Um eterno e imortal amor... escrita por Lizandra


Capítulo 15
A vida é complicada.




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Tudo corria relativamente normal na rotineira e cotidiana vida de Marceline... Depois de ter revisto uma certa princesa destruidora de corações, a vampira se pegou pensando diversas vezes em como sua vida teve momentos doces e felizes, e como tudo foi destruído de forma tão repentina e cruel.

Após alguns meses, Marcy percebeu uma certa movimentação em Ooo, principalmente no Reino Doce (não que ela estivesse sobrevoando essa área constantemente). Então resolveu andar pelas ruas adocicadas, para ver se tudo estava bem...

Assim que entrou no Reino a vampira percebeu que as casas e as ruas estavam vazias, então resolveu ir em direção ao palácio, onde todos sempre se encontram quando algo acontece. Ao chegar lá, se surpreendeu ao ver a multidão, mas não devido à multidão em si, mas sim pela feição de todos. Os doces estavam desolados, com o desespero e a preocupação estampados nos seus rostos.

Muito confusa, Marceline se dirigiu à um dos doces e perguntou o que estava acontecendo, e quase sem voz, carregado de sentimento, o doce respondeu:

— É ... A ... A princesa...  Ela... Ela... O Linch, ele foi liberto! Então, Finn e Jake... Eles foram tentar derrotar o Linch, eles conseguiram, mas a princesa tinha sido raptada pelo Rei Gelado, e você sabe como ele é doido... Ele... ele deixou a princesa cair na poça de liquido tóxico! Eu não sei... Acho que a princesa... Acho que ela está morta... A PRINCESA ESTÁ MORTA!!!!

E com esse último soluço, o doce se perdeu em lágrimas e não conseguiu falar mais nada.

E quanto à vampira... Bom, o mundo de Marceline explodiu, ele já havia explodido antes, mas essa foi a pior vez. Tudo ficou embaçado, os sons sumiram, e então a vista de Marceline foi preenchida pela doce imagem de uma linda face rosada, emoldurada por cabelos rosas que brilhavam como o sol, e aqueles olhos pretos, lindos e envolventes. E então ela voltou para a realidade.

A princesa estava morta. A princesa Bubblegum estava morta. A Bonnibel estava morta. Bonnie morta.

Não podia ser verdade! Essas palavras simplesmente não se encaixavam.

O choque não permitiu que nenhuma lagrima fosse derramada. E foi bom. Pois, Marceline sabia que quando uma lagrima fosse libertada não haveria barreiras, e então ela choraria... Choraria para sempre.

Foi então, que como uma resposta do destino, as portas do palácio foram abertas, e uma enfermeira (que parecia com um bolinho) anunciou, com uma voz carregada de felicidade, que a princesa estava bem. Ela estava exausta e abatida, mas estava bem, ela só precisava descansar.

E a luz voltou. Aquele momento de desespero foi o suficiente para fazer Marcy perceber o quanto ainda se importava, o quanto ainda precisava, o quanto ainda amava sua princesa.

Como um raio, Marceline voou até à janela da sala médica do palácio. Já ia entrando, quando foi surpreendida por uma figura redonda e azul saindo da janela. Era Simon, seu velho amigo que havia enlouque e se tornado o famoso Rei Gelado.

Simon foi embora, e Marcy sentiu que deveria apenas observar pela janela quebrada, e dar um tempo até deixar Bonnie vê-la novamente.

Então ela a viu. Como Bonnie estava abatida, se quer ostentava aquele doce tom rosado em sua pele. Em vez disso, ela estava cinze e pálida.

Marceline resolveu deixa-la descansar, e voltou para sua casa na caverna, decidiu que voltaria no dia seguinte, logo de manhã.

Assim que o sol nasceu, Marcy voou correndo para o Reino Doce, logico que com cada centímetro do seu corpo coberto e usando um enorme chapéu amarelo, para evitar as queimaduras.

Ao chegar no Reino Doce, Marceline percebeu que a áurea de preocupação e medo rondava de novo o reino, e perto do palácio viu alguns doces subindo as escadas que levavam até a área medica.

A vampira flutuou até a janela do salão em frente a sala médica, e lá encontrou uma pequena multidão. Conseguiu observar que na frente de todos se encontravam Simon, Jake e Finn, todos com uma expressão de desespero e medo estampada em seus rostos.

Marceline se desesperou. Será que havia acontecido algo com sua princesa? Foi então que a enfermeira bolinho abriu a porta da sala médica e anunciou a todos que a princesa estava viva, mas que havia acontecido complicações...

Marceline completamente preocupada, se perguntava “Meu Deus, o que será que aconteceu em tão pouco tempo?”

Então a enfermeira disse que não havia sobrado doce o suficiente, e que por isso a princesa estava mais jovem...

Então uma jovenzinha apareceu ao seu lado, e o coração de Marceline parou. A última vez que havia visto o rosto dessa “criança” fora no dia que a mesma havia sido pulverizada.

Era Bonnie, mas aquela Bonnie... Na verdade, olhando melhor, Marcy percebeu que não era exatamente a Bonnie de sete anos, era sim uma Bonnie com expressões infantis e meigas, mas um pouco mais “adolescentes” do que Marceline se lembrava... Essa era uma Bonnie que Marcy não conheceu...

Mas ela ainda ostentava sua aparência “chicletil”. Sua pele estava rosa claro, seus cabelos rosa escuro.

A   vampira foi despertada de seus devaneios pela doce e infantil voz da princesa. Ela havia chamado Finn, o humano, de seu herói, e corrido para os braços dele, dando um apertado e emocionado abraço.

Marceline desviou o olhar dessa cena, e voltou o mais rápido possível para sua caverna.

Deitada no telhado de sua casa, Marceline encarava perplexa o teto da caverna. Mas seus pensamentos estavam muito distantes.

Ela pensava em como se sentira quando achou que Bonnie estava morta, foi como se seu mundo acabasse, literalmente. Marceline já havia visto seu mundo acabar vezes demais, mas naquele momento ela também perdeu, mesmo que por um instante, a vontade de viver. Ela já havia perdido Bonnie, e fora horrível. Mas elas eram crianças, e apesar de ter sido um trauma, Marcy era jovem demais para saber o que amor realmente significa na vida. E depois de ter amadurecido e vivido um amor mais profundo e verdadeiro com Bonnie, mesmo que seu coração tenha sido despedaçado, no instante que soube que jamais veria os olhos de sua princesa, ela teve duas certezas. Ela amava Bonnie e a vida não valia a pena ser vivida sem ela.

Mas é engraçado como os momentos extremos, a linha final, o famoso “limite”, no s faz admitir os sentimentos mais claros possíveis, que normalmente nosso orgulho exprime e não nos deixa de forma alguma expô-los.

Talvez aquele momento “limite” no qual Marceline pensou ter perdido seu amor verdadeiro a iria impulsionar a falar com Bonnie, e dizer que ainda a amava e que a perdoava por tudo. Mas o destino foi diferente, e após um incidente Bonnie acabou tendo sua aparência física transformada em uma menina de 13 anos.

Marceline sabia que era ridículo sentir ciúmes de uma garotinha, mas eu coração se apertava todo cada vez que se recordava da pequena Bonnie abraçando o Finn. Finn sempre teve uma paixonite pela princesa, bom agora ele teria uma chance real. Marcy queria morrer, essa situação era horrível! Era óbvio que Marceline não queria ter um relacionamento com uma criança de treze anos! Eca! Ela não era pedófila! Bonnie ainda tinha 800 e poucos anos e a algumas horas atrás ela era a linda e ADULTA princesa por quem Marceline se apaixonou. Ela sentia ciúmes por saber que aquela garotinha era sim sua Bonnie, e que agora ela nunca teria a chance de se abrir para a princesa, dizer como estava magoada, mas como ainda a amava. Marceline estava desesperada, pois sentia que havia perdido sua Bonnie, e dessa vez para sempre.

A vampira reencontrou uns amigos da pesada, que estudaram com ela na Noitosfera. Então por coincidência Finn e Jake apareceram em sua casa para ver um filme, mas digamos que seus “amigos” não eram muito familiarizados em fazer amizade com humanos. Em qualquer outro dia Marceline teria protegido Finn, mas ela estava amargurada e consumida pelo ciúmes de saber que ele estava tendo uma chance com SUA Bonnie, enquanto ela a havia perdido para sempre.

Marceline não se orgulha do que fez, ela usou a velha máscara de ironia e sarcasmo e descontou toda sua raiva em Finn, tirando sarro dele, o enganando e até mesmo o humilhando em frente aos seus amigos. Mas então ela percebeu que tinha ido longe demais, fez com que seus “amigos” baixassem a bola e se desculpou com Finn.

Ela não havia melhorada, muito menos estava mais feliz... Mas percebera que Finn não tinha culpa de nada, e que ele era seu amigo, apesar de tudo...

Marceline poderia ter bebido para curar seu coração. Poderia ter feito uma longa viajem de novo. Poderia ter caindo na balada e namorado várias pessoas para esquecer sua dor. Mas dessa vez ela resolveu senti-la. Ela canalizou tudo o que queria dizer, sentou-se e começou a escrever uma música, que pela primeira vez em anos era dedicada à uma garota com um lindo rosto rosa.

Depois de algum tempo, Marceline ainda estava muito triste, mas escrever aquela música estava sendo um processo magico e libertador. Então, Marcy recebeu a visita de seu ex-namorado idiota, fantasiado de mago, ele era idiota ao ponto de achar que Marcy não o reconheceria. Então ele jogou um pó em Marcy.

Quando Marceline se recordou de tudo ela quase matou o Ash, ele havia roubado memorias muito importantes para ela, para que ela esquecesse que eles haviam terminado. Mas Finn e Jake a ajudaram. Cada vez mais ela via com eles eram pessoas incríveis, e que ela devia tentar passar mais tempo com eles...

Marceline estava tentando, realmente tentando não se afogar em sua tristeza. Mas toda vez que fechava os olhos ela via aquele lindo rosto rosa, e escutava aquela doce voz, e então ela desejava do fundo de seu coração ter 13 anos, para apenas ter uma chance de ser o amor de sua princesa.

Bonnie acordou, e depois de ter sido sequestrada, caído em um liquido radioativo, ter sido possuída pelo espirito do Linch, transformada em um monstro, congelada e quebrada em pedaços (LITERALMENTE), finalmente ela se sentia em pleno controle de si mesma.

Mas algo parecia estranho, ela levantou da maca e se dirigiu ao espelho da ala médica, e soltou um surdo grito de surpresa, pois uma criança, ELA criança, a encarava.

O Dr.Sorvete explicou que havia sobrado pouco doce para refazê-la, e por isso ela estava com a aparência física de uma criança de 13 anos.

Após o susto a primeira coisa que pensou foi “Marcy”. Pronto, toda e qualquer chance de tentar reconquistar Marcy já era, tudo estava acabado.

Bonnibel sentiu uma tristeza indescritível.

Mas com uma frieza calculada, que somente ela poderia ter, se recompôs e colocou um falso sorriso inocente em seu rosto e foi falar com seus súditos.

No salão ela ficou decepcionada e falsamente aliviada ao não notar um familiar rosto cinza-esverdeado. Então agradeceu ao Finn, e com uma fingida inocência e leveza de uma jovem de 13 anos, correu e deu um abraço em seu “herói”. Durante tal ato, Bonnie pensou que deveria dar uma chance ao Finn, afinal ele sempre teve uma paixonite por ela, e agora o que a impedia de deixa-lo tentar... Afinal ela já havia perdido “tudo” ...

Algumas semanas passaram, e após encontros entediantes e conversas constrangedoramente falsas (pelo menos de sua parte) Bonnie percebeu que mesmo que não fosse uma pessoa de 822 anos presa em um corpo de 13 anos, tentando fingir que gostava desse garotinho fútil e infantil, ela não poderia ficar com Finn, pois além de tudo isso, ela não o amava, esse lugar já estava preenchido em seu peito.

Então quando um dos seus primeiros e mais fracassados experimentos, o conde Lemongrabe, reapareceu com uma ideia doida de assumir o Reino Doce e Finn teve uma ideia mais doida ainda para se livrar dele, a princesa resolveu aceitar. Ela já havia estudado uma forma de voltar a seu corpo de adulta e resolveu usar essa situação como sua última aventura como criança.

No final do dia, com a ajuda de seus súditos e de um gesto de carinho do Finn, Bonnie estava com a aparência de adulta. Ela expulsou o Lemongrabe e reorganizou o Reino. E então, muito discretamente, pediu para que seu ganso de estimação deixa-se “cair” um cartaz que anunciava que a princesa Bubblegum havia retomado o trono e que estava adulta novamente, no quintal de uma escondida casa dentro de uma afastada caverna.


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