Pov Klaus

Acordei, sentindo uma leve pressão no meu peito, sorri me lembrando o que aconteceu ontem. Hayley estava linda, dormindo como um anjo. Lembrei-me do que aconteceu e foi impossível não sentir a felicidade dentro de mim, Hope tinha voltado para casa, ela tinha se lembrado de nós. Concordei em fazer o baile, apesar de um pouco receoso quanto a apresentá-la a todos, acho que isto é o que chamam de instinto paterno. Ela é linda, mas o que é que se pode fazer, os genes Mikaelson's estão no seu sangue, ela é igual a Hayley, mas herdou os meus olhos, uma combinação perfeita. Sei que ela está feliz em estar aqui, mas ainda vejo uma sombra de tristeza, tenho que descobrir uma forma de sumir com essa tristeza, mas preciso de saber a sua infância, quero conhecer mais a minha little wolf. Senti Hayley se mexer e vi que ela acordou, mas mantém os seus olhos fechados. Não resisti e dei-lhe vários beijos na face, fazendo-a rir.

— É um ótimo jeito de acordar.- ela abriu os olhos, e então vi um leve sorriso no seu rosto e perguntei-me o que a fez ficar assim.- Levanta.- ela falou.

— Porquê? Está tão bom aqui.- falei e ela riu.

— Sim está bom mas eu ainda quero acordar a nossa baby girl, como fazíamos quando ela era pequena.- ela falou e eu concordei. Levantámos-nos e fomos direto ao banho, para falar a verdade, foi bastante prazeroso, mas isso já é outra história. Vesti-me e esperei Hayley acabar de vestir-se. Mulheres.

— Vamos lá.- falou saindo do closet. Saímos e fomos para o quarto da nossa pequena.

Entrámos no quarto e vi-a esparramada na cama, ainda com as roupas de ontem, deveria estar demasiado cansada até para trocar de roupas, Bekah iria gritar com ela se a visse assim, ri com esse pensamento. Hayley aproximou-se dela e eu fiquei a ver a cena que se desenrolava. 

— Baby girl, está na hora de acordar.- ela falou com a voz suave.

— Mais 5 minutinhos mamãe.- Hope falou grogue. Ri, ela parecia tão... eu.

— Se Bekah te vir assim ela arrasta-te da cama.- falei rindo. Ela finalmente levantou-se e seguiu até ao banheiro emburrada e com um biquinho nos lábios, totalmente fofo.

— Tia Bekah me paga.- ela falou do banheiro e nós caímos na risada.- Isso riam da desgraça dos outros.- falou novamente e nós rimos ainda mais. Saímos do quarto para ela se preparar e descemos, Luna e Gina já estavam lá em baixo junto dos meus irmãos. Era hoje que as faríamos falar a verdade.

Sentámos-nos e não demorou muito para ouvirmos passos nas escadas e ver Hope descer e sentar-se na mesa.

Comê-mos em meio a brincadeiras, até que Kol deu uma das suas cantadas baratas a Gina e curiosamente ela se aproximou dele, como se fosse beijá-lo, então do nada ela acerta-lhe com uma faca de manteiga na mão, com força e então um sorriso de vitória estava instalado no seu rosto, enquanto Kol se queixava.

— Não vou cair numa cantada tão barata, Kol.- ela falou e todos riram.

— Gi, diz-me uma coisa, onde o Potter fica no meio disto tudo.- Hope falou com um sorriso sapeca.

— O que é que o cicatriz tem a ver com isto?- ela perguntou.

— Oras em Londres, tu e o Potter eram tachados de namorados.- Luna falou no lugar de Hope, e nós ficávamos cada vez mais confusos com a conversa das três.

— Argh! Que nojoooooo! Fala logo quem disse isso e terá a cabeça arrancada.- ela falou com um sorrisinho de dar medo.

— Não sei, mas acho que os sonserinos têm certa culpa.- Hope falou.

— É desta que eu arranco a cabeça do Malfoy.- Gina falou.

— Ok será que dá para se explicarem.- falou Kol confuso.

— Então sentem-se a história é longa.- Luna falou e nós acomodámos-nos nos sofás.

— Agora vocês estam intimadas a contar-nos tudo.- Kol falou.

— Eu fui adotada por um casal de humanos, depois do sequestro, os Granger's, cresci achando que era uma simples humana, mas coisas estranhas aconteciam comigo, como por exemplo eu saber tocar piano aos 3 anos, aos 4 anos eu conhecia parte da história e da ciência, e aos 5 anos eu pintava quadros, que continham seres da noite, pintava também sangue e os meus "pais" assustavam-se cada vez mais com isso,  por isso passei a guardá-los no sótão. Foi então que quando fiz 11 anos, recebi uma carta, na carta dizia que eu estava inscrita na escola de magia e bruxaria, Hogwarts, fiquei chocada, mas compreendi tudo depois, afinal eu fazia as pessoas começarem a levitar e isso era magia. No dia 1 de Setembro, conheci Luna, que estava acompanhada de Neville, um garoto muito estranho, para falar a verdade, depois, quando o sapo dele desapareceu eu ajudei-o. E foi na última cabine que eu entrei que a verdadeira história começa.- Hope fez uma pausa, e nós estávamos a tentar assimilar o que ela falava. Ela então contou-nos tudo, desde as ofensas, o que me fez querer arrancar a cabeça de quem se atreveu a tal, até ao dia das férias deste ano. Ela também falou do seu 4º ano, o que me deu muita raiva. A partir daí, ela começou a enrolar demasiado, como se não quisesse que nós soubéssemos de alguma coisa, e eu estranhei.

— Hope, o que aconteceu nestas férias.- falou Elijah, manifestando-se pela primeira vez. Ela trocou um olhar com Luna e Gina e as duas seguraram-lhe forte a mão.

— Nestas férias eu sofri um acidente, não importa o que aconteceu, somente não quero relembrar- ela falou me preocupando, alguma coisa de muito mau aconteceu e ela não quer falar-nos. Ia para a interromper mas deixei quieto.- Luna e Gina encontraram-me e eu transportada para o hospital local, enquanto eu estava sedada, Luna chamou Harry e Rony para me verem, pois iria me fazer bem ver os meus melhores amigos, foi quando eles entraram, eu tinha acordado a algum tempo, mas fechei os olhos, não queria falar com ninguém, que eu descobri... Tudo aquilo de amigos para sempre, defendemos os nossos, tudo não passava de uma mentira, eu era inteligente, e a única válvula de escape, eles precisavam de se safar nos exames, porque não usar a santa Granger...- ela falava chorando, e por mais que eu estivesse curioso para saber o que aconteceu pra ela ir parar no hospital, a fúria dominava o meu corpo, como eles foram capazes, assim que os visse iria matá-los, que se foda a guerra eles iriam pagar bem caro.- eles saíram depois que a médica informou que eu precisava descansar, e eles ainda tiveram a cara de pau de dizer "as melhoras Hermione".- ela falou e subiu as escadas, eu iria segui-la, mas Hayley tomou a frente.

Pov Hayley

Eu estava chocada, como é que simples bruxinhos eram capazes de tal coisa. Parei Klaus assim que ele se preparou para segui-la, eu queria conversar com ela, saber o que aconteceu nesse acidente. Entrei no quarto e vi-a debruçada sobre a cama chorando, eles iriam pagar bem caro.

Fechei a porta e abracei o meu bebé, partia-me o coração vê-la neste estado. Deixei que ela chorasse tudo e então perguntei:

— My baby girl, conta pra mim o que aconteceu nesse acidente, por favor- eu disse. Ela desviou os olhos de mim para a janela e disse num só sussurro:

— Eu fui estuprada.- ela fechou os olhos e eu desabei em lágrimas, meu bebé sofreu um estupro.- por dois caras, e fui deixada num beco ensanguentada e nua, por sorte Luna e Gina me encontraram. Foi horrível, eu não sabia o que era, ou quem era.

Pov autora

No andar debaixo, tudo ficou em silêncio, ouvindo a conversa entre mãe e filha e ficaram chocados. Luna e Gina choraram, pois a imagem dela naquele beco ainda estava presente em suas mentes.

Klaus correu na sua velocidade até ao quarto da filha abrindo-a com muita força assustando as duas que estavam abraçadas. Nos seus olhos via-se a completa fúria, Hope foi até ele e o abraçou com força deixando as lágrimas rolarem pelo rosto agora inchado, ele retribui com a mesma intensidade, Hayley vendo a cena correu até eles e abraçou-os, como uma família unida.