Zona B-3456. Lado Leste da Galáxia Via Láctea

A imagem do planeta batizado de VL-400 apareceu na grande janela de vidro de uma nave. Pelas condições dele era habitável. Havia um pequeno satélite rochoso ao lado lembrando as luas de Marte. Na realidade a esfera era menor que a Terra, mas pela atmosfera rica em oxigênio e carbono, com certeza havia formas de vida ali morando.

A nave, de porte médio, lembrava muito as que o exército do Imperador Freeza utilizava. Com tons amarelos nas laterais e mais parecida com um disco gigante. Também haviam “pernas” que saíam como trens de pouso. Ao lado estava algo escrito como “Piratas” numa forma bem peculiar de pichação. Mostrando que a nave foi roubada assim que os imperadores do universo foram mortos.

─ Aqui é a capitã Sarboc da Nave Pirata para o controle do mercado negro universal, pi.

─ Ok capitã Sarboc, escutamos a sua mensagem. Aqui é o controle de tráfego do mercado negro universal, pi.

─ Controle, encontramos o planeta VL-400. Passamos 1 dia e meio procurando por ele. Parece ser um planeta habitável. Mandarei um satélite para orbitá-lo agora mesmo, pi.

─ Entendido, pi.

─ Avise ao nosso cliente, sob a chave de ID 32Y555-90, que já estamos aqui e em breve faremos a remoção da biosfera local, pi.

─ Entendido, pi.

A capitã, com o nome de Sarboc, era uma moça completamente humanoide com a cor do seu corpo com coloração azul escuro com manchinhas pretas. Ela tinha um grande cabelo branco que ia até a cintura. Usava a roupa do Império, ou seja, com ombreiras largas e proteção torácica igualmente usada pelos Sayajins. Usava uma camisa preta por debaixo da armadura e calça igualmente preta. Apesar de usar esse uniforme, ela jamais trabalhou para o Império antes e era de uma raça que nunca foi subordinada. Era de um canto longe do universo. Por isso ela customizou o uniforme pintando-o com preto e rosa, cores dos piratas universais.

Sarboc acionou a ida do pequeno satélite para orbitar o planeta. Os dados que ele trouxe confirmou exatamente o que queria. Aquele lugar era habitável. A mulher colocou o headset e falou:

─ As análises estão concluídas. Vocês estão prontos para ir?

─ Claro que estamos prontos ─ disse uma voz um tanto grave.

─ Certo, irei autorizar a ida das naves menores. A Pirata ficará aqui em órbita enquanto vocês concluem a missão.

...

Andando pelas instalações internas da nave, a pessoa que havia acabado de falar com Sarboc agora caminhava por um corredor. De costas a sua aparência era bem peculiar. Seus braços e pernas eram de um tom avermelhado. Havia umas armaduras naturais nas suas pernas, braços, tórax e cabeça. Ele ostentava uma cauda um tanto grande. Ele parou na frente de uma porta e colocou a palma da mão num painel fazendo-a abrir. Entrou, era um quarto.

─ Hey, acorda ─ disse ele tentando acordar outro que dormia de bruços numa cama branca.

O outro sujeito era idêntico ao que havia chegado, mas com a diferença de ser um pouco maior, preto e ter uma pequena máscara protegendo-lhe a boca e o nariz. Ambos possuíam chifres.

─ Hail, acorda. ACORDA!!!

─ Droga. Maldito! Gritou comigo...

─ Claro. Já está na hora de ir ao planeta.

─ Pode esperar mais dez minutos. Já estou indo. Por favor, Frozen.

─ Certo. Mas não se atrase.

Frozen deixou o quarto. Ele era da mesma raça que os antigos Imperadores do Universo. Com a queda deles, outros sentiram-se no direito de formarem seus próprios exércitos ou atuarem como mercenários e etc.

Os irmãos Snow. Frozen e Hail. Depois da queda da família imperial, eles resolveram agir por conta própria e, com a ajuda de uma amiga, vão de planeta em planeta para conquistá-los e vendê-los. Normalmente trabalhavam associados ao mercado negro universal. Jamais foram pegos pela patrulha galática.

Frozen era como se fosse o líder dos três. Apesar de ser o menor, era ele quem tomava a iniciativa. Seu irmão mais novo, Hail, era quem o acompanhava para as missões. Normalmente, para despovoar um planeta, eles levavam algumas horas dependendo do tamanho do corpo celeste.

Hail foi para o salão de lançamento. As pequenas naves eram do tamanho das que as Forças Gyniu utilizavam.

─ Você vai me pagar por ter me acordado daquele jeito.

─ Se fosse mais responsável e atento, eu nunca teria feito aquilo.

─ Vamos parar com essa briguinha de irmãos. As naves já estão prontas. Podem entrar ─ disse Sarboc.

Os dois entraram em cada nave. Sarboc saiu da sala, fechou a porta e permitiu a abertura do teto para que os dois passassem. Ambas as naves pegaram voo até o planeta habitável. Logo entraram na atmosfera e pousaram violentamente contra um deserto de rochas. Eles saíram e puderam constatar que ali tinha realmente vida.

─ Hum, aqui com certeza deve haver vida inteligente. Pelo oxigênio que respiro e o céu ser azul ─ disse Hail.

─ Certo. Vamos nos separar e começar o processo de extermínio ─ disse Frozen.

─ Trabalho, trabalho, trabalho. Bem que eu gostaria de ser o novo Imperador pra mandar os outros trabalharem e não poder fazer isso ─ disse Hail enquanto se aquecia.

─ Já esqueceu do nosso código de honra?

─ Só estava brincando. Não me leve a mal.

─ Irmãos caçulas sempre dificultando a vida dos mais velhos ─ disse Frozen.

Os dois tomaram rumos diferentes. Frozen foi para o lado Leste e Norte do planeta e Hail para o Oeste e Sul. Os habitantes daquele lugar não eram tão desenvolvidos tecnologicamente além de serem baixinhos como pigmeus. Moravam em pequenas cidades que mais pareciam povoados. Lembravam muito o Homem de Neanderthal.

Frozen começou a perceber os povoados. Atirou raios pela ponta do dedo indicador. O lugar explodia matando os habitantes. Hail fez da mesma forma e, aos poucos, a população do planeta ia se extinguindo. Duas horas e meia depois, eles concluíram a extinção em massa da população e fincaram uma bandeira no chão que eles trouxeram dentro de uma das naves. A bandeira era preta com o símbolo de uma caveira cor de rosa.

─ Moleza ─ disse Hail.

─ Sarboc, fale para o cliente que já terminamos a operação. E que voltaremos para a base maior daqui a dois dias.

─ Certo.

Os dois entraram nas naves e decolaram. Retornaram à nave mãe. Sarboc já esperava por eles.

─ Garotos, o cliente está satisfeitíssimo com o nosso desempenho. Ele poderá pagar até mais do que prevíamos.

─ Beleza! ─ comemorou Hail.

─ Espero que ele não seja igual ao outro que deu calote. Dessa vez eu não terei compaixão e matarei sem pestanejar ─ disse Frozen.

A nave tomou rumo para um planeta desconhecido que servia como base para todas as ações ilegais daquela parte do universo. Nem mesmo a polícia galáctica sabia daquele planeta. Era escuro, parecido com Ceres e tinha um grande domo com oxigênio para as pessoas respirarem, pois o lugar era sem atmosfera.

A nave pousou onde outras naves pousavam. As instalações eram meio antigas, sujas, de coloração preta justamente para não chamar a atenção. Os três saíram. Frozen como era o líder dos três, usava uma hoverchair enquanto Hail e Sarboc apenas caminhavam.

─ Qual é o ID de vocês? ─ perguntou uma voz atrás de de um portão de ferro.

─ S-44-CHANGELING ─ respondeu Sarboc.

Um grande portão de ferro abriu para que os três pudessem passar. Haviam muitos extraterrestres naquele lugar. Era um galpão enorme com várias mesas. Um robô servia seus clientes enquanto tratavam de negócios.

─ Que horas ele vai chegar? ─ perguntou Frozen.

─ Daqui a pouco ─ respondeu Sarboc.

Um homem gordo, com a pele vermelha e com coloração rosa apareceu diante deles. Era o cliente dos três. Trazia consigo uma esfera-baú. Ele apertou um botão na parte de cima da esfera e a mesma se abriu em duas. O conteúdo dentro foi o que chamou a atenção dos três. Pedras enormes de diamantes do tamanho de uma bola de beisebol.

─ Aqui está o pagamento de vocês. 100kg de diamantes.

─ Hum, realmente você pagou bem mais do que esperávamos ─ disse Frozen.

─ Claro que paguei bem mais. Vocês merecem. Ah, está aqui outro presentinho. Não sei se é verdade, mas... ─ ele entregou um cartão com um endereço galático.

─ Isso aqui é o endereço de um planeta que estava sob os domínios do Freeza ─ disse Hail. ─ O que há de tão especial nisto?

─ Vocês já ouviram falar das Esferas do Dragão? É um boato que corre solto por aí que existem sete esferas mágicas que podem conceder-lhe qualquer desejo que quiser. Incluindo a imortalidade. Pra mim não passa de um conto, mas vai que é verdade... Agora preciso ir.

Frozen ficou pensando a respeito do que o cliente havia falado. Depois disso passaram um bom tempo naquele lugar até irem embora.

Já dentro da nave, eles dividiram a recompensa. Depois de venderem dezenas de planetas ao redor do universo, o trio ficou rico e até melhoraram a capacidade da nave, mas nunca tiveram um lugar fixo para morarem.

Hail ficou deitado num móvel parecido com um sofá na sala vendo programação galática holográfica em 4D. Graças às recompensas que ganharam ao longo de anos, eles puderam levar uma vida sem dificuldades. Por isso que nenhum deles quis virar governador ou imperador. O que eles mais querem é vida mansa e muito luxo.

Frozen mandou o irmão mais novo se sentar enquanto ele falava algo importante. Sarboc também ficou escutando o que o líder iria falar.

─ Eu estive pensando no que o cliente falara a respeito daquele boato sobre as esferas do dragão. Fiquei pensando, e se for verdade que elas podem conceder desejos?

─ Eu já ouvi falar que o Freeza havia feito uma grande operação nesta galáxia. Será que ele estava na busca dessas esferas? ─ disse Hail.

─ Seja como for é melhor averiguarmos. O planeta Freeza-79 está muito longe desta galáxia. Provavelmente chegaremos lá em cinco dias ─ disse Sarboc.

─ Mano, você sabe que somos as pessoas mais fortes do universo. Somos de uma raça superior, a mesma dos antigos imperadores. Não vejo dificuldade nenhuma em conseguir essas esferas pois na maioria das vezes vencemos qualquer batalha mesmo. Mano, essa é a nossa chance. Bora? ─ incentivou Hail.

Frozen tentou se decidir melhor, mas com a pressão dos seus companheiros de nave, ele resolveu ceder e investigar o boato sobre as Esferas do Dragão.