Um eterno e imortal amor... escrita por Lizandra


Capítulo 2
Um lindo e frio Amor


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, espero que gostem desse novo capítulo.
O episódio "Simon e Marcy" inspirou muito essa parte da minha história, por isso quem não assistiu ainda, eu sugiro que assista depois, assim vocês terão uma melhor visualização desse capítulo.
Mais uma vez, muito obrigado, e um grande beijo a todos. ;)



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Escuridão...Breu...Vazio............................................
TUM!!....Marceline acordou, não sabe exatamente onde nem se lembra, no momento, o motivo por estar “dormindo”. Mas basta um segundo para que tudo volte em sua mente....A Vila...sua Mãe...a bomba... e Bonnie...
E nesse momento toda aquela dor, aquele medo e aquela tristeza, que não puderam ser sentidos, chegam, e esses três sentimentos são muito peculiares, inconvenientes e sarcásticos, pois além de não pedirem licença ao chegarem, eles detêm de uma força inacreditável, avassaladores eles tomam os corações e fazem com que cada segundo a partir deste momento seja cheio de amarguras e pesares...
Macy só conseguia chorar....chorar...e chorar.
Depois de certo tempo, não se sabe exatamente quanto, seu pranto cessou, mas veja bem, ela não chorou mais, não porquê não queria, e sim porquê suas lágrimas simplesmente acabaram e sua alma era como um deserto, uma vastidão de seca. E foi neste momento que decidiu olhar em sua volta, e o que viu não a chocou mais do que o esperado, pois depois de presenciar a morte de alguém tão querido, de forma tão horrenda e tão perto, duvido que qualquer coisa abalaria essa menina de 7 anos.
Marceline viu destruição, poeira, medo e desespero. Não que o mundo, em particular o país que ela vivia, estava lindo e perfeito, sim o mundo já possuía marcas da guerra que enfrentava, porém o que restou não deveria ser chamado de mundo. Marcy viu ruínas, gosmas espalhadas por todo canto, e surgiu um apavorante pensamento em sua mente “ quantas dessas gosmas eram pessoas". E essa visão só serviu para completar o total desespero e desalento que essa garotinha sentia.
O curioso de toda essa situação era que algumas construções, apesar de muito danificadas, continuavam com certa estrutura, e isso permitiu que Marcy reconhecesse que estava no centro da cidade. Reconheceu algumas lojas e alguns prédios que ainda pegavam fogo.
Ali,vendo tudo isso Marcy reencontrou sua fonte, e voltou ao seu pranto. Ela se sentia tão pequena, tão sozinha, e se perguntava "Porque eu também não morri!?”.
Enquanto essa menininha chorava, apenas alguns metros de distância um famoso arqueólogo já mencionado antes, corria desesperado e confuso.
Simon estava pirando. A última coisa que se lembra é de ter colocado a coroa de gelo, que encontrou em uma tumba em uma área do Alasca, para sua noiva; Betty; ver como ele ficava. E então perdeu a noção de tudo, e quando voltou a si estava no meio de uma rua no centro da cidade, tudo estava destruído, e logo percebeu que a bomba suicida que ele e alguns amigos cientista, como Gunter, haviam desenvolvido, tinha sido usada. A bomba que iria acabar com a guerra dos  cogumelos, como ficou conhecida devido a quantidade de bombas nucleares que estavam sendo utilizadas. Apesar do susto, Simon, de certa forma, estava preparado para isto, então andou pelas ruas da cidade até conseguir juntar uma boa quantidade de suprimentos. Então quando decidiu que estava pronto, foi em busca de sua noiva.
Simon andou por alguns dias, e quando estava em uma área, ainda no centro da cidade, porém mais próxima de uma vila que era para refugiados, ele escutou um choro. Não conseguia acreditar no que ouvia, pois depois de alguns dias andando ele não encontrou seque uma alma viva, apenas encontrava gosmas verdes e massas que aparentavam ter sido humanos em algum momento.
Ele ficou tão esperançoso por escutar esse choro, que por acaso parecia ser de uma menininha, então saiu correndo em direção a ele, e em questão de alguns segundos ele viu, uma criança, uma menina, não parecia exatamente humana, pois sua pele era esverdeada, suas orelhas pontudas, quando abriu a boca para chorar deu para notar presas afiadas, mas o principal era uma energia, muito forte que emanava da garota, algo sobre humano.
Mas mesmo assim, Simon não pensou duas vezes, ali estava uma criança que precisa de ajuda e conforto, então se aproximou da garotinha, secou uma de suas lagrimas e notou para sua surpresa uma loja de brinquedos em condições não tão ruins, do outro lado da rua. Ele se aproximou da vitrine e pegou um macaquinho de pelúcia rosa avermelhado, então atravessou a rua e o entregou para menininha.
Marceline mal pode acreditar, um senhor bondoso havia entregado à ela um macaquinho de pelúcia, a quanto tempo não sentia tanto carinho, segurança e amor. Ela parou de chorar, abraçou o macaquinho e olhou para o homem.
Ali estavam, Simon e Marcy, ambos contaram suas histórias, e prometeram andar juntos e um ajudar e cuidar do outro, é claro que Simon viu que aquela menininha precisava de cuidados, e logo surgiu um sentimento paternal entre os dois.
Os dois amigos andaram juntos por muito tempo, cerca de um ano, Simon protegia e cuidava de Marcy, que era uma ótima companhia e uma cantora muito talentoso. Porém não era fácil sobreviver nas ruínas da guerra, e mais frequentemente apareciam mutantes, seres que sofreram com a radiação da bomba suicida,e que de gosmas se tornaram seres humanoides porém animalescos.
Simon protegia ambos com a coroa de gelo, porém o uso da coroa tornava o cabelo e barba de Simon maior e mais brancos, e enquanto a utilizava ele simplesmente apagava, e somente a necessidade de proteger Marcy o fazia voltar.
Apesar de tudo que acontecia, Simon não conseguia parar de pensar em como uma menininha de 7 anos sobreviveu à bomba suicida, e praticamente sem nenhuma lesão física. Havia algo se sobrenatural em Marceline, e Simon estava muito curioso para descobrir...
O poder da coroa estava corrompendo cada vez mais Simon, e Marcy começava a aparentar estar sendo afetada pela radiação e má alimentação, pois estava fervendo em febre, e em um dia como qualquer outro, enquanto Simon procurava uma sopa enlatada para alimentar Marcy, os dois foram atacados por um grupo de mutantes raioativos.
Simon e Marcy correram, pois Marcy havia pedido para Simon não usar a coroa de novo. Mas depois de certo tempo fugindo, eles foram encurralados em um beco, Simon colocou Marcy dentro de um carro velho e fechou a porta. Então com muito pesar colocou a coroa e derrotou os mutantes, ele cantava sua música preferida enquanto utilizava os poderes do gelo, pois assim algo o mantinha na realidade, porém algo dentro de si se perdeu dessa vez, e quando derrotou os mutantes e retirou a coroa, ele não estava se sentindo o mesmo.
Simon estava no meio da neve, e não sabia o que fazer, até avistar uma lata de sopa junto a um canivete-colher alguns metros de distancia, ele correu até eles, e percebeu que estavam grudado e uma gosma rosa, na verdade ele percebeu que a gosma rosa tinha olhos e boca, e que ela sorriu para ele, e que ela provavelmente pegou a sopa para Marceline e levou até eles.
E isso fez com que Simon percebe-se que no fundo Marcy não estaria sozinha, e que algo ou alguém estaria ali para protegê-la. Ele pegou a sopa e a colher e voltou ao carro, deu a sopa à Marcy e a abraçou, ele escutou Marcy dizendo que o amava, mas quando respondeu percebeu que a chamou de Gunter, seu melhor amigo cientista, que não via desde antes da bomba suicida.
Nesse momento Simon entendeu que estava perdendo a si mesmo, e que não sabia o que iria se transformar, e que seria provavelmente uma ameaça à Marcy. Então enquanto a garotinha dormia, ele escreveu seu ultimo bilhete à ela, pois durante esse ano havia escrito inúmeros bilhetinhos para Marcy, sobre a transformação que sofria devido a coroa. Porém no fim decidiu não entregar o bilhete, pois sem uma mensagem ou uma explicação do porquê a abandonará, será mais fácil para ela se esquecer dele, então deu um beijo em Marcy, que dormia dentro do carro, e partiu, porém enquanto andava, quando já faziam algumas semanas que havia partido, um grupo de mutantes o atacou e novamente Simon utilizou a coroa, mas dessa vez não conseguiu retirá-la.
Marcy acordou, e subitamente sentiu um vazio, como se algo tivesse sido tirado de si. Ela não encontrou Simon, e pensou que ele havia ido procurar comida. Ela esperou...esperou e esperou, e quando a noite do outro dia chegou, ela compreendeu que ele não voltaria mais, porém, apesar da tristeza, ela não sentiu raiva nem ódio, ela entendeu o que Simon havia feito, ela entendeu que ele a estava salvando dele mesmo, e Marcy sentiu um amor e uma gratidão tão forte que superou qualquer rancor. 
Porém ali estava a pequena Marcy, sozinha de novo, com medo, com fome, com frio e com saudades. Marceline estava no meio da neve deixada pelos poderes de seu amigo, e fitando a cidade , surgiu um lapso de pensamento em meio ao seu pranto, ela pensou em como aquele rosa, que avistou em uma gosma perto de si, lembrava lindos cabelos ruivos rosados que ela tanto sentia falta. 


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