No capítulo anterior.

De repente um ser começou a caminhar em direção a eles, sua Reiatsu não deixava dúvidas de que se tratava de um Arrancar, não tinha nenhum buraco Hollow visível, mas isso era devido o seu uniforme, que cobria praticamente todo o seu corpo, seu cabelo tinha um tom rosa que ia até a altura de seu ombro, e olhos de cor âmbar, ele tinha um sorriso no rosto, que foi um pouco abalado ao ver Ichigo.

Esse cara...O ruivo o reconheceu imediatamente,  era ele que estava com o Nnoitra, ele queria prejudicar a Neliel,  ficou em guarda quando ele veio em sua direção, porém ele apenas deu um sorriso e disse.

— No nosso primeiro encontro não fomos devidamente apresentados - Ele estendeu a mão para Ichigo -  Meu nome é Szayel Aporro Granz, prazer em conhece-lo.

Sem hesitar Ichigo retribuiu o gesto e apertou a mão de Szayel, e ‘’acidentalmente’’ acabou usando mais força que o necessário.

— Kurosaki Ichigo – O ruivo se apresentou com falsa cortesia - o prazer é todo meu.

Após alguns instantes bem dolorosos para Szayel, Ichigo o soltou fazendo o Arrancar esfregar a mão que tinha ficado dormente. 

— Diga logo quais são as ordem do Aizen – O Arrancar de cabelos azuis falou impaciente – Ichigo deu uma breve olhada para ele, um pouco surpreso com sua atitude, era a primeira vez que via um Arrancar não usar o sufixo ''sama'' quando se referia ao Capitão Shinigami.

— Muito bem - Começou Szayel - É um pequeno trabalho, nada de mais, isso segundo as palavras de Aizen-sama, pra falar a verdade eu não acho que vai ser tão simples assim – Fez uma pausa dramática antes de continuar – O trabalho de vocês será invadir a Soul Society e ajuda-lo a roubar o Hougyoku.

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            Enquanto isso no quarto de Kanzaki...

Kanzaki desejava por a cabeça em um buraco.

Ela estava trancada em seu quarto, deitada na cama e com o travesseiro sobre a cabeça. Não conseguiu encarar Ichigo depois do que aconteceu, na noite anterior ela teve um sonho estranho, não tinha sido um pesadelo, muito pelo contrario, mesmo não querendo admitir havia gostado do que tinha acontecido, mas não se orgulhava disso, pois seu sonho tinha sido um pouco... Indecente.

Como? Ela se perguntava pela milionésima vez, como eu pude ter sonhado com algo assim? No mesmo instante ouviu uma risada de deboche, a temperatura do quarto pareceu ter descido uns vinte graus, Kanzaki sabia o que isso significava.

Olhou por cima do ombro para ver a figura que estava se materializando perto de sua cama, não era a primeira vez que isso acontecia por isso não ficou surpresa quando sua ‘’amiga’’ Kaguya apareceu diante dela, ela parecia feliz por algum motivo.

— Eu estava vendo o seu sonho de camarote – Ela falou - Foi bem divertido, acho que na próxima vez eu também vou participar.

— Foi você... - Kanzaki disse entre dentes - Você me fez sonhar aquilo.

Kaguya revirou os olhos

— Por favor, vai me dizer que não gostou, de sentir o Ichigo te tocando, dizendo aquelas coisas no seu ouvido, e claro, te pegar e...

— NÃOOOO – Kanzaki cobriu o rosto com o travesseiro – Não fale.

Kaguya cruzou os braços.

— Você é irritantemente fofa, Acho que se eu não te odiasse tanto com certeza estaria apaixonada por você.

O semblante de Kanzaki mudou ao perceber o tom de amargura na voz de Kaguya.

— Você me odeia?

— É claro que eu te odeio - Kaguya afirmou convicta, mas depois continuou - Eu acho... Talvez... Bem, Já faz tanto tempo desde que ‘’aquilo’’ aconteceu, eu não me lembro direito dos detalhes - Ela admitiu - Você se lembra de tudo?

— É claro que eu lembro - O olhar de Kanzaki tornou-se distante - Como eu poderia me esquecer?

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                               Minha primeira amiga

Duzentos anos atrás...

Duzentos anos. Um período de tempo realmente longo, durante esse tempo no mundo humano, várias civilizações caíram ou simplesmente desapareceram, e outras surgiram em seu lugar, guerras foram travadas, vidas foram perdidas, o próprio mundo sofreu alterações significativas nesse período de tempo. Sim, duzentos anos é um período de tempo suficientemente longo para que mudanças radicais aconteçam em praticamente todos os locais possíveis.       

Mas essa lógica não se aplicava em Hueco Mundo, pois não importava quanto tempo se passasse, sejam centenas ou até mesmo milhares de anos, esse lugar continuava o mesmo, a areia branca se estendia até onde a vista alcançava, e às vezes podiam-se encontrar algumas árvores feitas puramente de quartzo, tempestades de areia eram frequentes, o único ponto de luz que existia na escuridão eterna de Hueco Mundo era a lua, que estava sempre na fase lunar oposta ao do Mundo Real.

Há exatos duzentos anos, uma Hollow fêmea estava correndo a toda velocidade, o que também era muito comum nesse lugar, a Hollow em questão possuía uma aparência bem peculiar, tinha uma silhueta humana, com um pouco mais de um metro e meio de altura, seus cabelos brancos esvoaçavam enquanto corria, sua máscara era completamente branca, o que só destacava seus olhos, que tinha a cor verde.

Ela estava correndo de um Adjucha gigante que a perseguia incessantemente, a Hollow que estava fugindo se chamava Kanzaki, ela também era da classe Adjucha, porém estava num estado muito debilitado para lutar, deu uma breve olhada para trás apenas para ver que perseguidor estava perigosamente mais perto e num momento de distração acabou tropeçando e caindo de mau jeito e de cara no chão, o ar acabou escapando de seus pulmões e precisou levar alguns instantes preciosos para recupera-lo, tentou se levantar rapidamente, mas logo sentiu algo prensando seu corpo ao chão, não precisou olhar por cima do ombro para saber que era o Adjucha o responsável por isso.

— Você é bem rápida, me deu muito trabalho pra te pegar – Disse o Adjucha já em cima dela – Não que eu me importe, particularmente gosto de brincar com a minha comida, mas essa corrida me deu muita fome – Ele abriu a boca revelando seus enormes e afiados dentes - Então se não se importar, vamos acabar logo com isso.

Kanzaki não pôde fazer nada além de fechar os olhos, sabendo que sua vida tinha chegado ao fim, parte dela estava aliviada, nunca tinha se acostumado a essa sua nova vida, desde o momento que havia evoluído para Adjucha e adquirido uma consciência, há mais ou menos um mês, cada dia era um verdadeiro inferno, na verdade foram várias as vezes que ela desejou que isso tudo terminasse logo.

Mas isso não a impedia de sentir medo, o medo que todo ser vivo tinha, não importava se era um poderoso Vasto Lorde ou um Hollow insignificante que mal sabia pensar.

O medo da morte.

...

Um, cinco, dez, quinze, vinte segundos se passaram e nada tinha acontecido, sentiu que a pressão que estava sendo exercida em seu corpo havia desaparecido, hesitante, Kanzaki se virou e abriu os olhos, e os arregalou logo em seguida, pois tudo o que ela viu foi o corpo do Adjucha caído com um enorme buraco em sua cabeça.

— Quem fez isso? – Ela perguntou em voz alta enquanto se levantava.

— Fui eu – Uma voz chamou atenção de Kanzaki

Imediatamente a Adjucha se virou, mas não viu ninguém, fez um giro de trezentos e sessenta graus, no entanto, não via nada além do deserto infindável de Hueco Mundo.

— Aqui em cima - A voz se fez presente novamente.

Ao levantar a cabeça Kanzaki presenciou a coisa mais incrível que já tinha visto.

Um enorme par de asas, da mais pura cor branca cruzava a escuridão de Hueco Mundo, não conseguiu identificar quem ou o que era, pois usava uma espécie de manto de cor cinza que cobria todo o seu corpo, mas era uma figura imponente sem sombra de dúvidas.

Um anjo, foi o primeiro pensamento de Kanzaki, mas logo afastou esse pensamento ao sentir o poder espiritual da criatura, definitivamente se tratava de um Hollow e começou a sentir um leve pânico tomar conta de seu corpo ao perceber o quão forte era a sua Reiatsu, nem se comparava com o Adjucha que a predava e quando figura alada pousou no chão, Kanzaki não sabia o que esperar.

— Q-quem é você? – Kanzaki perguntou receosa.

A figura se aproximou até ficar há apenas alguns metros de distância da Adjucha, lentamente levantou sua mão direita, exibindo cinco garras bem afiadas e o levou até o capuz.

— Não precisa ficar assim tão nervosa – A estranha criatura falou, revelando o seu rosto e para a surpresa de Kanzaki se tratava de uma Hollow mulher, sua máscara era cinza, mas tinha alguns detalhes em vermelho e seus cabelos também eram da cor cinza – Meu nome é Kaguya, Kaguya Otonashi, e o seu?

— M-meu nome é Kanzaki

— Eu gostei desse nome - Só depois de ter se apresentado que Kanzaki percebeu uma coisa, não sabia o momento que isso tinha acontecido, mas ao olhar novamente para Kaguya notou com espanto que suas asas tinham desaparecido.

— S-suas asas sumiram - Ela falou.

A recém chegada Adjucha deu de ombros.

— Não se preocupe com isso, minhas asas reagem ao meu poder espiritual e só aparecem quando eu quero.

— Hã, entendi - Em seguida Kanzaki respirou fundo antes de continuar - Então eu gostaria de saber, por que me salvou? 

Kaguya passou a encarar a Adjucha com curiosidade.

— Na verdade eu também queria saber por que você precisou ser salva, eu posso sentir perfeitamente o nível da sua Reiatsu, você é no mínimo três vezes mais poderosa que aquele Adjucha patético, por que não lutou?

— Bem, acontece que eu...

Antes que pudesse terminar de falar Kanzaki sentiu uma forte tontura e deu alguns passos para trás. Kaguya fez menção que iria ajuda-la, mas a Adjucha recusou.

— Eu estou bem, Não se preocupe comigo.

— Não – Kaguya a observou atentamente - Você pode estar muitas coisas, mas ‘’bem’’ com certeza não é uma delas, parece que você está doente, está ferida em algum lugar? – Kanzaki balançou a cabeça em negativa.

— Então o que...

ROWN...  O estômago de Kanzaki fez um barulho bem sugestivo. 

— Você está com fome – Era uma afirmação – Há quanto tempo não se alimenta?

Kanzaki pareceu envergonhada ao responder.

— Na verdade eu nunca me cheguei a me alimentei – Ela confessou.

Kaguya a encarou incrédula.

— Você está brincando, não é?

— ...

— Há quanto tempo você é uma Adjucha? – Ela continuou.

— Acho que deve fazer um mês. 

— E você nunca sentiu... Você sabe...

— Fome? – Ela completou – É claro que eu sinto, mas como eu poderia me alimentar de outros Hollows? Isso é tão... tão...

— Tão o que? – Kaguya balançou a cabeça - Kanzaki nós somos Adjuchas, precisamos devorar Hollows com frequência, você sabe o que acontece se não se alimentar?

— Na verdade não.

— Então eu vou te dizer, mas já vou adiantando que não é nada legal.

Nesse momento Kaguya explicou sobre o processo chamado de regressão, que é um fenômeno que atinge os Adjuchas que não se alimentam, isso faz com que eles regressem novamente para a fase Gilliam e o pior de tudo era que aqueles que regressam perdem completamente sua inteligência e nunca mais poderão se tornar um Adjucha novamente.

— Agora você entendeu por que tem que se alimentar? – Perguntou Kaguya após concluir sua explicação.

— Não é possível... – Kanzaki parecia desolada - O que eu vou fazer agora?

Kaguya deu um olhar solitário para ela.

— Você quer se juntar a mim?

— O que? - Kanzaki pensou ter escutado errado.

— Você quer se juntar a mim? – Kanzaki repetiu impaciente – Eu posso ensina-la a caçar e viver nesse mundo.

— Por que você quer que eu me junte a você? Alguém como eu só iria atrapalha-la

— Bem, eu não tenho nenhum motivo especial para isso, mas nós mulheres somos presa fáceis para os homens, então eu acho que seria melhor se nos juntássemos ao invés de agirmos sozinhas.

Kanzaki refletiu um pouco sobre o que a Adjucha havia falado, fazia sentido formar um grupo, a maioria dos Hollows machos andam em bandos de pelo menos cinco, essa foi a primeira vez que ela conseguia conversar normalmente com alguém, e mesmo que tenha acabado de conhece-la, ela havia salvo sua vida, e algo dentro de Kanzaki dizia que Kaguya era confiável.

— Eu aceito - Ela finalmente falou.

— Ótimo, então vamos.

— Para onde?

— Para vários lugares - Kaguya falou misteriosamente - Mas primeiro vamos dar um jeito nesse seu probleminha alimentar.

...

Depois de muita insistência de sua recém companheira, Kanzaki acabou cedendo e começou a devorar Hollows, no entanto, mesmo após décadas depois de sua primeira refeição, ela nunca se acostumou a essa vida, e enquanto devorava seu quadringentésimo Hollow, Kanzaki flagrou Kaguya lhe encarando intensamente. 

— O que foi?

— Você é bem estranha

— Por que você sempre diz isso? - Kanzaki parecia indignada.

— Bem... Você não gosta de devorar Hollows, se sente mal por fazer isso. Normalmente nós não temos esse tipo de sentimento.

Kanzaki estava prestes a falar mais alguma coisa quando sentiu algo que lhe chamou atenção.

— O que foi? - Perguntou Kanzaki.

— Um Adjucha está se aproximando numa velocidade absurda – Relatou Kaguya, e com um sorriso acrescentou – E ao julgar pela sua Reiatsu se trata de um bem poderoso.

Kanzaki estranhou a animação de sua companheira.

— Você parece feliz.

— Serio? – Kaguya pareceu envergonhada – É que já faz tanto tempo que eu enfrentei um Hollow decente, acho que estou um pouco empolgada e... -

— Cuidado – Kaguya conseguiu alertar sua companheira que se abaixou no exato momento em que algo passou por cima de sua cabeça.

— Mas que droga – Uma voz perto delas reclamou – Eu queria matar a mais fraca primeiro, mas acho que agora vou ter que fazer isso do jeito difícil, ou como eu gosto de chamar, do jeito divertido.

As duas mulheres observaram o recém chegado Hollow atentamente. Definitivamente se tratava de um Adjucha, tinha a aparência de uma pantera e possuía a pele branca, exceto por suas patas que tinham a cor preta e listas espalhadas pelo seu corpo que tinha a mesma cor.

— E quem seria você? – Kanzaki perguntou.

O pantera alternou seu olhar sobre as duas Hollows, mas depois manteve sua atenção em Kaguya, como se ela merecesse mais atenção.

— Meu nome é Grimmjow Jaegerjaquez – O Adjucha se apresentou.

— Que estranho – Disse Kaguya se pondo à frente de sua companheira - O normal para os Adjuchas machos numa ocasião dessas seria dizer algo como ‘’olha o que temos aqui, duas Adjuchas fêmeas, hoje é o meu dia de sorte’’ ou...

— Não – Cortou Grimmjow – Para mim não importa se são machos ou fêmeas, você parece ser forte, isso será suficiente.

Kaguya pareceu ficar realmente surpresa com as de Grimmjow.

— Eu gostei de você Adjucha, e a proposito meu nome é Kaguya Otonashi – Ela deu um passo para frente e sussurrou para sua companheira - Fique atrás de mim e não interfira.

— Mas...

— Não se preocupe comigo - Ela garantiu – Isso vai terminar em breve – Kanzaki fez que sim com a cabeça e se afastou.

— Já se despediu de sua amiga? – Grimmjow perguntou enquanto flexionava suas garras dianteiras - Não precisa se preocupar, eu vou mata-la assim que eu terminar com você.

— Muito gentil de sua parte – Kanzaki elevou seu poder espiritual - Mas isso não vai rolar, eu já estou aqui há algum tempo e ainda não encontrei um Hollow mais poderoso do que eu.

— Você quer dizer... – Grimmjow fez o mesmo com a sua Reiatsu -... Até agora.

— Você fala demais – Kaguya soltou uma risada estridente que assustou até mesmo Kanzaki – Mas no fundo eu acho que você não passa de um gatinho medroso.

Soltando um rugido que se assemelhava mais a uma fera do que um Hollow, Grimmjow avançou sobre Kaguya mirando sua jugular, mas a Adjucha fez surgir um par de asas de seu dorso e atingiu o rosto do pantera com ela, o arremessando com violência no chão, mas ele se recuperou rapidamente. 

— Asas – Ele murmurou cuspindo um pouco de sangue.

— Não me diga que isso foi o suficiente para te assustar? - Kaguya pareceu decepcionada – Que pena, eu estava apenas começando.

— Que coincidência – O pantera abriu a boca e uma esfera de energia vermelha começou a se formar – EU TAMBÉM – Ele rugiu cuspindo um Cero.

— Esse tipo de ataque é inútil – Kaguya abriu suas asas que tinham a envergadura de mais de cinco metros e voou apenas o suficiente para sair da área de destruição do Cero, mas logo se arrependeu disso, pois ela não estava alto o suficiente para evitar que o pantera abocanhasse sua asa esquerda em seguida afundou suas garras na mesma, provocando em Kaguya um rugido de dor.

— Me solte – A Adjucha balançou e sacudiu suas asas, mas ao perceber que o pantera não iria desistir, decidiu mudar sua estratégia. Kaguya passou a subir o máximo que podia, apesar de parecerem frágeis, suas asas eram bem resistentes, e logo eles estavam numa altura de sete mil e quinhentos pés e nem Kanzaki conseguia mais vê-los.

— Eu soube que os gatos tem medo de altura - Provocou Kaguya enquanto subia - vou ser se é verdade.

...

Eles já estavam tão alto que o ar começou a ficar gélido e escasso e num momento de completo descuido, Grimmjow acabou soltando a asa de Kanzaki, a Adjucha suspirou aliviada e por alguns instantes apenas observou a sua queda.

Depois disso, Kaguya mergulhou em direção ao pantera e apontou um Cero para ele, disparando-o em plena queda, o golpe acertou em cheio a barriga Grimmjow, que passou a cair três vezes mais rápido.

— Isso vai doer – Previu Kaguya ao ver Grimmjow atingindo o chão com violência formando uma pequena cratera, enquanto descia Kaguya ficou se perguntando se tinha exagerado, mas rapidamente afastou esse pensamento ao ver que Grimmjow ainda estava em pé, e tirando os inumemos ferimentos e queimaduras estavam espelhados pelo seu corpo, ele parecia estar bem.

— Então você caiu em pé, não é mesmo? – Zombou Kaguya – Eu sabia, você é mesmo um gatinho.

— ... – Grimmjow não falou nada, mas Kaguya estremeceu levemente ao reparar bem no rosto dele, seu olhar transmitia um ódio absoluto e sabia que esse ódio estava completamente direcionado a ela.

— Eu... – Grimmjow finalmente falou - Eu não posso ser derrotado aqui – Levantou suas patas dianteiras - DESGARRÓN.

Kaguya arregalou os olhos, sua asa direita foi cortada em dez partes. Sua asa restante não tinha força suficiente para mantê-la no ar e como não tinha muito controle sobre partículas espirituais pouco a pouco foi perdendo altitude até se chocar contra o chão.

— Ai – Ela reclamou ponto à mão sobre a cabeça - Eu sabia que isso iria doer – Olhou bem para o pantera - Mas o que foi isso que me acertou?

— Desgarrón (laceração) – Explicou Grimmjow - Esse é o meu ataque mais poderoso.

— Então você tinha uma carta na manga, não é mesmo?

— Morra – Ele rugiu, levantando novamente suas patas dianteiras que enviou um Cero no formato de X na direção de Kaguya.

— Nós somos mais parecidos do que eu pensava – Murmurou levantando seus dois braços - triple Cero (Cero triplo) – Ela gritou, ao dizer isso três feixes de energia roxa foram disparados contra o golpe de Grimmjow, o pantera arregalou os olhos quando sua melhor técnica foi completamente destroçada, ele tentou desviar, mas em sua atual condição isso era impossível.

BOOOMMM

Uma explosão de proporções absurdas abalou completamente a área, rajadas de ventos saiam de todas as direções, Kanzaki ficou boquiaberta ao presenciar tamanha destruição, sabia que sua companheira era forte, mas não fazia ideia do quanto, sentiu um pouco de pena do Adjucha, o normal seria que Grimmjow tivesse sido completamente vaporizado.

Mas o Adjucha que Kaguya estava enfrentando estava muito longe de ser normal.

— Você é bem resistente – Ela afirmou ao ver a figura saindo da fumaça causada pela explosão..

— Droga, droga, DROGA – O pantera praguejou enquanto se enforçava ao máximo para ficar acordado, o sangue estava fluindo das inúmeras feridas que tinha, mais de sessenta por cento do seu corpo estava queimado, era um verdadeiro milagre ele estar vivo, e ainda por cima consciente.      

— Desista – Avisou Kaguya - Você perdeu.

Grimmjow tentou atacar novamente, mas perdeu o equilíbrio e acabou caindo.

— Dane-se – O pantera gritou – Eu não vou morrer aqui.

— E por que você acha que eu vou te matar? – As palavras de Kaguya pegaram tanto Grimmjow quanto Kanzaki de surpresa.

— Do que está falando?

Kaguya deu de ombros.

— Eu apenas achei que eu teria uma boa luta com você e estava certa, além do mais eu já tive minha cota de Hollows por hoje, não tenho nenhum motivo para te matar.

— Eu não preciso da sua piedade – Grimmjow cuspiu.

— Não é piedade – Esclareceu Kaguya – Você um objetivo maior não é mesmo? Quer mesmo desperdiçar sua vida aqui por puro orgulho?

Pela primeira vez Grimmjow pareceu hesitar.

— Eu não acho...

— Não confunda as coisas – Interrompeu Kaguya - Eu não me contive ao disparar aquele Cero, se você sobreviveu significa apenas que ainda não chegou a sua hora, assim como ainda não chegou a minha.

Após ouvir essas palavras o Adjucha começou a se afastar.

— Seu nome é Kaguya, não é mesmo? Tente não morrer até o nosso próximo encontro, eu quero ter a minha revanche.

Kaguya sorriu por debaixo da máscara ao responder.

— Eu vou estar esperando ansiosa por esse dia –  Esperou até o pantera ficar longe de sua vista e se permitiu cair no chão, exausta.

— Isso foi muito divertido! – Ela exclamou.

— Eu fiquei muito preocupada – Admitiu Kanzaki se aproximando.

— Não se preocupe, como eu já disse, minha hora ainda não chegou, além do mais - Olhou de relance para a sua companheira - Eu não vou deixar você sozinha.

— Você promete?

— Sim... – Confirmou Kaguya - Eu prometo.

                  Continua...