Teen Love escrita por Noel Em Fevereiro


Capítulo 8
De-stressing


Notas iniciais do capítulo

I'm back, guys!

Espero que gostem!



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 Teen Love – POV.RILEY

 Havia se passado uma semana desde a chegada de Sasha na escola, e podia-se dizer com toda a certeza do mundo que ela estava fazendo sucesso. Aparentemente, caras entre dezesseis e dezoito anos de idade gostavam mais de louras altas do que pensei que fosse possível.

 Cherise pareceu evitar Brian a semana inteira. A notícia de que a ex-namorada dele estava de volta pareceu deixá-la um pouco abalada. A garota não falava nada durante o almoço, e saía da mesa assim que acabava de comer.

 Brian também não fazia nada quando a distância dela. Ficava muito ocupado com Sasha chamando-o a cada intervalo, dando a desculpa de que suas próximas salas de aula eram no mesmo corredor ou coisas do gênero.

 O problema era que essa distância entre os dois me deixava cada vez mais irritadiça, chegando ao ponto de dar respostas atravessadas a todos que falassem comigo. Até que alguém resolveu tomar uma providência.

  Faltavam poucos dias para o Natal, o que significava que a escola inteira estava coberta por enfeites temáticos do feriado. Também era a última semana de aulas do ano antes das férias de inverno. Eu estava na biblioteca, pois o professor da última aula faltou Tinha acabado de me sentar para começar a ler um livro qualquer que encontrei por aí quando ouvi uma voz:

 - Bom dia, Dawnson.

 - Só se for pra você! – respondi, sem nem me dar ao trabalho de reconhecer quem era.

 - Ok, já chega! – disse a tal pessoa, e arrancou o livro de minhas mãos.

 - Ei! – exclamei, tentando pegá-lo de volta e consequentemente dando de cara com um par de olhos de coloração indefinida. – Me devolve!

 Tentei uma nova investida para recuperar o livro, mas Owenn ergueu o braço que o segurava. Idiota.

 - Isso é jogo sujo! – reclamei em meio as tentativas de agarrá-lo aos pulos.

 - Hã-hã! Jogo sujo é você ficar dando resposta atravessadas pras pessoas! – respondeu o garoto, ainda com o braço erguido.

 - A culpa não é minha...Urgh! Se elas me... Argh! Me irritam! – retruquei entre os pulos. Fiquei de pé na cadeira em que antes eu estava sentada.

 - Mas ultimamente tudo está te irritando! – replicou, dando um passo para trás, tirando o livro do alcance de meus braços. Bufei, irritada. Então, eu tive a ideia mais brilhante da minha vida.

 PLOFT!

 - O que está acontecendo? – Owenn, por fim, perguntou, ignorando totalmente o fato de que meu plano de saltar da cadeira para pegar o livro deu errado e que agora eu estava estatelada no chão da biblioteca.

 - Não é... Urgh! Da sua conta! – respondi, me levantando. Massageei um ponto do meu braço que estava doendo. Com certeza iria ficar roxo mais tarde.

 - Bom, se eu soubesse qual o problema, eu poderia te ajudar! – disse ele.

 - Humpf.

 Mas então pensei melhor. Annie já havia me oferecido ajuda alguns meses atrás e eu recusara por pensar que estava tudo sob controle. Mas e agora? Será que recusar seria uma boa ideia?

 - Tudo bem. – cedi, e suspirei. – Mas vai ter que se sentar! É uma longa história. – continuei, indicando a cadeira.

 Meu amigo sorriu.

 - Tenho uma ideia melhor! – declarou, e me estendeu a mão.

 Lancei-lhe um olhar desconfiado.

 - Ah, qual é! Você precisa desestressar! Pode confiar em mim, só desta vez? – pediu ele.

 Suspirei outra vez. Por algum motivo, vê-lo fazendo biquinho e um olhar pidão me impediu de negar qualquer coisa que ele pedisse.

 - Está bem, você venceu! – declarei, pegando sua mão.

 O moreno sorriu e me puxou para fora da biblioteca. Chegamos a um corredor de armários aparentemente vazio, já que todos estavam em aula. Ele abriu uma porta pequena escondida entre uma fileira e outra e chegou para o lado, como se me dissesse para entrar.

 Dei uma boa olhada dentro. Havia várias vassouras, baldes, esfregões e os mais diversos produtos de limpeza. Era o armário do zelador.

 - É pra entrar aí? – perguntei, desconfiada.

 - Confie em mim! – Owenn respondeu, e por algum motivo alguma coisa em seu olhar me convenceu. 

 Suspirei mais uma vez. Eu estava fazendo muito isso hoje.

 - Ok. Só não me agarre a força quando eu estiver lá dentro.

 O moreno riu pelo nariz.

 - Como quiser. Agora, ande logo! O senhor Avery não iria gostar nada de nos encontrar dentro do armário dele. Não gosta nem que cheguem perto! – avisou.

 Eu, que já estava dentro do armário, fiquei intrigada.

 - Então, como pretende me ajudar a desestressar sem que ele nos descubra?

 Owenn sorriu.

 - Você vai ver. – sorriu, misterioso.

 O garoto entrou no armário e fechou a porta. Como o local era bem apertado. Com certa dificuldade, ele mexeu em algumas vassouras encostadas à parede até encontrar alguma coisa bem pequena, redonda e prateada, grudada na parede. Um puxador.

 Ele o puxou e uma portinha se abriu, com uma escada de madeira estreita aparecendo do outro lado. Olhei para Owenn, que apenas sorriu e fez um sinal com a cabeça, como se dissesse que era para subir. Eu fui primeiro (a escada era tão estreita que só dava um por vez), com Owenn em meu encalço.

 Ao fim da escada, o que encontrei me deixou sem fala por uns trinta segundos.

 Estávamos no telhado do colégio. Mas mais que isso, estávamos no meio de um jardim lá em cima; uma coisa meio estilo High School Musical, com diversas espécies de flores e plantas.

 - Bonito, não? – a voz de Owenn me despertou do momentâneo transe. Virei-me, e o vi encostado na grade enferrujada que protegia a beirada do prédio. Fui até ele e me apoiei ao seu lado.

 - É lindo! – respondi, empolgada. – Então, é aqui que você vem quando não quer ser incomodado?

 Ele riu pelo nariz.

 - É. Só umas duas ou três pessoas da equipe de jardinagem da escola sabem onde é a passagem pra esse lugar.

 Franzi a testa.

 - Nossa escola tem uma equipe de jardinagem?

 - Quem você acha que rega o gramado lá de trás?

 Fiquei calada por um momento. Nunca havia pensado nisso.

 - É, faz sentido. Continue. – pedi, gesticulando com a mão.

 - Eles vem aqui regularmente pra regar as plantas, e desde que eu não mexa nelas, posso vir aqui quando quiser. Nenhum dos funcionários da escola gosta do Avery, então ele não faz a menor ideia de que esse lugar existe.

 Foi a minha vez de rir.

 - Nossa! Por alguma razão, sempre achei que só os alunos detestassem o zelador.

 Owenn soltou outra risada.

 - Bom, mas vamos ao que nos trouxe aqui. Diga-me o seu problema. – disse o moreno, cruzando os braços.

 Comecei a contar tudo do início: desde que comecei com a “carreira” de Cupido aos treze anos, tudo o que passei nos últimos anos para tentar conciliar a vida de Cupido com minha própria vida amorosa, até a chegada de Sasha, o problema atual.

 Quando terminei, Owenn ficou em silêncio por um tempo. Parecia estar processando tudo o que eu acabara de contar.

 - Então...  Você é uma Cupido... Uma Cupido de 16 anos, jeans e um metro e meio de altura... – ele olhou pra mim. – É, acho que se eu fosse chutar quem de nós tem mais cara de Cupido, você seria a primeira opção. Cupidos são pequenininhos, mesmo!

 Dei um tapa forte em seu braço, enquanto ele ria.

 - Ok, brincadeiras à parte, o que foi que a Sasha fez pra ser um problema tão grande?

 Suspirei e me apoiei mais na grade. Aquela era uma coisa que eu definitivamente não gostava de lembrar.

 - Bem... Tudo começou lá pelo sétimo ano... Foi mais ou menos nessa época que eu comecei meu trabalho de Cupido. Brian me pediu ajuda com uma garota que ele gostava e eu aceitei ajudar. A garota era Sasha. Em pouco tempo eles começaram a namorar. Meses depois, ela teve que se mudar pra Boston e eles terminaram. Mas, no dia anterior à partida, ela veio me procurar, dizendo que Brian era dela e que se eu ou qualquer outra garota tentássemos qualquer coisa com ele, nos arrependeríamos de ter nascido.

 - Mas você e o Brian são como irmãos, vocês falam isso o tempo todo! – Owenn exclamou.

 - Exatamente. Quando ela foi embora, ainda passou meses ligando pra ele, como se ainda estivessem namorando...

 - Sinistro – comentou o moreno.

 - Ela só parou de ligar quando ele falou que tinha arrumado outra namorada. Chego a estremecer só de pensar na reação dela. – suspirei outra vez.

 Owenn ficou quieto por uns segundos.

 - Nunca pensei que ela era uma psicopata.

 - Você já a conhecia antes, não é? – perguntei. Isso estava meio óbvio pela reação dele quando ela chegou e pelo modo como falava dela (que, por alguma razão, me fazia sentir estranha).

 Ele suspirou, mas não disse nada.

 - Sabe que pode confiar em mim, não é? Pra falar qualquer coisa. – falei, colocando a mão em seu braço para enfatizar.

 O garoto olhou pra mim, para minha surpresa, quase que com ternura. Tirou delicadamente minha mão de seu braço.

 - Isso é história pra outro dia. Não é só você que não gosta de lembrar dela.

 Eu assenti, e ficamos uns bons minutos em silêncio. Virei-me, ficando de frente para a grade. O céu estava nublado, cheio de nuvens cinzentas. Eu estava distraída olhando a paisagem quando ouvi meu celular apitar.

 

No refeitório AGORA. Você tem que ver uma coisa. É uma emergência./Annie

 

 Virei-me para Owenn.

 - Annie está chamando para o refeitório. Você vem comigo? – perguntei.

 - Claro. – respondeu, com um sorriso mínimo.

 Descemos as escadas, abrimos a portinha (tomando cuidado para ver se o sr. Avery não estava lá) e saímos correndo para o refeitório.

 Aparentemente, o sinal já havia tocado e não tínhamos ouvido, pois Annie estava na porta do refeitório, junto com Angie, Cherise e Harry.

 A mais velha das Sunshine correu até mim.

 - Brian está com problemas! – falou, apontando para dentro do refeitório.

 Brian estava lá, sentado em uma das mesas e olhando em volta, como se estivesse doido para sair daquele lugar. Ao lado dele estava Sasha (humpf), enrolando um cacho loiro no dedo, aparentemente flertando. Achei a cena completamente normal, e avancei para entrar no recinto, mas Angie me puxou.

 - Cuidado! Não pode entrar aí! – ela viu meu olhar de confusão, então apontou para o alto da porta e eu entendi tudo.

 Alguém tinha prendido um visgo no alto da porta. Ele deve ter visto quando Sasha chegou e pediu ajuda.

 Porque, se ele tentasse sair, Sasha o beijaria, usando o visgo como desculpa.

 Ah, mas isso era muito, muito ruim.


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Notas finais do capítulo

Agora sim as coisas vão ficar interessantes :v

Kisses!

Noel



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