Julia narrando on:

Adormeci em seu colo e não queria mais sair de lá.

Acordei com Lucas fazendo carinho em meu rosto, não me levantei de seu colo. Mas me virei para poder olhar para ele.  Ele sorria para mim e beijou meu rosto. Me levantei e o abracei.

- Bom dia. – Ele sussurrou em meu ouvido. – Dormiu bem?

- Muito bem. – Eu ri. – E você?

- Maravilhoso. – Ele beijou meu rosto e eu virei minha cabeça para beijá-lo.

Ficamos na sala por mais um tempo, ate que meu estômago roncou.

- Hora de comer alguma coisa. – Lucas se levantou e foi para a cozinha. – Hoje eu preparo o café da manha.

- Tudo bem. – Eu disse. – Vou lavar o rosto e já volto.

Fui para o banheiro e lavei meu rosto. Escovei os dentes e voltei para a cozinha. Lucas ainda estava preparando o café. Decidi arrumar a mesa, enquanto ele não acabasse.

- Quer ajuda? – Perguntei a ele.

- Onde você colocou a comida que comprou ontem?

- Segunda porta a direita.

Enquanto ele preparava nosso café eu comecei a arrumar a sala. Dobrei os cobertores e guardei no meu quarto, joguei a caixa da pizza fora, guardei todos os DVD’s que tinha espalhado ontem, peguei os dois copos onde bebemos refrigerante e levei toda a sujeira para fora.

- July... O nosso café esta pronto. – Lucas me chamou.

Fui para a cozinha. Lucas fez omelete, suco de laranja e colocou algumas torradinhas na mesa. Parecia estar bom o que ele fez. Tomamos café e depois fomos para a sala novamente.

- Que tal dar um passeio pela praia hoje? – Lucas propôs. – Quase não aproveitamos a praia.

- Claro, ótima idéia – Disse e o abracei.

- Mas antes de ir preciso me trocar... – Lucas começou a dizer e se virou para mim. – Quero – Ele beijou meu pescoço – um – Depois beijou meu queixo – beijo. – Ele terminou a frase beijando minha boca com muita urgência.

Ele foi para a casa tomar um banho antes de sairmos. Deixei a louça para depois e fui tomar um banho. Acho que fiquei cerca de 20 minutos no banho, depois não pude mais enrolar para me trocar. Ele  poderia chegar a qualquer momento e eu não queria que ficasse esperando. Coloquei um short jeans azul, minha camiseta preferida azul e meu chinelo branco preferido. Fiz uma trança no meu cabelo e passei um perfuminho básico para estar cheirosa quando estivesse com Lucas. Peguei uma bolsinha e coloquei alguns produtos para caso eu fosse ficar no sol passasse protetor solar. Quase 40 minutos depois, Lucas estava lá fora me esperando. Não demorei ao descer, pulei da metade da escada e corri para porta.

- Tudo pronto? – Lucas perguntou.

- Acho que sim. – Eu disse e ri. – Podemos ir.

Ele segurava minha mão enquanto caminhávamos pela praia. Estava apenas de shorts e um chinelo. Sua camiseta estava em seu ombro, mas ele não queria vesti-la. Eu tinha que aproveitar ao máximo todos os meus dias com ele, pois não sabia se nos encontraríamos de novo em Blumenau. Eu não queria pensar em ficar longe dele, aqui na praia era só de noite quando ficávamos longe um do outro.

Decidi tentar me bronzear só um pouco e Lucas disse que ia entrar no mar. Ele me ajudou a colocar minha toalha no chão.

- Quer que eu te ajude com o protetor solar? – Ele perguntou quando eu comecei passá-lo em meus braços.

- Acho que não precisa. – Eu disse. Corei um pouco com o pedido dele. Lucas tomou de minha mão o protetor solar e começou a passar em mim.

Passou em meus braços, pernas, barriga e costas. Por fim, colocou um pouco na ponta do dedo e passou no meu rosto fazendo graça. Eu peguei o protetor, passei nos meus dedos e melei os braços dele. Nós dois rimos. Depois parei de brincar, e comecei a passar protetor em Lucas. Me arrepiei quando passei minha mão em seu peito musculoso e em suas  costas.

- Não vai entrar agora amor? – Lucas perguntou depois que passamos protetor em cada um. – A água do mar deve estar uma delícia.

- Se eu entrar agora, não fico acordada hoje à noite. – Eu expliquei. – Depois eu entro.

- Sei.

Lucas se deitou ao meu lado, e passou seu braço sobre mim. Ficamos deitados e olhando um para o outro. Eu não agüentava mais esperar pelo beijo dele, então eu que comecei a beijá-lo. Lucas retribuiu o beijo, ele estava tão empolgado que rolou até estar em cima de mim. Ele não me deixou sentir o peso de seu corpo, pois ele apoiou seus braços ao lado de minha cabeça, para não ficar em cima de mim. Ficamos nos beijando por algum tempo. Lucas parou de me beijar e ficou me olhando com um sorriso enorme no rosto. Depois voltou a me beijar, e parecia que não iria parar mais.

- Lucas! – Ouvimos uma voz masculina chamando ele. – Lucas.

- Droga. – Lucas resmungou em meus lábios.

- Hey, Lucas. – A voz estava ficando mais próxima. – Preciso mesmo falar com você.

Lucas me beijou mais uma vez, mas um beijo rápido, e se levantou.

- Espera aqui minha “anjinha”. – Lucas pediu.

Ele deu alguns passos e cumprimentou a pessoa.

- Lucas, achei que ia engolir aquela mulher. – Parecia ser um amigo dele, mas eu não achei graça no que ele disse.

- Você é muito sem graça. – Ele disse para o rapaz. – O que você queria falar comigo Vitor?

- Eu acabei de receber uma ligação dizendo que terei que voltar amanhã, pois fui chamado para uma entrevista de trabalho. – Eu ouvia e já sentia uma dor por ter que me despedir de Lucas. – Você vai ficar ai ou vai querer voltar comigo?

- Depois eu falo com você. – Lucas disse. – Tenho que ver algumas coisas aqui ainda.

- Vou sair amanhã cedo, mas se você for ou não comigo me avise. – Vitor disse e foi embora.

Lucas voltou para onde eu estava e se deitou ao meu lado. Ele não estava muito feliz com o que estava acontecendo e pode ver que eu também não gostei.

- Você vai mesmo ter que ir amanhã? – Eu perguntei abraçando ele.

- Talvez eu consiga comprar passagem pra ir de ônibus. – Ele disse e beijou topo de minha cabeça.

- Ou... – Logo eu tive uma idéia.

- Ou... – Lucas me incentivou a continuar.

- Ou eu posso te dar carona domingo. – Eu disse e o abracei novamente. – Nós moramos na mesma cidade.

- E vamos ficar mais tempo juntos minha branquinha. – Cada hora me chamava de um apelido. – Você é esperta minha linda.

Ele me pegou no colo e começou a correr para o mar. Se fosse qualquer outra pessoa, eu estaria berrando para que me largasse, mas como era o Lucas que estava me segurando em seus braços, não me importei muito. Só me importei quando senti a água mega gelada do mar. Meu corpo estava todo quente e ao entrar em contato com a água gelada, ficou totalmente arrepiado. Eu ofegava tentando respirar, Lucas ria de minha expressão, mas logo me abraçou e eu me sentia quente. Em questão de segundos, eu estava com minha respiração mais calma e podia raciocinar melhor.

- Eu... vou... – Quase não conseguia dizer, pois ainda não estava respirando direito. – Eu... vou... te...

Lucas não me deixou terminar, colocou uma de suas mãos em minha boca e com a outra segurou meu rosto para que eu olhasse para ele. Pude ver em seus olhos que ele ainda estava achando aquilo engraçado.

- Eu vou te beijar? – Lucas perguntou, tentando completar a frase.

- Não...

- Então vai fazer o que? – Ele perguntou e neste exato momento, uma idéia passou pela minha cabeça.

- Espere.. eu.. me recuperar.

Ele fez o que eu pedi, colocou suas mãos em minha cintura e ficou esperando que eu falasse. Não disse nada, assim que ele olhou para uma lancha que passava do outro lado da praia, coloquei minhas mãos em sua cabeça e o afundei para dentro da água.

Ele me puxou com ele, mas eu consegui me levantar e não sofri nada. Lucas se levantou logo depois de mim. Nós dois riamos. Para azar meu, Lucas fez o mesmo ato comigo, mas ao invés de voltar à superfície, ele me segurou embaixo da água e me beijou.

Nós não ficamos sem ar, pois ali, nos beijando, tínhamos ar suficiente para ficar alguns segundos embaixo da água. Era engraçado beijá-lo dentro da água, mas não deixava de ser bom. Voltamos à superfície, ainda nos beijando. Agora suas mãos seguravam meu rosto, e eu estava com as mãos em sua nuca e em seu peito. Seus lábios se moldaram aos meus de uma diferente das outras, mas mesmo assim, ele me beijava tão bem quanto antes. Seus lábios nos meus estavam suaves, mas alguns segundos depois ficaram urgentes. Suas mãos desceram até minha cintura e ele me puxou para mais perto dele. Minhas mãos se prenderam ao seu cabelo, que estava jogado um pouco no rosto dele, não tinha como me afastar.

- Te amo. – Ele sussurrou em meu ouvido.

- Também amo você. – Foi o que consegui dizer antes dele voltar a me beijar.

Júlia narrando off

Lucas narrando on

Eu não sei o que tinha acontecido comigo, mas quando a puxei para dentro da água, para retribuir brincando o que ela me fez, eu a beijei. Nós não precisávamos voltar à superfície para respirar, apenas nos beijando passávamos ar um para o outro. Mas minha July não agüentava mais, ela começou a voltar para a superfície e eu não tirei minha boca da dela. Não conseguia parar de beijá-la, algo forte acontecia dentro de mim. Algo que nunca tinha acontecido.

Não conseguia deixar que minhas mãos soltassem de seu corpo. Eu já não sabia como parar de beijá-la. Coloquei minhas mãos na cintura de July e a puxei para mais perto de mim. As mãos dela grudaram em meu cabelo, ela os segurava com força, mas não me fazia dor alguma. Para mim, ela estava dizendo: “Não saia daqui”. Parei de beijá-la e sussurrei em seu ouvido, e pela primeira vez dizia o que realmente sentia por ela.

- Te amo. – Sussurrei.

- Também amo você. – July disse. Não deixei ela dizer mais nada, voltei meus lábios aos seus, pois aquilo me deixou tão feliz, e com toda a certeza, não sairia tão cedo de minha memória aquela cena. Nada mais importava para mim, somente estar com Júlia. Como eu nunca tinha encontrado com ela na nossa cidade?

Parei de beijá-la, mas não sai de perto dela. Olhei para ela, e pude ver que ela estava ofegante. A peguei em meu colo e a levei até a areia da praia. Enquanto estava com ela em meus braços e indo para a areia, a beijei novamente. As mãos dela se agarraram em meu braço e meu pescoço. Procurei o lugar onde estavam nossas coisas, e sem tirá-la de meus braços, me sentei. Dei um beijo em seu ombro e depois em seu rosto. Olhei bem em seus olhos, estavam minando felicidade. Sem pensar na pergunta, as palavras saíram de minha boca sem eu ter idéia do que estava fazendo.

- Júlia Bittencourt – Eu disse e olhei bem em seus olhos. Ela me olhava muito feliz, beijei de leve seus lábios. – Você aceita namorar comigo?