Jovens e Gigantes escrita por C J Timothy


Capítulo 4
Cathedral House Hotel


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Eu só consegui terminar o capítulo escrevendo nas Notas do celular, porque meu bloqueio trabalhando no Pages é imenso. Mas demorou para eu ter essa ideia, então...

Enfim, Ian chega como foco nesse capítulo. Aproveitem.



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— Então eu vou passar a noite neste hospital ridículo sozinha?! — A indignação de Natalie ribombou pela Sala de Recuperação.

A cirurgia havia terminado havia várias horas. Tudo correra bem. A bala não havia estilhaçado nenhum osso ou cartilagem essencial, apenas raspara dois metatarsos. Ela ficaria sem andar por algumas semanas devido à recuperação, mas nenhum movimento fora permanentemente comprometido. 

Ian e os outros se demoraram pelas dependências do hospital até que ela acordasse novamente, tanto porque o garoto achava essencial estar lá quando acontecesse, quanto porque os Madrigal preferiam que ficassem todos juntos para facilitar o contato. Eles estavam sempre ao telefone, discutindo ou recebendo informações sobre a roda-viva que os clãs vivam naquele momento, e passavam notícias para os garotos de tempos em tempos.

Quando o médico finalmente anunciara o fim do efeito anestésico, Daniel havia se ajoelhado e elevado as mãos (“Jesus seja louvado! Já era hora, minha filha! Eu ‘tô com sono”). Ian revirara os olhos, mas precisara admitir para si mesmo que quase concordava.

Ele estava exausto. Exausto da viagem, daquele ambiente agonizante, das horas acordado e, sim, das pessoas sem classe que chegavam aos montes. Exausto de tudo o que acontecera na ilha de Gideon. Exausto da própria Busca pelas 39 Pistas, que tinha durado meses. 

Foi então dito que dois visitantes poderiam entrar para vê-la por alguns minutos, e Ian fora o único a acompanhar o profissional.

A Sala de Recuperação era um salão comprido e frio, com uma dúzia de leitos, metade deles ocupados. A atmosfera ali era definitivamente desconfortável. Natalie se encontrava deitada em roupas de paciente, o rosto um pouco inchado e a perna elevada por um equipamento. O médico discorrera a respeito do procedimento, dissera que ela seria transferida para um quarto em breve e comunicara um período de internação mínimo de seis dias. Depois, saíra para deixar os irmãos a sós.

A menina estava meio zonza, falando devagar. Os aparelhos zumbiam ao redor da maca, marcando coisas que Ian não se importava em entender, contanto que estivessem estáveis. Ela perguntara a respeito de algumas coisas, como os Starling (“Sinead veio buscá-los em seu ultraleve”) e suas roupas (“Eu pedi que se desfizessem delas… Natalie, sinceramente, você queria ficar com aquelas coisas?… Bom, sinto muito, mas estavam rasgadas e cheias de sangue!”), antes de Ian dizer que iria a um hotel passar a noite. E então, ela se levantou bruscamente e deu início a um chilique.

— Fique quieta! — Ian exclamou, exasperado — Você acabou de fazer uma transfusão de sangue!

— Ian, eu não posso passar a noite aqui! — Ela o ignorou — Olhe para este lugar! É deprimente!

Mesmo que o tom dos dois fosse baixo — um efeito natural que ambientes de hospital provocam nas pessoas —, Ian notou dois enfermeiros olharem de relance para eles.

— Pode sim, e você vai!

— E você vai para um hotel! — Ela deitou-se de novo, aborrecida. — Que absurdo!

Ian apertou a ponte do nariz com os dedos. Natalie tinha o talento de fazê-lo querer bater nela mesmo naquelas circunstâncias. Era quase madrugada e ele estava muito cansado. Há uns bons minutos, seu organismo vinha promovendo descargas de calor a fim de mantê-lo acordado. Ian podia sentir que estava provocando seu limite.

— Natalie — ele falou, respirando fundo e forçando tranquilidade—, pelo amor de Deus, eu preciso descansar. Nós estamos esperando você acordar por horas…

— “Nós”? ela interrompeu, ligeiramente confusa.

— Sim, nós. Os Cahill chegaram pouco depois de você entrar na sala de cirurgia. Só deixaram o hospital para comprar comida e alimentar a peste. — Ian explicou brevemente. Cada frase parecia exigir toda a força, seus pulmões também estavam esgotados. — O ponto é que aquela garota Nellie fez reservas em um hotel aqui perto e eu preciso dormir.

Natalie resfolegou, contrariada, mas nada disse. Entretanto, a despeito de ser uma Lucian, seus olhos traíram algo que Ian identificou na hora: apreensão. A irritação do garoto se transformou em compaixão e ele tomou a mão da irmã na sua, como raramente fizera na vida.

— Eu estarei aqui pela manhã — ele disse, em tom tranquilizador, a frase cheia de significado.

Ela deu um meio sorriso e pareceu se conformar. Então, o garoto se virou e caminhou de volta para a sala de espera, emergindo pela porta ao lado do balcão.

— Como ela está? — Amy perguntou, parecendo genuinamente preocupada. Ela, o irmão e os outros estavam reunidos em uma espécie de círculo, conversando.

— Bem. Fez um pequeno escândalo, mas nada fora do comum. Vai ser levada a um quarto dentro de pouco tempo — Ele respondeu. Depois, acrescentou para McIntyre: — Podemos ir agora…

Ian se sentiu muito estranho tomando atitudes em grupo. Na verdade, vinha sentindo isso o dia inteiro, desde que haviam saído daquela porcaria de ilha. Acatar sugestões não era seu perfil de jeito nenhum — e nem sugerir. Toda sua vida podia ser resumida em receber ordens e dar ordens, como um agente exemplar e um Kabra bem-educado. Mas ele havia se prometido mudar.

Se aproximando da porta, Ian notou o casal de meia-idade perto do preparador de chá. Eles haviam passado quase o mesmo tempo que o garoto no Royal Infirmary, e a mulher, embora parecesse elegante, chorara a maior parte do tempo. Ian enrugou o nariz; o que sua mãe diria se ele tivesse derramado uma lágrima por causa da irmã, em público ainda por cima? 

Imediatamente, repreendeu-se pelo pensamento. O que ela diria não me interessa mais.

Eles atravessaram o salão de entrada — no qual uma nova recepcionista em seus quarenta anos lançou um olhar um pouco assustado às roupas do garoto — e saíram para a rua. O sentinela corpulento levantou os olhos e prontamente entregou a Nellie a… Como era o nome daquilo, gaiola para gatos? — Os Cahill não haviam podido entrar com o animal no hospital, é claro, então fizeram um acordo com os guardas para ficarem com ele.

— Muito obrigada por ter cuidado dele! — a babá falou, estendendo para ele uma nota de dez libras. Ian olhou desconfiado para a tranca e cuidadosamente se afastou do Mau Egípcio, fazendo questão de deixar Amy, Daniel e Fiske Cahill entre eles.

— Vamos andando, então. — Fiske bateu as mãos — O hotel fica na próxima rua.

— Andando?! — ambos Daniel e Ian exclamaram.

— Mas, tio Fiske! — o pequeno americano continuou, embora tivesse roncado por uns bons vinte minutos na sala de espera depois de voltarem do bistrô — Eu estou morrendo… Minhas pernas vão virar espaguete!

— Dan, fala sério. São apenas alguns metros… — Amy argumentou, mas ela também exalava exaustão. Os olhos estavam vermelhos e inchados e bocejava a cada minuto.

Ian teve vontade contradizê-la, mas, àquela altura, discutir exigia uma força de vontade muito maior do que ele. Então, o britânico apenas colocou as mãos nos bolsos e começou a seguir o Sr. McIntyre, que já estava mais à frente. Por mais que nunca houvesse gostado do velho, com quem se encontrara raramente ao longo da infância, começava a simpatizar com ele, por compartilhar com o garoto curta paciência e fria personalidade em certas ocasiões.

— Me leva, então, Nellie! — Daniel disse, jogando todo seu peso no ombro da au-pair. Ela resmungou, mas deixou o menino onde estava.

A noite em Glasgow estava fria. Uma chuva fina caía, desviada pela brisa forte. A Castle Street estava completamente vazia. Por ser prioritariamente uma área histórica, não havia luzes residenciais para iluminar as redondezas, então eles eram guiados apenas pelos postes. Isso o perturbava e Ian, mesmo cansado, aguçou um pouco seus sentidos. Ele era um Lucian, afinal de contas.

Tudo o que ele mais queria naquele momento era um banho. Nellie dissera-lhe, ao voltar do mercado, que havia comprado roupas para ele vestir depois de se lavar. No momento, Ian havia ficado apreensivo. Certamente não seriam roupas de grife. Ou elegantes. Talvez nem confortáveis. Mas agora ele não dava a mínima. Ele nunca havia se vestido de maneira mais lamentável em toda sua vida e nem queria saber as condições do seu cabelo… Um banho e uma cama. Era isso. Amanhã, ele poderia dar corda às preocupações que o esmagavam, que a conversa com Fiske Cahill não conseguira dominar.

— Como você está? — Amy se dirigiu a ele. A expressão de confusão deve ter sido bastante óbvia no rosto do garoto, porque ela logo acrescentou: — Se sentindo, quero dizer. A respeito de… Bem, de tudo o que está acontecendo.

Ian não sabia o que ela queria que ele respondesse, exatamente. Ele estava mais surpreso do que confuso, na verdade. Era uma pergunta um tanto inusitada.

Durante aquele dia, não havia participado de muitas conversas.  Ele passara a maior parte do tempo pensando, calado. Não era algo que ele gostasse de fazer — tagarelar a respeito de coisas inúteis ou subjetivas. Ele sempre fora prático. Ninguém deveria saber como ele se sentia em relação a algo, porque o tornaria vulnerável. Isso seria algo ensinado pelos pais ou de sua própria natureza? Ian não sabia dizer. Então, se esforçou para seguir a deixa da garota.

— Uhm… Eu não sei… — Ele tentou. Certificando-se de estavam a uma segura distância tanto dos homens à frente quanto da jovem punk, procurou mais palavras: — É um pouco confuso. Tudo mudou de perspectiva.

Amy assentiu.

Todo o universo da família Cahill havia sido abalado pelos eventos daquele dia. Sem pistas para se caçar, o objetivo de vida de milhares de pessoas, herdado ao longo de gerações, simplesmente não fazia mais sentido. Um grupo que sempre fora considerado inimigo mostrou-se membro da família. As disputas entre clãs não precisavam mais existir. A essência dos Cahill fora basicamente desconstruída. Princípios familiares, rompidos. E uma das pessoas mais poderosas do mundo, inimiga de tantos, estava agora detida na sede na Polícia Metropolitana: a mãe de Ian, alguém que ele admirou toda sua vida.

Sinead ligara para Fiske assim que pôde e informara que Alistair Oh estava prestando depoimento, e ela seria a próxima. Ian não soubera como se sentir a respeito. Era justo, mas ele não diria que estava aliviado. Entretanto, também não diria que sentia compaixão. Sempre que aquela mulher lhe vinha à mente, tudo o que ele conseguia era um desconforto, seguido de uma pontada de raiva e da imagem da bala perfurando o pé de Natalie.

Vikram estaria na delegacia também? Ele sabia que a esposa estava detida, Fiske informara a Ian imediatamente depois de o Capitão Sei-lá-o-quê telefoná-lo. Mas não havia chegado mais nenhuma mensagem.

— Natalie sabe sobre I-Isabel? — a menina perguntou. Ian notou com certo remorso o temor com que ela usou o nome.

— Não. — Ele respondeu. — Eu não sei como ela vai reagir. Isabel pode ter atirado em seu pé, mas não apaga o fato de Natalie sempre ter se espelhado nela.

Eles chegaram à esquina, na qual se erguia um prédio de pedras  semelhante a um castelo, com a mesma arquitetura oitocentista dos arredores. Um banner dizia se tratar do Museu St. Mungo, do qual Ian nunca ouvira falar. Eles seguiram pela transversal, acompanhando os limites de uma praça arborizada com uma antiga cabine de polícia na entrada. Se perguntassem, Ian diria que era impossível alguém dormir de pé e andando, mas Daniel parecia estar fazendo um belo trabalho.

A calçada terminou e, para a surpresa do garoto, McIntyre e Fiske atravessaram a rua em direção a uma construção tão parecida com os arredores que pensaria-se fazer parte de algum conjunto histórico. Era um prédio de três andares em estilo baronial, com duas portas de entrada e pequenas torres. À penumbra criada pela luz dos postes, Ian conseguiu distinguir as letras de ferro na fachada: Cathedral House Hotel.

 — O que foi? — Amy perguntou, vendo-o parar de andar.

— Nós vamos dormir aqui? — Ele perguntou.

— Sim. — Nellie respondeu em tom definitivo. — E fica de boa. Eu podia muito bem ter deixado você no sofazinho de um quarto de hospital.

— Poderia também ter procurado um hotel que não servisse de cenário para um filme de terror medíocre! — Ian contrapôs, exasperado.

— Vamos, Ian. Não é ruim assim… — Amy tentou convencê-lo a entrar, adicionando tímida mas francamente: — Eu gostei.

A chuva começava a ganhar corpo e ele não podia fazer nada além de seguí-los. Eles entraram pela segunda porta, sobre a qual estava escrito também em ferro "Prédio construído em 1896", que dava direto em uma escada atapetada, parcamente iluminada por uma lâmpada amarela. Que tipo de hotel era aquele, que nem recepção possuía? Sinceramente… Subindo o primeiro lance (Daniel, recusando-se profusamente a fazer qualquer exercício, quase precisou ser arrastado) viram-se em um pequeno corredor, com algumas portas de mogno. Fiske pôs a mão no bolso e, examinando seu conteúdo rapidamente, entregou a Amy e Ian uma chave antiga cada, com etiquetas amarradas no floreio.

— Ian, filho, você ficará no quarto 4. Amy, você, Nellie e Dan ficam no quarto 7. Eu dividirei o 3 com McIntyre. Boa noite a todos!— Disse, retirando-se. Seu colega de quarto meramente assentiu e o seguiu.

Amy entregou ao menino a sacola que carregava, dizendo-lhe se tratar de roupas limpas. Ele pegou-a e, um tanto atrasado, murmurou um "obrigado" incerto. Ela sorriu, bocejou uma última vez e seguiu a voz irritadiça do irmão até a porta de número 7.

O quarto de Ian era o segundo à esquerda. Ele passou a chave na tranca e entrou, surpreso por a porta não ranger. Como ele esperava, era um quarto minúsculo. O piso era de madeira nua e as paredes, revestidas por um papel barato com estampa bucólica. Além da porta para o que ele assumiu ser um banheiro, havia um aquecedor desligado sob a janela mais alta, emoldurada por voile, uma estante com um televisor e duas camas, as quais estavam forradas em um padrão verde e violeta, a exibir desenhos que ele não sabia se eram folhas ou flores.

Ian pôs a sacola em cima de uma das camas e, um pouco apreensivo, retirou as peças. Ele tivera uma profunda suspeita com relação ao que Nellie poderia comprar para ele vestir, pois o estilo da garota era certamente excêntrico e ela adoraria abusar do poder de escolher suas roupas, e foi um grande alívio encontrar, em vez de camisetas de banda e jeans, três pares de camisas e calças sociais, polos e roupas de baixo decentes. Ele suspeitou que Amy interferira no assunto. Eram Lacoste, mas ele esperara pior, e poderia fazer o esforço por algum tempo, até ter seu guarda-roupa e seu alfaiate à disposição de novo.

Ian ligou o aquecedor e se dirigiu ao banheiro. Também era pequeno, mas pelo menos era limpo e tinha um secador de cabelo. O menino hesitou, duvidando da qualidade daqueles produtos dispostos na prateleira, mas a agonia falou mais alto e ele se despiu e entrou debaixo da ducha.

A sensação era tão boa que ele se deixou ficar ali mais do que o necessário, o peso em seus ombros escorrendo com a água e a mente oscilando entre sonho e realidade. Seus cortes e arranhões arderam sob ação do sabonete, mas ele não se importou. Era dor de machucados em processo de cicatrização e, por alguma razão, ela o tranquilizou ainda mais.

Saindo do banho, ele vestiu um conjunto social — não, Nellie não comprara pijamas — e amarrou dentro de um saco de lixo suas roupas, rasgadas, molhadas, sujas e cheias de sangue; sangue dele, sangue de Jonah, sangue do pé ferido de sua irmã. Enfim, deitou-se na cama mais próxima à parede e seu corpo exclamou de gratidão. Seus olhos fecharam instantaneamente e se sentiu mergulhando na inconsciência…

Mas a glória do momento foi cortada abruptamente por fortes batidas na porta, que fizeram seus olhos abrirem de pronto, sua cabeça se atordoar por uns instantes.

— IAN! — A voz de Nellie se fez ouvir do corredor, através do tud-tud-tud de punhos no mogno. — Abre aí!

— Em nome do bom Deus! — Ele reclamou ao abrir a porta para as duas meninas. — Eu finalmente estava… Ei! Tenha modos!

A garota de cabelos bicolor (visivelmente mais assanhados do que o normal) invadiu o quarto sem hesitar, deixando Ian à porta. Ele olhou para Amy confuso, mas ela entrou sem dizer coisa alguma. Apenas a primeira parecia ter tomado banho e trocado de roupas e Ian presumia que Daniel houvesse caído no sono sem tampouco escovar os dentes.

Voltando para o cômodo, Nellie sentada na primeira cama, acertando a televisão para o canal da BBC News. 

O que é que está acontecendo?! — ele perguntou, enfático.

Em vez de responder, a jovem apenas apontou para a tela. O estômago do menino pareceu dar um nó.

Huw Edwards aparecia ao lado das imagens de Isabel Kabra e Vikram Kabra — a primeira era uma foto tirada por um paparazzi, em que ela, usando um sobretudo bege e a bolsa Prada preferida sob o braço, entrava elegantemente em um restaurante; a segunda, tirada em um tapete vermelho de algum evento de arte, o pai do garoto elegantemente trajado, trazendo no rosto a expressão davídica que Ian tanto conhecia. O âncora falava:

—…New Scotland Yard. Um informante contou-nos que entrou em contato com Kabra perto das sete horas da noite, antes de ele tornar-se um suspeito da Polícia Metropolitana, para que prestasse depoimento no tocante à prisão da sua esposa.

“Entretanto, quando o detetive Stuart McKellen chegou à mansão Kabra com o mandado de prisão, o bilionário já não podia ser encontrado. Vikram Kabra é considerado foragido da polícia internacional.

“Em uma nota mais feliz, hoje nasceu no zoológico de…”

E a tela ficou preta.


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