Renascido nas trevas escrita por Ichigo66


Capítulo 15
Capítulo 15 - Zangetsu


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo, e como prometido aqui está o segundo capítulo dessa semana, espero que gostem



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No capítulo anterior.

 

Kanzaki acordou em sobressalto, estava ofegando, e encharcada de suor, seu corpo tremia levemente, e durante alguns minutos ficou sentada na cama, abraçando os joelhos, não queria voltar a dormir, não iria aguentar ter aquele sonho novamente. No entanto, bastava fechar os olhos e ela conseguia visualizar perfeitamente, mesmo que tudo aquilo tivesse acontecido em milésimos de segundo, a expressão de terror absoluto que os Hollows tinham ao sentirem que iriam morrer, o momento que a vida os abandoava assim que seus corpos eram brutalmente destroçados e o olhar de satisfação que Kaguya tinha ao sentir o sangue escorrendo pelos seus dedos.

Kanzaki olhou para suas mãos, elas não paravam de tremer, e sentiu-se frustrada, pensava que após ‘’aquilo’’ ter acontecido, Kaguya havia sumido por completo, mas no momento em que se tornou uma Arrancar, algo tinha mudado dentro dela, ou melhor, algo havia ‘’despertado’’.

— Então ela só estava dormindo? – Kanzaki murmurou para si mesma, mas ficou surpresa quando Kaguya respondeu.

Isso mesmo, na verdade eu ainda estou um pouco sonolenta, então é melhor aproveitar o máximo do tempo possível com seu corpo, por que muito em breve ele será meu.

A Arrancar suspirou pesadamente, quando Ichigo apareceu em sua vida e o convidou a se juntar a ele, Kanzaki pensava que poderia começar a sua vida do zero, deixar o passado para trás e pensar apenas em seu futuro.

    

A risada de Kaguya ainda ecoava em sua mente.

         

         

Ela deveria saber que o passado não era algo que poderia ser apagado assim tão facilmente.

 

                      Capítulo 15 – Zangetsu      

 

Ichigo estava num lugar estranho.

O céu estava tão claro que fazia seus olhos arderem, no entanto, a chuva que caia era torrencial, Ichigo não conseguia compreender como isso era possível.

Olhou para os lados, no intuito de se localizar, mas tinha certeza que nunca tinha estado nesse lugar antes, estava cercado por enormes arranha-céus, de tamanhos variados, mas estranhamente, estava situado no maior deles.

— Que lugar é esse? – Ichigo falou em voz alta.

Esse é seu mundo interior, uma voz desconhecida respondeu.

No mesmo instante Ichigo se virou para a origem da voz, mas não viu ninguém, só então ele percebeu que a voz ecoava por toda a parte.

— Onde você está? – Grunhiu Ichigo – Apareça.

Nesse momento um ser se materializou diante de Ichigo, que arregalou os olhos ao vê-lo, diante dele estava um homem que nunca tinha visto antes, ele possuía cabelos negros e ondulados, usava uma espécie de óculos escuros e utilizava uma vestimenta negra.

— Quem é você? – Ichigo perguntou defensivamente, estava tentando ler a sua Reiatsu para descobrir alguma coisa, mas não fazia ideia do que ele era – Foi você que me trouxe para esse lugar?

O homem olhou para Ichigo, sua expressão era calma e serena.

— Você sabe muito bem quem eu sou – Ele respondeu – Você me conheceu no momento em que se tornou um Arrancar, eu sou a sua espada, sou aquele que você se recusa a usar, por que pensa erroneamente que se fizer isso estará mais próximo dos Shinigamis.

Ichigo ficou em silêncio por alguns segundos, tentando compreender o significado de suas palavras, só então se deu conta, no momento em que se tornou um Arrancar e grande parte de seu poder ficou selada na forma de uma Zampakutou, um nome ficou gravado em sua mente, e sabia que esse era o nome que precisava pronunciar para ter o acesso ao seu poder máximo.

— Zangetsu? – Ichigo murmurou – Seu nome é Zangetsu?

Ele fez que sim com a cabeça.

— Você pode me chamar assim por enquanto – Depois ele deu uma olhada em volta - Ichigo, olhe para esse mundo, você gosta do que vê?

— Não – Admitiu – Que lugar é esse?

— Eu já lhe disse, esse é seu mundo interior.

— E por que está chovendo tanto? – Ao perguntar isso, Ichigo sentiu Zangetsu assumir uma postura mais rígida.

— Isso lhe incomoda? – Zangetsu não pareceu surpreso - Eu também não gosto da chuva, esse mundo depende de você Ichigo, ele reage de acordo com o que você sente, quando você está confuso, o céu ficara nublado, se você fica triste, a chuva cairá impiedosa.

— Se for o caso, então esse é um mundo bem instável – Observou Ichigo.

— É verdade – Concordou Zangetsu, mas em seguida franziu a testa, como se tivesse lembrado de algo desagradável – Bem... Pelo menos agora foi estabelecido um padrão, na verdade esse mundo já melhorou bastante se comparado ao que era antes.

— Antes? – Repetiu Ichigo.

— Isso mesmo.       

Zangetsu fez um breve movimento com as mãos, por um momento Ichigo ficou confuso, mas então ele notou que a paisagem tinha mudado, a quantidade de arranha-céus tinha diminuído drasticamente, a chuva que antes caia sem piedade tinha sido reduzida a uma mera garoa, no entanto, o céu estava agora escuro e dava um ar melancólico ao cenário.

— Mas o que...?

— Era assim que seu mundo interior estava antes de você ir para o Mundo Real, você estava cheio de perguntas sem respostas e não sabia ao certo o que iria fazer caso as conseguisse.

Ichigo estava embasbacado.

— Como você sabe de tudo...?

Pela segunda vez o cenário mudou.

Dessa vez tinha apenas um único arranha-céu presente, e era justamente onde Ichigo estava, o tempo estava limpo, exceto por algumas nuvens negras que insistiam em aparecer.

— E era assim que ele estava no dia em que conheceu sua companheira Kanzaki, o primeiro arranha-céu surgiu no momento em você confiou nela o suficiente para compartilhar a sua jornada.

— E por último... – Fez uma pequena pausa – ... Esse era o seu mundo antes de conhecer a Kanzaki.

Ichigo notou toda a paisagem mudar drasticamente, o espaço ao seu redor estava sendo distorcido, ficou um pouco tonto, por fechou os olhos por um momento, e quando abriu não acreditava no que estava vendo.

Não tinha absolutamente nada.

Não importava para onde olhava, tudo o que via era uma vasta extensão de nada, olhou para cima, uma enorme tempestade estava se formando, as nuvens eram escuras e carregadas, trovões ribombavam, o vento estava tão frio que Ichigo sentia que estava congelando até os ossos.

— Por que está me mostrando isso?

— Por que eu queria que você soubesse – Explicou – Soubesse o quanto você mudou, não foi apenas a sua aparência, você cresceu Ichigo, mas ainda não é o suficiente.

Ichigo sentiu que a voz de Zangetsu estava cada vez mais distante e difícil de ouvir.

— O que está acontecendo?

— Eu sei o que procura Ichigo – Zangetsu continuou, ignorando a pergunta de Ichigo.

— Espere – Pediu o ruivo – Não vá embora, ainda tenho muitas perguntas para fazer.

— Não desista de seu objetivo – A imagem de Zangetsu estava se desfazendo, assim como o seu mundo interior – A resposta para a sua pergunta está mais próxima do que você imagina.

E então tudo ficou escuro.

.

.

.

Ichigo abriu os olhos lentamente, deu uma breve ao olhada em volta e notou que tinha voltado para o seu quarto, observou com surpresa que sua Zampakutou estava bem do seu lado, tinha certeza que ela não estava ali antes.

Não desista de seu objetivo, Zangetsu havia lhe dito, a resposta está mais perto do que você imagina.

— O que ele quer dizer com isso? – Murmurou para si mesmo.

Sentiu que sua cabeça estava começando a doer, e achou melhor deixar esse assunto para outra hora, abriu a porta do quarto e seguiu corredor afora.

— Acho que será bom sair um pouco.

 

                                 Soul Society

Rukia estava trocando golpes de espada com Byakuya.

A Shinigami não pôde deixar de admirar a forma como o Capitão lutava, se movia com tanta agilidade que era difícil acompanhar, e não desperdiçava nenhum movimento.

— Uma – Byakuya murmurou quando fez um corte no ombro de Rukia, a Shinigami conteve um grito.

— Duas, três – Mais dois cortes, um no rosto, e outro no seu pulso, o que fez com que não conseguisse segurar o cabo de sua Zampakutou com muita firmeza.

— Quatro... Cinco – Com um súbito movimento, Byakuya jogou a Zampakutou de Rukia para longe, e apontou sua espada para a cabeça da Shinigame.

— Cinco – Ele repetiu – Se estivéssemos em uma luta de verdade, você já teria morrido cinco vezes.

Rukia piscou algumas vezes, ainda um pouco atordoada, mas pegou sua Zampakutou com firmeza.

— Mais uma vez, por favor.

O Capitão não disse nada, simplesmente deu um salto pra trás, abaixou sua Zampakutou e ergueu sua mão esquerda na direção de Rukia.

— Hadou 33 Soukatsui (Chuva de fogo azul) – Uma esfera flamejante de energia azul foi em direção a Shinigami, que mesmo assim não recuou, em vez disso, decidiu contra atacar com a mesma técnica.

— Hadou 33 Soukatsui – Apenas quando lançou seu Hadou tinha se dado conta do quanto foi idiota, não tinha nem metade do poder que o de seu irmão, então não foi nenhuma surpresa quando o Soukatsui de Byakuya atravessou o seu e a atingiu diretamente, arremessando-a contra uma parede, a força do impacto não fez muito bem para as costas da Shinigami, mas de alguma forma conseguiu ficar de pé novamente, e ao voltar à atenção para o seu irmão, notou sem nenhuma surpresa que ele lhe encarava com ar repreendedor.

— Quando você sabe que seu inimigo é mais poderoso que você, nunca tente usar força contra força – Advertiu.

— Mais uma vez – Rukia disse entre arfadas, estava exausta, mas sabia que não podia dar ao luxo de demostrar fraqueza, não agora que tinha convencido seu irmão a treina-la.

Rukia deu um salto para o lado, tomando uma distância que considerou segura e parou para pensar qual seria seu próximo movimento, no entanto, ao piscar apenas uma vez sentiu a frieza de uma lâmina sendo pressionada contra o seu pescoço.

— Não pare pra pensar Rukia – Byakuya a repreendeu novamente – Seu inimigo não ficará parado esperando você construir uma estratégia, você deve fazê-lo enquanto luta, em primeiro lugar você deve analisar seus movimentos, descobrir um padrão, procurar uma fraqueza e então explora-las.

Rukia tentou assimilar o que seu irmão dizia, mas uma pergunta se formou em sua cabeça.

— E se meu inimigo não tiver fraquezas?

— Não importa o quão poderoso o inimigo possa ser, ele sempre terá uma fraqueza – Explicou Byakuya.

Rukia assentiu em entendimento, e depois deu alguns passos para trás, estava um pouco tonta, agora que a adrenalina tinha passado ela percebeu o quanto estava exausta, se sentia tão fraca que até uma brisa mais forte poderia derruba-la.

— O treinamento de hoje acabou – Anunciou o Capitão, colocando sua Zampakutou na bainha – Cuide desses ferimentos e descanse, amanhã não será assim tão fácil – Completou em tom sombrio.

Apesar do cansaço, Rukia fez uma reverência.

— Obrigado pelo treinamento Nii-sama

E se retirou.

.

.

.

Enquanto voltava para o seu esquadrão Rukia pensou em visitar seu amigo Renji, mas suspeitava que ele quisesse ficar sozinho.

Espero que ele esteja melhor, pensou enquanto ia para o seu quarto.

 

                  Enquanto isso, no quarto de Renji

 

Renji estava deitado em sua cama, não havia conseguido dormir na noite passada, em parte por causa de suas feridas, que mesmo que não fossem fatais ainda estavam doendo bastante.

Mas principalmente não conseguia tirar da cabeça o que tinha acontecido noite passada, ele não foi apenas derrotado, foi completamente humilhado, as palavras do Vasto Lorde ainda martelavam em sua mente.

Você é fraco, o Hollow disse, e eu não quero ter a vida de um fracote como você em minhas mãos.

— Droga – Ele pôs as duas mãos sobre a cabeça – Por que eu não sou mais forte?

...

— Por quanto tempo você vai ficar aí se lamentado? – Uma voz que Renji conhecia muito bem se pronunciou – Que patético.

— Zabimaru? – Renji conseguiu dar uma pequena risada – Como sempre você é muito bom em animar as pessoas.

Imediatamente a forma materializada da Zampakutou de Renji surgiu diante dele, sua aparência era bem peculiar, mesmo para uma Zampakutou, para começar se tratava duas entidades diferentes. O primeiro tinha a forma de um grande babuíno branco com longos e marcas roxas ao longo das costas e braços. A segunda era uma cobra, que se estendia a partir da parte de trás do babuíno, sob a forma de uma cauda, com a cabeça de cobra na extremidade. Ambas tinham suas próprias personalidades, consciência, e falavam independente uma da outra.

 - O que vieram fazer aqui?

— Queremos que você fique mais forte – Zabimaru explicou – Queremos uma revanche contra aquele Hollow.

Renji quase engasgou ao ouvir isso.

— Vocês ficaram loucos? Não viram do que ele é capaz de fazer? Como eu poderia derrotar aquele monstro?

A parte cobra da Zabimaru deu um silvo, Renji não podia dizer ao certo, mas tinha a impressão de que era uma risada.

— Agradeça a sua amiga – Disse Zabimaru – Não sei como, mas ela nos deu bastante poder, por isso não se preocupe da próxima vez que encontrarmos com aquele Hollow... – Renji ficou surpreso ao perceber que as duas partes da Zabimaru estavam falando em sincronismo perfeito – Nós o faremos em pedaços.

 

                                  Continua...


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Notas finais do capítulo

Mereço alguns comentários? Espero que sim.
Gostaram do encontro de Ichigo com Zanguetsu? Para mim essa foi uma das partes mais complicadas de se escrever, espero que tenham curtido, se ficaram confusos em alguma parte é só falar.

Se vocês não entenderam o dialogo de Renji com a Zabimaru, leiam novamente o capítulo 12, mais especificamente a conversa que Renji teve com a Rukia assim que Ichigo o derrotou, e se mesmo assim vocês não entenderam podem perguntar.
Então é isso pessoal, até a próxima.



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