O TEMPO, com Amor e Saudade escrita por Belyhime


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Antes de iniciar a leitura, eu gostaria de dizer que esta é uma fanfic independente, mas está correlacionada a Querido Syaoran, a primeira fanfic que eu escrevi. Fica a critério de vocês ler ou não este outro trabalho!



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Querido Syaoran,

Eu queria lhe dar notícias animadoras, mas o mundo continua o mesmo. A estupidez humana ainda perdura.

Sim, surgiram novas tecnologias, é verdade. Mas as pessoas continuam as mesmas. E as Guerras não acabaram, elas estão por todos as partes do mundo. E eu lamento profundamente por isso, só quem viveu em uma para saber como é triste, só quem perdeu um ente querido para saber como dói.

Ah! E o tempo...

Uma palavra tão simples e tão cheia de significados.

Quando falamos de tempo, podemos nos referir a qualquer coisa, como meteorologia ou tempo que se leva para buscar as crianças na escola. Mas o tempo ao qual eu me refiro, é o tempo que temos de vida.

 Em um momento, somos jovens e não damos valor às coisas que realmente importam, mas conforme o tempo passa nos damos conta de que poderíamos ter feito mais do que realmente fizemos. Digo, poderíamos ter aproveitado mais, amado mais, errado mais. E tendo isso em mente, com o tempo aprendemos a prestar atenção nas pequenas coisas, para não cometermos os mesmos erros de quando éramos jovens e imaturos.

O tempo não para. E como eu queria que parasse... eu aproveitaria mais o tempo que tive você.

Se dependesse de mim, o tempo congelaria no momento em que eu recebi a notícia da sua morte. No momento em que aquela estúpida caixa de veludo tocou os meus dedos, com aquela medalha idiota dentro. Eu não queria uma medalha de honra, não queria que você morresse servindo o país, eu não queria lidar com o inevitável. Eu só queria que nada daquilo fosse verdade.

Ou talvez, se eu pudesse, congelaria o tempo no momento em que você se despediu de mim, um pouco antes de seguir com seus companheiros de guerra. Sim, naquele momento que nos olhamos e você me disse que sentiria a minha falta.

Queria tanto ter dito o quanto eu te amo, e que também sentiria a sua falta. Mas eu apenas sorri e te dei tchau.

Deuses, se arrependimento matasse...

Isso entra naquele quesito de aprender com os erros. Tenha a certeza que agora, quando quero dizer ou demonstrar algo, eu faço.

Mas eu não posso voltar no tempo. E muito menos congelá-lo.  

Eu ainda me lembro da sua gula, dos seus banhos de dez minutos, e de como você reclamava com relação aos meus gastos. Eu ainda me lembro de cada detalhe do seu rosto, de todos os seus gostos e preferências. Eu ainda me lembro de como fui amada e do quanto você se dedicou a mim.

Eu não deixei de te amar nem por um segundo em todos esses anos.  E agradeço aos Deuses por me darem o privilégio e a sorte de amar e ser amada duas vezes na vida. E agradeço principalmente por me darem a oportunidade de ter lhe conhecido.

O tempo não para, não apaga, não cura e nem acalenta.

 Mas eu aprendi a viver sem você.

Eu não sobrevivi Syaoran, eu vivi. E a minha vida não foi ruim, muito pelo contrário, conheci um bom homem e construí a família que pretendia ter com você. Eu pude estudar, trabalhar e ter uma vida mais independente do que a maioria das mulheres do nosso tempo. Eu realizei muitos dos meus sonhos.

Mas um deles, o dinheiro não compra, que é reencontrar você, aonde quer que esteja.  

O tempo não apagou a lembrança que tenho de você, meu querido Syaoran.

Com todo o amor e saudade,

Meiling.

 Sinto o sulfite encontrar meus lábios em um beijo suave.

Coloco a carta sob o mármore frio de uma pequena lápide. Era a lápide de Syaoran.

Já fazia cinquenta anos.

O tempo realmente não para. 


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Notas finais do capítulo

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