A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! escrita por Dri Viana


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez não demorei. E quero aproveitar pra agradecer aos comentários de vocês. E dizer que acho que vão gostar da atitude do nosso "quatro olhos".



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—Isso que fez não foi certo, Gil. Você já tinha dito que ia com Sara e cancela isso pra sair com a Heather? Entendo que você prefira sair com ela já que está tendo algo com nossa vizinha, mas você já tinha assumido um compromisso com Sara na quarta e não foi bonito da sua parte fazer o que fez com ela.

Minha mãe me dizia enquanto preparava o jantar pra mim. Há pouco, ela chegou a cozinha e me questionou o que havia acontecido, pois Sara passou por ela feito um raio e parecia chateada. Eu então lhe contei sobre o que havia dito a Sara.

—Mas mãe, eu não podia recusar o convite da Heather. - Contra-argumentei.

—Você não precisava recusar o convite dela. Mas podia simplesmente lhe dizer pra irem um outro dia, pois já tinha um compromisso na quarta.

Na hora eu nem pensei nisso. Só fiz aceitar o convite sem sequer me importar muito com nada.

—A senhora tem razão. Mas eu fiquei com receio dela achar que eu estava inventando uma desculpa pra não aceitar o convite.

—Duvido que ela acharia isso, querido.

—Talvez não mesmo. Mas a verdade também é que eu não queria acompanhar mesmo a Sara nesse boliche. - Revelei.

—Então se você não queria acompanhar a Sara no boliche, por que não disse antes? Por que foi dizer que ia com ela?

Sério que ela está me fazendo essa pergunta? Justo ela que decretou que era pra mim acompanhar Sara no dia em que aquela garota contou do boliche?

Mas a verdade é que eu também devia ter deixado claro naquele dia mesmo que não queria ir. Só que não! Me calei e como diz o ditado: " quem cala consente!". Então aí estava o resultado. E ainda caí na bobeira de confirmar pra Sara dias atrás que eu iria com ela mesmo. Então, eu merecia mesmo aquele sermão da minha mãe.

—Deve desculpas a Sara pelo que fez.

Retirei os olhos por isso. Mas no fundo sabia que minha mãe estava certa.

—Tá, eu vou pedir desculpas a ela.

—Eu espero que sim mesmo.

...

Depois de lavar a louça do jantar que minha mãe me preparou, eu resolvi ir logo pedir desculpas a Sara. Se era pra fazer isso então que fosse de uma vez. Eu tinha errado e nada mais justo que consertar meu erro. Ao passar pela sala avisei a minha mãe que iria falar com Sara. Ela apenas assentiu em resposta.

—Sara, eu posso falar com você? - Disse já batendo na porta do quarto dela. Ao contrário de Sara, eu sim sei bater antes de entrar no quarto de alguém.

—O que quer falar?

Eu ouvi Sara indagar de dentro do quarto.

—Abre a porta e te digo!

Levou somente uns segundos pra ela abrir a porta pra mim. Acho que ela já ia dormir, pois estava de pijama.

—Fala! - Ela me resmungou, escorando-se ao batente da porta.

—Eu quero te pedir desculpas.

Pensei que ia ser difícil dizer tais palavras a ela, mas não foi. Acho que o fato de ter a consciência de que aquilo era o certo a fazer, tornava aquela situação fácil.

—Aposto que só está me pedindo isso, porque sua mãe te obrigou.

—Não. Quer dizer, ela disse pra eu ti pedir isso, mas não obrigou. Eu tenho que reconhecer que te devo desculpas mesmo. Não foi legal da minha parte ter aceitado o convite da Heather sendo que eu já tinha dito que ia com você ao boliche. Foi mal, de verdade!

Eu estava sendo realmente sincero quando dizia aquelas coisas.

—O que tá feito... tá feito, né?!

—Se você quiser, eu posso remarcar minha saída com a Heather para o outro dia assim posso te acompanhar no boliche como já tava acertado. - Propus. Tinha tido a ideia disso naquele instante. Esperava que Heather entendesse depois essa situação.

—Não precisa se incomodar. Já disse que quem não quer mais que você vá comigo sou eu! Pode sair com a sua... vizinha. Eu já arranjei uma companhia bem legal pra ir comigo ao boliche. Seu amigo Nick. Ele ao contrário de você não tá se sentindo nenhum pouco obrigado a ir comigo.

Era óbvio que ele não tava. Nick tava afim dela mesmo!

—Claro!

—Agora se você me dá licença, eu já tava indo dormir quando você bateu na porta.

Era impressão minha ou ela ainda continuava aborrecida comigo?

—Vai me desculpar pelo menos?

Ela ainda não tinha me dito nada quanto a isso.

—Desculpas aceitas. Boa noite!

Simplesmente, ela bateu a porta na minha cara, depois disso. Não me deu nem chance de lhe dizer mais nada. Quem ela pensa que é? Eu peço desculpas e é isso que ganho em troca?

Sai fulo da vida dali. Voltei para a sala e contei a minha mãe o ocorrido.

—Ela tem toda razão de agir assim. Está chateada com você, com o que fez pra ela. Eu no lugar dela faria o mesmo, querido.

Quê??

Não acredito que a minha própria mãe está dando razão à Sara? Será que essa garota fez lavagem cerebral na minha querida mãe? Só pode!

—A senhora está falando sério? - Eu estava incrédulo.

—Com certeza. Se ponha no lugar dela e também vai me dar razão.

Minha mãe levantou-se do sofá, deu-me um beijo e disse que ia dormir.

Sozinho na sala, eu me pus a pensar e cheguei a rápida conclusão de que a minha mãe estava novamente certa.

—E quando é que ela não está? - Questionei-me por fim.

...

Acho que nunca vi a Sara tão calada como naquela manhã. Tomamos café no mais puro silêncio, o que me fez recordar a época antes da chegada de Sara a minha casa. Devo admitir que me incomodou esse silêncio todo, pois já estava me habituando a falação daquela garota a mesa.

—Tá tão calada! - Comentei pra quebrar aquele silêncio que se instaurou após a saída da minha mãe para ir rápido a galeria.

Sara nem me respondeu, sequer me olhou.

—Vai ficar nesse silêncio mesmo?

Aquilo já estava ficando desagradável. Eu queria que ela ao menos dissesse algo. Que fosse inoportuno, inapropriado, irritante ou até mesmo que ela me insultasse, mas que ela falasse e acabasse com aquele silêncio horrível.

—Vai te entender, quatro olhos. Se eu falo demais, você reclama. E se eu tô calada, você também reclama. Dá pra se decidir nisso, meu filho?!

Ela por fim falou-me e depois me olhou. E essas suas palavras e o modo como as falou e me olhou, foi engraçado e inevitável de não rir. Então eu ri dela, do que ela disse, da forma como disse e de como me olhou.

—Enlouqueceu?? Do que está rindo, quatro olhos?

Ela me questionou, encarando-me com um vinco na testa. Certamente, Sara estava sem entender direito aquela minha reação. Então ainda sorrindo lhe expliquei a razão do meu riso.

—Por acaso virei palhaça pra você rir de mim? - Ela rebateu após eu ter dito que ria dela.

—Você me disse certa vez, que eu ficava uma comédia irritado. E sabe que agora cheguei a conclusão de que você também fica uma comédia irritada, Sara. Precisa ver!

—Eu?? Você tá me zoando, seu nerd estranho e sem graça?

Eu não me ofendi com o insulto, pois notei um discreto sorriso querendo escapar dos lábios dela.

—Não! Só disse a mais pura verdade... garota insuportável.

Aquele seu olhar semicerrado e que parecia até de um serial killer me encarando, já não me assustava como nos primeiros dias da chegada dela ali.

—Insuportável é a sua... Não, a sua mãe não, porque a tia Beth é uma excelente pessoa, um amor na verdade. Então, insuportável é a sua cara quando tenta bancar o engraçadinho.

Ela me mostrou a língua e logo em seguida, acabamos rindo juntos disso. Tinha que reconhecer que as vezes - entendam como raramente - como naquele momento era até  agradável ficar perto de Sara. Ela sabia ser divertida quando deixava a ironia e a implicância de lado.

—Acho que posso considerar que de fato me desculpou, não é?

—Eu já te desculpei ontem se não se lembra.

—Mas não foi o que pareceu pra mim. Você bateu a porta na minha cara ontem.

—Ai, coitadinho dele! Ficou magoado, foi nenê?

E lá estava o deboche de volta, mas dessa vez, eu não me importei com ele. Até ri disso!

—Você é um caso perdido! Já cheguei a conclusão de que você é um carma na minha vida!

—E você uma cruz na minha, quatro olhos!

Ambos sorrimos um pro outro!


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Notas finais do capítulo

Esse dois brigam, discutem, se provocam, mas também se entendem bem quando querem. Ainda é aquela típica relação "montanha-russa". Mas que depois vai engrenar e dar super certo.

Um beijo e até o próximo capítulo que já adianto que vão gostar muito. Motivo? Alguém vai levar "bolo" também.



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