".....And how you got me blind is still a mystery

I can't get you out of my head;

Don't  care what is written in your history;

As long as you're here with me..."

As long as you love me

BSB

—Grávida?? -  Rebecca é a primeira a quebrar o silêncio - Grávida?? - repete - Eu...nós vamos ser avós?

—Se não me engano é este o nome que se dá aos pais cujos filhos estão esperando ....Um filho. -  Donna fala na tentativa de aliviar a tensão no ambiente.

—Obrigada Donna,sabe que eu nunca teria imaginado isso! - ironiza meu pai.

—Quentin! Donna só estava querendo ajud....-ele interrompe minha mãe

—Sei o que estava tentando,só não vi qual seria a graça disso.-diz mal humorado

—Talvez por não se tratar de sua filha. - Malcom,também de mal humor,comenta.

—Sério que vocês vão fazer esse drama todo?? -Thea argumenta erguendo os braços -É só uma gravidez não uma doença grave ou incurável! Daqui nove meses passa. -exclama.

—Não Thea,não é Só uma gravidez .- começa Dinah,calmamente - Também concordo que não precisamos dramatizar nada,mas não é o caso de menosprezar também. Não se trata apenas de uma vida que está sendo gerada,mas de como Esta vida vai mexe com a Vida de todos,especialmente deles dois. -respira fundo enquanto olha de mim para Tommy - Vocês tem consciência disso? - pergunta.  Antes que eu ou Tommy tenhamos chance de responder,Malcom se adianta.

—Consciência? Acho pouco ou nada provável. Pais! Como pode dizer que vão ser pais se nem mesmo sabe o que isto implica,as responsabilidades...

—Falou o cara que largou o filho por dois anos! - bufa Thea impaciente.

—Certo,hora de sairmos. -Robert decreta -Todos nós.Esta conversa só diz respeito a Malcom, Quentin e suas famílias portanto...

— Eu não vou a lugar nenhum! - afirma a garota - E se for por isso,Tommy é meu irmão tá lembrado? - diz, cruzando os braços irredutível.

—Agora faz questão de lembrar que é minha filha? -Malcom a encara. Antes que Thea responda,Moira intervem .

— Parem com isso agora mesmo. Thea,nós vamos sim sair para deixa-los a vontade, e não adianta teimar mocinha. -avisa - Sei muito bem que vocês  -faz um gesto abrangendo Thea,Oliver e os demais - planejaram dar a notícia junto com Tommy e Sara para apoiá-los. Acho louvável,mas tem um limite. Apenas Laurel e Ray devem permanecer. E não é hora de reivindicar parentesco senhorita.Portanto... - finaliza já se levantando e indicando que devem segui-la.

Oliver e Tommy trocam  olhares. Em seguida ele se levanta pegando Felicity pela mão.

—Estaremos aqui ao lado. - anuncia

—Até parece que vamos bater nos dois! - ironiza meu pai.

—Estaria errado se pensasse nisto? - devolve Ollie,sério -Afinal,os antecedentes existem. - completa encarando Malcom,que se ergue tenso. Rebecca  segura sua mão e,sem perceber,faço o mesmo com Tommy.

—Fique tranquilo Oliver.- fala - Eu e Dinah estamos aqui. 

Oliver olha para uma e depois a outra dando um leve sorriso antes de sair com Liz ao seu lado. Os demais os acompanham, sob os protestos de Thea. Ficamos na sala apenas eu,Tommy,Laurel e Ray além de nossos pais.  Respiro fundo enquanto olho minha mãe,que aparenta estar em um misto de preocupação e alegria, assim como Rebecca. É esta quem recomeça a conversa.

—Apesar da maneira pouco gentil que foi dita,Thea não deixa de ter razão. Tanto eu quanto meu marido estamos em falta no que diz respeito ao quesito presença em relação a nosso filho. -fala erguendo a mão para conter o protesto de Tommy - Sem desculpas Thomas. Eu tive meus problemas de saúde mas a partir do momento que me senti mais forte poderia ter me feito um pouco mais presente. Disse isso tanto as minhas amigas quanto a seu pai,que,infelizmente,não era tão forte quanto eu ou ele próprio pensavamos e acabou realmente te abandonando.

—Essa desculpa pode até servi pra seu filho Bec. - diz meu pai - Já pra Sara....Qual seria?? - me encara

—Desculpa porquê? Por ter me apaixonado? Por não ser o modelo de filha ideal que o senhor tem? Ou por não ser tão ajuizada quanto Laurel? - desabafo.

—Meus pais podem não ter estado tão presentes senhor Lance, -Tommy fala- e honestamente não sei se isto faria ou não diferença no que diz respeito a meu modo de agir. O senhor,melhor do que ninguém,sabe o quanto pais presentes e com dinheiro podem estragar um filho. Sei que não sou nenhum modelo de responsabilidade ou confiança,mas lhe asseguro que,no que diz respeito a Sara,é diferente. Tudo ficou diferente desde que nos reencontramos: minhas ideias,meus planos,minha forma de enxergar a vida e os relacionamentos. Não quero mais relações passageiras,transas de uma noite...-respira fundo antes de completar - Não quero mais ninguém na minha vida ou na minha cama além dela.

—Até quando? - pergunta minha mãe nos surpreendendo.

—Desculpe senhora Lance,não entendi...Até quando?.. Como assim? -pergunta confuso.

Minha mãe e Rebecca se olham. Em seguida ambas se levantam indo sentar-se perto de nós.

—Vamos ter que bancar as advogadas do diabo aqui. - anuncia Rebecca,serenamente - O que Dinah quer dizer filho....

—E veja bem Thomas; -interfere minha mãe -Não é que não acreditemos no que acaba de declarar. Ao contrario. Nas ultimas semanas você tem dado provas,com seu comportamento,de estar sendo sincero. Mas gravidez,meu lindo,envolve, além da responsabilidade,comprometimento. De Sara e seu. Você mesma viu o quanto a presença de Raymond foi importante pra Laurel,Sara. -lembra - Não a minha ou de seu pai ,mas de Raymond. O apoio principalmente emocional...porque você vai precisar.

—Gravidas ficam naturalmente mais sensíveis,emotivas...- Rebecca comenta.

—Insuportáveis.. - lembra meu pai, em tom jocoso,fazendo ambas olharem para ele de cara amarrada - O quê?? Estou mentindo por acaso?

—De vez em quando talvez...e só com quem merece! - Rebecca fala encarando meu pai e o marido,que ergue as mãos em sinal de rendição. -- O fato meu amor,é que,a partir de agora,nenhuma decisão que você tomar será feita pensando apenas em você ou Sara,ou no que seja melhor pra vocês.. Você terá que pensar no que é melhor pra seu filho..

—Ou filha . -Dinah completa. - Por exemplo: pra dar esse apoio do qual falei,vocês pretendem morar juntos? -abro a boca para protestar mas ela não deixa - Não estou falando de arrastar Thomas até o altar -vira-se para meu pai e depois para nós novamente - Isto cabe a vocês decidirem. Mas de dividir o mesmo teto,não apenas a cama.. -comenta me fazendo corar - Isso implica mais coisas...

—Mal humor,manias,manhas,qualidades,defeitos..o pacote todo....- comenta a mãe de Tommy - Quando eu e seu pai começamos a namorar,metade das pessoas diziam que jamais daria certo por sermos,na opinião delas,diferentes demais. Até eu mesma pensava assim por um tempo.. -relembra com um sorriso - No entanto,com a convivência,descobri termos mais coisas em comum do que pensava..e essas coisas faziam..fazem - se corrige - com que nos completemos um ao outro.

—É exatamente o que sinto em relação a sua irmã. - declara Ray sorrindo. -O que me falta,Laurel completa..

—E vise versa - emenda minha irmã,olhando apaixonadamente  o marido.

Paramos olhando os dois por um momento,até que Malcom nos traz de volta.

—Concordo em grande parte com tudo...

—É tudo muito bonito e romântico.. -emenda meu pai - Mas pouco prático. Posso não arrasta-lo pro altar mas não vou permitir que a deixe sozinha.

—Eu muito menos. Casamento pode não ser uma opção agora,mas não está descartado. -avisa Malcom se aproximando de nós - Posso não ter sido o melhor dos pais,falhei diversas vezes,de diversas forma... -para em frente a Tommy,suspirando antes de prosseguir - Mas espero,sinceramente,ter a chance de me corrigir com essa criança..se puder. -finaliza,colocando a mão no ombro da esposa, que a acaricia.

Aperto a mão de Tommy que se volta para mim. Passamos um tempo nos olhando,meio que meditando internamente tudo que ouvimos. Suspiro mordendo meu lábio inferior. Em resposta,Tommy se aproxima colando sua testa a minha,esfregando a ponta de nossos narizes em um beijo de esquimó. Sorrio, lhe dando um selinho.

—Não sabemos ainda o que fazer.- admite - Fazem apenas três dias que descobrimos a gravidez de Sara. É tudo novo,inesperado..não falo apenas desse fato mas de tudo que estamos sentindo. Não posso e nem sei dizer como será nosso futuro.Mas posso assegurar que estou disposto a fazer tudo que for preciso pras coisas darem certo entre nós..até mesmo casar,se Sara assim quiser. Não vou fugir,me esconder ou correr -declara olhando nossos pais depois voltando-se pra mim novamente - 'De todas as coisas,só quero você,só quero você,quem sabe você me queira também' -cantarola me fazendo rir.

—Bobo - digo lhe dando mais um beijo.

—ESSE SILÊNCIO TODO QUER DIZER QUE TÁ TUDO BEM NÉ?? - ouvimos Thea gritar por trás da porta.  Meu pai revira os olhos indo até lá para a abri-la, encontrando a garota encostada na parede. Meu pai a olha com censura para em seguida manda-la entrar com um gesto de mão. Thea passa por ele fazendo uma careta.

—Thea! - ralha Moira vindo logo atrás dela, seguida dos demais.

—Então será que já podemos ao menos nos alegrar um pouco seus ogros? - reclama Donna.

— Mãe! Donna!-bufam Liz e Harrison ao  mesmo tempo,enquanto entram junto com Oliver,trazendo cada um, um dos gêmeos nos braços -Acordaram.  - justifica entregando-os a Laurel e Ray.

—Podemos sim Donna -responde Rebecca sorrindo. - Afinal,não é todo dia que se descobre que será avó!!

—Né isso!! - diz a mãe de Liz abraçando a amiga.

—Hummmm,que bom,que bom - vibra Thea batendo palmas - Agora, depois do casamento já posso começar a organizar o chá de bebê!- comemora - Lógico que vou espera  vocês voltarem da lua de mel,mas já posso começar a planejar,e vou querer a ajuda da Duda,gostei dela,agente se entende,você vai ver Sarinha, vai ser um chá de bebê inesquecível!! Aii,que maravilha! - me abraça beijando minha bochecha.

—Ai,Senhor,dá-me paciência - reclama meu pai.

— A nós dois Quentin,a nós dois - fala Malcom olhando assustado a filha.

— Isso é só a parte "tranquila" da coisa. - Roy nos diz fazendo aspas no ar,rindo - Esperem só até ouvir o resto!

"...I don't care,who you are,

where you're from

What you did,

As long as you love me.."