Fairy Tail Next Generation - Éclair Fata Arco 1 escrita por DemiVal


Capítulo 9
Parte 8 - Misaki




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Parte 8

Misaki

 

“Tinha-o nos braços. O seu sangue escorria pelo chão e manchava as minhas mãos e roupa com um tom vermelho escuro. Yuuki estava ao meu lado chorando tal como eu. Sakki encontrava-se de pé olhando o rapaz que eu tinha nos braços como se não acreditasse no que estava a acontecer. Ele olhou-me com os seus olhos castanhos avelã. Era um olhar fraco.

—Desculpem… - Murmurou sorrindo enquanto lagrimas rolavam pela sua face pintada de vermelho. – Eu apenas… Eu apenas queria ser especial… e… e poder salvar os meus amigos… tal como nas histórias… - Sorriu ele fracamente. De seguida tossiu mais um pouco de sangue.

—E tu salvaste-nos! – Exclamei eu tentando não chorar. Porém os soluços não queriam parar. – Tu salvaste-nos e vais salvar-nos mais vezes… muitas mais! – Disse entre soluços. – Eu… Nós não te vamos deixar morrer Damon… - Ele agarrou-me o ombro tentando acalmar-me.

—Eu já não tenho hipótese Misa… - Murmurou. Umas vozes ouviram-se ao longe. O fumo que se instalava à nossa volta estava já a deixar-me zonza. – Vão… Vocês têm que sair daqui rapidamente… eles não vos podem apanhar… - Disse com algum esforço.

—Não… - Sussurrou Sakki cerrando os punhos. A voz dela estava fraca, via-se que ela estava a fazer um esforço máximo para não chorar. – Nós vamos levar-te! Como líder da equipa é meu dever levar todos para casa… de volta à nossa família. – Consegui ouvir Damon a rir ironicamente com as palavras de Sakki.

—A nossa casa, Sakumi, é onde a nossa família está… e são vocês os três a única família que eu tenho, por isso a minha casa neste momento… é aqui…

—É por isso que não te vamos deixar para trás… Não foste tu que nos ensinaste a não deixar nenhum companheiro para trás? – Gritou o meu irmão em lágrimas. – Porra Damon… não brinques connosco! Eu recuso-me a deixar-te para trás! – Exclamou ele violentamente. – Tal como a Sakumi disse… A função dela é trazer todos para casa…

—Não… - Murmurou o rapaz de cabelo loiro. – Como líder a função dela é levar os sobreviventes de volta a casa a são e salvo… Se vocês não saírem daqui imediatamente… o meu sacrifício vai ser em vão… - Murmurou Damon chorando.

—Mas ninguém pediu para te sacrificares por nós! – Exclamou Yuuki esmurrando o chão.

—Mas não é isso que os amigos fazem? Sacrificam-se uns pelos outros certo? – Disse Damon fracamente. – Por favor… Deixem-me… - Ele olhou Sakki ainda em lágrimas. – Salva-os… encontrem uma família… uma verdadeira família… Encontrem a verdadeira felicidade… Aquela que vos faça querer caminhar neste mundo cruel todos os dias…- Disse ele com o seu último fôlego.

Senti alguém a abanar-me e levantei a cabeça. Tinha adormecido em cima da minha secretária, no meu quarto. Na minha mão tinha um pedaço de madeira em forma de cavalo-marinho.

—Misaki… o que estás aqui a fazer? – Perguntou o meu irmão num tom de voz fingido. Não o censurei, afinal de contas eu também estava assim.

—Cala-te…- murmurei olhando o pedaço de madeira na minha mão. Ouvi-o suspirar.

—Não é altura para estar a pensar no passado…

—Então quando é? Hm, Yuuki!? – Olhei-o intensamente. Lágrimas ameaçaram escorrer dos meus olhos verdes. - Quando vamos nós perceber que ele estava certo? Quando vamos nós perceber que isto não é uma família?- Vociferei exaltada levantando-me da cadeira. O meu irmão olhou-me. Ele sabia que eu tinha razão.

—Mas é o único lugar que temos para voltar… - Sussurrou olhando o chão. Sabia que ele tinha razão. Acalmei-me agarrando o pequeno cavalo-marinho de madeira com força.

—Eu sei… - Acabei por dizer. – Como está ela? – Perguntei tentando mudar de assunto. Ele olhou-me enquanto me sentava de novo na cadeira, decidindo agarrar numa outra cadeira para se sentar também.

—Continua inconsciente na enfermaria… - Informou-me ele. Já tinham passado umas 14 horas desde a reunião com Kurogane e do… castigo por termos falhado na missão… e Sakki ainda se encontrava na enfermaria. Olhei o chão.

—Isto é tudo culpa nossa… mais uma vez separamo-nos… e íamos perdendo outro membro da nossa família por isso… tudo por causa de uma missão… - Murmurei cerrando os punhos e contendo as lágrimas. Detestava chorar. Detestava ser fraca a esse ponto.

—Não… - Ouvi Yuuki a dizer para o chão.— A culpa foi da Sakki… se ela não tivesse recorrido áquilo… – Senti um arrepio quando ouvi as palavras do meu irmão. – Mas, como sempre, ela reagiu de cabeça quente…

—Não percebo… porque haveria ela de o usar? Ela tem medo dele… Ela disse que nunca mais o usaria… que não precisava dele… - Disse olhando as mãos. – Foi por isso que ela quis ficar mais forte… para não ter de recorrer a ele…

—Talvez algo tenha acontecido… Talvez tenha sido o demónio a tentar tomar controlo do corpo dela num momento de fraqueza… - Explicou o meu irmão. – Teremos de lhe perguntar isso quando ela acordar.

—Fraqueza… - Murmurei rindo ironicamente. – Ela é tudo menos fraca… Ela foi quem levou o castigo mais pesado… e ainda quis ficar com os nossos castigos… e por causa disso ela ainda está inconsciente… - disse chorando. – Se ela não acordar em breve… o que achas que Kurogane lhe fará? – Perguntei com medo da resposta. Porém não veio nenhuma. Não me admirava, duvidava que Yuukihiro a soubesse.

“-Vocês são uns incompetentes! – Gritava Kurogane. Sakumi fitava-o como se nada fosse.

Durante todo o caminho de volta à guilda não tinha aberto a boca para dizer fosse o que fosse. Eu e o Yuuki perguntámos-lhe varias coisas mas ela não abriu a boca para responder a nenhuma. E havia algo nela novo… era o seu olhar… parecia mais...confuso.

—Eu dei-vos uma tarefa fácil! Raptar uma fedelha! – Exclamou Kurogane continuando. - E vocês deixam-na escapar? E como se não bastasse tinham que revelar aquilo ao inimigo!? Vocês sabem os problemas que isto irá dar para o nosso lado? – Gritava ele.

Sakki avançou e ajoelhou-se, baixando a cabeça.

—A culpa é toda minha mestre… fui eu que recorri ao demónio á frente de todos eles por vontade própria… Fui eu também que os deixei escapar...- Murmurou Sakumi cerrando os punhos. – Por favor mestre… qualquer castigo que tenha planeado para os três… pode aplica-lo apenas a mim!

Kurogane olhou-a sorridente. Estava a gostar da cena.

—Um momento de fraqueza Sakumi Yukime? Não é normal da tua parte… - Disse rindo ironicamente. – Muito bem… já que estás a pedir… podes levar o castigo dos três… - Depois virou-se para dois homens que tinham estado à porta especados a olhar para o vazio. – Podem levá-la para o laboratório…

—Não! – Ouvi Yuuki exclamar em pânico. – Mestre por favor deixe-nos tentar de novo… nós conseguimos…

—Cala-te rapaz… não preciso mais da vossa incompetência! Já mandei profissionais tratar do assunto… - Os homens agarraram Sakki, que de seguida tentou soltar-se.

—Não preciso que me levem… eu sei o caminho! – Exclamou ela furiosa. Depois virou a cabeça, olhou-nos e sorriu carinhosamente. Nós olhávamo-la escandalizados.

Quando os homens fecharam a porta Kurogane virou-se para nós.

—Vocês os dois vão para os vossos quartos… só saem de lá quando eu disser! — Exclamou dispensando-nos. Apenas nos chamou 10 horas depois”

Olhei o cavalo-marinho na minha mão e sorri levemente.

—Ainda tens o teu? – Perguntei ao meu irmão. Ele olhou-me confuso. – Os totems que o Damon nos fez… - Disse abrindo a gaveta da secretária e tirando uma pequena libélula de madeira. Yuuki olhou-me sorrindo e levantou-se dirigindo-se á sua secretária, retirando de um guarda-joias um leão de madeira e mostrando-mo.

—Claro… O leão… a Sakki também ainda tem a coruja dela… - Murmurou. Lembrei-me das palavras de Damon no dia em que ele nos deu os totems.

“Tinhamos nós todos por volta dos nossos 12 anos. Estávamos eu, a Sakumi e o meu irmão no pátio da guilda a descansar e, como sempre, a olhar as nuvens. Damon apareceu de repente.

—Tenho uma surpresa para vocês! Olhem só! – Exclamou mostrando-nos três pedaços de madeira pendurados por um fio.

—O que é isso? – Perguntei levantando-me. Yuu e Sakki fizeram o mesmo para poder observar melhor o que Damon nos tinha trazido.

—São totems… é suposto representarem o nosso espírito… - Respondeu ele sorrindo embaraçado. – Ainda não apanhei o jeito para esculpir madeira mas… tenho um para cada! – Exclamou agarrando num pedaço de madeira com uma forma esquisita.

—Misaki…Tu representas a força! Por isso ficas com a Libélula… - Murmurou colocando-me o pedaço de madeira na mão.

—Yuukihiro… - Começou agarrando num outro pedaço que me pareceu um caniche. – Tu representas a coragem! Por isso ficas com o leão... – Disse entregando ao meu irmão o totem dele. Depois Damon olhou Sakki.

—Sakumi… Foi difícil escolher um para ti… - Desabafou ele. – Mas… - Damon posou-lhe um pássaro nas mãos. – Sakumi… Tu representas a sabedoria! Por isso ficas com a coruja!

—Então e tu? – Perguntou ela, olhando-o.

—Eu já tenho o meu… - Mumurou mostrando-nos um cavalo-marinho pendurado ao seu pescoço. – Tenho-o desde pequeno… mas como está sempre debaixo da camisola vocês não veem… - Disse rindo. – O meu representa a proteção.

O meu irmão ainda olhava o seu leão. Ouvi-o a rir ironicamente.

—Coragem… Se eu tivesse metade da coragem da Sakumi…- murmurou apertando o pedaço de madeira. Reparei que ele tentava não chorar.

—E se eu tivesse metade da força dela… - Disse eu olhando o chão. – Mas não… aconteça o que acontecer a única coisa que acabo sempre por fazer é chorar…- murmurei com lágrimas nos olhos.

—Tal como eu… - Ouvi Yuuki rir. De seguida fitou o teto. – Agora percebo o porquê de ter sido difícil para Damon a escolha do totem da Sakki… - Confessou ele.

—Ela sempre fez tudo por nós… Desde que o Damon morreu ela tem feito de tudo para nos proteger do mestre… - Murmurei eu em lágrimas. – E nós… nós nunca fizemos nada por ela… apenas a deixamos proteger-nos… - Lembrei-me da maneira que ela sorriu no gabinete do mestre. – Ela… - Os soluços não queriam parar. – Ela… sorri sempre para nós antes de ser castigada… para que nós não nos culpemos… - Yuuki baixou a cabeça tentando conter as lágrimas. – Ela nunca… nunca…- Não consegui continuar a falar. Não conseguia aguentar aquilo…

—Ela nunca pensou nela própria… - Disse Yuuki olhando-me com lágrimas nos olhos. Abanei a cabeça afirmativamente e tapei os olhos tentando conter os meus soluços. Yuukihiro abraçou-me. – Não chores Misa… - Começou ele com lagrimas a correrem-lhe pela face. – Por favor… -Ele começou a soluçar violentamente. - Ela não nos pode ver assim…

—Nós nunca lhe agradecemos Yuuki… - Murmurei eu afastando-o e limpando as lágrimas que me corriam pelos olhos.

—O quê? – O meu irmão pareceu confuso com as minhas palavras.

—Nunca agradecemos ao Damon por tudo o que ele fez por nós… nunca tivemos a oportunidade…- Disse eu fungando. – Eu não quero cometer o mesmo erro com a Sakki mano… Tal como a Sakumi fez sempre algo por nós… Eu quero fazer algo por ela!- Ele olhou-me, percebi que ele também sentia o mesmo, mas tal como eu não sabia o que fazer.

Nesse momento a porta do nosso quarto abriu-se de rompante. Um homem grande e com cabelos pretos grisalhos entrou.

—Olá meninos… Estava a passar e não pude deixar de ouvir a vossa conversa…- Disse o mestre sorrindo ironicamente. – Querem fazer algo pela Sakumi… Meu deus, como as crianças crescem tão depressa hoje em dia…– Yukki e eu olhávamos Kurogane da mesma maneira… com receio, como sempre. – Vá-lá… não me olhem assim… Querem ajudar a Sakumi? Então venham comigo até ao meu gabinete… - Murmurou ele saindo para que o seguisse-mos.

Olhei o meu irmão não sabendo o que fazer. Ele olhava-me também sem saber o que fazer, mesmo assim saímos os dois do quarto e seguimos o mestre. Assim que entramos no gabinete Kurogane fechou a porta.

—Sentem-se… - Ordenou ele. Eu e Yuuki fomos até á mesa redonda e sentamo-nos. O mestre abriu uma das gavetas e tirou uma pasta, tal como fizera á uns três dias. Olhei Yuuki estranhamente. Se tínhamos falhado uma missão porque raio ia o homem dar-nos outra? – À uns bons meses atrás a Sakumi pediu-me uma coisa… uma informação especial…- Ele colocou a pasta em cima da mesa. Nem eu nem o meu irmão avançamos para lhe pegar, em vez disso o meu irmão ganhou coragem e falou.

—E no que é que isso irá ajudar a Sakumi?

—Tem calma rapaz… - murmurou o mestre não muito zangado. – Se me deixares explicar eu tenho a certeza que entenderás esse ponto… - Disse ele colocando a mão em cima da pasta. – Isto é a certa informação que a Sakumi me pediu… supostamente seria ela a cumprir esta “missão”… Mas… no estado em que ela está agora penso que ela não conseguiria… - Disse ele sorrindo. Nesse momento senti uma raiva apoderar-se do meu corpo. Respirei fundo tentando acalmar-me… Eu sabia que era aquilo a tentar apoderar-se de mim. – Portanto… - Continuou Kurogane. – Poderão vocês completa-la por ela… Tenho a certeza que ela ficaria bastante feliz… - Disse ele sorridente acendendo o seu velho cachimbo.

—E do que se trata… a missão, mestre? – Perguntei eu ainda com algum receio. O homem olhou-me com os seus olhos cinzentos.

—A informação que a Sakumi me pediu… foi em relação á morte dos pais dela… - Olhei o mestre confusa. A Sakki nunca nos tinha contado muito sobre os pais dela… até porque ela própria não sabia nada… apenas os nomes que o mestre lhe tinha dado. – O que ela me pediu foi o nome do ou dos responsáveis pela morte dos pais dela… - Olhei Yuuki.

—Os responsáveis mestre!? Então mas… os pais dela não…morreram num acidente? – Perguntei eu ainda com receio.

—Não… Quando fiz uma investigação em relação à morte dos pais dela descobri que eles tinham sido assassinados… e quando lhe contei isto à uns 17 meses atrás… ela imediatamente me pediu esta informação… - Informou-nos Kurogane expelindo o fumo do tabaco.

—Ela queria vingança!? – Perguntou Yuuki confuso. O meu irmão parecia mais confortável, como se estivesse gradualmente a habituar-se ao lugar de Sakki no grupo, o lugar de líder.

—Isso já não sei… - Disse ele entregando-nos a pasta de documentos. De seguida moveu-se até à porta. - O que farão ou não com esta informação é da vossa conta… se querem saber o porquê de ela querer esta informação então perguntem-lhe… se querem agir por vossa conta então façam-no… Eu apenas quero aceder aos vossos pedidos… - Disse ele com um sorriso irónico.– Vocês querem retribuir toda a ajuda que a vossa amiga vos deu… então aqui têm uma oportunidade… matar a pessoa que a meteu nesta situação horrível…- Terminou ele dramaticamente.

Não sei bem porquê mas tudo aquilo parecia muito estranho. Não que não acreditasse que a Sakumi quisesse aquela informação… antes pelo contrário, ela sempre tentava arranjar o máximo de informação possível sobre o seu passado… Mas nunca teria pensado nela como uma pessoa vingativa… Talvez ela apenas quisesse saber os motivos…

— Bem… eu agora tenho de ir… talvez queiram ir ver como está a Sakumi… pode ser que ela já tenha acordado… Embora eu duvide… - Riu-se o Mestre saindo do gabinete. Nesse momento Yuuki esmorrou a mesa, fazendo com que um amontoado de papéis caíssem ao chão.

—Mas que puta de vida… merda… - Murmurou ele irritado e com lágrimas nos olhos. – Porquê? Porque raio não consigo eu ter coragem para o matar?— Perguntou ele levantando-se furioso. Olhei-o e reparei nos seus olhos. Estavam a ganhar uma tonalidade vermelha. Levantei-me imediatamente e dei-lhe uma chapada.

—Yuuki tem calma… - Murmurei não tirando os olhos dele. Ele respirou fundo e pareceu acalmar-se, os olhos dele voltaram ao verde de sempre.

—Merda… - Susurrou ele chorando. Coloquei-lhe a mão no ombro tentando conforta-lo. Sem a Sakumi… não sabíamos o que fazer.

—E se fossemos ver a Sakki? – Perguntei eu largando-o, agarrando a pasta com os documentos e caminhando até à porta. – Ainda não a vi desde que ela… - Calei-me. Yuuki limpou os olhos e sorriu-me.

—Parece-me bem!

E assim saímos do gabinete e dirigimo-nos à enfemaria. Ainda não tinha visto Sakumi desde o castigo, estava desesperada por vê-la mas também tinha receio de o fazer… tinha medo do estado em que ela poderia estar por nossa culpa. Quando o meu irmão abriu a porta branca que dava acesso à sala de cuidados vi Sakki repousando numa das camas. Os seus cabelos pretos fluíam pela almofada branca e os seus olhos permaneciam fechados. A sala estava silenciosa e fria. Hesitei ao entrar e por isso o meu irmão deu-me um empurrão para dentro da sala.

—Ei! – Exclamei furiosa com ele, batendo-lhe com a pasta dos documentos na cara.

—AU! SUA…– Reclamou ele avançando para iniciar mais uma luta comigo, porém parou e suspirou, baixando a cabeça. – Não tenho tempo para isto… - murmurou passando por mim e sentando-se perto da cama da Sakki. Suspirei e caminhei até à cama dela colocando a minha mão na dela e posando os documentos em cima dela.

—O que vamos fazer com isto Yuuki? – Perguntei olhando a rapariga de cabelos pretos. Senti os olhos do meu irmão em mim.

—Não sei… ainda nem sequer lemos as informações Misaki… como havemos de saber agir se não sabemos nada sobre as pessoas? – Perguntou ele.

Desviei o olhar para o documento. Não o tinha ainda lido pela simples razão de que tinha receio. Sempre fora assim… tinha receio… afinal de contas era fraca… porque não haveria eu de ter receio? Porque haveria eu de não chorar? Agarrei na pasta e atirei-a ao meu irmão.

—Nesse caso lê-o tu! – Exclamei aborrecida. Ele continuou a olhar-me, era um olhar de reprovação.

—De que tens medo tu? Que tenhas sido tu a matar os pais dela? – Perguntou ele retoricamente. – Qualquer que seja a informação que esteja aqui não nos afeta de maneira nenhuma…Por isso lê isto de uma vez por todas… - Reclamou ele atirando-me a pasta de documentos. Olhei-o impressionada pelo seu comportamento. – Sabes… se a Sakki estivesse acordada neste momento… ou até se Damon estivesse aqui… eles diriam que não podemos viver sempre no medo… eles diriam que o medo não é uma coisa má… mas sim o facto de não o conseguirmos enfrentar… – Nesse momento algo dentro de mim acordou. Ele tinha razão… não podia viver sempre no medo. Olhei a pasta e decidi abri-la… não havia qualquer motivo de receio.

—Ahhh… Yuuki… Deve haver aqui algum tipo de erro… - Murmurei olhando confusa a folha que apresentava as informações do assassino dos pais de Sakki. Yuuki levantou-se e colocou-se atrás de mim de modo a que pudesse ler a folha.

—O que… Como é que… Onde… Isso é impossível… só um? E como pode pertencer o assassino a uma Legal guild? – Perguntou ele estupefacto.

—Exato…-murmurei eu esfolheando os documentos à procura de mais informação. Não eram muitas folhas mas comecei a ter pena da Sakumi por ter de ler tanta informação todas as missões. Depois de analisar a informação dada fechei a pasta.

—E então? O que pensas fazer? – Perguntou-me Yuuki. Eu olhei-o seriamente.

—Não consigo acreditar que um mago de uma Legal guild mate pessoas só por matar… - disse eu. – Eu…. Eu acho que devíamos perguntar…

—Perguntar? Pensas o quê? Que chegas lá pedes uma reunião com o gajo e que até te oferecem um cafezinho enquanto fazes perguntas? – Perguntou retoricamente Yuuki.

—Podiamos tentar… - Murmurei eu sorrindo. Ouvi o meu irmão a rir.

—E aqui está a estupidez de sempre… - Disse ele. Depois virou costas e dirigiu-se à porta. – Anda… é melhor chegarmos com respostas antes de ela acordar… Não quero que ela acorde sozinha… - Sorri ao ouvir as suas palavras, mal podia ver o sorriso da Sakki e ouvir a sua voz. Agarrei-lhe a mão e murmurei suavemente.

—Descansa… Agora é a nossa vez de fazermos o papel de irmãos mais velhos… - Disse como uma breve despedida e dirigi-me à porta.

Estávamos ambos decididos, íamos cumprir aquela missão… íamos trazer respostas à Sakki… e íamos provar-lhe, a ela e a Damon, que crescêramos e que já não necessitávamos de proteção… íamos provar-lhes que merecíamos aqueles bonecos de madeira… e que os nossos espíritos eram de facto tão fortes como os deles!


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