro dias e em como o público adora a mim e a Violet, até que Brutus entra no assunto da arena.

— Então, não conversamos apropriadamente no trem ontem, mas precisamos falar sobre vocês dois. – ele começa, embora seu olhar severo esteja direcionado apenas à Violet, no lugar ao meu lado. – Você disse que recebeu treinamento particular, não é mesmo, Violet?

Ela leva o guardanapo aos lábios antes de relaxar em sua cadeira, assentindo.

— É como eu disse, meu pai é Pacificador, quase nunca está em casa, minha mãe não sabe absolutamente nada sobre luta e armas. A solução foi me colocar no Centro.

Brutus e Enobaria se entreolham discretamente antes que ela pressione ainda mais.

— Quem te treinou? – Enobaria se inclina levemente, temendo a resposta.

— Evra Noland.

O nome que Violet pronuncia tão simplesmente tem um efeito silencioso e devastador sobre a mesa. Megara acaba se engasgando com a comida, tossindo levemente enquanto Enobaria se deixa cair contra seu encosto e Brutus quase deixa sua taça ir ao chão. Victor e Mars fingem estar completamente alheios ao assunto, se entreolhando discretamente, mas é claro que eles sabem quase tanto quanto o resto de nós. Eu me limito a olhar para Violet, completamente atordoado. De repente, toda a fragilidade que via nela começa a se dissipar à medida em que tomo consciência de quem ela talvez seja.

Evra Noland é simplesmente a melhor vitoriosa que o 2 já teve, alguns diriam que ela é até mesmo a melhor de toda Panem. Hoje, deve estar na meia-idade, mas ganhou os Jogos com quinze anos e matou nada mais nada menos que doze tributos em sua arena, a metade deles. Evra foi um tributo brilhante, manuseava bem praticamente qualquer arma e era forte o bastante para derrotar oponentes bem maiores que ela numa luta. A Capital morria e morre de amores por ela. Evra nunca desejou se tornar treinadora, pelo contrário, dizem que depois que se tornou uma vitoriosa, ela se isolou. É claro que foi procurada, todos desejavam que ela passasse suas habilidades a outros futuros tributos a fim de trazer ainda mais vitórias para o distrito, mas ela negou. Sempre correram pelo 2 lendas de que ela teria treinado crianças por trás das paredes. Agora sei que a lenda é real, e está sentada na cadeira logo ao meu lado.

Violet se mantém em silêncio, encarando o forro de mesa um pouco constrangida. Ela deveria se gabar, Violet deveria me olhar arrogantemente, de peito estufado, mas não. Ela mal consegue erguer os olhos para qualquer um de nós.

— Evra? Violet... – Brutus soca a mesa com um pouco de força demais, mas embora o gesto seja agressivo, ele está sorrindo com deslumbramento. – Quem é você?

— Alguém que foi treinado durante dez anos de sua vida para matar, eu acho? – ela solta uma risada.

É impossível. Ela parece ser tão frágil, tão polida, tão... Fraca. Não parece ser capaz de sequer aguentar o peso de uma espada por muito tempo, quanto mais manusear uma. E então, ela é uma possível máquina de matar? Ontem mesmo eu temia apertar sua mão com muita força e acabar machucando-a!

O pensamento é algo irrefreável e, sem que eu realmente queira, estou me vendo lutando com Violet Beauregard. E, ainda mais sem querer, me vejo morto pelas mãos dela.

— Quais são suas armas? – Enobaria indaga.

— Sei manusear bem praticamente qualquer tipo, mas prefiro machados e tenho uma boa mira com as facas.

A mesa cai em um silêncio profundo, enquanto todos nós digerimos a mais recente informação.

— Cato? – é Brutus quem fala primeiro – Ainda conserva suas habilidades?

— Com certeza. – é tudo que consigo dizer, ainda fitando meu prato inacabado. Até mesmo as taças de champanhe foram esquecidas.

Megara finalmente se recupera, mexendo-se sobre seu assento enquanto agarra novamente seus talheres.

— Então é oficial, - ela cantarola com ferocidade – temos os melhores tributos deste ano!

Depois disso, excetuando ela e os estilistas, ninguém termina seu prato. Nós vamos à sala de televisão para assistir à reprise da cerimônia de abertura que está sendo transmitida. Violet e eu podemos não ter feito um estardalhaço tão grande com shows pirotécnicos e coisas desse tipo, mas fomos de longe os melhores como haviam nos dito. De fato estamos vestidos de maneira simples, mas ainda assim chamamos bem mais atenção que o casal nu do 5. Na verdade, chamamos bem mais atenção que qualquer um ali e sei, sem falsa modéstia alguma, que é por minha causa. Eu sou a atração principal destes Jogos Vorazes e estou bem ciente disso. Sou o tributo caído que retornou das cinzas.

Victor, Mars e Megara comentam avidamente sobre os meus oponentes, suas roupas e seus respectivos estilistas. Brutus e Enobaria fazem bem menos considerações e sempre a respeito da imagem que o tributo passa e qual o efeito disso sobre a “Linha Matutina de Sorte”. Quando pergunto a eles o que diabos é isso, Enobaria me explica que é um sistema que, de acordo com inúmeros fatores como a opinião pública a respeito do tributo, seu tamanho perante os demais e suas ações na arena, calcula todas as manhãs as probabilidades que esse tributo tem de vencer. A coisa é praticamente um guia de apostas para patrocinadores.

— E quais eram as minhas probabilidades? – eu rio, tentando esconder a real curiosidade em minha voz.

— Você manteve uma chance em três até o final, Cato. – ela desvia os olhos da tela para mim por um segundo.

Fico um pouco surpreso. Uma chance em três é muita coisa, sobretudo no início quando ainda havia outros vinte e três tributos lá comigo.

Após isso, permaneço calado durante todo o programa, metade de mim prestando atenção à televisão e a outra metade absorta em meus próprios e aleatórios pensamentos. Violet também não diz uma palavra e vejo que ela está assistindo a tudo com uma expressão imperturbável.

Assim que a reprise acaba, somos mandados para a cama como duas crianças e seguimos juntos pelos corredores, nos desejando fracos “boa noite”. Toda a vontade interminável que eu tinha de me deitar mais cedo foi pelo ralo e quando entro debaixo dos cobertores grossos meus olhos permanecem bem abertos.

Encaro o teto, as janelas, a porta, me mexo e mudo de posição inúmeras vezes e o máximo que consigo depois de duas horas são cochilos rápidos que parecem me deixar ainda mais insone. Sei que o pessoal daqui deve ter vários problemas com o sono regularmente, a julgar pelo barulho que ainda se faz ouvir das ruas lá embaixo, então suponho que meu quarto possui milhares de funções que cuidem disso. A primeira coisa que faço é fechar as persianas automáticas e ativar as janelas eletrônicas, procurando entre os vários panoramas disponíveis até encontrar algo mais calmo e familiar do que a visão da Capital. Com as janelas fechadas, o quarto cai num silêncio absoluto que me é incômodo e então um controle me dá algumas opções de sons-ambiente.

Há momentos em que apenas paro e tento entender isso tudo à minha frente. Por mais que o 2 seja um distrito rico, não temos esse tipo de tecnologia lá. É, no mínimo, confuso. Tão confuso que certa hora decido por me levantar e começar a agir.

Minha mente está completamente enevoada com a arena e com as alianças que pretendo fazer daqui em diante, então decido começar por aquela que talvez seja a mais fácil. Quando rumo em direção ao quarto de Violet, não o faço apenas por agora saber quem ela é, mas porque, de alguma forma, me parece o certo a fazer. Algo me diz isso, é o mesmo tipo de sensação que me fez sentir desconforto pelo garoto do Distrito 1. Duvido que Violet esteja dormindo e mesmo que esteja, isso é mais importante. Bato à sua porta baixo para não alarmar ninguém nos quartos ao redor e, como eu suspeitava, uma voz suave imediatamente murmura um “entra”.

Giro a maçaneta e a vejo de pé diante das janelas, olhando a incansável Capital além do vidro. Seu quarto é praticamente idêntico ao meu, a não ser pela disposição de alguns móveis.

— Aqui é diferente. – ela diz ainda sem se virar. – As pessoas parecem nunca dormir, a vida delas é uma utopia perfeita. Festas, álcool, comida interminável, luxo...

— Sei como se sente, pensei a mesma coisa quando vim pela primeira vez. – digo, ainda à porta. – É uma ideia de vida agradável, mas nunca será melhor que o 2.

Ela solta uma risada como se concordasse e finalmente se vira. Quem a vê assim, tão calma e em pijamas curtos de seda rosa, não imagina o que há por trás disso.

— Também não conseguiu dormir? – pergunto.

— De jeito nenhum, tenho crises de insônia quando estou nervosa. – ela diz, se aproximando. – Pensei que você já estivesse ferrado no sono a essa hora.

— Não preguei o olho. Podemos conversar?

Violet assente e eu abro caminho para que ela passe por mim, em direção ao corredor. Nós vamos até a sala de estar e eu observo o quão silenciosa ela é, seus passos descalços não fazem ruído algum. Violet poderia andar pela arena à noite sem problemas, o que é uma vantagem e tanto. Ela se senta no grande sofá em frente à televisão desligada e cruza os braços e pernas. No momento em que me sento próximo a ela, um avox surge de uma porta que provavelmente dá para a cozinha. Eu o dispenso imediatamente, dizendo que não precisamos de nada e ele se vai com uma pequena reverência.

— E então? – Violet diz logo após de o homem se retirar. – Aliança?

Embora não haja luz alguma na sala, podemos nos ver claramente pela luz fraca que entra pela varanda, assim como o barulho do lado de fora nos encobre no caso de alguém nos ouvir acordados. Meus olhos se detêm por um momento no traje pequeno de Violet, mas logo me esforço a encará-la. Quando o faço ela está sorrindo, não sei se por motivos de casualidade ou se porque me viu checando suas pernas nuas.

— É, aliança. – confirmo – Quero você comigo na arena.

Ela dá de ombros como se já estivesse em seus planos.

— Tudo bem, seremos nós e mais quem?

— Distrito 1. – digo.

Violet abandona a pose ereta e gira no sofá, ficando de frente para mim.

— É sério? Eles nos olham como se fôssemos o lanche deles.

— Eles fazem isso para intimidar, Violet. Não são uma preocupação. São grandes e fortes, parecem ser bons Carreiristas. Serão úteis.

Ela assente levemente, considerando a possibilidade. Violet faz uma pequena pausa, olhando longe.

— Gostei do garoto do 3.

Penso um pouco a respeito e acabo por concordar.

— A garota do 4? – sugiro.

— Ela me parece um pouco maluca, mas talvez valha a pena.

Nós ficamos quietos e sei que ela está medindo os prós e contras de cada possível aliado que temos, assim como eu também faço.

— E então, - Violet de repente quebra o silêncio entre nós, fazendo com que eu me vire para ela. – o que acontece de agora em diante?

— O que quer dizer? – pergunto, me recostando no sofá.

— O treinamento, a entrevista, como é tudo?

Ergo uma sobrancelha, realmente confuso com sua curiosidade repentina, mas que me parece real. Violet não cede e então acabo contando a ela tudo o que nos acontecerá nos próximos dias pela visão de um tributo, e não como ela sempre viu pela televisão nos Jogos anteriores. Conto sobre como o Centro de Treinamento daqui é melhor do que o que temos em casa e sobre o quão inevitavelmente nervosos nós ficamos para a entrevista com Caesar Flickerman. Os olhos dela se mantêm em mim todo o tempo, até mesmo quando ela puxa as pernas para cima e abraça os joelhos. Eu também acabo relaxando, me deitando no espaço vago. Em algum ponto nossas vidas antes do dia anterior se tornam o assunto e nós conversamos aos sussurros por um longo tempo. Embora Violet já me pareça bem mais relaxada e normal, sem toda aquela áurea de mistério à sua volta, ela não fala muito de si espontaneamente. Observo quando ela torce o nariz, pensativa – um gesto que ela faz com certa frequência.

— Você tem irmãos? – ela indaga.

— Tenho um, Gabe, dez anos. É louco para vir pra cá.

Nós rimos e eu devolvo a pergunta a ela.

— Também sou a mais velha. – Violet sorri espontaneamente e desvia os olhos para uma pequena linha solta em suas roupas. – Rose tem nove anos.

— Em qual distrito seu pai trabalha?

— No 6, - ela torna a me olhar e desta vez eu posso ver um pouco de tristeza ali, embora ela ainda sorria. – nos vemos no máximo duas vezes no ano, por alguns dias.

— Ele estava lá? Digo, na Colheita. – Violet balança a cabeça e seu sorriso some. – Ainda assim, deve estar bem orgulhoso de você. De verdade.

O rosto de Violet ganha de novo uma expressão que não sei decifrar e tudo que ela diz é:

— Talvez.

Nós ficamos em silêncio de novo, mas não necessariamente por falta de ter o que dizer, ou por constrangimento. É estranho, ela é diferente. Eu a conheço há pouco mais de um dia e é quase como se já fôssemos próximos ou algo do tipo. Violet não é difícil de lidar, ou talvez eu me torne alguém fácil perto dela. Não sei explicar nem a mim mesmo, mas de certa forma gosto disso. É claro que me lembro de que estamos nos Jogos Vorazes e que estamos prestes a ir para a arena juntos, mas ter alguém em que confiar lá dentro pode ser útil. Para fins futuros e relacionados aos tributos do 1, talvez seja melhor que eu tenha Violet Beauregard ao meu favor.

— Acho que teremos uma boa aliança. – digo, me sentando de novo, sorrindo para ela.

— É como meu pai me disse uma vez, - ela começa – “Carreirista com Carreirista se entende. Seja na conversa ou no soco”.

Nós rimos e ela se ergue, me oferecendo sua mão. Seguro-me nela e levanto do sofá.

— Acho melhor nós irmos dormir, temos alianças a fazer amanhã. – ela diz e eu concordo logo em seguida.

Nós voltamos quietos para nossos quartos e eu a deixo em sua porta.

— Boa noite, Hadley.

— Boa noite, Beauregard.

Violet me lança um último sorriso atravessado antes de fechar sua porta e eu sigo para o meu quarto. Assim que a fechadura estala, desabo em minha cama e, finalmente, caio no sono.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Deixem um review! ♥



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