Depois de um tempo, o trem de Cascão e Magali chega, e como sempre, Magali senta perto da porta.

Após o trem parar aonde eles queriam, eles descem, após eles descerem na estação, Magali vê que o homem está lá no mesmo lugar onde ela o viu pela primeira vez um dia atrás.

Como isso era possível? Uma pessoa estar em dois lugares ao mesmo tempo?

Magali pensou que poderia ser apenas uma pessoa usando uma roupa parecida, ou melhor, preferia pensar assim, já que queria evitar pensar o pior.

Na melhor das hipóteses, poderia ser o homem da outra noite, mas estava apenas esperando um trem.

Os dois continuam caminhando. Após chegarem na faculdade eles dão de frente com Cascuda, ela estava com a pior cara possível, típico de quem comeu e não gostou, Magali conhecia muito bem essa cara, já que nunca foi muito experiente na cozinha.

Ela se aproxima dos dois e puxa Cascão bruscamente pelo braço, Magali fica meio nervosa e decide sair dali para deixar os dois a sós.

Pouco tempo depois Cascão voltou ao lado dela com uma cara de chateado, novamente Magali decidiu ficar calada, se tinha uma coisa que ela detestava era briga de casal, briga de namorado e namorada, ninguém mete colherada!!

Os dois entram na faculdade, Magali vai pra sua sala de Medicina e Cascão pra sua de Engenharia.

Chegando na sala, Magali vê todos os seus amigos, e opta por sentar como de costume, com suas duas melhores amigas, Mônica e Marina.

Ela abre sua mochila e tira todo o material de dentro dela, após procurar sua caneta ela se depara com um aviãozinho de papel que pousa em sua mesa, ela olha para os lados a procura de quem jogou mas não viu nenhum engraçadinho entregue, ela então olha melhor o avião e vê que a algo escrito nele, após abrir, se depara com uma carta de amor.

A pergunta 

"Por que te amo?"

é difícil responder,

nem tudo que o coração sente

a boca é capaz de dizer.

De: Seu admirador secreto.

Magali começa a se questionar sobre a carta, aquela caligrafia ela não conhecia, talvez fosse de algum menino que ela não era muito íntima.

Ao perguntar para a suas amigas sobre a carta, todas disseram para ela acreditar, afinal, todos ali eram adultos preocupados com o futuro, ninguém ali tinha idade ou até mesmo vontade de fazer brincadeirinhas.

Magali começa a olhar ao redor o observa os meninos um a um.

— Quem poderia ter sido? - Pensou.

Na sua sala tinha o Titi, típico preguiçoso que parece estar na escola porque é obrigado pelos pais.

Franja, o grande cérebro da sala.

Felipe, o piadista.

Fábio Boa-Pinta, o playboyzinho filhinho de papai.

Nimbus, o valentão da classe.

Jeremias, o otimista que tanta sempre ver o bem em tudo.

Ou Xaveco, o lobo solitária que não gosta de conversar e prefere ficar sozinho? Puxa, por que Xaveco precisava ser assim? Bah, mas ela não ligava pra isso, só ligava que, se isso fosse verdade, ela queria muito que a carta fosse escrita por Do Contra, pois pra ela (E pra mais 99% das meninas da faculdade) ele era o garoto mais bonito de todos.

Seus pensamentos são interrompidos novamente, dessa vez pelo sinal da escola, era a melhor hora do dia: A hora do recreio!!

Magali coloca suas coisa embaixo da mesa e sai.

Chegando no pátio ela vê Nimbus, Nimbus com certeza era o menino mais estranho da escola, com todos os seus papos bizarros e esquizofrênicos. 

Ela poderia ter interpretado ele mal mais cedo, mas ele era mesmo considerado um valentão pela escola, mas pra ela ele era só um garoto que não batia bem da cabeça.

Ele então se aproxima de Magali, ela exita um pouco mas decide ouvir o que ele tem pra dizer.

— Que coisa estranha é essa em você, Magali? - Ele pergunta e ela se assusta.

— O quê? É um bicho? Tiraa - Berrou ela se remexendo igual a uma minhoca.

— Esse é um dos poucos bichos de que eu não entendo - Diz olhando nos olhos dela - Sempre quis ver um, como conseguiu?

— O quê?