O Diário das Irmãs Martins escrita por sahendy


Capítulo 42
O que está acontecendo na noite de natal


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Fiquei um tempo afastada porque precisava de ideias novas, então voltei e espero que vocês leiam e possam comentar o que acharam. Que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês!



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Jilian

"Segredos não podem ser escondidos na ciência. A medicina tem toda uma maneira de expor mentiras. Dentro das paredes de um hospital, a verdade é sempre revelada. A maneira que mantemos nossos segredos do lado de fora do hospital… bem, isso é um pouco diferente. Uma coisa é certa: seja lá o que tentamos esconder, nós nunca estamos prontos para o momento que a verdade é descoberta. Esse é o problema com os segredos – assim como as tragédias, eles sempre vêm aos montes. Eles vão se empilhando até tomar conta de tudo, até você não ter espaço para mais nada, até você estar tão cheia de segredos que parece que você vai explodir.

[…]

Jeremy acordou na manhã seguinte véspera de natal, desceu as escadas com um pouco de dor de cabeça, pensou muito no que sua mãe Catherine disse e iria aceitar o posto de ter o sobrenome Avery, e toda a fortuna que tinha.

Mas com o esforço do trabalho conseguiu um apartamento e iria se mudar em breve, desceu as escadas e Paulina estava na cozinha colocando o peru no forno e fazendo mais alguns pratos, viu no meio da sala no chão com apenas o cobertos cobrindo suas partes, estava Peter e Luna.

— Ei! - deu um chute de leve em Peter. - Vão arrumar um quarto. Paulina deu risada pela situação, Jeremy se serviu de um café e se sentou enquanto Peter ainda meio entontecido se levantou, colocou sua cueca.

— Eu já tentei fazer eles acordarem, mas não queria forçar nada. Está muito cheio aqui. - Paulina disse.

— Sim, isto está parecendo uma pensão. - Jeremy lhe respondeu, e logo Peter foi até a cozinha, abriu a porta da geladeira sentou-se e tomou no gargalo o leite.

Uau! - Paulina replicou.

— Vou me mudar.

— O que? - Peter perguntou.

— Consegui um novo apartamento, isto está muito lotado, e aquele idiota do Alex veio morar aqui ainda.

— Parece que você não é o único que vai se mudar. - Paulina respondeu ao Jeremy.

— O que? Quem mais vai se mudar?

— Bom, Elizabeth está vivendo naquele hotel com Steven agora, você vai sair daqui e Ethan e Oliver vão sair de Toronto, vão morar em algum lugar dos EUA.

— Ah, ele falou. Vai depois do natal, certo? - Jeremy perguntou.

— Eu nem estava sabendo que ele ia embora. - Peter respondeu.

— Quem vai embora? - Luna perguntou, estava nua na cozinha.

— LUNA! - Peter gritou, Jeremy deu risada e olhou para o outro lado enquanto Paulina olhou todo o corpo dela e começou a rir com Jeremy. - O que é isso?

— Ai relaxa, eu perdi minha calcinha na sala, vou subir e tomar um banho. Quem vai se mudar?

— Ethan e Oliver. - Paulina respondeu a ela.

— Ah... Coleen deve estar arrasada. - Luna replicou.

— Bom, Coleen e Steven agora são melhores amigos e ela tá se envolvendo com aquele Denny do hospital, não é Peter?

— Luna, vai tomar banho. - Peter disse à ela que subiu em seguida. - Sim, se Margaret descobrir Coleen pode ser cortada do programa de residência do hospital.

— O que isso quer dizer? - Jeremy perguntou.

— Coleen se envolvendo com o paciente ela pode ser demitida. Não será mais médica! - Peter replicou, levantou-se em seguida e subiu as escadas para ir tomar banho com Luna.

Na cozinha, Paulina preparava seu molho que aprendeu com Adelina quando tinha 12 anos e Jeremy terminava de tomar seu café da manhã. - Acabou mesmo com a Megan? - Paulina perguntou.

— Nunca houve uma relação. - Jeremy afirmou.

— Bom, Peter e Luna afirmavam isso e olha onde estão hoje.

A verdade mesmo era que os dois não querendo um relacionamento sério, Peter e Luna foram um casal. Todos sabiam. Menos Peter Martins e Luna Rivers, Jeremy riu ao ouvir aquilo porque no fundo sabia que era verdade, e que a relação "amizade colorida" não existiu de fato, sempre houve algo sério entre ele e Megan... Quando riu, Lina perguntou o que era e ele para se esquivar das explicações, disse ter se lembrado de uma piada.

— Megan já achou uma pessoa. - disse de repente.

— Tão rápido?

— Eu a ajudei. Não há nada demais nisso, vou dar um tempo e logo acho outra pessoa. Ainda não sinto vontade de namorar, sei lá talvez isto não seja para mim. - contou à Lina.

Quando levantou-se e subiu para se trocar, Paulina pensou em Carlos Daniel, ele estava com Leda, ela estava sozinha. Peter e Luna enfim se resolveram mas Megan e Jeremy queriam curar amor com outro amor, era o pior remédio do mundo.

Hoje era véspera de natal, e como de costume todos vão para a casa de Paulina, nesta manhã quando me levantei para tomar café, Mark e Emily estavam no andar debaixo comendo, eles sempre acordavam antes.

Recebi uma ligação.

— Alô? - pergunto.

— Bom dia, aqui é a reitora Regina Swan, falo da faculdade Toronto College. Jilian Rose Campbell se encontra?

— Ela quem está falando. - respondo.

— Senhorita Campbell, estamos ligando pois conta na faculdade que a senhorita trancou o curso de medicina, no seu terceiro ano. Gostaria de retomar o curso ou largar?

— Eu tive de trancar pois não tinha mais como pagar as mensalidades.

— Entendo... A senhorita pode estar pagando 320$ para fazer uma prova e ganhar uma bolsa de estudos 100% aqui no sistema sua bolsa era de 50% e assim, passando na prova poderá continuar o curso de medicina.

Conversamos por alguns minutos a mais e eu aceitei a fazer a prova que seria no dia 8 de janeiro e eu dependendo do resultado, retomaria as aulas normalmente para terminar o último ano de faculdade.

Jilian desceu as escadas ansiosa para contar a novidade para Mark, mas quando contou à ele, a reação que esperava foi totalmente diferente.

— Podia ter conversado antes para discutirmos isso Jilian!

— Por quê? Você sabe que é o que eu mais quero na vida é ser cirurgiã. Mark, eu vou fazer a prova! Eu vou passar e vou ser a melhor interna no melhor hospital escola.

— Vai? E como fica a Emily?

— Você parece não ter ligado para ela quando me disse que iria para o exército salvar vidas. VOCÊ VAI SALVAR VIDAS! Por que eu não posso salvar também?

— Eu disse o porquê estou indo.

— Eu estou dizendo o porquê farei. Existe creche para ela, eu não vou desistir do meu sonho novamente sabendo que tem uma oportunidade.

— Eu devo desistir do meu? - Mark perguntou irritado.

— Ninguém quer isso. Emily não vai ficar só, ela conhecerá e aprenderá mais na creche. Eu vou para a casa de Paulina agora e te encontro lá mais tarde. - Jilian lhe respondeu, não tomou o café da manhã estava decepcionada por ele não ter apoiado o seu sonho. Mark não respondeu Jilian que deu as costas pegou a Emily e a levou para tomar banho.

— Pode ficar feliz por mim? - perguntou segurando a filha no colo parada perto da porta da cozinha.

— Tá tudo bem! - respondeu como se fosse uma obrigação e virou-se para limpar os pratos enquanto Jilian subiu as escadas ainda triste por ter discutido na véspera de natal com Mark.

Ela foi para a casa de Paulina em seguida levando Emily e viu Jeremy subindo para se trocar, Coleen e Alex desceram as escadas estavam brigando como sempre e Lina havia sentado para descansar um tempo.

— Por que os dois idiotas estão brigando? - Jilian questionou, Coleen pegou Emily ao colo enquanto Alex pegava o cereal no armário.

— Eles vivem brigando. - Lina responde e brinca com Emily um momento.

— O Alex é um i-d-i-o-t-a. - Coleen soletrou achando que Emily logo entenderia o que ela estava falando.

— Você é idiota, doutora modelo. - Alex replica à ela.

— O que? Doutora modelo? - Lina pergunta.

— Não estão sabendo, a foto dela saiu na página  36 da revista de moda, apenas de biquíni, quando ia contar o corpão que tem doutora modelo? - Alex a incomoda novamente, Coleen coloca Emily no chão que caminha e senta no centro da sala brincando com alguns dos seus bichinhos.

— Cadê a revista? - Jilian pergunta e aquilo deixava Coleen ainda mais irritada porque não queria ser a "modelo" que Alex sugeria, Lina e Jilian correram para pegar a revista e começaram a olhar a foto em que a amiga delas aparecia de biquíni apenas.

— Não disse... modelo. - Alex coloca o cereal em sua boca em seguida e dá risada, Coleen pega o café e saí do apartamento indo para o hospital e deixando Alex sem carona.

Jilian não disfarçava a risada e logo que Alex sai da cozinha indo trabalhar, ela conta para Paulina o que aconteceu entre ela e Mark que não aceitou bem o fato dela querer voltar e terminar a faculdade.

— Depois ele se acalma, olha só... o Mark é um idiota, Jilian! Você sabe que eu acho isso sobre ele, mas no fundo o que ele deve sentir apenas é o medo de deixar você e Emily para trás, ele ficará muito tempo longe. E, logo você vai se estabelecer no hospital, o relacionamento de vocês ficará complicado, mas nada que você não possa salvar. E se ele não pode aceitar a sua inteligência e capacidade pra ser uma excelente cirurgiã então... eu sinto muito por ele. - Paulina tentava encoraja-la.

Quando conseguiu convence-la deixou Jilian no apartamento e foi ao mercado para comprar alguns legumes e mais vinhos e a tequila de sempre, estacionou o carro em seguida, e ao entrar sentiu o cheiro delicioso do pão fresco saindo do forno e correu para pegar alguns, e nesse momento ela viu ele... Carlos Daniel.

Tentou fingir que não viu mas foi inútil, Carlos Daniel foi se aproximando mais e mais e ela deu um sorriso sem saber direito o que fazer, e ele estava mais lindo do que nunca com aquela camisa social meio aberta e o cabelo meio bagunçado como se tivesse acabado de acordar.

— Paulina! - ele sorri e ela estende a mão para cumprimenta-lo.

— Oi! Fazendo compras? - Paulina pergunta totalmente sem graça.

— Sim, é... véspera de natal. - ele riu sem graça segurando apenas um macarrão instantâneo em sua mão. - E você... vai fazer ceia no apartamento?

— Ah, é... o Mark vai pro exército e ele gostaria dos amigos reunidos no último jantar. Bom, está convidado caso queira ir. - Paulina acabou convidando-o sem pensar e sem esperar, Leda apareceu ao seu lado.

— Convidado para onde? - ela sorriu com um carrinho de compras que não tinha quase nada.

— Ah Leda... - Lina abaixou a cabeça pois agora sabia quem era. - Essa é a...

— Você deve ser a mulher que transou com o meu marido. - Leda disse à ela, totalmente cheia de pose deixando Paulina sem graça, mas deu um sorriso sem graça e uma senhora a encarou depois de ouvir o que Leda acabara de dizer.

— Culpada! - Paulina diz. - Você deve ser a mulher que o deixou durante dois anos... - tentou mudar o assunto, sem sucesso e Leda olhou para Carlos Daniel que deu um sorriso, estendeu a mão para Paulina e se cumprimentaram.

— Então... estava convidando o meu marido para onde? - Leda questiona.

— No jantar de hoje, um dos nossos amigos... em comum vai viajar e caso queiram ir, estão convidados. - Lina diz, e Carlos Daniel sem graça olha para ela sem entender o porquê convidou sua esposa.

— Ah claro, se não for incomodo, adoraríamos... Eu sou uma péssima cozinheira! Pode ser, ás 21hrs? - Leda pergunta.

— Está perfeito. - Lina diz. - Eu sou cozinheira então... - deu um sorriso e deixou Leda sem graça.

— Nós levamos a bebida. - Leda completa.

— Ok.

— Ok, então... até mais.

— Tchau Leda, foi um prazer!

— O prazer foi meu.

— É... vai ter muita bebida, certo? - Carlos Daniel pergunta antes de sair dali.

— Espero! - Lina responde, pega os pães e caminha para o caixa e logo voltar para o apartamento.

No hospital, Denny havia feito uma cirurgia para colocar um marca passo e deixa-lo melhor para voltar à sua casa e aproveitar a ceia sem estar num hospital, e depois dele e de Coleen passarem vinte dias seguidos conversando e paquerando um ao outro, ela se viu apaixonada por ele, mas nunca arriscou contar alguma coisa por medo de ser despedida ou levar suspensão.

— O que você tem? - Denny perguntou para Coleen que estava chateada pelo Alex contar à todos do hospital sobre a revista e principalmente por Denny ir embora.

— O Alex... - decidiu contar. E disse tudo o que havia ocorrido. - Não quero que me vejam dessa forma Denny, eu me esforcei muito para ser vista como cirurgiã. Algumas vezes me chamaram de enfermeira, e outras ao invés de falar comigo olhando em meus olhos eles desviam o olhar para os meus seios! O que, eu sou loira e sou cirurgiã, eu sou gostosa e por isso eu devo ser burra? - questionou nervosa.

— Não! Você não é burra Coleen, e sabe disso. Enfrente isso, não deixem que te vejam como a doutora modelo, que te chamem de enfermeira se você é cirurgiã ou que achem que você é burra. O Alex é um idiota! - aconselhou Coleen, que logo trocou o assunto por outro qualquer para poder se divertir um momento antes de ir ver outra paciente com a doutora Margaret Harper. - Então... estou aqui há vinte dias com você, não há nenhuma chance de eu ver um seio seu? - Denny perguntou e deu um sorriso.

Coleen adorava as covinhas daquele sorriso dele, e os olhos negros de Denny.

— Denny! - gritou e deu um sorriso. - Você ganha um selinho. - ela diz, era o máximo que eles avançaram desde então. - Vou sentir sua falta. - contou.

— E eu vou sentir a sua. Mas, logo estarei de volta.

— Por favor não! Não venha mais para esse hospital, não porque eu não quero te ver, acredite eu quero... Mas, não podemos mais continuar e você logo receberá um coração Denny. Não estrague isso. Se cuide por favor, e só volte para pegar um coração e não porque piorou. - pediu à ele.

E aquela foi a despedida dos dois, o amor proibido deles. Nunca trocaram um beijo de verdade, tão pouco o sexo ardente numa cama, Coleen nunca o viu com uma roupa diferente senão aquela que ele vivia com... E, Denny só a via com sua roupa de trabalho. Nunca trocaram "eu te amo" mas estavam tão apaixonados um pelo outro mas as circunstâncias não permitiam um amor lindo como o que sentiam.

Coleen foi chamada para uma cirurgia e ficou quatro horas de pé apenas nesse tempo, em que Denny ficava no quarto a esperando para se despedir, infelizmente ela não pode ir, e na cirurgia para ressecar um tumor no rim, ela olhava o relógio a cada instante. "Precisa ir em algum lugar, doutora Torres?" Margaret perguntava, e Coleen negava e quando acabou a cirurgia saiu "correndo" para ver se ele ainda estava no quarto.

— Ele já foi! - Peter sussurrou. - Eu entreguei a alta para ele.

— Por que não esperou Peter?

— Porque ele não aguentava mais esperar por você Coleen... e era errado. - Peter respondeu à ela.

Coleen foi para a sala dos internos queria ficar sozinha e chorar, mas quando entrou e viu Alex e alguns outros internos que logo iriam ficar com suas famílias na véspera de natal, começaram a brincar com ela.

— Qual é cara, você é idiota? - Peter pergunta para defender a amiga.

— Palmas para a doutora modelo. - Alex brinca novamente e Peter o empurra contra o armário dele enquanto os outros observando riam da situação dela. "Deixa ela em paz." Peter novamente diz à ele. - Está assim por causa do seu Denny? - Alex empurrou Peter e zoou com ela novamente.

— Quer saber? - Coleen se levanta. - Sim, eu sai numa revista. Sai numa revista para pagar a maldita faculdade de medicina! Então, vocês "médicos" que estudaram a anatomia estão surpresos ao ver uma mulher de biquíni? - Coleen começa a retirar sua calça. - O que é isso? AH MEU DEUS, SÃO AS COXAS DE UMA MULHER? E isso? - disse retirando a camisa. - MEU DEUS, SÃO SEIOS! SEIOS!!! Podem me zoar o quanto quiser, isso não faz eu ser menos médica do que vocês, eu sou uma cirurgiã! E quer falar do Denny? Tudo bem, fale o quanto quiser, mas você nunca será nem a metade do homem que ele é.

Alex e todos ficaram quietos, os internos saíram dali o mais rápido possível.

— Pode falar de mim o quanto quiser Alex... moramos juntos, trabalhamos juntos, mas não fale do Denny.

— Você está apaixonada por um moribundo!

— Não fale assim dele.

— É a verdade Coleen. Está apaixonada e eu você já parou para pensar como eu fico? EU GOSTO DE VOCÊ, POR ACASO VOCÊ É IDIOTA COLEEN TORRES? - Alex revela, não sabia mas Peter estava escutando tudo atrás da porta. E daquela vez, Coleen ficou totalmente sem graça.

Alex fechou a porta do seu armário colocando o seu casaco e saiu daquela sala para voltar para o apartamento o mais rápido possível, e Coleen começou a chorar.

Era noite, e Mark apareceu levando uma taça de vinho e a mesma torta de sempre, chamou Jilian no canto da sala e pediu perdão por não tê-la apoiado naquele dia. - Estou orgulhoso de você e é claro que quero vê-la feliz e sendo cirurgiã, salvando vidas! Fico perdido porque vou deixar você para trás em vários meses e não estarei aqui para ver você comemorando a primeira vida salva ou decepcionada pela primeira morte. Não quero ir e deixa-la sozinha. Eu amo você Jilian. - Mark diz à ela que sorri e lhe dá um beijo.

— Você parecia um idiota hoje. - Jilian conta.

— Eu... eu encontrei a carta que Joe mandou querendo conhecer a Emily... Por que não me contou? - Mark pergunta, Jilian abaixou sua cabeça chateada e sem saber o que dizer.

— Ele não vai conhecer a nossa filha. Não se preocupe.

— Mas acho que deveria.

— O que? - Jilian perguntou à ele.

— Ele é o pai, e você o amou Jilian, não posso mudar nada disso. Não quero ficar meses fora e saber que minha filha conheceu o pai e eu nem estava perto, porque eu não quero ficar longe quando ele ameaçar voltar com a justiça e conhecer a filha, ou então ficar perto de você. Não vou suportar Jilian.

— Joe era… Ele tomou algo de mim. Ele levou pequenos pedaços de mim, pedacinhos de cada vez, tão pequenos que eu nem percebia. Ele queria que eu fosse alguma coisa que eu não era e eu me tornei aquilo que ele queria que eu fosse. Um dia eu era eu, Jilian Rose Campbell e, de repente, eu estava mentindo por ele, entrando no mundo das drogas, grávida, deixar tudo para trás, minha tia e minha vida aqui. Aí eu acabei aceitando ir embora, fumava todo o instante, enfrentei a gravidez, e aí eu tinha deixado de ser a Jilian Rose Campbell. E mesmo assim, eu me casaria com ele. Eu teria me casado com ele. Eu me perdi há muito tempo e agora eu finalmente voltei a ser eu mesma, eu não consigo. Eu te amo. Te amo mais do que amei o Joe. Eu te amo e isso me assusta demais, pois quando você me pediu para ignorar a mensagem da Regina e não fazer a prova, eu ignorei. E isso nunca mais irá acontecer. Então, se ele vai conhecer a filha... quero que ele conheça o pai dela... você, Mark!

Todos estavam ansiosos pois souberam que Carlos Daniel e a esposa Leda iria no jantar, Paulina já havia trocado de roupa cinco vezes e Elizabeth a ajudava com qualquer roupa.

— Você é linda! - Lizzy diz.

— Leda também. - Paulina completa.

— Ah sim, ela também é. Linda e maravilhosa. Sabe que eu sou amiga dela não sabe? - Lizzy perguntou.

— Então por que está me ajudando?

— Porque você é amiga do meu marido e da minha irmã. E relaxa, eu não vou falar o quão desesperada você está para ficar bonita para o Carlos Daniel.

— Obrigada. - Paulina agradeceu.

Quando desceram, Megan e Jeremy conversavam no sofá enquanto Alex apenas bebia sua cerveja no sofá, e Coleen não conseguia ao menos olhar para ele sem graça pelo o que havia feito, Ethan e Oliver conversavam com Peter e Luna que segurava Emily no colo, Mark se aproximava para conversar com Jilian que estava mais preocupada com Paulina que já tinha tomado tequila algumas vezes.

A campainha tocou, e Douglas foi atender a porta, era Carlos Daniel e Leda e aquele nervosismo novamente começara. "Ela nem é tão bonita assim." Jilian disse a Paulina.

— Você acha mesmo?

— Não, ela é linda! - Paulina olhou para ela sem acreditar no que sua melhor amiga havia dito. - Relaxa, você também é. - Jilian completou.

Leda e Carlos Daniel sempre amaram o natal, mas naquela noite em que ele observava Paulina que estava "feliz" não era o mesmo natal que passou 10 anos com Leda.

Para não constranger Leda conversando com Paulina, Carlos Daniel tentou ao máximo ficar conversando com Mark e Douglas, mas era difícil pois somente conseguia olhar aquele vestido vermelho no corpo de Paulina, não que sua esposa Leda estivesse feia, pelo contrário todos a achavam muito linda, mas para ele nada mais se comparava à Lina.

Todos estavam exaustos, confusos, fingindo um sentimento ou algo e todo mundo naquele apartamento bebia, Elizabeth apresentou Leda para sua irmã Megan e Luna enquanto Coleen ainda estava distante do pessoal despedindo-se de Ethan e Oliver que se mudariam logo e Peter que sabia de tudo o que havia ocorrido com ela.

E, aquele foi o natal deles, jantaram e todos elogiaram a comida de Paulina.

— Uau! Você é muito boa mesmo na cozinha. - Leda elogiou.

— Obrigada.

— Logo vai achar um marido! - Leda comentou e Lina deu um sorriso disfarçado, era um péssimo sorriso disfarçado, e Jilian não sentiu simpatia alguma por ela, mas não podia negar que ela era bonita ou inteligente.

— Não procuro nada no momento. - Paulina respondeu.

— Então Coleen, soube que você saiu numa revista. - Elizabeth comentou.

— Deixa ela em paz, ok? - Alex disse. - Ela não quer ser vista como doutora modelo. - ele replica e Coleen lhe dá um sorriso em troca.

— Tudo bem. Não sabia, desculpa. - Elizabeth responde, Steven segura sua mão e lhe dá um beijo.

Leda e Elizabeth foram limpar a louça em seguida, Paulina guardava alguns objetos no armário de natal, Carlos Daniel a puxou e fechou a porta.

— O que está fazendo? - ela pergunta assustada.

— Desculpe trazê-la. Não é justo com você! Leda não é má, espero que saiba e ela está tentando ter algo conosco ainda.

— Carlos Daniel... - ela respira fundo. - Tenho dois amigos que estão se mudando para ir morar num outro lugar, Mark vai para o exército e Jilian ficará sozinha por meses... Sei que Leda é maravilhosa, eu ouvi as histórias dela, poxa ela salva vidas!!! Sei que os amigos de vocês torceram para o amor que sentiam há 10 anos, e sei que ela te ama ainda... mas, você me fez te amar! Eu menti... menti dizendo que não amava, menti para todos os meus amigos e o pior, eu menti para mim mesma... Você! Eu amo você. Você pode escolher, ela ou eu, tudo bem, escolha. Eu faria de tudo por você, assim como ela faria ou está fazendo voltando para Toronto e tentando te reconquistar. Todas as formas de me fazer me afastar e te odiar, me fazem te amar. Então por favor, me busque escolhe e me ame! - Paulina lhe diz e sai do armário pequeno.

Era meia noite e os fogos de artifício logo começaram, todos se cumprimentaram, e Jeremy apertou a mão de Paulina "Ele ainda te ama Paulina" sussurrou.

Jeremy voltou para o lado de Megan que estava sozinha naquela noite, sem o novo namorado. "Onde ele está?" - Jeremy perguntou.

— Terminamos... Ele é um babaca!

— O que ele fez?

— Só queria me levar para a cama. - Megan contou, deu um sorriso disfarçado também pela tristeza, Jeremy segurou em suas mãos e a abraçou.

O cachorro de Carlos Daniel e Paulina apareceu na rua onde eles estavam, e os dois o pegaram pelo frio que fazia da neve. "Finn!" gritaram, Carlos Daniel o pegou e Paulina passava a mão no cão e sem querer trocaram olhares, mas Paulina lembrou-se que Leda estava lá, e o deixou com Finn sozinho, voltando para dentro do apartamento, pegou Emily ao colo e tentou distrair-se com ela.

Surpreendentemente para aquela noite de tantos sentimentos, um carro estacionou frente ao apartamento, e Paola desceu procurando por Douglas que apareceu em sua frente.

— Paola? Não estavam em Paris, o que faz aqui? - perguntou surpreso.

— Eu não posso ficar mais sem você Douglas. Não adianta negar o quanto eu te amo. - Paola conta e lhe dá um beijo.

Era o fim dramático para aquela ceia de natal sem sentido algum.

Todos bebiam dentro do apartamento, conversavam sobre Paola ter deixado François um dia antes do natal, pegar o primeiro avião e voltar para Toronto ficar com Douglas. "Não sabia que ela tinha uma irmã gêmea" Leda comentava.

"O que as pessoas se esquecem é o quanto é bom quando a gente se livra desses segredos."

— Ela é cheia de segredos Leda. - Carlos Daniel lhe respondeu e deu um sorriso à mesa, olhando claramente para Lina.

— Por que você está agindo assim, Carlos Daniel? - Leda questiona. - Você ama o natal. Somos Leda e Carlos Daniel! Há 10 anos.

— Você transou com o Eric, e me desculpa eu estou tentando, de verdade... Estou tentando, mas Paulina não foi um caso... ela não foi uma amante... Eu estou apaixonado por Paulina ainda. - Carlos Daniel lhe respondeu.

"Sejam bons ou maus, pelo menos eles foram liberados."

 - Tudo bem. - Leda diz.

— Tudo bem?

— Sim... você contou a verdade! Mas, não estou pronta para te deixar, porque eu também estou tentando te reconquistar Carlos Daniel. Você ainda deve sentir algo por mim aí dentro. Volta comigo para Nova York, nossos amigos estão esperando por nós, você pode ter o seu escritório e eu o meu consultório.

— Não posso Leda. Não posso deixar isso aqui. Se vamos tentar ficar juntos, sermos Leda e Carlos Daniel de novo eu preciso ficar aqui... Fiz novos amigos, você trabalha num dos melhores hospitais e eu tenho contratos, a faculdade, não posso. - respondeu, olhou para Paulina e abaixou sua cabeça e ela havia entendido que a escolha era Leda e não ela.

"Quer gostemos ou não. E uma vez que seus segredos foram escancarados, você não tem mais que se esconder atrás deles. O problema com os segredos é que mesmo que você pense que está no controle… você não está.”


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Espero que tenham gostado desse natal super esquisito. Obrigada a todos que leram, por favor comentem.