Underfell escrita por CraftPickage


Capítulo 22
Capítulo 21 - Vs Muffet


Notas iniciais do capítulo

Fala gente! Aqui estou de volta! Ficou bem dificil de escrever esse ultimo mês, eu estou meio enrolado com as provas ainda, e estava (tentando) terminar minha outra fic na taringa (em espanhol, infelizmente, ainda que poderia traduzir ela, quem sabe?).

Bom, a maior parte deste capítulo é um flashback, mas já vai ter pistas das minhas próximas historias (sim, esta fic vai ter uma sequência).

Espero que gostem.



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Frisk estava de volta a cidade de Snowdin, o Snowdin de seu mundo. Ele caminhava calmamente na direção do rio, onde se encontrava Riverperson. A cidade atrás dele estava calma e pacifica como sempre, com monstros peludos passeando pelas ruas e cuidando dos seus problemas. O humano se surpreendeu ao perceber que o rio estava vazio. O telefone de Frisk começou a tocar, o rosto da criança se iluminou, pensando que Toriel finalmente havia conseguido ligar.

— Olá? – Uma voz desconhecida falou do outro lado da linha. Frisk sentiu uma dor aguda no fundo da cabeça. – Poderia falar com G... – Tudo pareceu tremer por um momento, as cores piscaram.

Frisk agora estava no barco de Riverperson. O barco balançando suavemente enquanto seguia na direção de Hotland.

— Tralala... – Riverperson cantarolou, e Frisk percebeu que o cenário mudara outra vez.

Ele estava em Hotland, no terceiro andar. Um boneco gergelim gigante, desprovido de toda cor, encarava o vazio com seus dois grandes olhos vidrados.

— Faz sentido que Asgore tenha demorado tanto para contratar um novo Cientista Real. – O monstro falou, sem olhar para Frisk. – Afinal, o antigo... Dr. Gaster. Difícil supera-lo! – Ao escutar aquele nome, Frisk percebeu que alguma coisa estava terrivelmente errada. – Dizem que ele criou o núcleo. – O mundo piscou, Frisk estava no segundo andar agora, um monstro com aparência levemente similar a de um gato antropomórfico, também desprovido de cor, olhava para o chão com uma mão sobre sua cabeça.

— Um dia, ele desapareceu sem deixar vestígios. – O homem falou, Frisk notou que ele sorria. – Dizem que ele se despedaçou pelo tempo e espaço... – O homem deve haver percebido a expressão de Frisk. – Haha... Como eu sei disso? – Ele mostrou sua outra mão para a criança. – Eu estou segurando um pedaço dele bem aqui. – A criança olhou para a mão, e uma terrível dor de cabeça o atingiu, e então, o humano percebeu que havia sangue em seu rosto.

— É rude falar a respeito de alguém que está escutando. – Uma voz soou atrás de Frisk, este se virou, e tudo mudou outra vez.

Riverperson estava outra vez a sua frente, mas o rio parecia negro agora.

— Cuidado com o homem que fala com as mãos. – Riverperson falou, suas roupas pareciam estar apodrecendo rapidamente.

Frisk encostou em uma parede, agora ele estava em Waterfall. Uma porta cinzenta jazia escancarada poucos metros a sua frente. Um liquido negro escorria de dentro da porta. Com passos trêmulos, o humano se aproximou da porta, e encarou seu interior. Ele encarava um vazio negro, e o vazio o encarava de volta.

Então, o humano foi puxado para este vazio, e por um instante, varias imagens passaram por seus olhos.

Sans e Papyrus do mundo corrompido onde se encontrava, falando com uma versão sua ferida, usando roupas negras e vermelhas. Asgore usando uma túnica, similar a de Toriel, falando com os portões das ruínas, e Papyrus de moletom laranja, do outro lado, rindo. Toriel usando uma armadura, criando fogo para proteger a um humano idêntico a Frisk. Um Grillby feito de gelo, entregando bebidas para um Sans triste. Um Asgore usando roupas de humano, comendo tacos e conversando com Undyne. Asriel usando uma roupa de jardineiro, observando ao longe uma mansão. Asriel outra vez, mas agora com uma alma humana branca com contornos vermelhos. E muitas outras imagens.

Mas em todas elas, algo se repetia. Uma figura surgia, ao longe, e se aproximava cada vez mais de Frisk. Seu rosto mudava de forma. As vezes parecia com o rosto de Sans, outras vezes seus tons de cores estavam estranhos, mas sempre possuía um sorriso, um olho fechado negro e outro aberto, e dois cortes saindo de cada um, do esquerdo virado para cima e do direito virado para baixo.

...

Frisk estava deitado em um chão sujo de metal. Uma luz brilhou a sua frente e o acordou, vinha de uma tela na parede. O humano percebeu então que estava no laboratório de Alphys. Desenhos apareceram na tela, símbolos estranhos. Por algum motivo, Frisk conseguiu entender o que eles queriam dizer.

“Anotação numero 17

Escuro

Muito escuro

Cada vez mais escuro

A escuridão continua crescendo

As sombras cortando profundamente

As leituras de fótons em negativo

Este próximo experimento

Parece

Muito
Muito

Interessante

...

O que vocês dois acham?”

A sala foi coberta por uma densa névoa, Frisk distinguiu a silhueta de um homem ao longe.

...

Frisk acordou em um lugar escuro e frio. Ele piscou algumas vezes antes de abrir os olhos realmente e perceber que dessa vez sim tinha acordado. Ele percebeu que estava outra vez na construção onde Muffet morava.

— Ahuhuhuhu... – Uma risada ecoou pela sala, fazendo com que Frisk se colocasse de pé rapidamente. – Você ouviu o que dizem por aí? – Como da ultima vez, Frisk não conseguia discernir de onde vinha a voz. – Dizem que um humano usando blusa listrada passaria por aqui... – A voz diz. – Dizem que ele odeia aranhas... – A voz se faz cada vez mais próxima. – Dizem que ele ama pisa-las. – A voz estava quase do seu lado. – Dizem que ele gosta de tirar suas pernas.

 

— Mas... – Então, ele viu Muffet. Ela descia por uma teia de aranha, a sua esquerda, algumas aranhas desciam com ela, ainda que fossem poucas. Ela possuía aquele sorriso malicioso de sempre. – Isso não deve ser verdade. Ahuhuhuhu... Você salvou minha vida, humano, a nossa vida. – Frisk respirou aliviado. – E nós estávamos devendo uma a você depois disso. – Muffet desceu da teia. – Mas agora que a divida foi paga... – Frisk sentiu um calafrio percorrer seu corpo novamente, Muffet brincava com uma pistola. – Ontem alguém veio dando uma boa quantia de dinheiro por sua cabeça, um esqueleto alto, com o crânio cheio de rachaduras. – Frisk retrocedeu, Muffet sorriu ainda mais. – Pode ficar calmo, humano, eu não aceitei. – Ela guardou a pistola. – A guarda real matou muitas aranhas para que eu fizesse algum trato com alguém como ele. – Ela encarou Frisk. – Mas o que aconteceu ali fora foi uma prova de que ele não será o ultimo a oferecer dinheiro por você. Então, se quer uma dica, continue seu caminho. – Frisk procurou a saída e a encontrou alguns metros a sua direita. – A próxima vez que nos encontrarmos, pode que eu não seja tão pacifica assim. – Frisk correu até a saída, Muffet ria atrás dele.

O humano voltou pelo caminho onde Mettaton o havia atacado. O chão continuava aberto na armadilha que Mettaton havia colocado. Frisk sentiu uma dor profunda no coração ao perceber o silêncio que existia ali sem a companhia de seu amigo flor, e sem querer, começou a chorar amargamente. Flowey estava morto.

Mas Frisk percebeu que aquilo não levaria a nada. Devia terminar seu caminho e voltar para seu mundo, ou seria tarde demais, pelo que Chara havia dito.

Frisk chegou a uma espécie de prédio em construção, aparentemente abandonado. O humano escutou sons estranhos vindos de lá, como se animais furiosos estivessem se atacando. Ele sentiu curiosidade de ver, e se aproximou. Na escuridão, distinguiu a silhueta de Bratty e Catty atacando mais alguém, que Frisk logo constatou com horror que era burguerpants, que as atacava com uma faca de caça grande, sua camisa vermelha em pedaços.

Ao lado do edifício, uma ponte de madeira conectava o caminho com a grande estrutura de metal enferrujado que era o Core. Ali dentro parecia tudo mais escuro.

Frisk se encheu de determinação e atravessou a ponte.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Olha... Eu tive que reunir um monte de pistas sobre Gaster (e até desenvolvi minha própria teoria do que ele é, mas deixarei ela para outra fic), e fui colocando elas soltas aqui e alí, mas já da pra saber quais são.
Agora...

Vamos ver se vocês descobrem todos os universos alternativos (os aus) que eu coloquei neste capítulo. Boa sorte!