Guerra dos Seres - volume1 escrita por Pedro Teressan


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas saiu! Aqui está um capítulo curto, mas que é muito importante para a história.



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9º REINO 

 

— Notícias, mensageiro? — perguntou Ortis, rei do Nono Reino. 

— Sim, senhor — respondeu o mensageiro enquanto organizava alguns pergaminhos — Os reinos andam movimentados desde ontem de manhã quando os Dragões atacaram os Gigantes. Bem, primeiramente, temos algumas respostas aos seus convites: o sétimo, oitavo, primeiro e quinto reinos já confirmaram presença na reunião da Liga. 

— Ótimo — disse Ortis — Próxima notícia? 

— O Sexto Reino fechou, nessa manhã, a rota principal de comércio. Em um pronunciamento, Journ disse: "Esse momento é decisivo na vida de um reino, é preciso fechar a rota principal de comércio para que mais suprimentos sejam armazenados para o povo!" 

— Mas isso vai contra a Lei de Comércio! Escreva uma carta à Journ agora! 

— Claro, senhor. 

— Diga o seguinte: Journ, rei do Sexto Reino, eu, Ortis, ordeno que você reabra a Rota Principal de Comércio. Entendo as suas dificuldades, porém o fechamento dessas rotas é crime, se quer diminuir as exportações, feche as rotas alternativas. 

O mensageiro anotava aquilo em um pergaminho para anotações com a sua pena, que ele carregava para todos os lados. Ele acabou derrubando alguns pergaminhos com notícias, mas após terminar as suas anotações, organizou tudo novamente. 

— Sil — disse Ortis — O Sexto Reino foi atacado recentemente, não foi? 

— Foi, senhor — respondeu Sil, o mensageiro — Um exército atacou-os ontem no meio da noite. 

— Realmente, é compreensível o fechamento da rota, mas é a lei! Mais alguma notícia, mensageiro? 

— Hylis, rainha do Sétimo Reino, foi morta ontem pela manhã. Regën está, realmente, muito abalado. O rei pronunciou-se sobre o ocorrido, ele disse: "Eu e minha esposa observávamos o horizonte e conversávamos sobre o destino do reino quando, de repente, um cavaleiro surgiu. Não me lembro como ele estava vestido, foi tudo tão rápido... o homem lançou uma flecha enfeitiçada, fazendo com que o local em que eu e minha esposa nos encontrávamos explodisse." O rei ainda disse que vai caçar o assassino. Regën ficou levemente ferido na perna, mas nada que não possa ser curado. 

— Diga que eu sinto muito! Mais alguma coisa? 

— Não senhor. 

— Então está dispensado. 

Sil, o mensageiro, curvou-se e saiu. 

Ortis já era velho, talvez o rei mais velho que havia na Pangeia. Era filho do Nono Humano e, por isso, vivia por mais tempo. Era sábio, porém conservador. Esses dias vinham sendo estressantes: guerras, crises, conflitos, decisões; coisas muito sérias, não tinha tempo para brincadeiras. Por anos teve que lidar com os Homens Selvagens, habitantes das Florestas que cercavam o reino. Ninguém sabia, mas Ortis, em seus duzentos e dezessete anos de vida, já havia impedido muitas invasões. 

Sentado ali em seu trono, via o quanto vivera. Viu o mundo crescer, os mais fortes sobreviverem e os mais fracos caírem, viu tribos converterem-se em reinos e famílias virarem sinônimo de poder. Já sentira o calor do campo de batalha, o sangue jorrando em sua face, mas ali, sentado, parecia inofensivo, como se não fosse ferir ninguém. Parecia ser do tipo que, caso espirrasse, poderia morrer; mas, escondida dentro do trono, ficava sua velha espada. Ortis pegou-a e observou-a. Lembrou dos tempos de guerras e confusões, o reflexo da lâmina o jogou em uma lembrança da qual não gostava: 

Ele entrou na casa chutando a porta. Com a espada em punhos, caminhou até a outra porta fechada, de onde vinham gemidos de medo e soluços. Segurou firme no cabo da rma e chutou a porta desse quarto também. A tábua de madeira caiu no chão levantando uma cortina de poeira. Sentada no chão, chorando, havia uma criança, um garoto. 

O menino tinha cerca de seis anos, cobria o rosto com as mãos, parecia ser órfão. Ortis falhou no assassinato do garoto. Dois de seus companheiros entraram na casa: 

"Ortis!" Chamou um. 

O príncipe do Nono Reino não respondeu, os dois companheiros foram ao seu encontro. 

"Vamos, Ortis! Mate o garoto!" 

A criança ergueu o rosto e olhou para Ortis, os olhos pediam piedade. 

O príncipe ainda não estava decidido. 

"Não tenha dó, ele te mataria se a situação estivesse invertida!" Continuou o companheiro. 

"Pense que, se você deixar esse garoto escapar, ele vai se tornar um guerreiro inimigo, ele poderá ser seu assassino!" Disse o segundo companheiro. 

Ortis não pensou duas vezes, levado pelas palavras dos amigos, matou o garoto, mesmo sabendo que a pobre alma do menino nunca o mataria. 

Já de tarde, Sil, o mensageiro, retornou à sala do trono; trazia, na mão esquerda, um pergaminho enrolado. 

— Senhor! — disse o mensageiro — Trago notícias de Journ. 

— Ele respondeu? — perguntou o rei idoso. 

— Sim, senhor! 

— E o que ele diz? 

— Disse que, por motivos políticos e econômicos, não abrirá a Rota-Principal. 

— Diga que caso ele não abra, será penalizado segundo as leis da Liga! 

— Sim, senhor! 

Sil saiu. A lei era clara: a insistência no fechamento da Rota-Principal-Comercial, poderia levar à uma renúncia obrigatória. 

O Nono Reino se beneficiava com essa lei, pois esse reino era por onde todas as Rotas-Principais passavam. Os outros reinos exportavam suas mercadorias para lá tornando o Nono, um grande centro comercial. Reinos faziam tratados comerciais uns com os outros ali, naquela região; mercadores se encontravam para venderem seus produtos; tudo isso contribuía com a economia do Nono Reino, pois outros reinos pagavam taxas para que seus produtos ficassem no reino de Ortis. 

O tempo passou e Sil voltou. 

— Journ respondeu! Ele disse que não abrirá e que não teme o senhor. 

— Já chega, Sil! Prepare uma tropa, estou indo ao Sexto Reino!


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Notas finais do capítulo

Agradeço por lerem! Comentem e me deem suas opiniões.



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