*Alya narrando*

— Você pode parar de gravar eles dois e prestar atenção no show, Alya?

— Fofucho, isso é um milagre dentre as coisas mais milagrosas, eu necessito gravar, não é sempre que Marinette beija Adrien Agreste!

— Hãm, tá, mas acho que sua amiga não vai gostar de saber que você tá gravando ela.

— Nino, me deixa, pronto! Melhor vídeo, marcar como os meus favoritos - Depois de finalmente desligar o celular e guardar, fiquei olhando os mágicos, era realmente incrível, mas eu voltei a olhar pro casal, já tinham se desgrudado e estavam olhando as mágicas, eram realmente confusas.

— Você sabe que eles não são o único casal aqui não é?

— Eu sei Nino - Eu me virei pra ele e dei um selinho - Eu sei.

*Marinette narrando*

Ai que vontade de estapear esse menino, porque ele tinha que beijar bem? Não dava pra dizer um "Não te perdoo", era impossível, ele era lindo demais. Mas ainda acho que eu já havia beijado ele antes, muito antes de hoje de manhã, mas eu resolvi deixar pra lá, eu voltei a assistir o show.

Era a vez dos mágicos, eram realmente incríveis, ele perguntou pra todos nós a nota que estávamos vendo, toda a plateia respondeu em coro: Cinco. Mas depois ele bateu na nota com as pontas do dedo, e magicamente virou uma nota de cem, e sem explicação, e foi muito rápido, mágica existe, eu sei disso, e ChatNoir também. E também todos os outros portadores dos Miraculous do mundo.

Voltei  a prestar atenção, o mágico estava procurando um casal na plateia, as luzes logo bateram em mim e em Adrien... Socorro:

— Venham cá, pombinhos.

Obedecemos ele e fomos pro meio do circo, todos os olhares estavam em nós, Adrien estava normal, como é modelo já deve estar bem acostumado, mas eu só sei receber olhares quando eu sou a Ladybug, não quando sou Marinette, eu estava totalmente vermelha:

— Muito bem, escolha um papel senhorita - Peguei, estava todo em branco, não entendi ao princípio - Agora, escolha uma frase que você deseja falar pra ele.

Pensei em muitas, mas uma permaneceu: Eu te amo, e eu não podia pensar aquilo, eu já tinha prometido essa frase a outro garoto, e não era o Adrien. O mágico pediu pra depois ele fazer a mesma coisa, eu não sei o que ele pensou, mas foi mais rápido que eu. Quando o mágico pegou novamente os papeis, bateu os dois e entregou nas nossas mãos:

— Você fica linda quando está envergonhada... - Li em voz baixa, depois sorri. Ele olhou pra mim e também sorriu, todos bateram palmas. O mágico agradeceu e nos pediu pra sentar.

— Isso é verdade? - Adrien perguntou assim que nos sentamos

— E isso? É verdade?

— Eu perguntei primeiro, então eu te dou o direito de responder primeiro - Eu ri, e respondi que foi a única frase que veio pela cabeça, que mentira, todas as frases envolviam ele e o ChatNoir, a que mais permaneceu que não envolvia o gato preto era essa, então eu fiquei pensando nela, mas é obvio que eu não respondi tudo isso, só disse que era a única que estava na minha cabeça. Depois ele respondeu um sim... Que era verdade, eu ficava fofa envergonhada, e sorriu.

Não falamos mais nada durante o show, até que foi a vez dos palhaços... Palhaços... Só de ouvir o nome me dava arrepio, eu não consigo pensar nesses bobos sorridentes como uma coisa legal, eu fiquei traumatizada quando eu era pequena que eu fui numa festa de halloween e um amigo meu foi de palhaço no filme de terror, e palhaço, um ser legal que diverte as pessoas, num filme de terror, um ser psicótico, louco e sorridente, eu nunca tirei aquela imagem da minha cabeça. Eu estava paralisada vendo aqueles dois palhaços no meio do palco, eu estava prestes a chorar lembrando do que aconteceu na festa. Meu amigo chegou e com o rosto mais psicopata que eu vi na vida e com uma faca me ameaçando perguntou doces ou travessuras, eu cai no chão chorando, ele foi me acalmar dizendo que era só uma fantasia, mas a imagem dele nunca saiu da minha cabeça:

— Marinette, está tudo bem?

— E-eu, n-não - Eu falei no final, eu não podia esconder, eu não conseguia esconder - E-eu quero ir pra fora...

Ele não falou nada, pegou minha mão e me puxou pro lado de fora do circo, fomos parados por um vendedor de algodão doce, ele comprou um e continuou o caminho pro lado de fora, quando chegamos lá, ele me ofereceu a pequena nuvem no palito:

— Pega, doce acalma.

— Obrigado Adrien - Quando aceitei, ele perguntou o porquê deu estar paralisada vendo a apresentação dos bobos alegres assassinos (Ai meu deus :v) enquanto todos na verdade riam, só eu ali, parada - Ah, é que... EuTenhoMedoDePalhaços!

Eu falei tão rápido que eu nem sei se ele entendeu, acho que não porque ele estava com uma cara de confuso completa, eu respirei e contei o que aconteceu na festa de halloween, quando eu tinha quatro anos, depois olhei pro chão:

— Marinette, todo mundo tem medo, não precisa sentir vergonha por ter medo de palhaços, cá entre nós, eles são mesmo macabros...

Eu ri, ficamos o resto do show conversando do lado de fora, quando terminou, todos saíram, Nino e Alya saíram por última:

— Ai meu deus Marinette - Ela falou me abraçando - Eu pensei que você tinha fugido, eu sei do seu medo de palhaços amiga, ainda bem que você está aqui, obrigado por tomar conta dela Adrien.

— Alya, temos que ir - Nino falou - Tchau Adrien, tchau Marinette, a gente se vê segunda.

E foram embora, Adrien olhou pra mim e falou que também tinha que ir, me deu um beijo na testa e começou a andar. Quando ele dobrou a esquina, resolvi que também tinha que voltar pra casa, eu dei cinco passos, contados, eu ouvi um psiu nas sombras, de novo, olhei, mais uma vez, resolvi me aproximar, quando cheguei perto, pude ver dois olhos verdes me encarando:

— ChatNoir? O que está fazendo aqui?

— Você disse que vinha pro circo, não podia deixar minha princesa sozinha - Ele se falou segurando meu queixo me dando um selinho, fiquei triste na mesma hora, e como sempre observador, ele logo perguntou o que eu tinha. Nada ChatNoir, só estou praticamente te traindo com outro garoto da minha sala, conhece? Seu rosto está estampado por toda Paris, o Adrien Agreste.

— Chat... Lembra quando você prometeu que nunca ia ficar com raiva de mim? Era verdade?

— O que foi My Lady?

— E-eu - Eu não conseguia falar, inventei qualquer desculpa na hora - Eu quero carona pra casa!

— Como assim princesa?

— Você pode me dar, não pode gatinho? - Falei me segurando em seu pescoço - Por favor.

 - Tudo o que você pede é uma ordem, minha rainha - Ele me segurou nos braços, e pulou para um prédio, e foi pulando de um pro outro, até que chegamos na Torre Eiffel, ali não era minha casa, o que esse gatinho estava planejando? Quando perguntei isso, ele se sentou no ferro frio e me convidou pra sentar ao seu lado. Obedeci.

—  O que acha da vista?

— É linda - Falei observando as estrelas, eu já tinha visto aquele local antes como Ladybug, mas sempre olhando pra rua para ver se estava tudo bem, nunca olhei pro céu. É magnífico.

— Então minha querida pétala de rosa - Esse é novo, Chat tinha muitos apelidos pra mim, e eu adorava ouvir ele me chamando assim, adorava quando ele me chamava de My Lady, adorava quando ele me chamava de princesa, adorava tudo que saia da boca dele - Acho melhor ir lhe deixar em casa - Ele se levantou e me ajudou - Acho que daqui a pouco minha transformação acaba.

— Mas eu prometi a mim mesma que ia saber quem você era, e sei que está mentindo - Deixei escapar, depois percebi o que eu disse, espero não ter dado muito na cara, pelo amor de deus Marinette, você tem que aprender a calar a boca.

— Como sabe isso?

— In-intuição - Uma música lenta começou a tocar, procuramos de onde estava saindo o som e vimos, tinha uma festa acontecendo, a música era boa, a melodia suave.

— Aceita esta dança, My Lady?

— Claro, cavalheiro.

Eu coloquei uma mão sobre seu ombro e outra segurando sua mão, a outra mão livre dele estava na minha cintura. Começamos a dançar ao som da música, de vez em quando ele me sobia sua mão até minha cabeça e deixava eu dar um giro, acabamos a música colados um no outro, ele aproximou mais um pouquinho a cabeça e me deu um beijo, que foi atrapalhado por um barulho saindo de seu anel, droga.

— Agora eu tenho que te deixar em casa - Ele falou me tirando do chão, e depois me segurando foi me deixar em casa na porta, já que seria estranho eu entrar pela janela - Entregue. Até amanhã, pequena rosa.

E saiu. Eu não ia suportar aquilo, eu não ia suportar aguentar Adrien e ChatNoir, eu tinha que escolher entre um, mas esse era o problema, não dava pra escolher, eles eram tão parecidos, ambos lindos, ambos protetores, cuidadosos...

— O que eu faço, Tikki? - A primeira lágrima correu pelo meu rosto.

— Não chore Marinette, sabe que eu detesto te ver chorando!

— O que eu faço? - Eu me deitei na cama - Porque isso só acontece comigo?

Tikki se sentou do lado do meu rosto e ficou limpando minhas lágrimas, eu tinha que tomar uma decisão, mas não podia, era muito complicado.

Eu tinha acordado com os olhos inchados, uma maquiagem por cima e ninguém notaria. Pronto. Peguei minha bolsa e fui em direção a escola, eu não conseguia andar, minha cabeça estava repleta de pensamentos, e tudo parou na noite passada que eu dancei com ChatNoir na Torre Eiffel. Foi incrível, me peguei girando algumas vezes pro caminho pra escola.

*???????? narrando* (Uê :v)

Era impossível aquelas pessoas acharem que aranhas são coisas bestas, todos deviam saber da capacidade das aranhas, elas são muito incríveis, isso me deixa furioso! Uma borboleta voou pra perto de mim e pousou sobre meu bracelete, e uma voz veio na minha cabeça:

— Aaraignée, eu sou Hawk Moth, isso é uma injustiça, vá e prove a todos que aranhas são bem superiores ao que parecem ser. E eu tenho uma pergunta, em troca disso, você pode prender um gato preto e uma joaninha na sua rede?

— Com toda certeza, Hawk Moth.