Teen Love escrita por Noel Em Fevereiro
Notas iniciais do capítulo
I'm back, guys!
Espero que gostem!
Teen Love – POV.RILEY
Havia se passado uma semana desde a chegada de Sasha na escola, e podia-se dizer com toda a certeza do mundo que ela estava fazendo sucesso. Aparentemente, caras entre dezesseis e dezoito anos de idade gostavam mais de louras altas do que pensei que fosse possível.
Cherise pareceu evitar Brian a semana inteira. A notícia de que a ex-namorada dele estava de volta pareceu deixá-la um pouco abalada. A garota não falava nada durante o almoço, e saía da mesa assim que acabava de comer.
Brian também não fazia nada quando a distância dela. Ficava muito ocupado com Sasha chamando-o a cada intervalo, dando a desculpa de que suas próximas salas de aula eram no mesmo corredor ou coisas do gênero.
O problema era que essa distância entre os dois me deixava cada vez mais irritadiça, chegando ao ponto de dar respostas atravessadas a todos que falassem comigo. Até que alguém resolveu tomar uma providência.
Faltavam poucos dias para o Natal, o que significava que a escola inteira estava coberta por enfeites temáticos do feriado. Também era a última semana de aulas do ano antes das férias de inverno. Eu estava na biblioteca, pois o professor da última aula faltou Tinha acabado de me sentar para começar a ler um livro qualquer que encontrei por aí quando ouvi uma voz:
- Bom dia, Dawnson.
- Só se for pra você! – respondi, sem nem me dar ao trabalho de reconhecer quem era.
- Ok, já chega! – disse a tal pessoa, e arrancou o livro de minhas mãos.
- Ei! – exclamei, tentando pegá-lo de volta e consequentemente dando de cara com um par de olhos de coloração indefinida. – Me devolve!
Tentei uma nova investida para recuperar o livro, mas Owenn ergueu o braço que o segurava. Idiota.
- Isso é jogo sujo! – reclamei em meio as tentativas de agarrá-lo aos pulos.
- Hã-hã! Jogo sujo é você ficar dando resposta atravessadas pras pessoas! – respondeu o garoto, ainda com o braço erguido.
- A culpa não é minha...Urgh! Se elas me... Argh! Me irritam! – retruquei entre os pulos. Fiquei de pé na cadeira em que antes eu estava sentada.
- Mas ultimamente tudo está te irritando! – replicou, dando um passo para trás, tirando o livro do alcance de meus braços. Bufei, irritada. Então, eu tive a ideia mais brilhante da minha vida.
PLOFT!
- O que está acontecendo? – Owenn, por fim, perguntou, ignorando totalmente o fato de que meu plano de saltar da cadeira para pegar o livro deu errado e que agora eu estava estatelada no chão da biblioteca.
- Não é... Urgh! Da sua conta! – respondi, me levantando. Massageei um ponto do meu braço que estava doendo. Com certeza iria ficar roxo mais tarde.
- Bom, se eu soubesse qual o problema, eu poderia te ajudar! – disse ele.
- Humpf.
Mas então pensei melhor. Annie já havia me oferecido ajuda alguns meses atrás e eu recusara por pensar que estava tudo sob controle. Mas e agora? Será que recusar seria uma boa ideia?
- Tudo bem. – cedi, e suspirei. – Mas vai ter que se sentar! É uma longa história. – continuei, indicando a cadeira.
Meu amigo sorriu.
- Tenho uma ideia melhor! – declarou, e me estendeu a mão.
Lancei-lhe um olhar desconfiado.
- Ah, qual é! Você precisa desestressar! Pode confiar em mim, só desta vez? – pediu ele.
Suspirei outra vez. Por algum motivo, vê-lo fazendo biquinho e um olhar pidão me impediu de negar qualquer coisa que ele pedisse.
- Está bem, você venceu! – declarei, pegando sua mão.
O moreno sorriu e me puxou para fora da biblioteca. Chegamos a um corredor de armários aparentemente vazio, já que todos estavam em aula. Ele abriu uma porta pequena escondida entre uma fileira e outra e chegou para o lado, como se me dissesse para entrar.
Dei uma boa olhada dentro. Havia várias vassouras, baldes, esfregões e os mais diversos produtos de limpeza. Era o armário do zelador.
- É pra entrar aí? – perguntei, desconfiada.
- Confie em mim! – Owenn respondeu, e por algum motivo alguma coisa em seu olhar me convenceu.
Suspirei mais uma vez. Eu estava fazendo muito isso hoje.
- Ok. Só não me agarre a força quando eu estiver lá dentro.
O moreno riu pelo nariz.
- Como quiser. Agora, ande logo! O senhor Avery não iria gostar nada de nos encontrar dentro do armário dele. Não gosta nem que cheguem perto! – avisou.
Eu, que já estava dentro do armário, fiquei intrigada.
- Então, como pretende me ajudar a desestressar sem que ele nos descubra?
Owenn sorriu.
- Você vai ver. – sorriu, misterioso.
O garoto entrou no armário e fechou a porta. Como o local era bem apertado. Com certa dificuldade, ele mexeu em algumas vassouras encostadas à parede até encontrar alguma coisa bem pequena, redonda e prateada, grudada na parede. Um puxador.
Ele o puxou e uma portinha se abriu, com uma escada de madeira estreita aparecendo do outro lado. Olhei para Owenn, que apenas sorriu e fez um sinal com a cabeça, como se dissesse que era para subir. Eu fui primeiro (a escada era tão estreita que só dava um por vez), com Owenn em meu encalço.
Ao fim da escada, o que encontrei me deixou sem fala por uns trinta segundos.
Estávamos no telhado do colégio. Mas mais que isso, estávamos no meio de um jardim lá em cima; uma coisa meio estilo High School Musical, com diversas espécies de flores e plantas.
- Bonito, não? – a voz de Owenn me despertou do momentâneo transe. Virei-me, e o vi encostado na grade enferrujada que protegia a beirada do prédio. Fui até ele e me apoiei ao seu lado.
- É lindo! – respondi, empolgada. – Então, é aqui que você vem quando não quer ser incomodado?
Ele riu pelo nariz.
- É. Só umas duas ou três pessoas da equipe de jardinagem da escola sabem onde é a passagem pra esse lugar.
Franzi a testa.
- Nossa escola tem uma equipe de jardinagem?
- Quem você acha que rega o gramado lá de trás?
Fiquei calada por um momento. Nunca havia pensado nisso.
- É, faz sentido. Continue. – pedi, gesticulando com a mão.
- Eles vem aqui regularmente pra regar as plantas, e desde que eu não mexa nelas, posso vir aqui quando quiser. Nenhum dos funcionários da escola gosta do Avery, então ele não faz a menor ideia de que esse lugar existe.
Foi a minha vez de rir.
- Nossa! Por alguma razão, sempre achei que só os alunos detestassem o zelador.
Owenn soltou outra risada.
- Bom, mas vamos ao que nos trouxe aqui. Diga-me o seu problema. – disse o moreno, cruzando os braços.
Comecei a contar tudo do início: desde que comecei com a “carreira” de Cupido aos treze anos, tudo o que passei nos últimos anos para tentar conciliar a vida de Cupido com minha própria vida amorosa, até a chegada de Sasha, o problema atual.
Quando terminei, Owenn ficou em silêncio por um tempo. Parecia estar processando tudo o que eu acabara de contar.
- Então... Você é uma Cupido... Uma Cupido de 16 anos, jeans e um metro e meio de altura... – ele olhou pra mim. – É, acho que se eu fosse chutar quem de nós tem mais cara de Cupido, você seria a primeira opção. Cupidos são pequenininhos, mesmo!
Dei um tapa forte em seu braço, enquanto ele ria.
- Ok, brincadeiras à parte, o que foi que a Sasha fez pra ser um problema tão grande?
Suspirei e me apoiei mais na grade. Aquela era uma coisa que eu definitivamente não gostava de lembrar.
- Bem... Tudo começou lá pelo sétimo ano... Foi mais ou menos nessa época que eu comecei meu trabalho de Cupido. Brian me pediu ajuda com uma garota que ele gostava e eu aceitei ajudar. A garota era Sasha. Em pouco tempo eles começaram a namorar. Meses depois, ela teve que se mudar pra Boston e eles terminaram. Mas, no dia anterior à partida, ela veio me procurar, dizendo que Brian era dela e que se eu ou qualquer outra garota tentássemos qualquer coisa com ele, nos arrependeríamos de ter nascido.
- Mas você e o Brian são como irmãos, vocês falam isso o tempo todo! – Owenn exclamou.
- Exatamente. Quando ela foi embora, ainda passou meses ligando pra ele, como se ainda estivessem namorando...
- Sinistro – comentou o moreno.
- Ela só parou de ligar quando ele falou que tinha arrumado outra namorada. Chego a estremecer só de pensar na reação dela. – suspirei outra vez.
Owenn ficou quieto por uns segundos.
- Nunca pensei que ela era uma psicopata.
- Você já a conhecia antes, não é? – perguntei. Isso estava meio óbvio pela reação dele quando ela chegou e pelo modo como falava dela (que, por alguma razão, me fazia sentir estranha).
Ele suspirou, mas não disse nada.
- Sabe que pode confiar em mim, não é? Pra falar qualquer coisa. – falei, colocando a mão em seu braço para enfatizar.
O garoto olhou pra mim, para minha surpresa, quase que com ternura. Tirou delicadamente minha mão de seu braço.
- Isso é história pra outro dia. Não é só você que não gosta de lembrar dela.
Eu assenti, e ficamos uns bons minutos em silêncio. Virei-me, ficando de frente para a grade. O céu estava nublado, cheio de nuvens cinzentas. Eu estava distraída olhando a paisagem quando ouvi meu celular apitar.
No refeitório AGORA. Você tem que ver uma coisa. É uma emergência./Annie
Virei-me para Owenn.
- Annie está chamando para o refeitório. Você vem comigo? – perguntei.
- Claro. – respondeu, com um sorriso mínimo.
Descemos as escadas, abrimos a portinha (tomando cuidado para ver se o sr. Avery não estava lá) e saímos correndo para o refeitório.
Aparentemente, o sinal já havia tocado e não tínhamos ouvido, pois Annie estava na porta do refeitório, junto com Angie, Cherise e Harry.
A mais velha das Sunshine correu até mim.
- Brian está com problemas! – falou, apontando para dentro do refeitório.
Brian estava lá, sentado em uma das mesas e olhando em volta, como se estivesse doido para sair daquele lugar. Ao lado dele estava Sasha (humpf), enrolando um cacho loiro no dedo, aparentemente flertando. Achei a cena completamente normal, e avancei para entrar no recinto, mas Angie me puxou.
- Cuidado! Não pode entrar aí! – ela viu meu olhar de confusão, então apontou para o alto da porta e eu entendi tudo.
Alguém tinha prendido um visgo no alto da porta. Ele deve ter visto quando Sasha chegou e pediu ajuda.
Porque, se ele tentasse sair, Sasha o beijaria, usando o visgo como desculpa.
Ah, mas isso era muito, muito ruim.
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Agora sim as coisas vão ficar interessantes :v
Kisses!
Noel