Tudo O Que Sabemos escrita por Lab Girl


Capítulo 2
Marcas do Passado


Notas iniciais do capítulo

Caso você esteja lendo esta história, peço a gentileza de comentar a fim de que eu possa saber se tem alguém acompanhando.



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Eles voltaram ao hotel. Scully havia insistido em checá-lo num hospital, mas Mulder havia insistido que estava bem e, após uma análise de seus sinais vitais, ela cedeu.

Mulder, então, foi para seu quarto e sentou-se à mesa ao lado da janela, olhando para o lado de fora, para a chuva que caía torrencialmente na noite enquanto pensava.

A energia tinha ido embora minutos atrás. Ele teve o cuidado de acender uma vela que descansava sobre a mesa - indicação de que chuvas fortes e quedas de energia eram comuns por ali.

Ele esperava. Sabia o que estava prestes a acontecer dentro de instantes. Então, escutou as batidas. Pegando a vela sobre a mesa, levantou-se e caminhou até a porta. Mulder a abriu devagar e a visão do outro lado, apesar de já conhecida, fez seu coração vibrar como da primeira vez - mas por razões distintas.

“Eu quero que você veja uma coisa” Scully falou e ele percebeu, como no passado, que ela estava assustada - o fato suavizando o tom da voz dela.

Ele poderia muito bem dizer que já sabia do que se tratava, pouparia Scully do desespero e do constrangimento de se despir na frente de um quase ‘desconhecido’. Mas, em vez disso, ele abriu mais a porta.

“Entre.”

Enquanto fechava a porta, ele a viu olhar em sua direção e hesitar um brevíssimo instante antes de começar a abrir o cinto do roupão.

De pé, calado, o olhar de Mulder acompanhava os movimentos dela, revelando um conjunto simples de calcinha e sutiã de algodão. Scully olhou por sobre o ombro para ele, em seguida desceu o olhar para as próprias costas. Desta vez, ele sabia o que significava.

Sentindo o coração na garganta, Mulder repetiu exatamente o movimento original… de nove anos atrás… descendo a vela e o olhar na direção apontada por ela. No fundo das costas claras de Scully, três marcas vermelhas e arredondadas.

Os dedos dele não resistiram e tocaram o local. A pele dela era macia como sempre, mas ali era ainda mais, não havia tatuagem. Ele sorriu quase sem querer.

“O que é isso?” a voz assustada de Scully perguntou.

Ele não precisou nem inspecionar melhor para saber o que significavam as marcas.

“Mulder, o que é isso?” ela repetiu a pergunta, desta vez sem disfarçar o desespero.

“Picadas de mosquito” ele respondeu, levantando-se.

“Tem certeza?” ela perguntou, ainda aflita.

“Sim. Absoluta.”

Ela suspirou, aliviada, e se jogou contra o corpo dele antes que Mulder pudesse evitar - de qualquer modo, ele não evitaria. Scully estava trêmula e era tão pequena e frágil contra seu corpo que ele não resistiu, assim como da primeira vez, ele a envolveu com um dos braços, cuja mão estava livre, enquanto a outra se ocupou em segurar a vela no alto por segurança.

Desta vez não houve hesitação da parte dele. Seu braço a segurou forte contra o corpo, ele se permitiu sentir o calor dela, o cheiro suave… eram elementos que já estavam gravados na memória afetiva de Mulder, mesmo assim, tinham um sabor tão novo agora. E tão conhecido ao mesmo tempo.

Ele fechou os olhos, ciente de que devia soltá-la agora que já havia esclarecido o que eram as marcas nas costas dela. Mas senti-la tão perto era bom demais para abrir mão do contato.

x x

 Scully se assustou com a própria reação ao corpo dele, como se já o conhecesse. Ela estremeceu nos braços firmes e teve que se esforçar para recuar e não ceder à vontade súbita e louca de beijá-lo. Apertando o roupão em torno do corpo, ela abaixou a cabeça, envergonhada consigo mesma.

“Desculpe.”

“Não tem por que se desculpar.”

“Esse tipo de reação não é típica de mim. Acho que fiquei mais assustada do que pensei com tudo que está acontecendo e…”

“Sente como se já nos conhecêssemos, não é?” ele a fez erguer o rosto para ele segurando gentilmente seu queixo.

Scully não teve como evitar prender o olhar ao dele. E foi inevitável sentir a mesma sensação de minutos antes.

“Sim” ela se pegou murmurando. “Sei que é estranho, mas…”

“Não há nada de estranho. Nós realmente já nos conhecemos antes.”

A forma como ele disse isso, sem hesitação e com absoluta certeza no olhar, fez Scully estremecer.

 

...X...


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