Um eterno e imortal amor... escrita por Lizandra


Capítulo 3
Papai?


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não está tão bem feito, me desculpem mesmo, talvez minha história tenha algum furo ou alguma controvérsia de acordo com o desenho original...



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Destruição, solidão, extinção, desolação, ruína...morte. Isso era tudo o que Marceline sentia e via, o seu planeta, seu mundo, que já fora tão vivo, hoje não passava de uma lembrança, e o resto era um campo repleto de vestígios e ruínas da guerra e com cheiro de morte.

Marcy ainda sofria pelo abandono, seu melhor amigo Simon a havia deixado sozinha nesse mundo pós-apocalípticos. Apesar de saber que Simon tinha feito isso para protegê-la, Marcy se sentia sozinha e desamparada, apenas uma menina, com seus oito anos de vida...

Todo esse sofrimento, tristeza e medo poderiam ter derrotado qualquer pessoa, principalmente uma criança, porém Marceline não é uma criança qualquer, ela é metade demônio, apesar de não saber disso...Então essa realidade a tornou mais forte, mais ágil e dura. Cerca de três meses moldaram Marcy, a tornando uma sobrevivente.

A rotina em um mundo pós-apocalíptico não era fácil, e já estava se tornando monótona, cansativa e solitária. Marcy, apesar de mais resistente, estava cada vez mais faminta, suja e isolada. E na realidade, não tinha perspectiva de um futuro.

Marceline, provavelmente teria sucumbido e envelhecido nesse mundo deserto, pois apesar de ser meio-demônio, não era imortal. Porém um acontecimento mudou todo destino de Marcy. Já estava escurecendo, e Marceline escutou um som inacreditável, primeiro duvidou de seus ouvidos, mas então os viu, cerca de dez aviões cruzando o céu. Ela tentou de tudo para chamar a atenção deles, gritou, acendeu uma fogueira, mas foi ignorada, ou sequer vista.

Pobre Marcy...Mal sabia ela que aqueles aviões eram inimigos sobreviventes, e que em um ato desesperado de vingança desenvolveram uma arma química nuclear incorporada com elementos mágicos. Eles planejavam soltar a bomba no território americano, e apesar de ser, de novo, um ato suicida, estavam enlouquecidos devido a tantos anos de guerra e a última bomba destruidora lançada pelos americanos.

Vinte minutos de silêncio, Marcy estava enlouquecendo...O que aqueles aviões vieram fazer aqui? Quanto tempo vai demorar para eu descobrir Será que vou sobreviver? Todas essas perguntas passavam pela mente dela. Não demorou muito para serem respondidas, pois sem nenhum aviso um estalar ensurdecedor se instalou no ar, e tão natural e rápido, como se tivesse caído no sono, Marcy apagou.               

Aquilo era um déjà-vu, Marcy já havia passado por isso uma vez...ela acordou atordoada, e ao olhar ao seu redor viu apenas uma fumaça verde, tudo girava ao seus olhos, e tudo tremia também. Então sem qualquer aviso surgiu uma fenda no ar, como se o céu tivesse um rasgo, e de dentro dessa fenda surgiu uma criatura, parecia humana, porém sua pele era azul, tinha orelhas pontuda e olhos animalescos. Marcy sentia tanto medo, mas estava tão fraca e faminta, sabia que iria desmaiar de novo a qualquer segundo, e estava certa, mas antes de tudo ficar escuro ela escutou aquele ser dizendo “Marcinha, filha, vai ficar tudo bem, o papai esta aqui agora.”

De novo Marceline acordava, mas dessa vez estava mais consciente, e se deparou com um quarto enorme, com aspecto rochoso, com uma caverna de tons avermelhados. Logo ela se deu conta de que estava deitada em uma enorme e confortável cama. Marcy, muito curiosa, se levantou e foi investigar esse local no qual se encontrava. Andando pelos corredores ela logo percebeu que se tratava de uma grande casa, talvez um castelo, onde tudo era muito vermelho, e o ar era muito quente. Para sua surpresa ela se deparou com fotos de sua mãe, fotos sua de quando era bebê e também algumas de quando era criança, talvez com uns três ou quatro anos. E o mais curioso, era que em todas as fotos aquele ser estranho, que ela havia visto, estava presente. E então subitamente ela se lembrou do que aquela criatura havia dito, será que ele realmente era seu pai 

Enquanto andava pensativa pelos corredores, Marcy se deparou com uma janela, na verdade estava mais para um buraco na parede, ela se aproximou esperando descobrir em que lugar estava, mas o que viu era inacreditável. Marceline descobriu que realmente estava em um tipo de castelo, construído no corpo de uma enorme montanha, porém o mais chocante era o lugar em si, aquilo parecia um inferno, havia fogo por todos os lados. Também havia criaturas esquisitas, nojentas, havia tantas....havia filas enormes, e um cheiro insuportável de enxofre...aquilo era o inferno.

Chocada e assustada, Marceline não conseguia tirar os olhos daquela cena, quando foi despertada por um toque em seu ombro, lentamente ela se virou e se deparou com ele...

—Olá Marceline...

—Oi...

—Como você está?

—Bem, um pouco cansada, mas bem...

—Você deve estar faminta também, venha vou lhe fazer um sanduíche lá na cozinha.

—Não! Espere... Eu preciso saber... Quem é você? E onde estou?

—Bom, como eu havia lhe dito, eu sou seu pai, Hunson Abadeer...e bem, você está na Noitosfera...

—Noitosfera? Espera um pouco... Minha mãe me disse que meu pai havia morrido, e ....

—Eu sei, Marcel e eu decidimos que seria melhor e mais seguro para você ficar no mundo dos mortais, enquanto eu treinava para me tornar o novo líder da Noitosfera. Como poderíamos imaginar que em alguns anos uma catástrofe dessas aconteceria Eu havia mandado um mensageiro me trazer noticias de você e de sua mãe, mas ele não conseguiu voltar durante cerca de um ano... Aparentemente todo vestígio de magia havia se esgotado, mas recentemente, na verdade há alguns dias atrás, uma fonte inacreditável de magia surgiu no mundo mortal, e pude abril um portal próximo de você...e eu te trouxa para sua nova casa, aqui comigo, na Noitosfera.

—Eu....eu nem sei o que dizer...O que exatamente é a Noitosfera?

—Hum, a Noitosfera é uma dimensão mágica, aqui é onde os demônios “nascem”...e bem eu sou o demônio sugador de almas líder...E você é meio- demônio...

—Uau...Isso é muito para absorver....

—Bom, talvez você aceite aquele sanduíche agora...

—Talvez eu aceite sim.

E com um sorriso tímido no rosto, Marcy seguiu seu pai até a cozinha. Depois de algum tempo conversando Hunson descobriu que Marcel estava morta, e apesar de ser o demônio líder da Noitosfera, ele sentiu dor, e assim que ficou sozinho ele chorou pela perda de seu amor. Mas logo se recompôs. E ali naquele lugar demoníaco, Marceline cresceu, frequentou a escola e fez amizades, tudo muito macabro e sinistro, porém aquela vida acabou se tornando normal, e logo Marcy também era uma criatura macabra e sinistra...

Oito anos se passaram, Marcy agora com 16 anos havia se tornado uma garota rebelde e selvagem. Ela vivia quebrando as regras de seu pai, e sempre visitava o mundo dos mortais com seus amigos através de portais...Ela gostava de rever o lugar que um dia foi sua casa... apesar de não ter nenhuma diferença notável nesses oito anos, o mundo ainda cheirava morte e estava repleto de ruínas e destruição...Na verdade, talvez fosse exatamente por isso que Marceline ainda gostava de visitar a Terra...

Hunson não era exatamente um pai exemplar, afinal de contas ele era um demônio sugador de almas, então não era sentimental e muito menos entendia as fases pela qual Marcy passava. Um certo dia ele resolveu seguí-la ao mundo dos mortais, ele viu que Marcy entrou em um lugar chamado lanchonete, ele a viu pegando um pote com umas batatinhas fritas, então ela colocou em uma mesa e deixou uma nota de um dólar no balcão vaziou.

Marceline sabia que era besteira, mas gostava de agir como um ser humano normal quando visitava a Terra sozinha...Ela escutou um barulho fora da lanchonete, e saiu para dar uma olhada, era noite, e assim que saiu Marcy sentiu uma gota de água molhar seu rosto, ela demorou um segundo até se lembrar de que isso se chama chuva, a quanto tempo ela não sentia a chuva, então ela demorou um pouco até resolver voltar as batatinhas murchas que havia encontrado na geladeira daquela lanchonete em ruínas.

Assim que entrou, ela se deparou com seu pai, sentado na mesa onde havia deixado suas batatas, e ele.... Ele estava comendo as batatinhas. Pode parecer maluquice, exagero ou infantilidade, mas Marceline sentiu seu coração se despedaçar, pois seu próprio pai não compreendia como era importante e raro para Marcy encontrar algo que a lembra-se ou a conecta-se com seu passado naquele mundo. E passando por cima dos seus sentimentos, seu pai a havia despedaçado seu coração.

—Papai...porque?            

E ela caiu aos prantos, Hunson não sabia o que havia acontecido, e quando se aproximou para consolar Marceline, ela simplesmente saiu correndo, abriu um portal e desapareceu.


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