Mais tarde, já na faculdade Carla penteava seu cabelo enquanto Mary estava sentada em sua cama já pronta pra dormir, só que pensativa. Carla viu que ela estava estranha pelo espelho.

C: o que foi? Está pensando em que?

M: no que aconteceu hoje.

C: você não lembra mesmo o que aconteceu?

M: estou tentando, mas...não consigo lembrar.

C: que estranho, não acha?

M: é.

C: mas me conta, e você e o Gerard?

M: o que está querendo dizer com isso?

C: vocês dois ficaram sozinhos no quarto e ele não saiu nem um minuto do seu lado.

M: ah, mas não aconteceu nada. Ele só foi super atencioso. Eu gostei. Não sei por que, mas eu gosto tanto dele.

C: o que? – Carla largou o que fazia pra olha-la. – admitiu então que está apaixonada pelo Gerard Way?

M: não é isso. – respondeu sem graça.

C: admita. Você gosta dele.

M: como colega...

C: mais do que isso.

M: ta bom. Eu gosto mesmo dele. Acho que estou...apaixonada por ele. Mas tudo tão rápido, não sei...mas sinto que o amo.

C: ai que legal!

M: por que ficou tão contente?

C: por que aí você casa com ele e eu com o Frank e seremos amigas sempre. Isso é legal.

M: ta viajando.

C: ei, essa frase é minha. – disse ela rindo.

M: ele não gosta de mim. Ele nem me dá bola.

C: não? Então o que foi aquilo de se jogar na piscina só pra te salvar? E o que me explicar ficar quase uma hora do seu lado esperando você acordar?

M: mas não quer dizer nada.

C: pra mim quer dizer muito. Ta na cara, ele também está afim de você.

M: será? – perguntou ela esperançosa enquanto Carla balançava a cabeça que sim.


Um mês depois...

F: então está combinado, dez cada convite. – disse Frank pra Carla e Mary. Os três estavam numa das mesas do refeitório com vários convites espalhados por toda ela.

C: ótimo.

M: não está muito caro?

C: É, também achei um pouco.

F: ok, façamos assim, dez meninos e cinco meninas.

C: É...melhorou.

M: é.

F: vou passar pro resto do pessoal então.

G: o que estão tramando? – perguntou Gerard chegando perto da mesa onde eles estavam resolvendo as coisas pra festa que estavam organizando.

F: últimos detalhes pra nossa festinha.

C: os preços das entradas.

G: tudo pronto?

M: quase tudo.

G: o que falta?

F: comprar as coisas.

C: vamos dividir em duplas. – Mary olhou imediatamente pra Carla pois sabia qual era sua intenção. – óbvio que Frank e eu vamos juntos. Ficaremos com as comidas e você e a Mary com as coisas da arrumação. Pode ser?

G: ok.

M: ah, mas...

C: ah! Esqueci também de dizer que precisam comprar copos e pratos descartáveis, coisas do tipo pra se comer e beber e tal. – cortou ela calando Mary propositalmente.

G: pra quando é isso?

C: pra agora meu bem. A festa é amanhã.

G: Eu vou me trocar então e nos encontramos às onze do lado de fora do campus pode ser Mary?

M: ã? – Mary olhou pra ele que esperava uma resposta. – ah, tudo bem. As onze então.

G: ótimo. Vou subir.

Mary olhou pra Carla que se matava de rir ao lado dela. Mary se levantou e foi pro seu quarto, seguida de Carla.

M: Carla você não devia ter feito isso. – disse quando chegou no quarto.

C: por que não?

M: fiquei constrangida. Deu na cara Carla.

C: estou te ajudando. Você me deve agradecimentos.

M: não quero assim. Quero que aconteça naturalmente. Quero que ele se apaixone por mim e não que ele fique comigo por ficar só por que disseram à ele que estou abobalhada por ele.

C: calma Mary, ninguém disse nada. Não viaja Mary. Só dei um empurrãozinho. Vai me dizer que não gostou de saber que vai ter que passar horas ao lado dele? Admite. – disse dando uns empurrões nela com o quadril.

M: ok. – disse não se contendo com as palhaçadas de Carla.- eu gostei.

C: aê! Então está tudo certo. Agora se arruma que só falta meia hora pro encontro.

M: me ajuda na produção, por favor.

C: ok.

Meia hora depois, Mary chegou na frente do campus e Gerard esperava encostado num carro olhando pra algo em sua mão. Ele então levantou a cabeça e viu Mary vindo em sua direção e ficou admirado em ver como ela estava bonita. Ela e Carla tinham caprichado na produção.

G: uau!

M: o que foi? – perguntou ficando sem graça.

G: pra que tudo isso? A festa é só amanhã.

M: eu sei.

G: pra que maquiagem?

M: uma mulher tem que estar bonita sempre, não acha?

G: é...acho.

M: então pronto.

G: ah! – disse se desligando dela e abrindo a porta do carro. – entre.

M: obrigada. – agradeceu e entrou no carro. Ele fechou a porta e deu a volta. A ida inteira foi silenciosa. Os dois não trocaram um ai se quer. Quando chegaram no mercado Mary ia empurrando o carrinho e ele ia olhando coisas nada a ver com que foram comprar. Mary fez tudo sozinha e acabou se irritando com isso. Ela foi pro caixa e nem avisou à ele. Estava terminando de passar as compras quando ele chegou.

G: por que não me esperou?

M: você sumiu.

G: eu estava logo ali. – disse apontando pra um lugar qualquer.

M: não sou vidente. – disse seca. Gerard se calou e ajudou a ensacar as compras.