Guerra dos Seres - volume1 escrita por Pedro Teressan
Notas iniciais do capítulo
Demorou, mas saiu! Aqui está um capítulo curto, mas que é muito importante para a história.
9º REINO
— Notícias, mensageiro? — perguntou Ortis, rei do Nono Reino.
— Sim, senhor — respondeu o mensageiro enquanto organizava alguns pergaminhos — Os reinos andam movimentados desde ontem de manhã quando os Dragões atacaram os Gigantes. Bem, primeiramente, temos algumas respostas aos seus convites: o sétimo, oitavo, primeiro e quinto reinos já confirmaram presença na reunião da Liga.
— Ótimo — disse Ortis — Próxima notícia?
— O Sexto Reino fechou, nessa manhã, a rota principal de comércio. Em um pronunciamento, Journ disse: "Esse momento é decisivo na vida de um reino, é preciso fechar a rota principal de comércio para que mais suprimentos sejam armazenados para o povo!"
— Mas isso vai contra a Lei de Comércio! Escreva uma carta à Journ agora!
— Claro, senhor.
— Diga o seguinte: Journ, rei do Sexto Reino, eu, Ortis, ordeno que você reabra a Rota Principal de Comércio. Entendo as suas dificuldades, porém o fechamento dessas rotas é crime, se quer diminuir as exportações, feche as rotas alternativas.
O mensageiro anotava aquilo em um pergaminho para anotações com a sua pena, que ele carregava para todos os lados. Ele acabou derrubando alguns pergaminhos com notícias, mas após terminar as suas anotações, organizou tudo novamente.
— Sil — disse Ortis — O Sexto Reino foi atacado recentemente, não foi?
— Foi, senhor — respondeu Sil, o mensageiro — Um exército atacou-os ontem no meio da noite.
— Realmente, é compreensível o fechamento da rota, mas é a lei! Mais alguma notícia, mensageiro?
— Hylis, rainha do Sétimo Reino, foi morta ontem pela manhã. Regën está, realmente, muito abalado. O rei pronunciou-se sobre o ocorrido, ele disse: "Eu e minha esposa observávamos o horizonte e conversávamos sobre o destino do reino quando, de repente, um cavaleiro surgiu. Não me lembro como ele estava vestido, foi tudo tão rápido... o homem lançou uma flecha enfeitiçada, fazendo com que o local em que eu e minha esposa nos encontrávamos explodisse." O rei ainda disse que vai caçar o assassino. Regën ficou levemente ferido na perna, mas nada que não possa ser curado.
— Diga que eu sinto muito! Mais alguma coisa?
— Não senhor.
— Então está dispensado.
Sil, o mensageiro, curvou-se e saiu.
Ortis já era velho, talvez o rei mais velho que havia na Pangeia. Era filho do Nono Humano e, por isso, vivia por mais tempo. Era sábio, porém conservador. Esses dias vinham sendo estressantes: guerras, crises, conflitos, decisões; coisas muito sérias, não tinha tempo para brincadeiras. Por anos teve que lidar com os Homens Selvagens, habitantes das Florestas que cercavam o reino. Ninguém sabia, mas Ortis, em seus duzentos e dezessete anos de vida, já havia impedido muitas invasões.
Sentado ali em seu trono, via o quanto vivera. Viu o mundo crescer, os mais fortes sobreviverem e os mais fracos caírem, viu tribos converterem-se em reinos e famílias virarem sinônimo de poder. Já sentira o calor do campo de batalha, o sangue jorrando em sua face, mas ali, sentado, parecia inofensivo, como se não fosse ferir ninguém. Parecia ser do tipo que, caso espirrasse, poderia morrer; mas, escondida dentro do trono, ficava sua velha espada. Ortis pegou-a e observou-a. Lembrou dos tempos de guerras e confusões, o reflexo da lâmina o jogou em uma lembrança da qual não gostava:
Ele entrou na casa chutando a porta. Com a espada em punhos, caminhou até a outra porta fechada, de onde vinham gemidos de medo e soluços. Segurou firme no cabo da rma e chutou a porta desse quarto também. A tábua de madeira caiu no chão levantando uma cortina de poeira. Sentada no chão, chorando, havia uma criança, um garoto.
O menino tinha cerca de seis anos, cobria o rosto com as mãos, parecia ser órfão. Ortis falhou no assassinato do garoto. Dois de seus companheiros entraram na casa:
"Ortis!" Chamou um.
O príncipe do Nono Reino não respondeu, os dois companheiros foram ao seu encontro.
"Vamos, Ortis! Mate o garoto!"
A criança ergueu o rosto e olhou para Ortis, os olhos pediam piedade.
O príncipe ainda não estava decidido.
"Não tenha dó, ele te mataria se a situação estivesse invertida!" Continuou o companheiro.
"Pense que, se você deixar esse garoto escapar, ele vai se tornar um guerreiro inimigo, ele poderá ser seu assassino!" Disse o segundo companheiro.
Ortis não pensou duas vezes, levado pelas palavras dos amigos, matou o garoto, mesmo sabendo que a pobre alma do menino nunca o mataria.
Já de tarde, Sil, o mensageiro, retornou à sala do trono; trazia, na mão esquerda, um pergaminho enrolado.
— Senhor! — disse o mensageiro — Trago notícias de Journ.
— Ele respondeu? — perguntou o rei idoso.
— Sim, senhor!
— E o que ele diz?
— Disse que, por motivos políticos e econômicos, não abrirá a Rota-Principal.
— Diga que caso ele não abra, será penalizado segundo as leis da Liga!
— Sim, senhor!
Sil saiu. A lei era clara: a insistência no fechamento da Rota-Principal-Comercial, poderia levar à uma renúncia obrigatória.
O Nono Reino se beneficiava com essa lei, pois esse reino era por onde todas as Rotas-Principais passavam. Os outros reinos exportavam suas mercadorias para lá tornando o Nono, um grande centro comercial. Reinos faziam tratados comerciais uns com os outros ali, naquela região; mercadores se encontravam para venderem seus produtos; tudo isso contribuía com a economia do Nono Reino, pois outros reinos pagavam taxas para que seus produtos ficassem no reino de Ortis.
O tempo passou e Sil voltou.
— Journ respondeu! Ele disse que não abrirá e que não teme o senhor.
— Já chega, Sil! Prepare uma tropa, estou indo ao Sexto Reino!
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