Angelus escrita por Herme Lispector


Capítulo 1
Anunciação


Notas iniciais do capítulo

Tudo irá mudar na vida de Anastácia Torre Castell, com uma "simples anunciação". Acompanhe essa história emocionante, todos os domingos, um novo capítulo. Aproveite!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/682924/chapter/1

Anunciação

 - O tempo não é uma grandeza vetorial e não se mede com uma fita métrica, o tempo que os híbridos estão na Terra não pôde ser contado, mas lendas são inevitáveis levando em conta a imaginação dos seres humanos, sim, somos humanos, nascemos, crescemos e morremos. A diferença é que temos traços de anjos, angelicais, como diria meu eterno tutor Mett. O mundo é um lugar hostil onde os sagis HUMANOS COMUNS precisam da proteção dos dotados de habilidades, infelizmente não voamos, pelo menos não com asas – risos - , mas nosso lado angelus, nos permitiu salvar a humanidade da extinção tantas vezes que não haveria papel para escrever. Hoje, não é diferente das outras guerras travadas pelos seminis, só que tem uma diferença, a guerra vem de dentro, seminis, que desafiam a ordem imposta por, Gabriel, Rafael, Jofiel, Samuel e Zadquiel. Portanto, cada um de vocês faz parte de um grupo, e esse grupo será responsabilizada pelas buscas de traidores, essa anunciação será mandada formalmente amanhã, para cada consulado. Espero que tenham noção da gravidade da situação, e haja para que a maior Guerra do mundo não seja travada. – essa era minha mãe imponente e assustadora, causava calafrios em todos que estavam no salão frio, com pilares que pareciam dos deuses, rígido como nas fotos mais antigas, no chão branco de calcário, com desenhos em ouro.  Ainda atordoados as pessoas que estavam no recinto demoram a fazer a reverencia, com certeza minha mãe estava tão aflita que nem se deu conta. Conhecia-a tão bem, eu poderia sentir a rigidez no seu ombro sua calma era translucida para todos, olhando bem conseguia ver além de seu espírito é algo que não consigo explica, mas a calma dela era apenas superficial. Lissa me tira dos pensamentos, puxando meu braço, de repente a olho assustada, seu singelo rosto parece tão sereno com fios loiros claríssimos soltos cuidadosamente, dava um aparência de anjo, não que já tivesse visto, mas tenho certeza que eles são parecidos com Lissa e sua pele rosada e boca fina, desenhada com a ponta do lápis anunciava seus lindos olhos azuis de noite de inverno, novamente puxou meu braço e disse com tom de zombação:

— Se me olhar assim novamente vou achar que está afim de mim. – olhou pra mim sorrindo tentando ser sexy entreabriu os lábios virando o rosto, como aquelas modelos da Victoria's Secret, que ela tanto queria ser.

— Se me olhar assim novamente vou achar que está correspondendo. – ela me olhou e caiu na gargalhada, um senhor que estava impaciente para passar pediu licença grossamente, Lisa abriu passagem

— A vontade – educada como sempre, me perguntava como poderia ser minha amiga

— Pensei que os outros  cavalos estavam atrás. – virou enfurecido,  alguma coisa nele parecia tão familiar, seus rosto suavizou e conseguir ver sua mandíbula reta relaxando, em um quadrado perfeito o sorriso veio a sua boca carnuda avermelhada revelando um brilho peculiar nos olhos cinza frios, mas que naquele momento pareciam tão quentes, sedutores, logo me recompus – mas pelo visto é só você. – ele soltou um gargalhada educada, como os sinos da catedral e passou à mão em seu cabelo preto perfeito, aquilo me deixou sem fôlego. Em baixo do palito azul marinho cortado no seu corpo, nunca vi uma roupa cair tão bem em alguém.

— Perdoe-me, sou Cristian – pegou minha mão e beijou

— Anastácia. – receosa levantei a mão, depois fez o mesmo com Lissa

— Foi um prazer conhecer as senhoritas. – sorriu em um canto da boca

— Não podemos dizer o mesmo “Cris” – a intenção era parecer falsa, mas acho que estava parecendo uma gata cercando a carne

 - Anastácia! – repreendeu-me no olhar. – Desculpe minha amiga, é o jeito dela...

— ...com pessoas estranhas – completei, afiando as palavras

— Que indelicadeza minha, sou Cristian Grey. – tentei não abrir a boca, dessa vez foi Lissa quem falou

— O meu Deus nos estudamos você na aula de história. – pensei que ela iria pedir um autografo – não você, sobre você – ela pareceu ficar vermelha – sou Lissa Dragomir.

— É um prazer conhecer um Dragomir  tão jovem, sua família é uma referencia as tradições – afirmou o cara, mas famoso vivo do mundo seminis, matou mais renegados dos céus e estabeleceu a paz na Terra. – Pelo seu humor diria que é uma Torre Castell.

— Meu humor entregou minha identidade secreta? – perguntei persuadindo, não conseguia sentir nem uma atividade emocional o rondando era como, se não o conseguisse sentir, o que sentia nas outras pessoas.

— Na verdade foi seu cabelo. – mas ninguém em minha família tem cabelo ruivo, o que ele quis dizer, será que ele conheceu meus pais biológicos? Entrei em pânico mentalmente, rezava para minha voz não sair rouca.

— Ninguém é ruivo em minha fam... – ele me interrompeu e sorriu, tão perigosamente

— Desculpa, foi um prazer conhecer você também, A-N-A-S-T-Á-C-I-A. - Soletrou meu nome, como se tivesse repetido ele várias vezes em voz baixa e o pronunciava pela primeira vez em tom audível. O sequei com os olhos vidrados nele no que poderia saber dos meus pais, que ninguém pronunciava, era proibido, ele era a chave da minha busca.

— Ele é tão gato, estava olhando pra você. – ela estava tão empolgada, não sei como não percebeu o que acabou de acontecer.

— Não acredito...- eu tinha arrumar um jeito de ver ele

—Você é linda, pelo amor! – aquilo não parecia ter importância naquele momento

—Não acredito... Que ele pode ser a resposta para o dilema de minha vida.- corrigi

— Do que você tá falando, apaixonada?- ela deu um empurrãozinho e riu

— Ele tem idade de ser meu pai, eca. – na verdade ele não tinha, mas tinha que afastar ele dos meus pensamentos, o que eu sempre quis saber estava em jogo.

— Na verdade ele não tem, creio que ele não fez você com 10 anos. – não acredito que ela ainda não percebeu. Esqueci que Lissa tinha visto o astro dela, como em Crista, é proibido exibir fotos de guerreiros, não entendo o porquê, ela ainda deveria está emocionada – Ele é tão lindo, não acredito ainda.

— Lissa, olha pra mim, volta à realidade – ela pareceu uma garotinha voltando para casa depois do verão, quando senti que ela estava atenta – ele sabe sobre meus pais, viu o jeito que ele falou do meu cabelo.

— Qual é!? Ele tava te paquerando. – ela piscou, percebendo que eu não estava brincando e sabendo que eu iria fazer alguma coisa a respeito, respirou fundo e perguntou. – E o que você pretende fazer? 

— Primeiro falar com ele, como quem não quer nada aos poucos eu consigo tirar algo dele – o problema era como eu iria chegar a ele

— Certo – olhou intrigada – e como pretende chegar até ele? – ela leu meus pensamentos, éramos tão próximas que ela sabia o que eu ia fazer antes mesmo de eu pensar

— Acho que você sabe! – sorrir com o canto da boca, ela viu que estava dentro dos meus planos, abaixou a cabeça e lamentou da horizontal – eu acho que eu deveria fingir que quero pegar ele...- interrompeu-me

— E não quer?

— Bem... – olhei com duvida

— Sua cadela! – ela fingiu está chocada, mas sabia que não estava, começou a rir, ainda não acreditando no que eu estava prestes a fazer

— Ele é o único que falou dos meus pais biológicos, Clarissa é uma ótima mãe, mas tem algo estranho nessa história. Por que ninguém fala nos meus pais? Porque todos ficam nervosos quando falava? Por que ninguém da nossa idade não sabe nada? – senti um olhar de compaixão de minha amiga, traduzindo, ela disse: você não está só. Ela sempre esteve comigo, nunca me julgou, até na infância quando todos não queriam ficar perto de mim, sempre esteve lá. Depois na adolescência, todos queriam ficar conosco, por causa dela, sempre tão legal e carismática, eu seguir a onda as pessoas começaram a ver que eu não era tão assustadora assim – A única coisa que sei, é que Clarissa é prima da minha mãe, só. Isso é tão pouco.

— Vamos achar respostas, tenho certeza Anastácia. – sorri pra ela amarelado

— Primeiro, temos que ter um plano! – a empolgação voltou

Eu quase tinha me esquecido que a fase de iniciação da academia era amanhã, essa correria que Cristian tinha começado me fez esquecer um pouco da aflição, qual anjo iria me escolher? Academia de Angelus, era como a faculdade dos  sigis, só que a diferença era que você era escolhida por sua habilidades interiores e não você escolhia, era mágico. Todos os anos eu corria para perto de minha mãe e assistia a escolha, ansiosa  imaginando qual seria minha habilidade, aquela que talvez nem eu saiba que tenho, mas o cetro nunca erra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem, opiniões serão bem vindas. Beijos, até domigoooooo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Angelus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.