Never Let Me Go, Peter II escrita por Barbs


Capítulo 18
Desaparecida.


Notas iniciais do capítulo

Mais um dos recém escritos. Espero que gostem.



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— Onde ela está? – Peter bateu a porta atrás de si – Fury, onde ela está?

— Não sabemos Parker – Fury ficou de pé em frente sua mesa – o último momento que falamos com ela, ela disse que estava em perigo. Não tivemos...

— E o rastreador?

— Desligado.

— Você precisa achar um jeito de encontrá-la – Peter parou do lado oposto e frente para Fury – ela estava indo em uma missão por ordem sua!

— Parker – Fury disse em voz alta – nós vamos encontrá-la!

— Para seu próprio bem eu espero que sim.

Fury apenas fitou o garoto sair de sua sala e bater a porta. Parte de si queria xingá-lo pela falta de educação, mas outra parte ainda maior compreendia o que ele estava sentindo e passando, não poderia culpa-lo, tinha coisas mais importantes para se preocupar como o sumiço de uma agente colocada em campo segundos antes de pedir ajuda e dizer que estava em perigo.

Fury digitava diversas localizações próximas e distantes de onde havia entrado em contato com Maya pela última vez, procurava por reconhecimento facial e algo que pudesse ajudar, estava, de certo modo, muito mais preocupado que o normal. Se perguntava como ela sabia que estava em perigo, como ela conseguiu avisar, segundos antes da ligação cair, que algo não estava certo. Mas primeiro teria de encontrá-la para, depois, fazer perguntas.

Peter ignorou Tony quem tentou ser simpático lhe dizendo que sentia muito pela perda de Gwen, apenas recebeu um olhar do aracnídeo que caminhava furioso em direção ao vestiário, sua roupa reserva se encontrava na S.H.I.E.L.D. com diversas réplicas e tipos de roupa para o caso de precisar, mas, naquele momento, tudo o que precisava era de sua roupa clássica para procurar Maya pela cidade e nada e ninguém o impediria disso.

Tony Stark entrou no vestiário resmungando algo como ele ser mal educado, Peter havia tirado sua camisa e Tony, ao vê-lo despido, fez uma piada virando-se de costas para o garoto, mas ao notar sua seriedade virou-se novamente perguntando o que havia de errado com ele. Peter manteve-se em silêncio mais uma vez e quando Tony Stark estava prestes a explodir para conseguir alguma resposta do adolescente Peter terminou de trocar sua roupa levantando o olhar até o Vingador.

— Preciso sair.

Ele fitou Peter com a máscara em mãos – O que houve?

— Maya está desaparecida.

— Sua namorada?

— É – Peter colocou a máscara – vou procura-la, ou seja, se houve alguma emergência não estou disponível.

— Espero que a encontre.

— Obrigado.

Peter passou por Tony procurando a primeira janela que havia visto, pendurou-se na mesma e logo lançou sua teia no prédio mais próximo. Encontraria Maya a todo custo, a procuraria dia e noite, sem parar e faria o que fosse preciso para trazê-la a salvo para casa, não podia lidar com outra perda, especialmente a de Maya.

Peter ia de quarteirão em quarteirão tentando descobrir algo suspeito, algo que relacionasse a Maya ou quem quer que tenha pego a garota. Tudo em sua mente estava muito confuso, em um momento estava em casa pensando em como tinha arruinado a vida de Gwen, que agora estava acabada, e no outro estava na S.H.I.E.L.D. socando um guarda que o impedia de entrar na sala de Fury, sentia seu peito cada vez mais apertado só de pensar no que tinha acontecido com Maya, sentia vontade de chorar, mas não tinha tempo para derramar lágrimas, fosse por Gwen, por Maya ou por si mesmo. Tinha que acha-la e assim o faria.

Peter lançava teias sobre a cidade indo em ruas que jamais tinha andado, ruas com nomes diferentes, ruas desconhecidas, centrais, ricas, periféricas, sua rua, rua do apartamento de Maya, da base secreta da S.H.I.E.L.D. e se sentia cada vez mais impotente por não tê-la encontrado, por não ter, sequer conseguido alguma pista. Deixava seu comunicador da S.H.I.E.L.D. ligado para o caso de Fury encontrar algo relativo à ela e seu cativeiro, mas não havia nem sinal e toda vez em que entrava em contato com Fury ele o dizia que ainda não tinha progresso.

Estava furioso. Furioso com Fury por não parecer se esforçar o suficiente para ajudar Maya, furioso com o que ou quem havia pego-a, furioso com os outros Vingadores por não estarem ajudando na busca, mas, especialmente, estava furioso consigo mesmo por deixar isso acontecendo mais uma vez.

Parou no topo de um dos prédios mais alto e retirou sua máscara ao sentir-se confortável o suficiente para se manter sentado a beira do telhado. O vento bateu em eu rosto bagunçando seus cabelos e seus pensamentos variavam com imagens de Gwen, ao longo que se conheceram, namoraram e até o último momento que a viu, já sem vida, e com imagens de Maya, do dia em que se conheceram, de quando descobriu quem ela realmente era, das vezes em que viu seu sorriso e da última vez que havia visto-a enquanto conversavam sobre o fatídico destino de Gwen.

Sentiu seu coração acelerar e, antes mesmo que pudesse tentar impedir, sentiu seus olhos lacrimejarem. Sua garganta começou a arder a medida que ele tentava impedir as lágrimas de caírem, mas elas já escorriam por seu rosto e pingavam em seu uniforme umedecendo-o em pequenas proporções. Sentia-se tão desamparado que queria gritar ao mundo sobre o que estava acontecendo consigo e que não queria mais ser o Homem Aranha. Queria revelar sua identidade a todos de modo que vissem que, embaixo de toda aquela roupa e aquela pose de herói cômico, havia um cara que estava sofrendo com as consequências da própria vida, das próprias escolhas.

Passou as mãos no cabelo tentando manter-se calmo, sentia suas mãos tremerem por causa dos pensamentos que passavam em sua cabeça, onde Maya não estava viva. Mas ele não podia fixar-se nisso, não podia desistir da namorada e não iria. Mais uma vez ligou o comunicador e Fury o atendeu sem sequer olhar para o garoto, ele digitava algo tão rápido que Peter podia ouvir os barulhos das teclas. Secava as lágrimas de modo disfarçado enquanto pigarreava para chamar a atenção de Fury.

Estou dando o meu melhor, Parker— Fury disse ainda digitando.

— Nem sinal?

Não— ele lançou um rápido olhar para a imagem de Peter em holograma – algum avanço?

— Nada – ele resmungou segurando a máscara em mãos – volto a contatar depois.

Antes que Peter pudesse desligar Fury o chamou.

— Sim? – ele perguntou ficando de pé no topo do prédio.

Não faça nenhuma burrice, Parker.

— Isso não é algo que posso garantir – Peter lhe disse desligando o comunicador.

Ele colocou sua máscara e no instante em que se preparava para fazer mais uma busca por Maya seu celular tocou tirando toda sua concentração. Mais uma vez ele retirou a máscara e reconheceu o número de sua Tia May, estava longe tempo demais para simplesmente ignorá-la novamente.

Alô? Peter?— a voz da tia ecoava do outro lado da linha.

— Oi Tia May – Peter forçava a voz tentando parecer o mais normal possível.

 - Até que enfim você atendeu, estava preocupada.

— Desculpe por isso – Peter não sabia o que dizer a tia.

Onde você está? Já está muito tarde.

— Estou a caminho de casa – ele fitava a cidade iluminada – não precisa me esperar acordada Tia May. Harry e eu vamos comer algo, ele não está bem.

Tia May suspirou – Gwen era muito querida.

— Sim – Peter balançou a cabeça positivamente olhando para as ruas repletas de carros – ela era.

Por favor, Peter. Não demore. As ruas estão perigosas.

— Pode deixar, Tia May – Peter vestiu a máscara até seu nariz – vá dormir.

Te amo, Pete.

— Também te amo, Tia May.

A tia de Peter desligou o telefone e ele o guardou logo em seguida. Sabia que a Tia também não estava bem, sabia que precisava ficar com ela para que ela se sentisse bem, sabia que precisava passar mais segurança para a tia, mas simplesmente não conseguia, sentia-se ainda pior após atender seu telefonema e notar a preocupação na sua voz, mas acima de tudo a tristeza quando a tia havia falado de Gwen. Ela precisava do sobrinho e Peter tinha uma namorada para salvar, além de precisar de um tempo só para si.

Mais uma vez começou a rondar por cima dos prédios alguma coisa suspeita, não procurava por nada especifico por não saber o que procurar, mas toda e qualquer ação brusca era observada pelo garoto quem ficava frustrado ao saber que não era o que ele estava procurando.

Sentiu seu celular vibrar mais uma vez e assim que parou em outro prédio, menor que o anterior, escutou a música toque tocar cada segundo mais alto, não poderia ignorar Tia May mais uma vez, por isso, de imediato colocou o celular no ouvido, após deslizar o dedo pelo botão verde, enquanto levantava sua máscara até o nariz.

— Oi, Tia May – Peter atendeu soltando sua teia pelo prédio.

Peter, sou eu, MJ.

Peter fechou os olhos xingando a si mesmo mentalmente por não conferir o número, precisava salvar os números em sua agenda telefônica se não quisesse que algo parecido acontecesse novamente – Oi MJ.

Como você está, tigrão?

— Bem, e você?

Não minta para mim— ela dizia com sua voz doce – estamos preocupados com você.

— Estou bem, MJ.

Eu sei que não está, porque nenhum de nós estamos— ela fez uma breve pausa – Harry tem tentado te ligar e sua tia também. Estão todos preocupados, você devia dar notícias.

— Falei com Tia May agora, ela está mais tranquila – Peter coçou a nuca – MJ eu...

Você não precisa passar por tudo isso sozinho, Pete – Mary Jane o interrompeu -  estamos sofrendo também. Ninguém vai fazer com que você fale sobre o que não te agrada, ninguém vai te culpar pelo que aconteceu. Você não tem porque ter medo, Pete. Somos seus amigos e estamos com você.

— Eu sei – ele sussurrou desejando que a ligação caísse.

Não parece. Acho que precisamos uns dos outros, não de fugir. Você não precisa se fechar pelo que aconteceu. Ninguém te culpa por Gwen ter morrido.

Peter sentiu uma pontada em seu estômago. Não queria voltar a falar sobre a culpa que sentia por Gwen ter sido pega pelo Duende em seu quarto.

Aquele cara era um psicopata. Nunca saberemos a verdadeira razão pela qual ele ter feito o que fez.

Peter mantinha-se em silêncio, ele sabia muito bem a razão pela qual o Duende havia matado Gwen. E a razão era ele mesmo.

Tudo o que estou dizendo é: Não se afaste de nós. Queremos você por perto e precisamos de você.

— Tudo bem, MJ – Peter pigarreou para evitar a voz embargada – obrigado.

Você ouviu um por cento do que falei?

— Claro que ouvi – ele respondeu – e prometo que não vou sumir. Agora tenho que desligar porque preciso ir embora e estou em uma rua perigosa.

Certo— ela sussurrou – vá com cuidado, Pete.

— Tchau, MJ.

Peter desligou o telefone e mais uma vez se pôs em direção à ruas e prédios da cidade. Ouviu novamente um barulho, parecia ser de algo eletrônico e ignorou pensando ser seu celular, não queria mais ouvir ninguém porque estava sem cabeça e sem tempo para isso. Sabia que estavam preocupados, se sentia grato por isso, mas nada retiraria o peso da culpa de suas costas, era algo que ele teria que arcar para o resto de sua vida e não se perdoaria. Não se perdoaria se algo acontecesse a Maya também, não sabia a razão pela qual ela havia sumido, mas sabia que ela estava em perigo e ele pensava que era por sua única e total culpa.

Parker!

Ele reconheceu o grito e a voz grossa de Fury enquanto lançava a teia em mais um prédio, sequer tinha notado que o comunicador de pulso estava ligado, foi quando olhou na direção da imagem holográfica do rosto de Fury se sentindo esperançoso de que algo, finalmente, tinha sido encontrado.

— O que foi? – Peter perguntou ainda balançando em sua teia.

Encontramos algo.

— O que foi? – Peter tornou a perguntar sentindo seu coração acelerar.

O reconhecimento facial reconheceu Maya por uma fração de segundo, há incertezas, mas também há sessenta por cento de chances de ser ela.

— Onde? – Peter perguntou ansioso.

Estou enviando as imagens para você — Fury o ignorou – ela estava sentada no banco de um carro, ela não parecia ter amarras, Parker.

— Onde, Fury? – Peter perguntou começando a se irritar ao parar no topo de mais um prédio.

No norte, estou te dando as coordenadas.

— Certo, obrigado Fury – Peter assentiu observando as coordenadas surgirem de seu comunicador em 3D.

Parker – a voz de Fury estava ao fundo das imagens que Peter analisava – como dissemos não sabemos se...

— É ela – Peter afirmou dando zoom na imagem – tenho certeza.

Certo— Nick Fury fez uma breve pausa ainda sendo apenas uma imagem de fundo – Aguarde no local que alguns agentes estão a caminho para a busca. Não faça nada estúpido, Parker.

­— Já disse que não posso prometer isso – Peter fitava a imagem das coordenadas gravando-a na cabeça.

Isso é uma ordem. Não sabemos se é a Maya...

— É ela – ele tornou a afirmar – tenho certeza, Fury.

Não tenha.

— O que está dizendo? – Peter abaixou a imagem das coordenadas de modo que fitasse a feição séria de Fury.

Ela não estava amarrada. Não parecia forçada.

— Está...

Não estou dizendo nada — Fury o interrompeu antes mesmo de ouvir o que Peter tinha a dizer – apenas se lembra de quem ela era.

— Isso não importa mais – Peter pigarreou aumentando o tom de voz – ela não nos traiu.

Ela não faria isso mais de uma vez, faria?

Peter olhou para Fury com incredulidade por baixo da máscara, mas logo respondeu firme do que estava dizendo – Não, Fury. Ela não faria isso porque ela mudou.

Apenas... Não faça nenhuma estupidez, Parker.

— Não sou como você – Peter retirou o comunicador do pulso o amassando em sua mão. Respirou fundo ignorando o que Fury tinha dito, mantinha em sua cabeça que Maya era inocente, ele a conhecia, sabia que ela jamais erraria de novo, jamais os trairia, jamais faria o que é errado tendo plena consciência do que se tratava.

Peter jogou os cacos do que restou do comunicador no chão do prédio.

Lançou sua teia novamente e partiu em direção ao norte da cidade para salvar a mulher de sua vida.


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Notas finais do capítulo

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