─ O seu irmão tem razão. Ir atrás de algo tão fantástico como essas esferas mágicas é muito melhor do que sair por aí vendendo planetas. Você pode pedir o que você quiser, sem restrições. Parece um sonho, não parece?

─ Tá vendo. Estamos de acordo, Sarboc e eu. Vamos lá, eu nunca insisti em nada. Se for verdade ou mentira nós nunca saberemos se não tentarmos. Vai lá, você não pode ser tão duro assim conosco ─ implorou Hail cutucando a bochecha do irmão mais velho.

Frozen colocou as duas mãos nos ouvidos, pois já estava farto com tanto falatório perto dele. Passou pouco tempo tentando decidir se ia ou não averiguar esse boato. Geralmente eles tinham muitos clientes nessa época e se afastar dos negócios seria um grande prejuízo. Por outro lado, se as esferas forem verdadeiras, ele teria uma grande chance nas mãos de se tornar a pessoa mais rica ou mais poderosa de todo o universo.

─ Já me decidi. Vamos atrás dessas esferas.

─ Maravilha! Frozinho, mano, você é um ser muito inteligente. Se pedirmos imortalidade para nós três, viveremos eternamente e mais ricos ainda ─ disse Hail.

Frozen se levantou do estofado e ficou de braços cruzados observando o chão da nave.

─ Quanto tempo mesmo leva daqui para aquele planeta?

─ Entre quatro e cinco dias ─ respondeu Sarboc.

─ Vamos com toda a potência para o Freeza-79. Quero ver de perto quem é essa pessoa que sabe desse boato.

A nave mudou de rota e foi para o sistema solar onde o planeta Freeza-79 pertencia. Mesmo viajando a uma velocidade extrema, ela só chegaria ao local por volta de cinco dias galáticos, o que daria mais ou menos 10 dias terrestres.

Planeta Freeza-79, 5 dias depois...

O planeta era praticamente morto e muito pequeno (do tamanho da Lua). Os habitantes não passavam de mil justamente por só viver ali alguns dos soldados que trabalhavam na base central. Os três piratas viram o planeta e constataram que era ele.

─ Aqui no registro fala que é o Freeza-79. Pelo que parece, eles estão sendo governados por generais da tropa e ainda não há um novo Imperador ─ disse Sarboc.

─ Então será muito fácil ─ disse Frozen.

─ Uma pergunta que não quer calar: por que mesmo não aceitou o pedido das autoridades do seu planeta para ser o novo Imperador do Universo? Digo isso porque se fosse uma outra pessoa no seu lugar, inclusive o seu irmão, aceitaria na hora ─ disse a mulher.

─ O meu pai, Snow, era primo mais novo do Cold. Ele morreu numa operação. O próprio Cold admitiu que o matou. Odeio aquela família, entende? Prefiro morrer na miséria do que continuar fazendo parte daquele mundo.

─ Agora entendo que você prefira essa vida que leva ─ disse a mulher. ─ Bom, vamos deixa de papo. Quem vai descer?

─ Eu vou sozinho. Serei o suficiente lá dentro ─ disse Frozen.

Hail queria ir, porém acatou a decisão do irmão mais velho e o deixou entrar na nave. Frozen ligou a máquina para a sua partida ao planeta. Em poucos segundos, ele já estava no espaço rumo ao globo.

Alguns soldados que ficavam do lado de fora do QG do império, viram uma bola de fogo se aproximar. O objeto caiu uns dois quilômetros de distância fazendo uma enorme cratera. Dois homens foram ver e se impressionaram com a aparência da pessoa.

─ Ele parece... Parece com o imperador Freeza ─ disse um soldado.

─ Mas quem é aquele ali? ─ indagou o outro.

Frozen deu um pulo para cima e ficando na frente dos dois. Estes ficaram com medo pois logo perceberam que o sujeito era da mesma raça que os imperadores. O pirata andou em direção ao prédio quando um dos soldados pediu para ele parar.

─ Não pode entrar no quartel general. Saia logo daqui.

O soldado não esperou e deu um tiro nas costas de Frozen. Este parou de caminhar e olhou para trás.

─ Atire mais uma vez e eu corto a sua cabeça ─ eles ficaram quietinhos.

Frozen ficou no portão de aço do QG. Deu um salto bem alto e foi parar no outro lado. Os soldados também reconheceram a pessoa que havia invadido o local, mas fizeram uma barreira para ele não passar.

─ Se pensam que vocês podem me barrar, estão enganados. Não passam de insetos perto de mim. Não vim lutar, quero apenas conversar com o capitão Protheus sobre um assunto importante.

─ O capitão Protheus está lá em cima. Vamos ─ disse um outro capitão.

Os dois entraram sempre com os soldados de escolta. Pegaram um elevador até o andar superior onde os guerreiros mais fortes se reuniam. Assim que a porta se abriu, dava para perceber a diferença de poderes deles para os que ficaram embaixo. O corredor levava até a sala de operações.

─ Este aqui é o capitão Protheus, do 4º regimento militar do império.

─ Eu sei quem é você ─ Protheus lembrava muito o Kiwi, porém mais velho. ─ É da família do falecido Imperador Freeza.

Os outros, ao ouvirem aquilo, ficaram morrendo de medo.

─ Eu vim porque descobri uma história sobre esferas mágicas que podem realizar quaisquer desejos. Naquela época, Freeza estava atrás delas. Diga-me o nome do planeta.

─ O planeta chamava-se Namekusei e ficava a cinco dias de viagem daqui pra lá. Na época eu era um soldado de classe média e estava para ir quando fui substituído por Kiwi. Mesmo assim deu para ouvir uma conversa sobre um planeta em que existia objetos mágicos capazes de fazer qualquer desejo. Eu nem sei bem direito o que era.

─ Onde está esse planeta?

─ Ele foi destruído logo depois que o Freeza foi derrotado. Mas parece que os habitantes antigos estão morando em outro muito parecido com o anterior ─ ele pegou algo que parecia um radar. ─ Aqui está um radar para procurar o novo planeta deles. Com ele vai saber a exata localização.

Frozen agradeceu e abriu um buraco na parede para sair. Os demais ficaram assustados. Ele retornou para a nave e assim voltou para a nave mãe.

─ E aí como foi? ─ perguntou Sarboc.

─ Conseguiu alguma coisa? ─ perguntou Hail.

Frozen mostrou o aparelho.

─ Vamos à caça ─ disse Frozen sorrindo.