O peso de uma escolha. escrita por Sazi


Capítulo 13
O pirata entra em ação.


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas, decidi não terminar a historia no próximo capitulo, amo Elisa e quero contar mais sobre a vida dela a vocês.



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O quarto do irmão mais parecia um santuário em sua homenagem. Ela não conseguiu dar um passo sequer, enquanto Lenny tão surpreso quanto ela entrou no local. Nas paredes havia fotos dela por todo lado, Elisa não sabia que aquelas fotos existiam. Ela dormindo, comendo, estudando, sorrindo, chorando. A cama dela estava no canto da parede e em cima dela um travesseiro com uma foto da menina. O quarto do irmão não era grande, mas por só ter três móveis se tornava vazio. O guarda roupa, branco, estava abarrotado de fotos e frases perturbadoras, assim como as paredes estavam riscadas de preto com o nome da menina e mais frases. Havia uma pequena cômoda e em cima dela os pertences que haviam sumido da menina. O professor não contendo a curiosidade abriu à cômoda e se assustou com o que viu lá. A gaveta estava suja de sangue, mas por não ser recente a cor do vermelho escuro beirava o preto. O cheiro era enjoativo, mas ele notou no fundo da gaveta um pequeno pacote. Abriu- o sem pestanejar. Para sua surpresa eram mais fotos da irmã. Porém eram dela tomando banho. Ele fechou rapidamente o envelope. E quando se virou viu uma Elisa estagnada olhando para as paredes. Lágrimas lhe cobriam o rosto.

— Vamos sair daqui. - ele disse puxando- a pela mão. - Me perdoe ter demorado tanto.

A menina não demostrou resistência nenhuma e seguiu o rapaz que trancou a porta atrás de si. Ela ficou por um tempo parada no corredor. O professor quis sorrir, mas não conseguiria tão fácil. Respirou fundo e puxou a menina para um abraço. Dessa vez Elisa não estava sufocada como ficava em relação aos abraços do irmão. Esse fora simples e caloroso e trazia um cheiro de sabonete bem fraco, que se misturava ao do shampoo que ela percebeu que ele usara. Seus braços eram mais fortes e ao mesmo tempo mais gentis. Seu rosto era calmo e ele estava prestes a desabar. Mas não faria isso na frente dela.

 - Vamos tentar comer? - ele sugeriu.

Observou a menina andando vagarosamente e a raiva lhe incendiava. Teve mais uma vez a certeza de que Ehtan estava mais do que doente e precisava ser urgentemente internado. Após a casta refeição, a menina fora lavar a louça enquanto Lenny mandava algumas mensagens pro pai e para Carlos.

Esse, no hospital, recebera uma roupas limpas. Uma enfermeira condoída com o estado do homem lhe cedera essas roupas que eram de um médico, que sempre trazia alguma reserva no caso de precisar virar dois plantões.

O homem estava terminando de se trocar quando o celular vibrou. Viu que eram mensagens de Leonny e rapidamente as abriu.

Seus olhos percorreram rapidamente a tela do aparelho. Quando acabou a fática leitura, quase caiu onde estava. Tombou e ficou de joelhos no chão. Colocou a cabeça entre as pernas e chorou pesadamente. Uma dor aguda lhe percorria a mente de tal maneira que ele não conseguia resistir a soluçar em seu pranto.

Olhou ao redor a expressão das pessoas que passavam e queria pedir ajuda a elas. Queria pedir forças para continuar. Então baixinho ele fez as suas preces e levantou-se pesadamente caminhando até uma das salas de espera.

...

Elisa decidiu que o professor dormiria com ela. Pelo simples motivo de que ela desabaria se não fosse sustentada.

— Você dorme comigo. - ela disse um rosto sem expressão.

— Eu não posso. Isso seria muito atrevimento.

— Não, não seria. - ela disse arrumando a cama.

Depois compassadamente deitou-se contra a parede, mas não sem antes pegar um pequeno objeto que colocou sobre o nariz. Isso lhe ajudava a evitar o ronco.

— Para que serve isso? - ele quis saber surpreso.

— É um pequeno prendedor, coloco sobre o nariz e de alguma forma ele evita que eu ronque. - assim dizendo ela se deitou, virou-se para a parede e deixou as lágrimas quentes banharem seu rosto.

— Vou apagar as luzes. - ele disse e logo se deitou ao lado dela. Ela tinha um cheiro bom de hidratante. Os cabelos roçavam em suas costas causando pequenas cócegas e ao mesmo tempo lhe trazia arrepios. Ela não era aquela garota atraente que os homens possam cobiçar, mas era uma menina gentil, cuidadosa. Tinha um sorriso encantador e o deixava com vontade de cuidar dele e ser cuidado por ela. Leonny sempre namorou garotas que os outros não viam como bela. Pois ele via nelas o que os outros se negavam a ver por conta do seu preconceito. Seus namoros duravam pouco, já que a sua falta de confiança das suas parceiras era gritante.

O rapaz não conseguiu dormir. Estava tenso e o som da respiração pesada de Elisa o deixava incomodado. Levantou-se certa hora da noite e foi até o sofá. Lá deitou se e foi surpreendido pela menina que o fitava de longe.

— Se não consegue dormir ao meu lado, tem o quarto dos meus pais.

Ela achou que estivesse fedendo. Ele notara isso e tentou concertar a situação.

— Eu sou um homem e você uma garota, ficaria feio da minha parte dormir com você.

Ela não disse mais nada e deitou-se no outro sofá, acomodando-se bem.

— Tudo bem, não precisa ser gentil. - ela fechou os olhos e o silencio trouxe o sono para os dois.

...

O dia amanheceu logo. O professor não tinha aula naquele dia e levou a menina ao hospital.

Quando lá chegaram encontraram um Carlos abatido e cansado. Tomaram café juntos e Lenny se despediu. Precisava resolver algumas coisas junto ao pai.

— Vocês já podem visitar o paciente. - a enfermeira de outrora viera chama-los.

— Eu vou primeiro. - o homem disse deixando a menina na sala de espera.

Quando adentrou a enfermaria em que ele se encontrava viu um Ehtan pálido, mas ao mesmo tempo pensativo. Sentou-se em uma cadeira ao lado do filho.

— O que você pensou naquele momento?

— Vocês iriam me tirar Elisa, eu sabia disso, sem ela não há qualquer razão para viver. - ele disse em tom seco olhando pela janela que ficava a uns passos do seu lado esquerdo.

— Você precisa se tratar. Isso não é amor, meu filho. Isso é uma doença.

Ehtan riu como se isso fosse irônico.

— Doença? Só uma pessoa como você pode chamar isso de doença. Eu amo a Elisa e eu sei que ela me ama. Eu quero me casar com ela.

Carlos balançou a cabeça em tom negativo.

— Você precisa se tratar, por ela, por você.

O garoto estava irredutível. Fitava o lado de fora e se recusou a falar com o pai. Carlos desferiu algumas palavras que foram totalmente ignoradas. A sua visita não levou nem vinte minutos. Ele saiu e deu passagem a filha para entrar. Mas antes disse em seu ouvido.

 - Seu irmão esta doente, precisamos ajuda-lo.

— Eu sei pai, sei bem o que fazer. - Elisa havia pensado no que dizer. No que fazer. Tinha de ajudar o irmão. Assim sendo ela entrou na sala. Quando ele a viu baixou a cabeça e ficou ruborizado. Reação essa que ela não esperava.

— Me perdoe. -ele disse.

— Eu não posso te perdoar. Você não tinha direito de fazer isso. Sabe o quanto eu chorei por você. - surpreso o garoto fitou a irmã nos olhos. - Me prometa Ehtan, me prometa que vai se tratar e nunca mais fará isso?

Ele fez que sim com a cabeça e lágrimas lhe escorreram pelo rosto. Ela se aproximou e abraçou o irmão, que carinhosamente retribuiu o gesto de afeto. A mente da menina estava nublada. Ela estava com medo do que ele fez e do que havia naquele quarto. Mas estava disposta a perdoar e esquecer o que fosse, contanto que o irmão voltasse a ser o que era.

— Me desculpa Elisa, eu tinha de estar ao seu lado e lhe causei dor. Perdoa esse seu irmão, idiota que ama você.

— Por enquanto eu não posso te perdoar ainda.

Ele fez que entendia com a cabeça e sorriu pra ela.

— Prometo que vou me esforçar. Nunca mais farei isso. - ele a abraçou novamente, ela acariciou a cabeça do rapaz que fechou os olhos com um sorriso.

— Agora eu tenho de ir. Logo você estará em casa. - ela disse saindo. Sabia que aquilo não era verdade, mas não podia revelar nada a ele. O rapaz ficou vendo-a ir. Ainda sob os efeitos dos sedativos ele estava sonolento e deitou-se para dormir mais uma vez.

...

O caminho pra casa foi tranquilo. Carlos dizia a filha o quanto sentia por tudo. Ela já cansada de ouvir isso informou ao pai que estava tudo bem. Que precisavam se concentrar em Ehtan. Ele assentiu que sim.

— O senhor não esta preocupado de eu ter dormido sozinha com um homem? - ela disse quando estavam chegando a casa.

— Esse homem é Leonny. Eu não me preocupo. Acho que você lembra-se das histórias de piratas que eu te contava. De que um viria e lhe salvaria indo casar com você.

— Sim, eu me lembro e sei que o senhor estava falando dele. Realmente ele me salvou, mas eu não tive tempo de agradecer.

O homem deu um leve sorriso. O filho ficaria por mais um dia no hospital. Enquanto isso ele tentava falar com Sarah, em vão. O celular estava desligado e ele não sabia onde a mulher estava.

— Vou trabalhar. Infelizmente eu preciso ir. Não vá a escola hoje, fique aqui. Ainda não consegui falar com sua mãe, mas creio que a noite quando ela chegar eu poderei conversar com ela.

A menina fez como pedido e se dispôs a limpar a casa para ocupar a mente. Quando deram exatas doze horas a campainha toca.

— Oi, desculpa incomodar. Vim passar à tarde com você. - Lenny dizia.

— Seja bem vindo e obrigada por ontem. - ela disse por fim deixando-o entrar. O rapaz se sentou no sofá e Elisa ficou ao seu lado. O celular dela vibrou e eram umas mensagens de Lewis.

'Onde você está, estou com saudades.'

‘Você não veio a aula e eu fiquei preocupado.’

Ela não respondeu, ao invés disso suspirou. O professor ficou curioso, mas decidiu não se meter.

— Sabe Leonny. Eu não quero ser a amante de ninguém. - aquela revelação foi inesperada.

— E você é de alguém? - ele perguntou sem saber se fora inconveniente.

— Sim, mas, por favor, não pense mal de mim. Na realidade o garoto me beijou uma vez. Ele tem namorada. Eu fiquei mal por isso. - ela baixou a cabeça e fitou o aparelho.

— Então pare. - ele disse tocando seu queixo fazendo-a fita-lo. - O homem que te amar, será pelo que você é. Não fique sujeita a esses caras covardes que não tem coragem de te assumir. Você é linda. Gentil. Uma garota de dar inveja.

Ela deu um pequeno riso irônico.

—Sou tão gorda. Quem quereria alguém assim?

— Eu sempre quis. - ele disse aproximando-se lentamente e tomando os lábios da menina. Que mesmo surpresa correspondeu.


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Notas finais do capítulo

O que acharam ?????



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