The Seven Guardians escrita por Alexandria Rogers Wayne


Capítulo 5
Educação




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Às vezes questiono-me se estes azares só acontecem comigo. Quer dizer qual era a probabilidade de no mesmo dia em que eu cheguei ao exército, o meu grupo ter sido enviado em missão antes de me conhecer? Eu não consigo chamar a esta coincidência outra coisa senão azar. Segundo a Lídia até é bom eu só os conhecer quando já estiver integrado mas, mesmo assim, a noite que passei completamente sozinho no lado norte do Castelo, o sitio que serve como área de residência do meu grupo, não me…

—Percy!- os meus pensamentos foram cortados pelo grito da Caitlyn que olhava irritada para mim. Ops…- Ouviste alguma coisa do que a Lídia disse?

—Desculpem. Estava perdido em pensamentos. Poderiam recomeçar?

—Como te estava a explicar é costume a introdução ao exército ser feita pelo guardião do teu grupo porém como és o teu próprio guardião, a tua educação estará a cargo dos outros guardiões e de Caos.

—Educação?

—Sim ou achavas que era só receber os poderes e já estava?-perguntou Caitlyn sarcasticamente.

—É óbvio que vais ter que receber treinamento e aprender sobre tudo o que há para saber sobre o universo, os diferentes planetas, povos e culturas e também sobre a vida no exército. Há determinadas regras e organizações que necessitas de saber antes de te tornares um guardião oficialmente.

—Espera! Isso significa que ainda não sou um guardião? – perguntei confuso.

—Digamos que ainda estás em estágio. Só depois do teu treinamento estar completo é que passarás a ter todos os deveres e direitos que um guardião tem. Por agora, vamos ensinar-te tudo o que necessitas de saber, depois começarás a sair em missões sempre acompanhado por outro guardião até estares totalmente ambientado no exército.

—E quando é que será isso?

—Quando Caos assim o achar.

—Humm… posso fazer mais uma pergunta?- questionei receoso.

—A dúvida leva ao conhecimento, nunca devendo ser deixada por responder.- disse Lídia seriamente fazendo com a Caitlyn rolasse os olhos.

—Eu reparei que de repente passaram a chamar o Lord Caos de apenas Caos. Isso não o ofende?

—Excelente questão Percy!- disse Lídia deixando-me orgulhoso da minha dúvida não tão estúpida- Lorde Caos é a forma como o deves tratar à frente de toda a gente exceto os Guardiões e o próprio.

—Caos não gosta que nós lhe chamemos de Lord ou Senhor porém como deves entender se ele permitisse que toda a gente o tratasse tão pessoalmente, a sua autoridade seria posta em causa, coisa que não pode acontecer de maneira nenhuma. Ele é o Criador do Universo e merece o nosso máximo respeito.

—Mas como a Caitlyn disse embora sejam necessárias, ele não gosta destas formalidades então pediu-nos para o chamarmos pelo primeiro nome quando estivéssemos sozinhos ou entre Guardiões.

—Isso significa que o posso tratar por tu?

—Também não vás tao longe. Primeiro nome chega, mais que isso seria desrespeito.

—Ok percebido. Vocês deixam que os vossos grupos vos tratem por tu?

—Não. Entre um general e um soldado tem que haver certo distanciamento. Isto não significa que eu não me dê com os meus soldados antes pelo contrário tento envolver-me com eles para gerar confiança e respeito mútuo entre nós porém todos eles me chamam de milady ou senhora.

—Eu aplico a mesma estratégia porém envolvo-me um pouco mais que a Lídia alguns dos meus soldados mais próximos têm permissão para me tratar por tu, em privado, mas nunca à frente de outras pessoas nem que sejam do mesmo grupo.

—Isso não é um bocado frio e presunçoso? Quer dizer nós não somos nenhuns deuses!

—Ora aí é que te enganas! – retrucou a sexta Guardiã- Para basicamente todo o Universo nós somos a autoridade máxima, superior a deuses ou a primordiais. Eu não estou a dizer que sejamos superiores porque não o somos. Conheço tanta gente que, aos meus olhos, me é superior todavia é desta maneira que as pessoas nos encaram e devido a isso temos que pelo menos aparentar que o somos.

—O que é que farias se um exército que supostamente vem repor a paz na tua terra, tivesse um líder cujos soldados tratavam por tu como se fosse uma pessoa comum? Eu não veria nenhuma credibilidade naquele individuo, ou seja, não o iria respeitar logo desde o começo, o que faria com que a minha fé nesse exército diminuísse consideravelmente.

—O que te estamos a tentar explicar é que as impressões são bastante importantes no nosso cargo. Não te estamos a dizer para te achar superiores ou não te dares com os teus soldados estamos a dizer-te que para uma boa relação tens de te envolver com eles mas nunca esquecendo que tu és o general deles. É para ti que eles olham como modelo, é a ti que eles vão quando estão com problemas, é a ti que cabe liderá-los.

—Mas sem pressão!- disse Lídia sorridente tentando desanuviar o ambiente.

Estávamos os três sentados numa sala bastante acolhedora e iluminada. Cercada por janelas que davam para um vista maravilhosa sobre todo o Castelo, haviam bastantes sofás e cadeiras com almofadas coloridas e de varias formas, não sei porque mas fazia-me lembrar um palácio indiano. Esta zona era exclusiva dos Guardiões, segundo o que me explicaram antes, o Castelo está dividido em várias áreas de residência e convívio para cada grupo, existindo uma área só para os Guardiões, onde podemos relaxar e descansar um bocado sem sermos interrompidos pelos soldados e outros locais de convívio para todo o exercito já que a entrada nas zonas de cada grupo é vedada a membros de outros grupos, a não ser é claro a Caos e aos Guardiões que têm acesso quase que total ao Castelo. O único sítio onde não podemos entrar é nos quartos uns dos outros a não ser que sejamos convidados assim como acontece com todos.

—Ok por onde é que querem começar?-perguntei ansioso por aprender mais sobre a minha nova casa.

—Vamos dar um pequeno passeio para poderes conhecer as instalações do exército.

— A primeira paragem poderá ser na Sala dos Observadores, a sede dos nossos serviços de informação. -sugeriu Lídia, olhando para a Caitlyn que anuiu- É lá que eles monitorizam tudo o que acontece nos outros planetas, organizam missões e fazem os relatórios das mesmas.

—Organizam missões? Achava que era Caos quem nos dava as missões?

—Sim, Caos dá-nos as missões mais importantes porém, como podes imaginar, ele não pode ver tudo ao mesmo tempo logo temos uma equipa que está atenta aos mais variados aspetos e acontecimentos, que coordena missões mais pequenas e simples. Eles depois propõem as missões ao grupo que acham mais adequado para as executar.

—Isso quer dizer que nós podemos escolher as missões que fazemos?

—Mais ou menos. Não costumamos recusar missões mas é possível passá-las para outro grupo. Sendo que as missões dados por Caos são imperativas.

—Vocês costumam ter muitas?

—Mais do que gostaria. -desabafou Lídia mas ao ver o olhar surpreso de Caitlyn logo se explicou- Não me leves a mal mas quanto maior o número de problemas no universo, mais guerras e conflitos, maior o número de missões.

—Respondendo à pergunta sim temos algumas missões, há sempre algo para fazer.

—E que tipo de missões é que fazem?

—De todo o tipo.

—Todo mesmo?-perguntei receoso.

—Se estás a perguntar se somos enviados em missões de assassinato, a resposta é sim. Mas nunca somos nós que escolhemos essas missões é Caos que as dá sendo que também nos oferece a oportunidade de decidirmos o que fazer com o nosso alvo.

—Todavia não te enganes. Caos é justo e sensato. Todos os nossos alvos são extremamente perigosos, violentos e criminosos do piorio: violadores, assassinos, ditadores, entre outros.

—Entendo… Mas agora surgiu-me outra pergunta: Essa equipa de investigação que vocês falam faz parte de algum grupo? Ou são outro grupo para além dos sete?

—É uma espécie de grupo à parte composto por membros de todos os sete grupos.

—E há mais grupos “à parte”?

—Sim temos os Construtores, um grupo (também composto por elementos de vários grupos) que está encarregado da inovação e criação de novos dispositivos e armas, são basicamente responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico e investigação científica. É composto por cientistas, mecânicos, engenheiros, etc.

—Depois também temos os Curandeiros que embora sejam vários elementos de outros grupos, estão sobre a minha supervisão devido ao facto de ser a Guardiã da medicina. São como o nome indica os médicos do exército e trabalham todos num hospital que temos perto da cidade. Costumam socorrer populações ou o exército apos uma batalha violenta, quando passam por uma crise grave ou até mesmo pequenas lesões de soldados.

—Então para além dos sete grupos temos os Observadores, os Construtores e os Curandeiros, certo?

—Exato. -disse Caitlyn mesmo antes de ser ouvido um “bip” vindo do pulso dela. Ela ergueu-o rapidamente, abrindo a mão fazendo com que a pulseira de contas prateadas que tinha no pulso se desfizesse e formasse uma espécie de holograma com a imagem de um rapaz moreno, encorpado com cara de poucos amigos.

—WoW. -disse fascinado, nunca tinha visto tamanha tecnologia.

—Senhora, precisamos de si na ala leste do Castelo. -disse respeitosamente.

—Vou já para aí Silvestre. -respondeu a Guardiã dos sentidos, cerrando o punho, acabando com a chamada.- Bem parece que se passa algo que vou ter de ir averiguar. Ficam?

—Sim, eu combinei com o Dylan para ele vir ter connosco quando acabasse de fazer o relatório da missão.

—UI já podias ter dito. O Percy vem comigo então, servir de vela não é propriamente bom para a educação dele.- disse Caitlyn olhando para Lídia com um sorrisinho de canto, deixando-a vermelha como a cor dos cabelos dela.

—Nós não… Eu… Para de ser assim Cait!- disse a ruiva frustrada e completamente embaraçada, fazendo a outra rir.

—Pronto, não ficas tão vermelhinha. Já fui!- disse desaparecendo numa nuvem roxa com um simples movimento de mão, mas que raio!

—Como é que…?-comecei confuso

—O poder dela é magia, lembraste?- disse Lídia levantando-se.

—Ah pois…- disse coçando o pescoço envergonhado e levantando.me também.

Começámos a caminhar em silêncio pelos corredores do Castelo que parecia estar muito deserto, não havia quase ninguém. Será que se tinha passado algo?

—Isto está muito deserto, não?

—Sim, normalmente não está assim tão vazio. Mas é compreensível que o esteja hoje. Os Skota estão a preparar-se para a sua próxima missão; Creio que os Pecatum estão a realizar treino de condição física enquanto o meu grupo está a treinar com armas de longo alcance; os Shifter estão todos numa espécie de reunião/festa do pijama com a Juliana; como o Silvestre pediu a presença da Cait na ala leste presumo que estejam a treinar as suas habilidades especiais num dos campos de treino que aí existem; os Stratis ainda devem estar com o Dylan a fazer o relatório e a avaliação da missão que tiveram e o teu grupo ainda está em missão todavia deve estar para regressar muito em breve.

                -Relatório e avaliação de missão?- perguntei assustado, será que eles nos obrigam a escrever uma redação de como foi a missão e a avaliá-la do género: correu bastante bem, quatro estrelas.

                -Após cada missão, assim que regressamos a Prótos temos que nos apresentar na Sala dos Observadores para reportarmos como correu a missão, se houve algum imprevisto, o que é que aconteceu e qual o resultado final. Costuma ser algo relativamente rápido não te preocupes com isso.

                -Stratis não é o grupo do Dylan pois não?

                -Não. É o grupo da Sophia mas foi o Dylan que os acompanhou na missão por isso é que está com eles.

                -Nós podemos acompanhar grupos que não sejam o nosso?

                -Sim. De vez em quando Caos junta Guardiões com grupos que não sejam os seus. Considero que é uma forma de nos mostrar que no fundo somos um só exército e que nos devemos dar todos, sendo que também é uma ótima forma de nos fazer evoluir pois tira-nos da nossa zona de conforto e obriga-nos a trabalhar com pessoas diferentes, com modus operandi distintos.

                -E costumam ir vários guardiões a acompanhar os grupos?

                -Não. Pode não ir nenhum se assim o acharmos correto como foi o caso do teu grupo ou então vão acompanhados de um ou dois Guardiões, nunca mais que isso. Aliás irem dois grupos e um Guardião é muito mais provável que dois Guardiões e um grupo. Normalmente só vamos em duplas quando são missões solo, sem grupos a acompanhar-nos.

                Continuei a caminhar em silêncio, refletindo sobre a explicação da Lídia. Fazia sentido, cada um dos Guardiões era bastante poderoso pelo que pude perce4ber logo não havia necessidade de ir mais que um. O que até é uma pena pois estava à espera de os ver em ação mas pensando bem se os vou acompanhar nesta fase inicial provavelmente terei essa hipótese. Fui tirado dos meus pensamentos quando dei conta que estávamos a abrandar o passo enquanto nos aproximávamos de uma varanda que dava para uma espécie de aeroporto gigante cheio de naves de todos os tamanhos e feições porém todas equipadas com a mais alta tecnologia que alguma vez, parecia um filme de ficção científica. No meio deste aeroporto, estava uma nave que parecia ter acabado de aterrar, de onde saiam vários adolescentes com um ar cansado que se arrastavam na nossa direção.

                -Parece que os Imperium chegaram mais cedo que o previsto. Afinal vais conhecer o teu grupo mais cedo do que pensavas.- disse Lídia apontando para o grupo de adolescentes que se aproximava.- Pronto?

                -Estou um bocado nervoso para ser sincero. -disse sorrindo nervosamente.

                -É compreensível.- consolou-me a Lídia, pondo a mão no meu ombro- Eu vou estar lá contigo. Que tal eu dizer-te o nome de alguns antes de os conheceres?  

                -Acho que ajudaria.- disse extremamente agradecido.

                -Ok.- disse inspecionando o grupo que se aproximava, parecendo procurar por alguém em especifico- Se calhar aproveito e explico te já como é que os grupos são organizados. Como já sabes, existe o Guardião, o Líder do grupo, o Tenente, o segundo no comando, e o Capitão, o terceiro no comando. Cada grupo possui estes três cargos sendo que o primeiro é escolhido por Caos e os outros dois são escolhidos pelo Guardião ou por Caos caso o grupo ainda não tenha um. Depois há varias fações como em todos os exércitos: os arqueiros, os estrategistas, os construtores, arquitetos, médicos, membros da cavalaria e etc. Todos os membros do Grupo são escolhidos e treinados pelo Guardião, integrando assim a fação que este considerar mais adequada para cada membro, sendo que as fações também são criadas pelo próprio guardião. No caso dos grupos que ainda não tinham Guardião, as fações e tudo mais é gerido por Caos e pelo Tenente e Capitão em conjunto.

                Enquanto Lídia me explicava o funcionamento dos grupos, alguns membros do Imperium pareceram notar a nossa presença e acenavam e cumprimentavam-nos.

                -Aquele rapaz alto e loiro e olhos dourados que esta ao pé do Quinjet é o teu Capitão, o Christian, um filho de Chronus primordial do tempo. -disse Lídia enquanto apontava para um rapaz musculado de mais ou menos 17 anos que se encontrava a discutir com uma rapariga alta e morena que se encontrava de costas para nós.- Aquela que está de costas para nós é a tua Tenente e acho que não precisa de apresentação.- afirmou sorrindo, deixando-me confuso, não conseguia ver quem ela era mas acho que a nossa presença deve ter sido notada pela dupla que se virou para nós, permitindo-me ver melhor a até então desconhecida.

                -Zoe!?!?!


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Notas finais do capítulo

O que é que querem ver no próximo capitulo?
Mais sobre o exercito ou sobre os Guardiões?
Espero que tenham gostado, comentem.