Void escrita por Lilindy


Capítulo 6
Capítulo 4 - Negociações - Final


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!! Estamos de volta com mais um capítulo, mil desculpas pela demora! Tentaremos organizar o tempo de postagem para ficar mais organizado! Enfim, boa leitura para todos, esperamos que gostem!!



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Roman inclina-se para frente apoiando seus braços na mesa e direcionando seu olhar para Zoey.

— Sua expressão ao falar de Beacon Hills deixou bem claro que odeia aquele lugar, porém não me disse o porquê. Você também disse que é uma cidade pequena, mas esse detalhe não é motivo para tanto ódio.

Zoey o encara, não queria entrar nesse assunto, principalmente com ele. As únicas pessoas que sabiam de todos os reais motivos para ela odiar a cidade eram sua mãe e Allison. Ela respira fundo e o responde.

— Passei por momentos complicados, tive algumas dificuldades. – Ela fala, esperando que ele mudasse de assunto e também que Warner parasse de encará-la com aqueles olhos âmbar que chamavam atenção da garota. Roman porém faz uma cara de tédio.

— Nem uma criança  se contentaria com uma resposta tão absurdamente escassa de detalhes! Zoey, fizemos um acordo. – Ele a encara esperando que ela continuasse. A garota joga os cabelos para trás, tenta desviar o olhar do psicopata mas por fim o encara novamente.

— Está bem, tem razão. – Ela para alguns segundos e preparasse para falar. – Tive uma infância ruim. Tinha um pai ausente e eu e minha mãe tivemos que enfrentar as dificuldades sozinhas. Meu pai costumava beber todos os dias e bem, quase sempre ele batia na minha mãe bem na minha frente. – A garota desvia o olhar e o direciona para o horizonte antes de continuar suas palavras.

— Eu ouvia os gritos dela e não podia fazer nada! Ás vezes eu tentava e bom, não acabava muito bem. Todos os vizinhos ouviam as brigas e sabiam que lá vivia uma garotinha chorona que não era capaz de defender sua mãe.

Zoey para de falar, os olhos lacrimejados, forçando para não se derramar em lágrimas. Ela foca seu olhar para Roman.

— Já tem a sua resposta, Roman. – ela fala seu nome sem receio dessa vez. Warner umedece os lábios e se pronuncia.

— Ele era rude com você, machucava você...

— Isso não importa! Responda minha pergunta! – Roman suspira e olha para as fotos das vítimas do novo assassino. Zoey aguarda o pisicopata falar e  logo isso acontece.

— Ele é alguém que gosta dos holofotes. Gosta da especulação sobre  quem ele é, o que de fato ele deseja e o que de fato ele procura. – diz Roman por fim.

— Como deduziu isso? – pergunta a garota confusa. – Deduz isso somente pelos cortes? Eles podem ser meros descuidos, já que pelo visto ele supostamente não é seu imitador. – Afirma Zoey.

— Não, não. – Roman sorrir para ela. – Creio que fazer seis cortes nas vítimas seja proposital. Veja Starling, imitadores copiam cada detalhe de um crime. Este aqui possui seus próprios artifícios e motivações. Ele tomou gosto pelos assassinatos e vai se revelar. – Zoey inclinasse para frente, se aproximando dele.

— O que quer dizer Warner?

— Ele não vai seguir padrões, não precisa, ele já causou o que queria. – ela encara o psicopata,  estava confusa.

— Espera, padrões são necessários para assassinos em série. Como este quebrará um padrão, quer dizer, não é possível. – Roman aponta para os cortes.

— Ele manteve os cortes. Starling, preste atenção nas minha palavras. – Zoey ouvia atentamente. – Padrões não significam somente formas ou meios para matar. – Roman a encarava, ela por sua vez morde o lábio inferior, olhando atentamente para as fotos forçando sua mente a raciocinar o que de fato Roman estava tentando lhe dizer. Até que finalmente ela parece compreender.

— As vítimas! – Ela olha para Warner que assenti, confirmando a afirmação da garota. Zoey estava certa, precisava prestar mais atenção nas vítimas, elas levariam para o assassino. – Mas como possui tanta certeza? – o olhar interrogativo estava presente no rosto da garota.

— Com a mesma certeza que sei que ele não é meu imitador. – Responde Warner serenamente.

— E por que começar da mesma forma que o senh... – ela para, suspira. – Droga! – Zoey odiava quando isso acontecia, estava indo tão bem. Mas aquela mania insistente de o chamar de senhor sempre voltava. Na verdade, ela não sabia como dirigisse a ele.

— Pode me chamar de você, garanto que isso não vai doer nada – Fala Roman que logo em seguida estica seus dedos para as mãos de Zoey, tocando de forma leve e rápida. A garota foca o olhar para suas mãos, surpresa com o gesto dele. Na verdade, ela podia jurar que aquilo fora um carinho. Zoey olha para o rosto de Warner, que pisca seu olho direito e continua a encarando.

— Por que começar do mesmo modo que você começou seus assassinatos? – Ela procurava fugir e ignorar as ações reproduzidas por ele, não que ela ficasse envergonhada com isso, apenas não estava sabendo reagir com tais atitudes.

Roman coloca seu queixo em cima de sua mão esquerda, apoiando assim seu rosto. Ele levanta a mão direita e mostra o dedo indicador.

— Inspiração... – Ele levanta o segundo  dedo. – distração.. – o terceiro dedo é mostrado. – e adaptação. – Fala ele por fim, tinha enumerando os três termos com seus dedos.

— Os dois primeiros termos estão claros para mim. Mas adaptação, eu não entendo, seja mais esclarecedor, por favor. – Zoey pede, enquanto Roman a olha seriamente, como se aquele pedido fosse difícil de resistir. E foi então que pela primeira vez desde o seu primeiro encontro com o psicopata, Zoey viu Roman Warner desviar os olhos dele dos seus.

— Eu costumava detestar vim aqui, era tedioso. Também tenho que confessar que já previa que nossa conversa seguiria por esse caminho. – ele volta a olha-la .

— Decepcionado? Foi tão ruim assim? – Zoey sorri ironizando a pergunta.

— Nem um pouco. – Warner inclina ainda mais seu corpo chegando mais perto do rosto da garota. O barulho das algemas nas mãos e nos pés de Roman era bastante audível. – Me deixou impressionado... Zoey  - Propositalmente Roman dá ênfase ao nome dela novamente. Barney aparece no campo de visão da garota, indicava com a mão os 5 minutos restantes.

— Me deve uma resposta, o que significa adaptação?

— Sobre isso, bom, você pode pensar sozinha. Não pretendo entregar as respostas de bandeja. – Zoey faz uma cara de frustada, perguntando logo em seguida.

— E por que não sen...- ela corrigisse – Warner?

— Porque adoraria vê-la outra vez Zoey.

— Isso não é justo! – Fala a garota protestando, um pouco irritada.

—  Não jogo justo. – Declara Roman, divertindo-se com a expressão de indignação da garota. – Tenho direito a mais uma pergunta antes que nosso tempo acabe. – Afirma Warner.

— E qual seria? – Pergunta ela enquanto guarda os arquivos na bolsa, juntamente com as fotos até que por fim o encara, esperando a pergunta, colocando algumas mechas dos seus longos cabelos castanhos atrás das orelhas.

— Decepcionada? – Roman repete a mesma pergunta da garota, sorrindo e a olhando enquanto fazia isso. Zoey é pega de surpresa pela pergunta de Warner. Ela não tinha parado para pensar sobre a sua conversa com ele, ou sobre como ela esperava que ele fosse. Não sabia como responder.

— Eu não pensei a respeito, senhor... Droga! – O nervosismo estava a invadindo. – Roman. – Ele passa mão pelo seu queixo, o sorriso se formando no seu rosto cínico.

— Agora também me deve uma resposta, Starling.

Barney chega próximo aos dois e acompanha Roman para fora do local. Zoey o observa sair, os guardas próximos a ele e Barney procurando garantir que nada ocorra de errado enquanto Warner é levado para fora do pátio. Um sinal soa na Eichen House indicando o fim do período de recreação.

Zoey retira-se da pátio e aguarda pacientemente Barney no grande e branco salão principal.

                                                   ***

A garota não sabia o que responder para Roman e essa era a única coisa que ficava martelando em sua cabeça desde o minuto que ele foi embora no fim da sessão. Apesar de existirem mil coisas para serem ditas, questionadas e analisadas, Zoey só queria ter uma resposta para aquela pergunta.

— Para com isso!! – repreendia-se ela enquanto entrava no carro e tirava sua jaqueta preta. A garota fecha os olhos e suspira, pensando sobre a situação. Ele com certeza havia entrado, mesmo que de forma sorrateira, em sua mente. Ela não devia ter falado da mãe, do seu pai, do seu passado em Beacon Hills e muito menos ter demonstrado fraqueza diante dele. Porém toda vez que ele a indagava sobre algo, Zoey era pega por uma sensação, uma necessidade de responder, de querer explicar e ao mesmo tempo querer ouvi-lo. Ouvir aquela voz agradável,calma e misteriosa.

— Não! Não! – fala a garota, colocando seus óculos escuros, ligando o carro e começando a dirigir. – Ele é um ex-picológo e psicanalista e você está familiarizada com a abordagem dele porque você também é uma psicóloga e psicanalista Starling! Tenha foco! – Zoey falava e gesticulava para si mesma, ao olhar suas mãos pequenas a garota lembrou-se do contato que teve com a pele quente de Roman. Em seus pensamentos a garota sempre achou que as mãos do psicopata fossem frias, assim como as paredes da Eichen House,  porém eram justamente o oposto. Ela não conseguia parar de pensar sobre elas, assim como também não parava de pensar em seus olhares, nas suas perguntas e em todo o resto. Roman Warner era diferente de todas as pessoas que  Zoey tinha conhecido em sua vida. Talvez fosse essa a resposta correta para a pergunta dele ou talvez não, ela não sabia.

                                                      ***

Roman olhava seus papéis naquela noite, havia desenhado paisagens rurais, urbanas e até imaginárias. Porém agora se via desenhando um rosto. Pensava nos longos cabelos castanhos de Zoey e em seus olhos sempre atentos e curiosos procurando por detalhes. Ficou indeciso se desenharia ou não o sorriso dela. Aquele sorriso, o sorriso mais bonito que completava o rosto mais lindo que Warner tinha visto. No final, acabou decidindo parar o desenho. As luzes do corredor estavam sendo apagadas, não demoraria muito até que sua cela estivesse em total escuridão.

Ele guarda o papel e o lápis. Deita-se na cama baixa e branca e acaba mergulhando em seus pensamentos. A garota era diferente, não tivera uma vida perfeita e sim problemática e isso era no mínimo intrigante para ele. Possuía um lado agressivo e decidido, apesar do olhar doce e frágil.  Aquele olhar faminto por querer obter alguma palavra dele deixava Roman encantado. Sem contar o fato dela ser gentil e inteligente, combinações que Roman há tempos não percebia em um agente do FBI no período em que estava ali preso.

Admitiu a si mesmo que precisava vê-la novamente, precisava saber mais sobre ela, precisava responder sua última pergunta, isso ele não negaria.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Qualquer erro, dúvida ou opinião é só comentar!!! Até o próximo capítulo pessoas! Bjus, Lili ♥



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