Entre Irmãs escrita por Cristabel Fraser, Paty Everllark


Capítulo 5
Desespero


Notas iniciais do capítulo

Olá turminha boa, como vão todos? Preparados para mais um POV da Kat. Próximo capítulo será do nosso loiro favorito... espero que gostem.



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POV KATNISS

Nossos corpos balançavam de um lado para o outro. Ele com toda certeza era o melhor dançarino que existia em toda face da Terra. Fly Me to the Monn, de Frank Sinatra ecoava por todo o salão, mas a maior das surpresas ainda estava por vir.

— Você, é a mulher mais linda que eu já vi na vida. – ele sabia muito bem galantear uma dama, ainda mais quando aproximava seus lábios ao ouvido e sussurrava palavras das quais não ousaria repetir.

— E, você Sr. Odair, é o homem mais tarado que eu já vi. – riu provocando cócegas em meu pescoço.

— Sou tarado, só por você.

— Tem certeza que é só por mim?

— Certeza absoluta. – falou convicto.

Ele me afastou de seu corpo somente para dar um compasso a música e novamente tornou a me puxar pela cintura, colando-me ao seu corpo.

— Obrigada pela noite, eu adorei. – agradeci pelo carinho que teve em me trazer num dos restaurantes mais requintados de Seattle.

— Essa, é uma noite muito especial. – senti seus lábios beijarem a curvatura do meu pescoço e com isso um forte arrepio se fez por todo o corpo.

— Especial... por que? – de verdade perguntei com certa curiosidade, pois achei que foi pelo tempo que não saímos para jantar fora.

— Te conto quando chegarmos em casa.

— Finn, tenho audiência amanhã pela manhã e ainda preciso repassar o meu caso.

— Faça isso no meu apartamento?

— Você é muito espertinho, não?

— Isso se chama inteligência.

— Ah, é?

— Sim, por favor, vamos? – me olhou com aqueles olhos verdes, pidão e como uma boba acabei cedendo.

— Ok. – entramos em sua Ferrari quando o manobrista o trouxe e assim que chegamos em seu luxuoso flat foi abrindo o zíper do meu vestido ao mesmo tempo que afrouxava a gravata e não demorou muito para estarmos na cama – Essa era a surpresa? -perguntei recuperando meu fôlego.

— Não exatamente. – respondeu levantando e mordi os lábios ao admirar sua silhueta nua. Tudo nele era perfeitamente na medida certa. Seus músculos eram definidos sem exagero – Katniss... – sacudi a cabeça notando que estava ao meu lado novamente.

— Sim...? – com a mão fechada aproximou do meu rosto e abriu em seguida revelando um lindo e caríssimo anel de brilhante – Finn... – estava sem palavras para dizer o mínimo.

— Quer casar comigo?

— Já conversamos sobre isso e...

— Acalme-se. Não é como se, eu fosse te colocar um avental e fazer com que lave minha roupa, ou prepare meu jantar, ou que fique esperando quando eu chegar do trabalho. Sei que tem uma carreira pela frente e respeito isso. Mas quero me casar com você... então o que me diz? – inclinou seu rosto mais próximo ao meu e não teve como eu dar outra resposta senão aquela.

— Sim, sim Sr. Odair, aceito me casar com você.

(...)

A maioria dos casamentos não terminavam como todos pensavam. Uns insultavam o parceiro de todas as formas possíveis, outros acabavam com o típico “sinto muito” sussurrado. O fato era que cada um lidava como podia, mas a tristeza com toda certeza rondava cada um dos conjugues, ainda mais se houvesse crianças envolvidas. Mas, a mulher jamais via o mundo – ou o amor – com a mesma perspectiva.

— Tudo bem? – perguntei a Madge Hawthorne.

Minha cliente se encontrava pálida e um tanto tensa com as mãos exprimidas uma a outra no colo.

— Sim, estou. – respondeu com a voz baixa.

— Vamos comer algo naquela cafeteria ao lado, está bem?

Na frente da sala de audiências, a juíza Jones levantou-se. Sorriu para mim e depois para Beetee Latier, o advogado do Sr. Hawthorne, e retirou-se.

Depois ajudei Madge a levantar-se. Segurava em seu braço para mantê-la firme ao caminhar em direção a porta. A audiência tinha sido produtiva. Havia conseguido muitos benefícios para ela e as crianças.

— Sua vadia!

Gale Hawthorne avançou. O rosto estava vermelho. Tenho certeza de que uma veia azul lhe saltava no meio da testa.

— Gale! – gritou Beetee, agarrando seu cliente – Não seja burro.

Ele desvencilhou-se do braço do advogado e continuou avançando em nossa direção. Me coloquei entre Gale e Madge.

— Afaste-se, Sr. Hawthorne. – mantive um contato visual com ele.

Dr. Hawthorne, sua vaca avarenta. – rosnou furioso.

— Excelente linguajar. O senhor também deve ter frequentado uma boa faculdade de Letras. Agora, por favor, afaste-se. – pedi querendo seguir meu caminho, mas ele parecia não querer se dar por vencido.

— Você tirou as crianças de mim. – choramingou e tive que lhe falar umas verdades.

— O senhor está querendo dizer que, fui eu que fraudulentamente transferi bens da minha mulher... ou que eu transava com a professora de balé da minha filha todas as quarta-feira à tarde?

Ele ficou extremamente pálido e tentou olhar nos olhos da ex-mulher.

— Madge, por favor. Eu teria dado tudo o que você me pedisse. Mas as crianças... Eu não posso vê-las só duas vezes na semana e uma semanas durante as férias.

Ele até parecia sincero. Se eu já não tivesse escutado a terrível verdade nua e crua, até poderia acreditar. Antes que minha cliente pudesse abrir a boca respondi com firmeza.

— A divisão dos bens foi bastante justa, Dr. Hawthorne. A questão da custódia também foi resolvida com muita sensatez. Quando o senhor se acalmar, tenho certeza de que concordará. Tudo estava retratado nos depoimentos que o senhor saía de casa às seis da manhã até mesmo antes das crianças estarem acordadas, e raramente voltava antes das dez da noite, claro, as crianças já se encontravam dormindo. Provavelmente vai ver seus filhos mais agora do que antes.

— Quem você pensa que é? – sussurrou ele rispidamente, dando um passo em minha direção. Hawthorne tinha os punhos cerrados ao lado do corpo.

— Vai me bater, doutor? Faça isso. Perca todo o acordo que conseguiu.

Abracei Madge pela cintura. Mantive-me assim enquanto a conduzia para o elevador. No instante em que a porta se fechou, minha cliente desatou a chorar.

— Ainda não entendo... co-como...

Segurei sua mão, apertando com delicadeza.

— Sei que agora parece impossível, mas a vida vai melhorar. Eu juro.

A conduzi para fora do tribunal. O céu estava pesado, cinza. Iria chover com toda certeza. Descemos a rua e entramos na cafeteria preferida e a mais frequentada pelos advogados.

— Oi, Katniss. – cumprimentaram alguns colegas quando atravessamos o salão até a mesa do fundo. Em poucos instantes uma garçonete apareceu.

— O que vão querer? – perguntou a funcionária.

— Um duplo, com chantilly, canela e um croissant. Obrigada.

Madge me encarou.

— Nós não vamos mesmo tomar café e fingir que nada está acontecendo, vamos?

— Madge, você agora é milionária. Seus filhos poderão fazer doutorado na melhor universidade, se quiserem. E, você tem custódia total. Claro que sim, vamos comemorar tomando pelo menos um decente café.

— O que há com você?

— Como assim? – não estava compreendendo.

— Minha vida foi atingida por uma bomba atômica. E, você vai tomar café. Qual é o seu problema? – ela falava com angústia.

— Meu trabalho pode ser difícil. – ponderei – Às vezes, o único jeito de lidar...

De repente um alvoroço se fez presente na entrada. Vidro saltando em estilhaço pelo chão. Uma mesa virou no chão. Uma mulher gritou.

— Não pode ser.... – balbuciou Madge.

Ela perdeu a cor em uma fração de segundos. E, eu não compreendi nada.

— O que está...?

Ao virar meu pescoço para trás Gale caminhava em nossa direção, segurando uma arma na mão esquerda. Os olhos se encontravam vermelhos, parecia ter chorado.

— Abaixe a arma, Gale. – procurei manter a calma, mesmo que eu não possuísse tal naquele momento.

— Você arruinou minha vida. Ferrou com tudo...

— Abaixe a arma devagar. Não vá fazer nenhuma besteira, da qual possa se arrepender depois.

— Eu já fiz a besteira. – sua voz falhou – Tive um caso, fiquei ganancioso e esqueci o quanto amava minha mulher.

Madge começou a levantar-se e eu a detive, obrigando-a sentar-se, então me levantei.

— Dr. Hawthorne, abaixe a arma. Vou te ajudar, se me deixar. – respirei fundo tentando me acalmar, mas a verdade é que comecei a sentir um grande desespero crescer por dentro. Nenhum dos meus processos haviam chego a esse nível, a ponto de colocar minha vida em risco.

— Por que não me ajudou quando tentei contar à minha mulher o quanto estava arrependido? Hã...?

Lágrimas rolavam de seu rosto.

— Doutor... – disse tentando manter a calma, mas não estava conseguindo – Eu sei que...

— Cale a boca. É sua culpa, vagabunda. Foi você que fez isso tudo, sua vaca.

Tudo que me recordo é dele erguendo a arma, mirando em minha direção e puxando o gatilho.

(...)

— Srta. Everdeen, pode me ouvir?— era como se um eco me chamasse – Pode me ouvir...

— Onde estou? – minha voz saiu mais grogue do que nunca.

— Está na enfermaria do hospital geral. Sou a enfermeira, Victoria. Você quase levou um tiro. Desmaiou, não lembra?

Minha cabeça latejava. Um turbilhão de flashes aparecia como um interminável pesadelo dentro da minha cabeça. O pior de tudo é que, minha dolorosa infância e adolescência vinha junto.

— Lembro da cafeteria... – de repente os olhos carregados de ódio, do ex-marido da minha cliente apareceu em minha mente e semicerrei os olhos para não surtar de vez – Quero ir para casa. – declarei me sentindo exausta.

— A senhorita irá daqui a algumas horas, tudo bem?

Foi tudo o que ela disse antes de se retirar e Delly – minha sócia – entrar em meu campo de visão.

— Temos que conversar.

Geralmente seu olhar brando foi tomado por preocupação e eu sabia que essa conversa daria a lugar nenhum.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Acho que todo merecem saber o porquê da Kat ser meio amarga, então sempre que der irei explicando o que realmente aconteceu entre ela e o senhor bonitão Odair, ok? Eu sei que ficou pequeno, mas foi de coração viu. Sempre que quiserem podem interagir comigo por comentários, Mps... amo ler a opinião de cada um de vocês. Tenham todos um ótimo FDS e volto assim que puder.