Cascão se arrepia todo, até que Magali chega por trás dele e coloca a mão em seu ombro.

— O que aconteceu? - Ela perguntou.

— Eu vi - Responde Cascão ainda desnorteado.

Não precisava dizer mais nada, Magali já sabia que se tratava do homem da estação, ela começa a ficar desesperada sem conseguir sair do lugar, até que Cascão tenta acalmar as coisas:

— Calma, eu só tive a impressão de ter visto um vulto, acho que nem foi de verdade.

Magali se acalma um pouco, mas ainda continua com medo, então ela sai do lugar e começa a trancar todas as janelas da casa, depois vai até a cozinha para esquentar um café para ela e Cascão, enquanto isso, Cascão enche os colchões infláveis.

Não demorou muito e Magali volta para a sala com duas xícaras de café nas mãos, Cascão pegou a dele e se sentou no colchão que já havia enchido.

Mesmo café tendo efeitos de deixar a pessoa acordada, não demorou muito e os dois caíram no sono.

No meio do sono de Magali, ela começou a ter um pesadelo.

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Magali andava pela estação, calmamente, ela estava sozinha, não havia uma vida sequer ali e ela estava assustada.

Ela pensou em pedir uma carona pra alguém para não ter que ir embora sozinha, mas para a sua surpresa, quando passou a mão no bolso de sua calça, ela não achou seu celular.

Ainda assustada, ela se senta em um dos bancos de espera, o que ela não sabia é que ela não estava completamente sozinha.

De repente tudo a sua volta começa a desaparecer, ela sente o chão sumir de seus pés, e se vê caindo em um precipício sem fim.

Até que ela se vê novamente, na frente da enorme sombra preta, a que sempre insistia em lhe perseguir. Por quê? Por quê?

Maria ainda tenta usar uma única gota de coragem que lhe resta, para tentar achar respostas sobre aquela criatura medonha.

— O que é você? - Pergunta ela.

— Se eu te contar perde a graça - A criatura lhe responde com um sorriso sínico.

— Por acaso você quer eu descubra? É isso?

— Você já me conhece.

Magali perde a fala, de onde ela poderia conhecer aquela criatura horrível? Será de algum pesadelo de infância? Não tinha como saber..

Até que todos os seus pensamentos (E seu sono) foram interrompidos por Cascão.

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— Ei Magali, por que estava gritando? Teve um pesadelo?

Magali levanta em um sobressalto, sem dizer nada ela agarra o amigo pra dentro de seus braços (Novamente) ela ainda estava morrendo de medo pensando naquela criatura, aquele sorriso sínico e aqueles olhos vidrados nela, causariam calafrios em qualquer um.

— Calma, foi só um pesadelo - Cascão tenta reconfortá-la - Você está realmente bem? Quer um remédio? Uma água?

Magali não responde, apenas chora desoladamente em seu ombro, até que ele tira um doce do bolso do casaco e entrega a ela.

— Vamos, coma isso.

Magali levanta a cabeça e ao ver o doce e o sorriso sincero de seu amigo, ela se acalma.

Sem ao menos pegar o doce, ela se deita e tenta voltar a dormir, o fato de Cascão ser bonzinho o suficiente de dar o doce pra ela, já estava mais que bom.

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Exatamente as 7:50 h da manhã do outro dia, o sono dos dois é interrompido por uma chamada no celular de Magali, era seu pai ligando.

Magali ainda meio sonolenta, levanta e atende.

— Alô? - Pergunta.

— Alô Magali, é o seu pai. Olha, não posso perder muito tempo eu estou no hospital com a sua mãe, ela foi atropelada por uma mini van - Diz seu pai do outro lado da linha.

— O quê? - Grita Magali horrorizada.

— Não se preocupe querida, não é nada grave mas eu vou ter que passar mais um tempo aqui com ela. Eu te amo, se cuida.

O pai de Magali desliga o telefone e ela fica paralisada sem conseguir acreditar nas palavras que ele disse.

— Por que? Por que diabos está acontecendo tudo isso comigo? Tudo ao mesmo tempo? O que eu fiz pra merecer isso? - Esses pensamentos não saiam de sua cabeça.

Magali pegou o doce que Cascão tinha lhe entregado na noite anterior e comeu, dessa vez ele não conseguiu lhe confortar tanto, mas até que acalmou ela um pouco.

Cascão foi embora da casa dela pra poder  se arrumar pra ir pra escola, não demorou muito e ele estava lá novamente tocando a campainha de sua casa para poder ir para a escola com ela.

Então os dois saíram e foram a caminho da faculdade que eles cursavam, Magali estava com os olhos vermelhos de tanto chorar, mas mesmo assim foi, era caro perder aulas.

Chegando na estação, Magali começa a ficar tensa, não queria ver aquele homem misterioso novamente, mas para seu espanto (Ou nem tanto) ele estava lá parado atrás de uma coluna que sustentava o grande teto da estação. 

Ela começa a tremer, quando o homem misterioso sai dali e se dirige para o trem que tinha acabado de chegar, que por sinal, não era o dela.

— Ufa, ele não está me seguindo - Suspirou aliviada.