O Diário das Irmãs Martins escrita por sahendy


Capítulo 38
Ontem...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... Desculpem pela demora, mas tenho duas ótimas novidades a primeira vocês já sabem VAMOS COMEMORAR O RETORNO DE A USURPADORA, e a segunda OLHA O CAP NOVO. Espero que gostem, que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês.


Vai haver uma música no final da fic, por favor leiam e a escutem! Obrigada. Boa leitura spanicfans/spanicolungas!



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"Após cuidadosa consideração e muitas noites insones, aí vai o que eu decidi: não existe essa de “crescer”. Nós continuamos em frente, nós caímos fora, nos distanciamos de nossas famílias e formamos as nossas próprias. Mas as inseguranças básicas, os medos básicos e todos aqueles velhos machucados apenas crescem com a gente. E bem quando pensamos que a vida e as circunstâncias nos forçaram a nos tornarmos verdadeiros adultos, sua mãe diz algo do tipo:

— Vou te dizer que aquele homem me faz ronronar como uma gatinha. Isso quando ele não me faz rugir como uma tigresa. E meu marido me pergunta porque eu não ando mais interessada nele. Ou pior. Algo do tipo:

— Se ele tivesse colhões, ele pularia fora. Mas não, ele se faz de idiota. Ele tá esperando que eu dê um pé na bunda dele. Eu chego em casa com uma chupada no meu ombro. Uma chupada! Deus do Céu, é como se eu fosse uma adolescente louca por sexo. O que, verdade seja dita, é como eu tenho agido. E o que o Richard faz? Finge que não vê nada.

Paulina...

Uma semana havia se passado desde que eu descobri que Carlos Daniel era casado ainda com Leda, ele tentou me ligar umas vezes mas eu não podia atender era horrível demais, dois anos o amando, contando segredos e sendo sua amante.

Jeremy me disse há uns dias que ele vendeu sua casa e como não se atreveu a aparecer no apartamento pediu para que eu cuidasse de Finn o nosso cachorro, eu o aceitei de bom grado. Esse fim de semana Jilian e Mark iriam para o casamento da prima dele, Gale e Emily ficaria com a avó Lucy.

Eu resolvi então entrar em terapia como uma verdadeira adulta para resolver os meus problemas amorosos e da minha vida trágica.

A gente cresce, fica alto, mais velho… Mas, na maioria dos casos, a gente ainda é um bando de crianças correndo no parquinho desesperados para entrar num grupo.

[...]

 

 

— Então Paulina, me diga o que está sentindo agora. - a dra. Hoffman pediu, ela era loira uma senhora na casa dos 56 anos já, eu me sentava no sofá e olhava para o rosto dela que me encarava sempre.

— Sinto... nada. - dizia, o que era mentira, eu suspirava fundo e fechava a mão e a as abria novamente.

— Soube que você está trabalhando agora, o que acha do emprego? - se referiu ao restaurante onde Saul Juanes me contratou.

— Eu estou bem feliz ao emprego, é relaxante. - respondo, o que era mentira. Apesar de estar na cozinha, ali nada era relaxante eram muitos pedidos e correria toda hora com Saul gritando ao nosso ouvido.

— Então, se sente feliz? Me conte do seu término com Carlos Daniel.

— Não há nada o que comentar. Ele traiu sua esposa, saiu de Las Vegas e veio morar em Toronto, me conheceu e agora terminamos. Simples assim. - digo.

— Simples? Acha isso simples?

— O que pode fazer? É ele pedir o divórcio, uma semana se passou e ele continua casado, ela está trabalhando no mesmo hospital onde Elizabeth e Peter trabalham. Leda é rica, linda, anda de salto, e nada podia ser melhor para ela que veio recuperar o amor de Carlos Daniel.

— Essa é a sua impressão sobre Leda?

— Esse é o fato sobre ela. Não há o que ser dito ao contrário.

— Você a viu?

— Não a vi, mas Lizzy e Peter me falaram. Ah, e o Alex! - respondo a doutora.

— Quem é Alex?

— Alex é o residente do mesmo hospital também, ele é grosseiro e faz piada com a cara dos outros residentes mas é boa pessoa. Está morando agora no apartamento também ficou sem ter onde morar.

— Alguém mais mora no apartamento?

— O Jeremy se mudou porque o aluguel da casa dele aumentou e ele não podia pagar sozinho. São... - demorei um pouco pra contar - Comigo, são 7 pessoas naquele apartamento e o Finn agora...

— É assim que você resolve problemas Paulina?

— Como assim?

— Como foi sua infância? - a doutora me pergunta, eu abaixo a minha cabeça, olho para o meu celular verificando a hora.

— Está tarde, preciso ir para o restaurante. - digo.

— A sessão não acabou Paulina.

— Eu preciso ir. - respondo me levanto e saio da sala.

Leda...

Eu voltei para morar com Carlos Daniel, e ele não olhava direito para mim ou falava comigo, vendeu sua casa e agora está morando num trailer numa grande propriedade que havia comprado.

O filme iria estreiar dois dias depois que Paulina sofreu com a bomba e Carlos Daniel foi, sozinho na premiação.

Fomos trabalhar, e o hospital ficava perto do escritório dele, ele havia esquecido uma pasta e eu fui entregar para ele antes de ir para o hospital, assim que abri a porta o assessor dele ao me ver veio em meu encontro e me cumprimentou feliz em me ver.

Eu e Carlos Daniel fomos casados por 11 anos e eu não queria deixar tudo aquilo acabar assim de repente, lhe dei dois anos de tempo e vim ocupar o meu lugar só não sabia que o encontraria tão apaixonado por Paulina Martins.

Nessa semana a vi junto de Peter que seria o meu interno no dia, os dois conversavam seriamente sobre mim e alguma paquera dele que não dei atenção.

No elevado, entrei pois iria usar o banheiro do escritório dele, Carlos Daniel havia entrado e Miguel também, e para a minha maior surpresa, Miguel era o pai da Paulina, e haviam se conciliado com as empresas, de alguma maneira Miguel não tinha raiva de Carlos Daniel por nada, ou talvez ele não sabia de tudo, apenas que eu e Carlos Daniel fomos casados.

— Fico feliz em vê-la Leda! - ele me diz e sorri segurando sua pasta, Carlos Daniel suspirou fundo.

— Satã! - ele me chama e olha para o chão.

— Eu prefiro ser chamada de "governante de tudo o que é mal" mas eu também atendo por satã. - replico e Miguel dá risada, o elevador se abre e eu caminho atrás de Carlos Daniel me despedindo de Miguel e indo usar o banheiro.

Saí dali as pressas e fui para o hospital, e Peter estava pronto para passar as visitas no hospital já. Eu era do trauma, chef de cirurgia do trauma.

Peter...

Depois do acidente com a bomba à Paulina, o clima entre eu e Luna ainda era estranho, a amava mas sentia que não podia falar por ela não corresponder, e eu e Coleen já estávamos muito unidos, ela havia se tornado minha melhor amiga.

E aí... tudo aconteceu!

Eu transei com Coleen numa noite em que saímos para beber, eu não queria ir para o apartamento brigar com Luna novamente e saí do plantão naquele dia. E hoje, terça feira era o outro dia que poderia ir para o apartamento e vê-la ainda acordada.

E justamente hoje eu trabalharia com Leda Duran a esposa do ex namorado da minha irmã, contei para Paola porque sabia que Paulina jamais falaria disso.

O mundo estava confuso, pois até Paola estava com alguém, conheceu um rapaz na França e já estavam juntos havia 5 semanas - François era o seu nome - Deus, há vida em Marte?

Megan...

Naquela manhã recebi uma ligação de uma empresa que queria muito trabalhar, e fui aceita. Hoje era o meu último dia na empresa, e quando contei para Jeremy o nome da empresa ele me contou que era uma das empresas de Miguel Díaz e Paula Martins os pais de Paulina, Paola e Peter.

Liguei para Luna que havia me dito que pela primeira vez em seus 26 anos havia se apaixonado perdidamente por Peter porém havia se acostumado com a sua ausência no apartamento e então ela me pediu "Mora aqui no apartamento também comigo" eu liguei para Lina e bom, eu dormiria no sótão. Porque apesar de todos dizerem que era um apartamento, era quando apenas Jilian e Paulina dividiam, agora todos dividem aquilo.

Eu costumava chamar de "O Paraíso dos Sem-Tetos" era isso o que éramos.

Jeremy...

Naquela manhã eu e Megan comemoramos o novo emprego dela transando, e em seguida, tomei banho e tive de ligar para Ethan - o homossexual do meu emprego - ele era muito companheiro e havia me dito que estava namorando com Oliver.

Meu carro havia quebrado, ele me buscou então perguntava sobre o meu "relacionamento" com Megan e a nossa amizade colorida continuava normal.

— E você e o Oliver? - pergunto em seguida.

— Não poderíamos estar melhor. - ele responde entusiasmado.

Quando chegamos, saltei do carro e fui atender uma ligação do Peter, enquanto Ethan se preparava para entrar na empresa, ele viu uma senhora precisando de ajuda para chegar até o seu carro, se aproximou oferecendo ajuda e ela aceitou de bom grado.

Peter me contou que hoje revelaria para Luna que a traiu e nada poderia ser mais louco do que oito pessoas morando juntas, eu e Megan, ele e Luna, Paulina, Elizabeth e Steven, Finn e Alex Stevens.

Enquanto Ethan ajudava vi Oliver se aproximar, deu um beijo em Ethan e pediu para lhe dar uma sacola, mas assim que a senhora viu os dois se cumprimentando em beijos pediu que eles largassem a sacola, Ethan insistiu, eu então desliguei o celular e soube que a senhora era homofóbica.

Me aproximei enquanto Ethan e Oliver se afastavam tristes sem dizer uma palavra sobre o ocorrido, ofereci ajuda e ela aceitou mas antes perguntou "Você é viado também?" disse que não, ela abriu seu porta-malas eu guardei suas compras e quando fechei, olhei para ela, uma senhora com roupas finas, com seu rosto de "boa samaritana" e usava um crucifixo ao pescoço.

— Não sou "viado" mas certamente sou amigo deles, e aqueles "viados" como a senhora os chama são duas pessoas educadas e sem preconceito algum... Ele lhe ofereceu ajuda em meio a tantos héteros que não lhe ajudaram. Tenha um bom dia senhora. - digo a ela e me retiro, me aproximo de Ethan e Oliver que agradecem o que fiz e entramos na empresa e novamente Ethan me pergunta "Tem certeza que você não é gay?" - Absoluta Ethan. - respondo.

Jilian...

No fim da tarde o casamento começaria, eu e Mark estávamos esperando e eu só queria comer todo buffet, Lucy nos ligava para falar da Emily a cada uma hora.

— Sua mãe não sabe cuidar dela? - pergunto nervosa com a insistência dela em ligar, Mark olha para mim nervoso já que estava ao celular com sua mãe, eu me viro e roubo um salgado da mesa.

Estávamos por fim dentro da Igreja esperando o casamento começar, a banda começou a tocar e o noivo (que era muito feio) aguardava a prima as damas de honras entraram, uma estava de vestido lilás outra de amarelo e a outra de azul.

— Madrinhas podem se vestir diferentes? - questiono.

— Elas queriam fazer diferente apenas. - Mark responde, eu cruzo os meus braço olhando.

— Malditas damas de honra, parecem um algodão doce gigante. - digo e uma delas olha para trás na minha direção - Sem ofensas! - respondo, Mark dá risada e assim que sua prima Gale entrou na Igreja (ela também muito feia por sinal) ele sussurra.

— Quer sair daqui?

— Agora. - digo, nos levantamos ele me leva para a casa da tia que ficamos até o preparo do casamento, e então, depois de 6 meses eu finalmente transei.

E eu só podia pensar em uma coisa "Graças a Deus"

Paulina...

Naquele fim de tarde Saul Juanes fechou o restaurante pois iria para o outro e deixou nos cuidados do sous chef e eu que ainda em experiência de cozinha como todos deveriam ficar fui embora, caminhei por um tempo e decidi ir na terapeuta novamente.

Assim que entrei na sua sala, me sentei e abaixei a minha cabeça a doutora Hoffman fica assustada ao meu entrar na sala mas se senta e fica me observando.

— Está pronta para falar Paulina? - ela pergunta sobre o meu passado.

— Aos 5 anos minha mãe Paula tentou se matar... - abaixo a cabeça e coloco o cabelo atrás de minha orelha. - Ela tentou se matar porque o amor de sua vida havia ido embora, e o amor da vida dela não era meu pai.

— Miguel?

— Miguel não é o meu pai ou de Paola nem do Peter... Minha mãe era casada com Richard Pickens, mas ela o traía com Miguel Díaz, e naquele verão haviam mandado Paola viajar com minha tia Gabriela, e foi quando ela tentou se matar, quinze dias depois Miguel voltou e eles se casaram nosso pai foi embora, e eu nunca mais o vi.

Peter...

Fui para casa depois de ficar o dia inteiro com a doutora Duran Bracho, evitei falar com Coleen até contar tudo para Luna, entrei no carro com Elizabeth que já iria para o apartamento também enquanto Alex teria plantão.

— Então, quer dizer que sua irmã já ficou com o meu marido? - Lizzy me perguntou já que Paulina e Steven se conheciam, quando ela e Carlos Daniel terminaram no casamento de Jilian e Paulina começou a transar com outros caras, Steven era um deles.

— Eu não sei ao certo, seria melhor você falar com seu marido. - respondo.

— Não, tranquilo... - Elizabeth responde em seguida. - Deus, preciso fazer xixi acelera isso aí Peter. - replica.

Quando chegamos, vi Luna lendo um livro na sala e Elizabeth subiu correndo para ir ao banheiro, a cumprimentei e pendurei meu casaco.

— Precisamos conversar. - digo.

— Sim... - ela sussurra.

— Vamos subir? - questiono.

Fomos para o quarto onde certamente não haveria ninguém. Estavam quem deveria estar em seus quartos.

— Luna, eu sou... eu realmente me importo com você e quero ficar com você porém, nesses dias estamos nos tratando como dois diferentes e eu cometi um erro.

— Peter. O que você fez? Eu sei que estamos mal, mas quero resolver tudo. - ela pergunta nervosa já, vejo pela sua reação.

— Eu dormi com Coleen. - digo imediatamente, ela paralisa olhando para o meu rosto e me dá um tapa.

— Como você pôde? - ela questiona e se levanta nervosa andando pelo quarto. - SEU BABACA!

— Luna, eu mereço tudo isso eu sei. E peço perdão.

— Perdão? Você me magoou Peter, você me traiu. Eu nunca jamais faria isso com você.

— Te magoei? Ah mas o mundo não gira em torno de você Luna Rivers! COMO SE PREOCUPA TANTO SE NEM AO MENOS SE APAIXONA POR ALGUÉM!

— Eu estava apaixonada por você. Por que acha que eu não fui embora antes? - ela me respondeu e eu fiquei sem falar nada.

— Estava apaixonada por mim?

— Estava... Transou com a Coleen? A COLEEN, SUA MELHOR AMIGA! SEU IDIOTA. EU ODEIO VOCÊ, EU ODEIO MUITO VOCÊ! - gritava e veio para cima me dando socos.

Eu a peguei pelos braços jogando-a na cama, ela estava descontrolada e eu não poderia culpa-la. Mas, Luna sempre faz isso, inverte o lado da situação. Eu a amei desde o início! E agora ela está apaixonada por mim.

— Eu sei que não posso fazer nada para remediar Luna. O que você quer fazer?

— Talvez... devêssemos terminar. - ela me responde.

— Luna, eu sei que não posso culpa-la pela escolha.

— Você mesmo disse que eu nunca fiz nada para remediar. E me apaixonar por você Peter, foi um erro porque eu realmente estou machucada. - me respondeu, abaixando sua cabeça, colocou um shorts e saiu do quarto.

Paulina...

Quando saí da terapia, minha mãe me ligou o que era uma surpresa.

— Oi mãe. - digo.

— Paulina, soube que está fazendo terapia. O que houve?

— Nada. Eu só acho que precisava. Por quê? - achei que ela estava preocupada comigo finalmente.

— Está trabalhando no restaurante daquele cozinheiro que você gosta? - ela replica.

— Sim, estou em experiência. - respondo.

https://www.youtube.com/watch?v=ntVJqFXhv4k

— Experiência? VOU DIZER ALGO PAULINA MARTINS, VOCÊ TEM UM "MARTINS" NO SEU SOBRENOME ENTÃO FAÇA POR MERECER, EU A CRIEI PARA SER UMA ADULTA EXEMPLAR E EXTRAODINÁRIA CONSEGUE IMAGINAR A MINHA DECEPÇÃO AO SABER QUE VOCÊ NÃO PASSA DE UMA PESSOA COMUM? - Paula gritou por celular e então desliga o celular me deixando falar sozinha.

Pego o meu carro e dirijo por uma hora até que bato na porta da casa do meu pai Richard, ele abre, está com seus cabelos já brancos.

— Paulina? - pergunta sem ter certeza.

— Sim. - respondo, meu coração poderia explodir a qualquer momento.

— O que foi, precisa de algo?

— Foi um erro ter vindo aqui. Deixe! - digo.

— Não, filha, o que foi? O que posso fazer por você? - ele realmente me chamou de "filha"?

— Por que você nos largou? - pergunto.

— Paulina não me faça relembrar. Eu não poderia ficar perto de sua mãe mais, era insuportável saber que ela me traia.

— E não valia a pena lutar por mim ou por Paola? Ou quem sabe o Peter... - replico e então lágrimas caem, eu não consigo segura-las. Richard abaixou sua cabeça e não me respondeu mais nada, eu saio dali desço os degraus da casa e entro no carro indo embora.

No carro ligo de volta para a minha mãe.

— QUER SABER O QUE ACONTECEU? VOCÊ! VOCÊ ACONTECEU NA MINHA VIDA. - disse. - Eu sempre lutei para conquistar minhas coisas e você traiu Richard para ficar com o Miguel, você! Você tentou se suicidar! Você Paula, nunca foi uma verdadeira mãe para mim a não ser nas aparências, eu não a culpo eu não quero mais, eu não preciso mais PORQUE VOCÊ ACONTECEU NA MINHA VIDA.

— Paulina, devemos conversar. - era Miguel.

— Onde está a Paula?

— Foi tomar banho. Ela foi ao médico hoje.

— O que tem?

— Sua mãe está morrendo. - ele me conta, eu demoro um pouco para concentrar todas as dores por um segundo. Quero fugir, estava sem Jilian e sem Carlos Daniel.

— Sinto muito. - digo e desligo em seguida, paro o carro numa esquina próxima do apartamento, me sento na calçada e uma pessoa para atrás de mim, eu estou desabando, era Carlos Daniel, ele se senta ao meu lado.

— Paulina... - diz o meu nome com carinho e eu continuo chorando, ele me abraça e passa a mão em minhas costas.

— Como... - digo com dificuldade para respirar - Como tudo isso pode acontecer? - pergunto, ele me olha e não sabe o que responder, me dá um saco para poder respirar e me acalmar, eu seguro sua mão e a aperto sem querer solta-lo.

— Eu estou aqui. - ele me responde, eu encosto minha cabeça em seu peito.

Ouvi falar que é possível crescer – eu só nunca conheci ninguém que realmente tenha crescido. Sem pais para desafiar, a gente quebra as regras que estabelecemos pra gente mesmo. Temos nossos xiliques quando as coisas não saem como planejamos. A gente sussurra segredos com nossos amigos no escuro. A gente procura conforto onde consegue achar. E esperamos, indo contra toda nossa lógica e experiência, como se fôssemos crianças, que nós nunca desistemos da esperança.

 

 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Espero que tenham gostado. Obrigada! Por favor preciso que me digam se acham que há muitos personagens e o que deve ser feito com eles. Continuo com eles ou apago-os?