Corações Partidos escrita por Anieper


Capítulo 5
Capítulo 5




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Eu estava sentado na minha cama na enfermaria desenhando. Desde que parei de falar com meus amigos passei a desenhar bastante. Isso me ajudava a me manter calmo. Assim que terminei, olhei o desenho e sorrir. Era meus pais. Não sei como podia desenhar eles assim tão bem apenas as lembranças e as fotos, mas mesmo assim, eu me sentia bem com isso. Suspirei e passei a folear os desenhos. Tinha alguns de Edwiges, alguns de meus primeiros anos na escola, alguns de meus pais. Eu parei em um desenho de mim, Ron e Hermione. Ás vezes queria esquecer o que tinha acontecido e voltar ao que era antes, mas não conseguia. Tinha medo de me apegar novamente a eles e me feri. Falei sobre minha morte certa para ver se eles me deixavam em paz. Se me esqueciam. Mudei de folha e viu um desenho que fiz de Hermione. A cada dia que se passava, eu me apaixonava mais por ela. A cada segundo sentia o meu amor por ela aumentar. Como isso podia acontecer? Por que não posso simplesmente esquecer tudo o que sinto? Queria poder desligar tudo o que sinto.

— Harry? – escutei Gina me chamando. – Posso entrar?

— Claro. – falei e olhei para ela.

— Eu vim ver como você está. Ron me contou o que aconteceu, e bem, sobre sua morte eminente.

— Eu estou bem, Gina. Aceitei meu destino e vocês devem fazer o mesmo. – me arrumei na cama e sorri para ela. – Como você está?

— Bem. Eu sinto falta dele e ás vezes chora à noite, mas estou bem. – ela se sentou ao meu lado e olhou para as mãos. – Eu sei que você pode entender o que estou sentindo.

 - Até certo ponto. Eu nunca cheguei a conhece-los realmente. – falei pegando o lápis e comecei um desenho novo. – Eu tenho apenas algumas poucas lembranças que Sirius e Remo me deram deles. Apenas alguns momentos de diversão deles, mas eu nunca passei tanto tempo com eles como você. Nunca pude falar com eles. Quando eles morreram, eu mal falava.

— Eu sinto muito. – ela olhou para a janela. – Por que você está falando comigo e não fala com os outros?

— Por que eu te conheço. E sei que você tentou me falar. – eu olhei para ela e notei que ela me olhava. – Eu me lembro que muitas vezes nos últimos dois anos você tentava ficar sozinha comigo, mas sempre alguém aparecida e ficava entre a gente. Você não é o tipo de pessoa que consegue esconder uma coisa dessa de um amigo. E você me deve sua vida. Nunca poderia me trair mesmo se quisesse.

— Eu tinha que esquecido disso. – ela deu um pequeno sorriso. – Me esqueci que te devia a vida e que sempre vou dever. Assim como todos os que foram petrificados no meu primeiro ano, assim como Peter, Ron, Hermione, aquela garotinha, Gabrielle e muitas outras pessoas. Você é uma pessoa incrível Harry.

— Não sou. Apenas faço o que acho certo.

Voltei minha atenção para o desenho. Como todos os meus desenhos, eu nunca sabia o que ia ser até que começasse a ganhar formato, sempre começava com rabiscos. O desenho era de Hermione no nosso quarto ano. Quando ela descia as escadas na noite de natal.

— Está lindo. – Gina disse chamando minha atenção. – Eu não sabia que desenhava tão bem.

— Eu também não. Descobri esses tempos. – disse terminando de desenhos alguns detalhes. – Depois que pare de falar com vocês.

— Posso ver? – ela apontou para o caderno.

— Claro.

Entreguei meu caderno para ela e me arrumei na cama. Gina passou a ver meus desenhos com atenção. Ela virava as páginas com cuidado e examinavam os desenhos. Ela parou no dela e passou a mão pela a imagem. Ela olhou para mim e sorriu.

— São lindos. – ela disse virando a página. – Parecem até mesmo fotos de tão perfeitos que são.

— Obrigado.

— Você pode fazer para mim? Sabe, com toda a minha família. A gente não temos uma foto recente com todos. Meus pais e meus irmãos juntos. A última foi de quando Carlinhos saiu de casa.

— Posso tentar. Mas não sei como vai ficar. Vi seus irmãos mais velhos apenas duas vezes. E foi rapidamente.

— Eu te dou alguma foto deles. – ela disse olhando para o desenho de Hermione. – Você a ama muito, não é?

— Mais do que achei que fosse capaz. – disse olhando para o desenho onde Hermione estava lendo. – Ela sempre foi muito importante para mim. Eu estou tentando seguir em frente, sabe. Esquecer ela e me concentra que assim é melhor. Ela não sofrerá quando chegar minha hora, quando eu morrer.

— Todos vamos sofre quando você morrer, Harry. Te amamos. Erramos com você, mas mesmo assim você é importante para a gente. – ela disse virando a página. – Esses são seus pais?

— Sim. Foi quando eles se formaram. Remo me deu uma memória deles e a desenhei. Eu olhava para aquela memória e sempre me encantava com o sorriso da minha mãe. – disse passando o dedo pelo desenho.

— O sorriso seu sorriso é igual ao dela. – Gina disse olhando para a imagem.

— Eu nunca pensei nisso. Sempre falam que eu sou parecido com meu pai, mas meus olhos são da minha mãe. Nunca parei para pensar o que mais era parecido com ela.

— Talvez Sirius possa te ajudar nisso. – ela disse olhando para mim. – Ele e Remo conheciam eles muito bem.

— Eu sei. – eu disse olhando para o desenho. – Sirius disse que acha injusto que eles tenham passado tanto tempo com meus pais e eu tão pouco. Eu acho que já me acostumei com isso. Eu não vou negar que sinto muito a falta deles, mas pelo menos eles não vão me ver morrer. Eu sei que me sentiria pior se eles tivessem que passar por isso.

— Você é um cara muito legal. Eu não sei se teria a coragem que você tem. Enfrentar a morte sem medo de nada. Aceite esse destino. Eu te admiro muito, Harry.

— Obrigado, Gina. Não sabe como essas palavras são importantes para mim. – falei sorrindo para ela.

— Ei. – Hermione disse passando pela a porta e vindo até a gente. – Como está hoje?

— Bem. – disse dando de ombros. – Não estou mais com febre e estou tossindo menos.

— Isso é bom. – ela disse e olhou para Gina. – O que está vendo?

— Os desenhos de Harry. Ele é muito bom nisso. – ela disse e fechou o livro entregando para mim. – Você é um artista.

— Obrigado. – disse segurando o livro.

— Posso ver? – Hermione perguntou estendendo a mão para o livro.

— Não. É pessoal.

— Gina viu.

— Eu sei. – falei olhando para o livro no meu colo. – Apenas, eu não quero que você veja.

— Oh. – ela disse desviando os olhos rapidamente de mim. – Eu só vim para saber como você estava, vou fazer meus deveres. Eles estão atrasados.

Hermione se virou e saiu correndo. Gina olhou para mim em choque, antes de se levantar e correr atrás da amiga. Suspirei e olhei para a parede. Eu não deveria ter dito isso para ela, mas me machucava o fato dela ter mentido para mim. Abracei meu caderno e fechei os olhos.

Acordei poucas horas depois confuso. Me sentei na cama e que estava abraçado ao livro ainda. O coloquei ao meu lado e me levantei da cama. Fui até o banheiro e tomei um banho para relaxar. Quando sair do banheiro vi Hermione e Ron entrando da ala medica.

— Ei, cara. – Ron disse se aproximando da minha cama.

— Oi. – falei me sentando na cama e comecei a tossir um pouco.

— Quer que eu...

— Não. Estou bem. – disse bebendo um pouco de água. – Ainda estou gripado. Obrigado mesmo assim.

— Eu queria falar com você. – Ron começou sem olhar para mim. – É que...

— Pode ir. – falei já sabendo o que ele ia me pergunta. – Escutei vocês dois conversando quando ainda estava caído no lago. A casa é de Sirius, não minha. Pode ir passar o natal lá. Eu vou ficar no quarto a maior parte do tempo de qualquer jeito. Ainda não posso sair andando por aí.

— Tem certeza? Isso pode ser difícil para você.

— Eu tenho certeza. – falei desviando meus olhos deles. – Eu preciso descansar agora.

Ron e Hermione saíram e me deixaram sozinho. Eu suspirei e voltei a me deitar.

Eu fui liberado, apenas no dia de saímos para as festas de fim de ano. Assim que sair do castelo, senti o ar frio. Apertei o casaco ainda mais em mim e sair. Fui para a carruagem e peguei a último. Assim que entrei no trem fui atrás de um compartimento. Encontrei o que o pessoal estava, pensei em ir para outro, mas sabia que não podia fugir para sempre.

— Posso me sentar aqui? – perguntei da porta.

— Sim.  – Hermione disse empurrando Ron para o lado de modo que desse para mim sentar.

Eu entrei na cabine e me sentei ao lado dela. Peguei meu livro de poção e comecei a ler.

— Poção para dor? – Hermione perguntou depois de ler por cima do meu ombro. – Você está sentindo dor?

— Não. Snape e os outros professores me deram trabalhos extras por causa do tempo que passei na enfermaria. – falei sem olhar para ela. – Tenho o dobro de trabalho para fazer do que normalmente teria.

— Se quiser posso te ajudar.

— Não precisa. – falei passando a mão no nariz. – Faltam apenas uns três ou quatro. Eu não tinha muita coisa para fazer esses dias. Não precisa se preocupar com isso.

— Não é nada demais. – Hermione disse mordendo os lábios. – Você está com raiva de mim?

— Não.

— Certo.

Eu suspirei e a baixei o livro. Sabia que ela tinha ficado triste por causa dos desenhos. Desde que eu não a deixei ver, ela quase não ia na enfermaria. Eu peguei minha mochila e tirei meu caderno de desenho de lá. Pensei em deixar ela ver, mas não estava pronto para isso.

— Eu não deixei você ver isso, por que é pessoal para mim. Gina e eu temos uma ligação, mesmo sem querer. Ela me deve a vida dela e isso sempre vai contar. Ela me viu desenhando e pediu para ver os outros por isso eu deixei. Eu não posso te mostra isso, por que eu planejo dá para uma pessoa. E não acho justo você ver. E Gina tomaria da minha mão de qualquer jeito.

— Tomaria mesmo. – Gina concordou sorrindo. – E você já fez meu desenho?

— Já. – peguei minha mochila novamente e peguei o desenho de Gina entregando para ela. – O que achou?

— Está lindo. – ela disse olhando para a imagem com lágrimas nos olhos. – Vou é ótimo nisso. Eu estou pensando em dá para a mamãe de natal. Posso?

— O desenho é seu. Acho que sua mãe vai gosta. – disse e voltei para meu livro de poção.

— Posso ver? – Luna perguntou.

— Sim.

Eles passaram o desenho para todos. Eu comecei a tossi e logo Hermione me esticou uma garrafa d’água. Depois de beber, me sentei direito.

— Eu não lembro dessa foto. – Ron disse olhando para o desenho.

— Eu desenhei de acordou com as fotos que Gina me deu. – falei me arrumando no banco. – Eu pensei no meu lugar favorito na toca e desenhei, depois coloquei cada um de vocês. Gina disse que não tinham uma foto recente de toda a família e ela queria uma, então decidi fazer assim.

— Eu posso ter uma cópia? – ele perguntou para Gina.

— Acho que podemos tirar uma para cada um da família. Sei que eles vão gosta. – Gina disse pegando o desenho.

— Você é bom nisso, Harry. – Hermione disse pegando minha mão e a apertando levemente.

O resto da viagem foi feita entre a conversa deles e meu silêncio. Eu não tinha nada para dizer e estava ocupado com meus deveres. Assim que chegamos a estação saímos juntos. Remo estava esperando pela a gente junto com Mody e Tonks.

— Oi, Harry. – Remo disse sorrindo para a gente. – Como está?

— Melhor. Ainda estou gripado e com anemia e tenho que tomar algumas poções, mas estou bem melhor. – falei dando um pequeno sorriso. – Vamos?

— Sim.

Pegamos nossas melas e os seguimos. Assim que chegamos na cede da Ordem, vi Sirius. Meu padrinho, sorriu para mim e me abraçou.

— Como está, filhote?

— Vivo. – falei devolvendo o abraço. – Será que posso ir deitar um pouco. Estou cansado.

— Claro. Você vai ficar em um quarto só seu. Eu o preparei para você. – Sirius disse sorrindo. – Venha eu vou te mostra aonde é.

Sirius me levou escadas a cima. Ele me mostrou aonde era meu quarto e se sentou na minha cama para conversa comigo. Eu sabia sobre o que ele queria falar, por isso me sentei ao lado.

— Conversamos sobre o que você disse. E fomos atrás de algumas Horcruxes. Dumbledore, Remo e eu fomos atrás do anel e encontramos aonde você disse que estaria. Ele já foi destruído. Fomos atrás do colar e encontramos uma cópia. Descobri que meu irmão o roubou e tentou destruir, mas foi morto antes de conseguir fazer isso. Monstro estava com ele e ontem á noite eu o destruí. Sendo assim faltam quatro. Você não quis falar onde estavam e eu fiquei curioso.

— A taça está no banco de uma comensal da morte. Sua prima Bellatriz. – respondi dando de ombro. – O diadema, está comigo. O peguei antes de ir para a ala hospitalar. Eu o troce para que estruíssem ele. A cobra vive ao lado de Voldemort. Terá que ser morta depois de mim, será mais fácil. E eu estou aqui.

— Eu posso ver o diadema? – Sirius me perguntou curioso.

Peguei minha bolsa e tirei de lá. Assim que entreguei o diadema para ele, Sirius o estudou com os olhos.

— Quer destruir? – ele me perguntou.

— Tanto faz. – falei coçando a testa. – Vai machucar de qualquer jeito.

— Você já sabia que eles tinham sido destruídos, não é?

— No momento em que vocês as acertaram. – concordei. – Podemos fazer isso amanhã? Estou realmente cansado.

— Claro. Durma um pouco. – Sirius pegou o diadema e saiu do quarto.

Me deitei na cama e depois de tomar minhas poções, dormi.

 


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