Void escrita por Lilindy


Capítulo 7
Capítulo 5 - Fantasmas - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!! Estamos de volta com mais um capítulo, e dessa vez um capítulo bem grande!! Gostaríamos de agradecer as novos comentários de Apenas Lorena e Elaine Nascimento e aos sete acompanhamentos da fic!! Muito obrigada ♥!!! Esperamos que gostem do capítulo, boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/684091/chapter/7

             

"Tied to a sallow heart

Why does he want to bring me where he goes

Oh and to find out the reasons why

It's enough to make you wanna try

For one last night."

 One Last Night – Vaults

 

Sentada na pequena varanda, a lua iluminando o local, estava exausta e ainda precisava terminar o relatório daquele longo dia. Estava pensativa, em um dos seus pensamentos Zoe percebe que nunca havia andando pelas ruas de Nova York, pelo menos não sem ajuda do seu GPS. Isso era estranho, já que iria fazer quase 2 semanas que sua nova vida começara.

A garota não queria pegar no seu notebook, não queria passar o resto da noite digitando sobre seu encontro com Roman Warner. Por que ele havia perguntado sobre sua pobre vida? Não, não era essa a verdadeira pergunta que ela deveria fazer e sim a outra que ela procurava sempre evitar : Por que ela havia respondido?

Zoe levanta-se e entra em casa, o silêncio do local só aumentava a pressão que aquela estupidez cometida por ela exercia na garota. Zoe prende seus cabelos , vai até a cozinha, pega uma xícara e a enche de café.

— Não deixe ele fazer isso Zoey. É só não deixar. – Ela sussurra como se aquelas palavras fossem um espécie de mantra que deveria seguir. Mas os pensamentos sempre voltavam, fazia tanto tempo que não tocava no assunto do seu pai e muito mais tempo que não chorava, ou quase chorava, na frente de alguém. De certa forma, foi como se uma bola de devolução saísse de sua garganta naquele dia e ela quisesse dizer tudo que estava guardado em seu interior.

— Esqueça ! Isso não é sobre você! – Assim ela senta-se e abre seu notebook, pronta para outro relatório .

                                                ***

Lydia bocejava enquanto andava pela casa vazia, sua mãe provavelmente já estava na prefeitura. A ruiva coloca o roupão e liga o rádio, teria um longo dia pela frente e precisaria de toda disposição para enfrentar mais um dia. A ruiva pega seu celular e olha as mensagens, nenhuma da Zoey e várias da Allison, sem contar as várias chamadas perdidas .

— Dramática! – Lydia liga para a amiga e coloca a chamada no viva-voz. – Vamos, atende!! – Alguns segundos se passaram até que Allison atendesse.

Até que enfim você acordou! — O barulho dos carros ecoa na ligação.

Alli, são 6:00 horas da manhã! Por acaso você acha que eu não durmo?

— Quase isso. – Allison dá uma pequena risada.

— Tá, pode me dizer o porquê de ter deixado milhões de mensagens para mim ontem ás 23:00 horas?  - Allison sorri novamente.

Sábado você está livre? – Ingada a garota buzinando no trânsito. Lydia que por sua vez estava comendo torradas logo responde.

Claro que estou, o que está tramando Allison? – Pergunta a ruiva girando na cadeira da cozinha junto com o ritmo da música.

O que acha de Nova York? – Lydia bufa com a pergunta da amiga.

Não acho que a Zo vá aprovar, além disso... – A garota ruiva iria continuar até que Allison interrompe seu raciocínio.

Lydia, não estou sendo a Allison chata, preocupada ou curiosa, eu só quero visitar a minha amiga e saber como é Nova York. O que me diz?

— Não estou achando uma boa ideia. Pensa bem, a Zoey sempre visita a Rachel nos finais de semana, talvez ela venha em um fim de semana desses. Sem contar que ela odeia surpresas, sugiro que a sua paranoia extrema acabe logo!!

— Odeio vocês!!

Vocês? Você falou com a Yukimura sobre isso também? – Allison bufa.

É claro que  falei, eu esperava mais apoio vindo da parte de vocês! – Reclama Allison.

Deixa a garota se encaixar no local, assim que isso ocorrer eu tenho certeza de que o convite para a gente visitar ela virá. — Fala Lydia tentando acalmar Allison.

                                                  ***

Roman estava deitado na cama de sua cela, os raios de sol não chegavam no local, a única coisa que indicava o nascer de um novo dia eram os guardas avisando sobre o horário do banho e a  rotina não foi diferente naquele dia.

Ao chegar ao banheiro, Warner fecha os olhos e deixa a água passar pelo seu corpo. Os guardas só permitinham  10 minutos de banho e nenhum minuto a mais. Após o banho, ele volta para sua cela, calmamente dirigi o olhar para o desenho inacabado. O desenho de Zoey.

— Warner? – Barney aparece  – Eu sinto informar que Heinfield recusou sua sessão de terapia mesmo o FBI fazendo a intimação. Você vai ter que ficar aqui embaixo até o horário de vista da senhorita Starling.

Roman se vira e caminha até ficar mais perto do vidro e mais próximo do enfermeiro.

— Barney, poderia me responder uma pergunta? – Roman o olha no olhos

— Claro, Warner. – O enfermeiro tinha uma voz mansa

— O que acha da Zoey Starling? – Pergunta ele, caminhando pela sua cela logo em seguida, estava pensativo.

—  É uma moça muito educada, inteligente e é gentil comigo. Acho ela legal, você não? – Warner vira-se  para Barney novamente, fecha os olhos, pensativo .Ele volta a falar.

— Ás vezes penso nela como o sol, principalmente quando ela sorrir, porém existe alguma coisa nela  que me lembra a chuva, um dia muito chuvoso e nebuloso. Eu não sei ao certo ,Barney. – Ele  senta-se no canto direito da cela.

— Isso o incomoda? Achar que ela tem algo a esconder o incomoda? – Pergunta Barney

— Não controlo minhas palavras perto dela, tenho receio de tê-la magoado ontem. Minha curiosidade falou mais alto naquele momento. -  Roman foca seu olhar no desenhos.

— Não acho que tenha feito isso – Barney dá de ombros com sua afirmação. – Ela não parecia magoada quando nos falamos ontem.

— E como ela parecia? – Indaga Roman, seus olhos olhando algo além daquelas paredes de vidro.

— Surpresa. – Roman olha para Barney ao ouvir a resposta do enfermeiro e logo depois um sorriso cínico surge na face do psicopata.

                                                   ***

Malia andava pelo corredor com cara de poucos amigos, ouvindo Zoey falar.

— E quem se importa se Roman Warner não tem terapia, Starling? – Zoey bufa

— Thomas Heinfield está por fazendo isso para empatar as investigações, não percebe? E se ele não quiser mais colaborar com as investigações? – Malia para de caminhar e a encara.

— Sabe o que eu escutei? Nada, Starling!!  - Zoey abre a boca para falar, mas antes que pudesse dizer alguma coisa Malia continua.

— Ninguém liga para suas terapias psicológicas que você deve ter aprendido no interior caipira! Aqui é o FBI e ninguém se importa com um assassino!! Particularmente eu espero que Roman Warner apodreça naquele lugar!!! – Malia a encarava, seu rosto nada amigável.

— Grande discurso agente!! – Zoey a olha com raiva. – Isso não é sobre Roman, seu ódio é comigo, então usa o caso como pretexto. – As duas se encaravam.

— Então já que  já sabe sobre meu ódio por você Starling, saia da minha frente, eu tenho problemas maiores para lidar, não posso perder tempo conversando com uma criança!!

Malia esbarra com força em Zoey enquanto saia do local, Zoey por sua vez , bate na parede de tão frustada.

— Idiota!! – Resmunga a garota. Theo aparece no local antes que ela pudesse entrar em sua pequena sala.

— Starling? – Ela vira-se, ainda que de forma hesitante. Não estava com humor para conversas.

— Aquela era a...

— Malia? Quem mais seria? – Theo suspira alto

— Alguma informação sobre o caso? – Pergunta ela

— Não tivemos mais mortes e suas informações em seus relatórios estão ajudando a forma aos poucos um possível perfil do assassino. Assim como também pode ajudar  a descobrir seus métodos de assassinato.

— Ah que bom! Isso é ótimo! – Zoey queria entrar em sua sala, mas Theo insistia em puxar conversa.

— Sinto muito pela Malia. A Tate pode ser... – Zoey toma a palavra.

— Não precisa se desculpar por algo que não tem nada haver com você. Sério, ela me odeia e não acho que isso algum dia vá mudar e isso realmente não importa, então...

— Entendo. – Zoey se direciona para a porta.

— Starling? – Ela vira-se e o encara, estava impaciente, mas tentava permanecer inexpressiva.

— Raeken?

— Que tal uma saída no sábado? O que me diz?

Zoey não esperava por essa, procurou mentalmente uma desculpa para não poder aceitar o convite. Theo por sua vez parecia disposto a esperar sua resposta e parecia muito mais disposto a sugerir o domingo caso ela não pudesse no sábado. E pior ainda, ele parecia disposto a oferecer todos os dias da semana se a resposta fosse não para o domingo. Zoey o olha , sorrindo da melhor maneira que pode.

— É, por mim tudo bem. Agradeço a gentileza! – Theo sorri, parecia vitorioso. – Tudo bem, sábado então. – Ele acena e vai em direção a outro setor do  departamento, Zoey por sua vez revira os olhos, como iria escapar disso? A resposta é que não poderia. Por fim, a garota resolve entrar em sua sala, começou a reler todas as informações que Roman Warner dera e que estavam  em seus relatórios.

                                                ***

Heinfield encarava Barney e Zoey Starling, estava  claramente irritado com a pequena reunião. Ele controlava-se para não falar mais alto do que o normal.

— Me perdoe Agente Zoey  Starling, mas não acha mesmo que seus métodos psicológicos estão fugindo dos eixos? – Ela o encara.

— Não estou aqui como psicóloga, muito menos como terapeuta. Mas afirmo que suas atitudes não possuem uma postura adequada de um médico psiquiatra. Estou começando a achar que seus interesses são muito mais monetários, sem contar no fato que está dando  medicação inadequada para os pacientes. – Fala a garota, levantando-se irritada logo em seguida.

— O que está insinuando senhorita? – Barney o interrompe.

— O que estamos tentando negociar é o bem- estar de todos os pacientes, o que claramente o senhor negligencia, principalmente um em específico.

— Roman Warner machucou enfermeiros, secretários entre outras pessoas, Barney. Lembra-se disso? Ele é insano e claramente é o pior de todos os criminosos que estão na Eichen House.

— Está atrasando as investigações!! – Zoey volta a se pronunciar. Heinfield a encara mortalmente.

— Entendo os interesses do enfermeiro, ele preocupa-se com os residentes. Mas e você agente? Por que Roman Warner precisaria de terapia? Está aqui por interesse, não finja preocupação, pois está é a última coisa que tem em mente!! – Ela o fuzila com os olhos.

— Senhor Heinfiled, terapia seria uma das maneiras mais humanamente apropriadas para um tratamento com os pacientes da Eichen, mas claramente o senhor não pensa assim! É lamentável vê alguém com tanta falta de ética. – Zoey sai da sala, Barney encara o doutor o censurando.

— Se dizer mais alguma palavra sobre isso enfermeiro, está demitido.

O moreno retirou-se da sala, frustado assim como a garota.

                                                ***

Era um dia chuvoso na cidade de Nova York, o pátio estava interditado. Zoey observava através de uma janela da recepção a chuva que caia do lado de fora, ainda irritada e frustada. O dia poderia ser pior? Tinha que elaborar mais um relatório naquela noite, sem falta. Além do fato que o Agente Raeken tinha a chamado para sair no sábado. Não queria sair por aí em uma cidade que não conhecida, com alguém que ela não queria ter outro tipo de contato ao não ser profissional. Embora todas as mulheres do departamento do FBI suspirassem ao vê-lo pelos corredores, Zoey apenas o achava um bom agente e só.  Ainda tinha o problema com Heinfield que dificultava seu trabalho.

— Agente Starling ? – Barney a chama. A garota prontamente levanta-se do sofá presente na recepção.

— Enfermeiro Barney. – Ela o cumprimenta, ele por sua vez parecia está um pouco chateado. – Não deveria trabalhar para alguém como ele que claramente não tem o mínimo de respeito pelas pessoas da Eichen, incluindo os detentos e ... – O enfermeiro com o olhar manso, a interrompe educadamente.

— Senhorita Starling, não tente mudar essa instituição, eu já tentei e quase fui demitido. Eu agradeço o que está tentando fazer, mas pela sua segurança  e pelo seu cargo, peço que apenas faça seu trabalho. O Doutor Heinfield não vale a pena. – Ela morde seu lábio inferior frustada.

— Hoje definitivamente não está sendo um dia muito bom. – Declara Zoey – Quero dizer, olha esse tempo! – Fala ela apontando para a chuva do lado de fora. – Também tem o doutor e eu quase estou colocando o senhor para fora do seu emprego, eu sinto muito enfermeiro Barney. Eu só não entendo o que ele quer com Roman Warner. – Diz ela pensativa, prendendo seus longos cabelos logo depois.

— Bom, devido a chuva tivemos que mover os detentos para uma das salas aqui do salão principal, para que eles possam ter a recreação. Siga-me, reservei uma mesa um pouco afastada dos outros detentos para o interrogatório.

Os dois caminham pela silenciosa e branca Eichen House. Aos poucos o silencio é substituído por várias vozes, a sala estava perto.

                                                      ***

A chuva ainda era intensa, assim como o frio que se apoderava do local. Zoey esperava paciente sentada á mesa, os guardas a olhavam, a  garota pigarreia e fala.

— Poderiam por favor, afastarem-se um pouco? – Eles sorriem e fazem o que ela pediu. Enquanto esperava ela resolve pegar uma caneta.

— Não aconselho a fazer isso senhorita, ele pode perfurar sua mão ou seu pescoço. Permaneça sem objetos cortantes e entregue a arma. – Ordena um dos guardas.

— Tudo bem. – Diz ela, revirando os olhos e colocando todos os objetos na caixa que o guarda estendia para ela. Zoey encosta-se na cadeira e espera.

                                                         ***

As luzes do corredor onde Warner estava piscavam, inclusive na cela de Roman. Ele por sua vez permanecia deitado, quieto, não queria sentar-se no chão frio e úmido. A chuva iria piorar e aquele dia frio permaneceria nebuloso e escuro pelo resto das horas seguintes, conclui o psicopata. Os guardas aparecem em frente a sua cela, as algemas em mãos.

— Warner, tem visita. FBI. – Falando isso eles entram em sua cela e o algemam de maneira rude e rápida.

— Anda, se tentar alguma coisa, já sabe! – Roman apenas permanecia em silêncio enquanto era levado pelos corredores pelos guardas. Não iria tentar nada para escapar, apenas precisava falar com ela.

                                                    ***

Um trovão ecoa pelas paredes, os residentes começam a resmungar, alguns agitam-se, aquele dia seria bastante complicado. O vento batia contra a janela fazendo um pouco de barulho na sala. Starling só torcia para que pelo menos toda aquela situação em que se encontrava vale-se a pena. Finalmente a garota avista Roman, os guardas apertavam fortemente seus braços, o empurrando para a cadeira logo em seguida. Zoey procurava por Barney, mas com certeza Heinfield havia o impedido de estar lá.

— Não precisavam fazer isso. – Declara ela, os guardas por sua vez apenas ignoram seu comentário, se fastando dela e de Roman em uma distância segura.

Warner encarava os guardas de maneira apática. Ele estica  as algemas presas em suas mãos, permitindo o melhor movimento das mesmas, endireita seu corpo de forma ereta até encostar-se na cadeira. Zoey faz o mesmo e o encara.

— Me deve respostas. – Roman sorri,a  avaliando.

— Ouvi dizer que tentou me colocar em terapia, aprecio a tentativa, mas como pode vê, não sou o predileto deles. – Ela dá de ombros.

— Todos possuem esse direito, está nas instruções do seu prontuário, ordens médicas. – Fala ela apontando para os arquivos.

— Então olhou minhas informações médicas Zoey? Vamos diga-me, o que achou? Acha adequadas as prescrições psiquiátricas? – Pergunta Roman com olhar cínico.

— Eu sou uma psicóloga, assim como você ,senhor Warner. Poderíamos ir direto ao ponto neste dia?

— Roman. – Corrige ele. A garota assenti.

— Parece irritada, estou certo? – Pergunta Warner analisando o rosto de Zoey. A garota suspira e desvia o rosto. Ele volta a falar.

— Prometo que responderei todas as perguntas Zoey, mas também fez essa promessa para mim. – Ela volta a olha-lo.

— Certo. – Fala ela pigarreando logo depois. – O que seriam adaptações, Warner? Quer dizer, Roman. – Ele sorri.

—Já observou Nova York  em um grande janela? Todas as luzes da cidade á noite, é algo completamente impecável!

— Parece que costumava fazer isso. – Constata ela. – É por isso que tem desenhos de edifícios em sua cela? – Roman passa uma de suas mãos em seu queixo.

— Faço desenhos daquilo que me encanta. – Zoey não pôde  deixar de notar seus olhos, a cor deles era algo muito bonito de se ver, assim como as pintas em seu rosto, os cabelos. Ela concentra-se, precisava voltar ao foco.

— Hobby interessante Roman. – Ele mexe um suas mãos, não consegui mantê-las quietas , o som das algemas era algo constante.

— Está fugindo da minha pergunta. Fico me perguntando se é porque não possui resposta ou se a tem e não quer compartilha-la comigo. –“Droga!! “ pensa ela. Ele não havia esquecido da pergunta. Zoey desvia o olhar, umedece os lábios secos,  fecha os olhos tentando retomar o controle da situação. Abre os olhos e se pronuncia.

— Primeiro  a sua resposta Roman. Como você mesmo disse, Eu respondo as suas perguntas se também responder as minhas. – Ele a olha intensamente, Zoey não conseguia desviar como fez anteriormente, até que ele levanta a sombracelha direita, dando um sorrisso simples.

— Devo admitir que estou curioso e é por isso que responderei á você. – Zoey fica aliviada, deixando escapar um suspiro, relaxando os ombros antes tensos. Por um minuto a garota achou que ele iria embora, a deixando sem respostas.

— Parece que deixo você tensa. – Roman se aproxima da garota , suas mãos encontrando as mãos dela. – Me diga Zoey,o quanto deixo você tensa? Muito ou pouco? – Os dedos de Roman deslizam para o pulso da garota, ela por sua vez fica absorta, não conseguia se mexer ou tomar alguma atitude.

— Te dei o que pensar ontem á noite senhorita Starling? – As mãos quentes de Roman tentavam segurar firmemente as mãos da garota, até que ela volta a si e afasta-se dele. Percebendo então que não estava afastada o suficiente,  ela pigarreia e fica ereta apoiando-se seu corpo na cadeira e colocando suas mãos em seu colo.

— Adaptações. Você é quem me deve respostas Roman. – Ela retoma as postura, ele por sua vez sorri. – O que quer dizer com isso?

— Ele tentou se adaptar, agindo como eu. Mas claramente tem seus prórpios interesses e ambições. – Declara Warner, Zoey assenti.

— Tentou enganar o FBI. – Arrica-se Zoey, tentando tirar suas conclusões. – Ele apenas se passou por você, estava inspirado nos seus mecanismos e talvez até tentou ser você! Foi um conflito ...

— Entre o que queria fazer e quem poderia ser. – Warner completa sua frase, a garota o encara.

— Ele se inspirou em você, mas de certa forma isso o confundiu,  mesmo assim ele está conseguindo concluir seus objetivos para ele continuar, certo? – Roman assenti

— O que mais diria se tivesse que expor o perfil desse assassino, senhorita Starling? – ela suspira e de forma pensativa volta a falar.

— Ele assassina homens, todas as vítimas possuem aparências semelhantes. Ele é alguém profundamente carente e ligado de certa forma a seus métodos, você é como um mentor para ele. – Roman sorri.

— Isso é um grande elogio! Estou surpreso! – Ele parecia saber algo mais e Zoey estava frustada por ele não dizer mais informações. – Por que ele mataria suas vítimas? –  Zoey o encara.

— Isso é o que você poderia me responder. – Afirma Roman com aquele olhar cínico. Zoey por sua vez estava no limite, tinhaque entregar alguma coisa que fosse mais importante do que especulações.

— Eu, eu ... -  A garota olha para as fotos, analisando-as

— Junte as peças.

— Estou tentando!

Roman olha para a chuva caindo do lado de fora.

— Gosta de dias chuvosos? – Zoey revira os olhos, a série de questionamentos havia retornado e ele não parecia disposto a desviar do assunto.

— Usualmente? Talvez. Hoje? Não, estou detestando!

— Então, hoje é um dia complicado para você. – Ele sorri olhando a garota que parecia confusa e irritada. Zoey o fuzila com os olhos.

— Está escondendo informações, sabe mais alguma coisa e não quer me dizer. – Declara ela de forma firme. – Roman isso não é um jogo! – Warner a encara, o olhar cínico presente.

— Não? Veio até aqui e conturbou a Eichen House. E para quê? Para satisfazer suas próprias demandas! Finge preocupação com todos que estão aqui, mas no fundo tudo o que busca é que seu título de agente seja aceito! Eu só sou um meio de obtê-lo! Sabe o que penso? Saiu de Beacon Hills, desesperada para esquecer sua vidinha traumática! Todos os esforços que fez até aqui foram tentativas de superar aquela garotinha chorona da cidade do interior. Diga-me Zoey, por que eu não posso jogar com você se claramente está me usando como um trunfo para um ganho pessoal?

Zoey sabia eu aquilo era um teste. Ela o havia irritado ou feito algo errado? Claramente tinha feito isso. Mesmo assim, a garota tenta colocar seus pensamentos e sentimentos em ordem. Engole o bolo de lágrimas que estava se formando em sua garganta, não iria fugir da situação, iria enfrentá-lo.

— Eu posso querer minha admissão no FBI. Sim, eu quero! Mas estou tentando fazer isso da forma correta. Pense o que quiser Warner, mas minhas atitudes relacionadas aos pacientes da Eichen não têm nada haver com minhas ambições! E sabe o que penso? Quer me fazer desistir, quer me afastar. Assim como fez com todos os outros!

Roman a encara por um segundo, morde o lábio inferior, fechando os olhos. Ele volta a falar.

— Minha intenção não é afastar você. Mas acho que finalmente pude compreender você! – A garota faz uma careta após as palavras dele. Roman Warner estava a analisando? – Independente de quem esteja falando com você ou o que falam á você, você permanece firme. – Afirma Roman.

— Isso tudo... – Começa ela. – todas essas palavras, todo esse esforço,foi para saber quem eu sou? – ela o indaga, confusa. – Por que?

— Por alguma razão você me deixa curioso e eu definitivamente deixo você tensa. – Afirma ele, apoiando seu rosto em sua mão direita, encarando a garota.

— O que você fez foi proposital, não tem como afirma isso. – Declara Zoey, tentando manter suas mãos longe da mesa, embora quissesse sentir a quentura dos dedos dele. O frio do dia estava intenso e isso só aumentava sua vontade. Segundos depois, uma pergunta surgi na mente da garota.

— Pensou que eu fosse embora, não é? Depois de tudo que falou, pensou que eu fosse embora. Faz testes com as pessoas, é isso?

— Sim, pensei. E estava errado sobre você, de novo. Não para de me supreender! E isso realça outra vez minha pergunta.

— Talvez eu não queira mais respondê-la! – Ele assenti.

— Eu a magoei, eu entendo. Mas farei o possível para me redimir. – Roman divaga suas mãos pela mesa, procurando as mãos dela que não estavam lá. Zoey estava boquiaberta, Roman Warner estava se desculpando e se justificando para ela!

Sim, ele a tinha magoado! Porém, tudo isso era previsível para ela. Era como todas as outras pessoas a tinham avisado, ele entraria em sua mente e a usaria contra ela. Mas o que não era previsível, era o que tinha acabado de ocorrer.Ele estava pedindo desculpas! Isso a pegou de surpresa! Esse fato não estava escrito nas possibilidades. Po acaso existia um manual de Como lidar com imprevistos em interrogatórios com psicopatas?  Porque era isso o que Zoey queria no momento. De repente a garota nota que a magoa e raiva haviam se dissipado. Como isso tudo teria acontecido?

Roman percebe a inquietação dela, a encara,levanta sua sombramcelha direita, direcionando seu olhos para os braços da garota. Ele sorri.

— Asseguro que pode colocá-los em cima da mesa, Zoey. Sabemos que ambos preferimos desse jeito. – Zoey fecha seus olhos e ri nervosamente. Roman Warner conseguia deixar seus nervos á flor da pele.

— Não temos para isso Warner. – Ele morde o lábio, claramente divertindo-se com o desconforto da garota. Ela por sua vez resolve matar sua curiosidade sobre um assunto.

— Sobre Barney, vocês dois parecem... próximos. – Zoey começa a falar, mas é interrompida por ele.

— Não é isso que quer me perguntar, não é Agente Starling? O que realmente quer saber? Vamos, sabemos que não temos muito tempo. E ainda me deve uma resposta. – Ela arregala os olhos, mordendo o lábio, nervosa. Ele não tinha esquecido da maldita pergunta!

— Tudo bem. – Ela decide pergunta o realmente queria. – Por que não o atacou, como fez com todos os outros enfermeiros? – Roman coça seu queixo, matendo a postura e a olhando sem desviar.

— Eram péssimos enfermeiros. Eram descortesses e eu odeio grosseria. – Zoey olha para os outros detentos, pareciam letárgicos e aéreos. Ela foca seu olhar para Warner novamente.

— Essas altas doses de remédios que aplicam neles, esse lugar deveria ser fechado! – Roman gargalha com a declaração dela. – Isso não é certo! – Afirma a garota.

—Digamos que o motivo de estarmos conversando nesse momento é a falta dessas altas doses de remédios que não ingiro. – Zoey pensa um pouco.

— Barney? – Ingada ela. Ele assenti.

— Ele faz o que pode. Então, senhorita Starling, por quanto tempo pretende desviar a minha pergunta?

Uma trovoada ecoa mais uma vez pela sala. Os dois se olhavam, a vontade de apertar as mãos quentes de Roman voltam novamente de forma forte e intensa. Ela olha para suas mãos algemadas, entreabertas , um convite difícil de resistir.

— Zoey? – Ele a chama, a tirando dos seus pensamentos.

Vários enfermeiros começaram a falar muito alto no local, Starling olha ao redor tentando localizar o motivo de tanta euforia repentina. Um tentando estava correndo pelo salão principal da Eichen. Barney tenta chegar até ele, mas os guardas o impedem, indo atrás dos prisioneiro logo em seguida. A confusão só aumentava, os outros detentos começaram a se agitar. A gritaria era tanta que Roman e Zoey estavam sozinhos sentados naquela mesa, os guardas haviam esquecido deles no meio da confusão. O que mais supreendeu a garota é que ela não estava com medo!  O barulho da chuva não ajudava em nada a situação. Alguns detentos batiam nos guardas.

— Quantos guardas existem nesse lugar? – Pergunta Zoey a Warner, que por sua vez sorri vendo aquela situação. – Roman!

— É difícil dizer, geralmente não vejo mais que 5, o que claramente não condiz com a realidade. Parece que o número multiplicou-se. – Diz ele, ironizando o ocorrido.

Zoey então decide levantar-se e tentar encontrar Barney  e por um fim naquele caos. Enquanto saia da sala de onde estava, foi supreendida por um detento que a encara. Ele estava parado bem na sua frente. De certa forma seu rosto era familiar para a garota. Zoey anda lentamente para trás.

— Vejamos, o que temos aqui? – o detento sorri pervesamente para ela.  – Conheço você? – Indagava o prisioneiro. – Não é nada bom andar sozinha por aqui. – Afirmava ele com seu olhar perveso em cima de Zoey. Ele se aproximava cada vez na direção da garota e ela afastava-se cada vez mais dele. Zoey sabia se defender e já tinha decidido o golpe que daria para sair daquela enrascada. Não queria bater no detento, mas era necessário.

— Só de imaginar o que posso fazer com você... – Zoey bate com força em seu rosto, interrompendo qualquer coisa que ele fosse dizer. Tentou sair correndo, porém o prisioneiro puxou com força seu braço direito e a imprensou na parede, mantendo suas mãos presas para que ela não fugisse. O detento apertava seus pulsos fortemente, fazendo que Zoey sentisse uma enorme dor. A garota tentou solta-se e gritar por socorro, mas os dois estavam distante dos guardas e dos prisioneiros que provocavam o caos na Eichen House.

— Quietinha! – Ela grita mais uma vez, tentando desesperadamente sair de perto dele. O prisioneiro era bastante forte. Zoey começa a entrar em pânico, pois ele estava tentando beija-lá ! Ela grita mais uma vez, quase sem ar de tanta dor que sentia em seus pulsos.

— Não encoste nela , senhor Biggs!! – Roman segura ele pelo ombro esquerdo e o jogo no chão. Zoey cai sentada no chão assim que é libertada das mãos de Biggs.

— Agora vejamos, o que eu irei fazer com você? – Roman olha Biggs ferozmente e chuta sua barriga repetidas vezes.

— Roman!! Roman!! Pare! Pare! – Pede Zoey desesperadamente. Ele por sua vez não lhe dá ouvidos, parando de chutar a barriga do detento e começando a estrangulá-lo.

— Não a ameace nunca mais!!! Nem encoste seus dedos imundos nela, seu verme!!! – Roman tinha ódio em seu olhar.

— Ro..Ro..Ro... – Biggs tentanva pedir para Roman parar, já estava ficando sem ar, seu rosto ficando roxo. Warner descontava sua fúria no pescoço dele.

— Pare Roman!!! Pare, por favor!! – Zoey tenta afastá-lo de perto do senhor Biggs. – Por favor!!! – Roman tira suas mãos do pescoço do detento, chuta  uma última vez a barriga do agressor de Zoey e a encara. Agarota respirava rapidamente.

— Ele a machucou? O que ele fez a você? – A expressão no rosto de Roman muda, seu olhar mostrava desespero e angústia.

— Estou bem. – Afirma a garota. Warner olha para os pulsos dela.

— Está mentindo. – O que de fato era verdade, a garota estava com muita dor em seus pulsos. Warner aproxima-se. – Não deveria ter saído de perto de mim e muito menos eu deveria ter permitido isso.

— Eu estou bem. – Afirma ela novamente.  Distância entre os dois era mínima. – Roman, não deveria ter feito isso! – Declara ela olhando Biggs agoa desmaiado.

— Tem razão, o plano era matá-lo, mas você me impediu. – Zoey o encara atordoada. Roman Warner tinha acabado de salvar sua vida! Sua mente girava enquanto olhava para ele.

— Eu.. eu não impedi. Tecnicamente eu lhe pedi para que não o fizesse. -  Roman deu de ombros, seu olhar fixo no rosto de Zoey.

— Seus pulsos, me deixe vê-los. – A garota trava. E se aquilo fosse um jogo? E se ele a machucasse também? E se a machucasse de uma forma pior do que o senhor Biggs tinha feito? A consciência dela dizia para sair dali e chamasse pelo enfermeiro Barney. Outra parte dizia, talves seu ID¹ falando mais alto, que precisava sentir as mãos quentes dele outra vez. A garota faz  menção de que estenderia seus braços na direção de Warner, ambos estavam muito próximos um do outro.  Porém um guarda sugi na situação e bate em Warner pela costas, o imobilizando logo em seguida. Ele tenta se soltar, mas um outro guarda vem e o conntrola.

— Fique parado Warner! Parado! – Biggs ainda estava estendido no chão, inconsciente. – o que fez com ele Warner? Vamos, seu maluco desgraçado, vamos!!! – Arrastam Warner para longe do local.

— Esperem, esperem!! – Grita Zoey quando finalmente sai do transe e entende a situação. – Não podem fazer isso!!

— Starling! – Barney corre na direção da garota.

— Barney! Ainda bem que o vi! Não sabe o que fizeram com Warner, ele..ele – Ela respira fundo, tentando acalmar-se.

— Senhorita, calma,calma! – Ela respira fundo novamente, fechando os olhos e os abrindo devagar.

— tem ideia do que aconteceu aqui? Os pacientes tentaram fugir! Felizmente controlamos a situação, mas quase perdermos o controle da Instituição! – Barney olha a roxidão nos pulsos da garota. – Senhorita Starling, o que aconteceu?!

— Alguém chamado Biggs! – Afirma ela, sentindo a dor latejante em seus pulsos. – Levaram todos para suas celas?

— Sim, o Biggs era do mesmo corredor em que Warner está, provavelmente a rebelião começou por lá. – Zoey se situa, ela de lá que ela conhecia Biggs, tinha o visto na sua primeira visita para Warner. – Espere um momento... – Fala Barney – Biggs é o paciente que está inconsciente na enfermaria. – Afirma o enfermeiro, a olhando de forma interrogativa.

— É. – Isso é tudo que a garota pronuncia. – Barney, para onde levaram Warner?

— Vão cedá-lo, ordens de Heinfield.

— Não podem, não devem!! – Protesta a garota. Barney toma a palavra.

— Zoey, Roman machucou o Biggs! Não acho que vão liberá-lo para outra entrevista. Uma das condiçoes para que as entrevistas possam ocorrer é bom comportamento e o doutor acredita que talvez Roman tenha sido o autor da rebelião.

— Isso é ridículo! Estávamos em um interrogatório quando o rebelião aconteceu, é..é impossível!

— eu sei que Warner não fez isso Starling! Eu sei que ele machucou o Biggs porque ele queria ferí-la, eu entendo a revolta que está passando. Mas primeiro vamos cuidar desses hematomas, ok?

Ela assenti, acompanhando ele até a enfermaria.

                                                 ***

Barney termiva de colocar as ataduras nos pulsos de Starling.

— Obrigada Barney! – Agradeça a garota, que logo em seguida faz uma pergunta. – Como sabia? – Questiona ela referindo-se ao fato de Barney saber que foi Roman que tinha machucado senhor Biggs.

— Uma coisa encaixou-se na outra, Senhorita. Bom, eu soube que Heinfield ligou para o FBI. Ele alega que sua presença contribuiu para a agitação na Eichen House.

— Quê?! Aquele filho da mãe! Como ele se atreve?

— Eu disse senhorita, não tente mudar esse local.

— Eu sei Barney, mas ainda tem o caso para solucionar. E francamente, o modo que as pessoas são negligenciadas aqui, eu não consigo deixar pra lá. – Declara ela, curzando os braços e queixando-se de dor logo em seguida.

                                               ***

Roman estava amarrado em cima de uma cadeira, sem pés e mãos presos. Ele permanecia calado, enquanto a psiquiatra morena falava para os enfermeiros quais doses de medicação ele deveria receber.

— Ordens do Doutor Heinfield, Roman. – Fala ela. – Achamos melhor algumas horas de sono, isso pode ajudar em seu comportamento agressivo e evitar que machuque alguém.

— Doutora Marie, certo? – Pergunta Roman com seu tom cínico. – Pode mandar um recado para o doutor? – Ela assenti.

— Claro. – Diz ela, sorridente. Marie era uma psiquiatra otimista e acreditava piamente que sua medicação ajudava no progresso dos pacientes.

— Diga a ele que assim que eu sai deste lugar, eu o matarei bem devagar. – Fala Roman calmamente enquanto Marie fica chocada com suas palavras. Roman apenas sorri com a expressão da médica.

— Meu Deus! – Warner ri ainda mais, até que leva um soco de um dos guardas mais próximo.

— Calado, Warner. Por que ele não desce? Por ele está aqui?

— Ordens do Heinfield, temos que sedá-lo.

— Façam isso logo, não aguento mais ouvi-lo!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

¹ ID : Princípio do prazer. Busca a satisfação dos impulsos e redução da tensão. Componente biológico da personalidade.

OBS : A imagem utilizada na ilustração nesse capítulo não é nossa, apenas colocamos o título do capítulo. Todos os créditos para o dono (a) da imagem!

Então, o que acharam? Geralmente os capítulos são bem grandes, por isso dividimos em partes, assim a leitura não fica cansativa.
E sobre Zoey e Roman? Dá pra shippar? kkk Falando em shipper, inventamos um pra esses dois.... Zoman!! O que acharam? Comentem ai e nos digam! Qualquer erro ortográfico, dúvida ou opinião podem nos falar!! Bjus, Lili ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Void" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.