[HIATUS] Vampires Will Never Hurt You escrita por Poison Girl


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Alguem ainda tah lendo????Estamos tentando escrever mas a escola das meninas e minha faculdade estão nos matando



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(Edward)

Estava andando, perturbado consigo mesmo. Edward simplesmente não podia acreditar que se permitira ir tão longe. E sua memória parecia ainda mais aguçada que o normal, mais forte do que sua própria mente. Não parava de lembrar, como se estivesse revivendo o momento. Podia ver com clareza o par de olhos azuis da garota, gravara em seu cérebro todos os movimentos mínimos que os lábios cheios fizeram.

O Edward correu os dedos pelos cabelos, frustrado. Quase perdera o auto-controle ao ver aqueles lábios. Ele precisava experimentar. Simplesmente tocar a boca dela, saber se era tão macia quando parecia.

- Seu doente, psicopata, egoísta, tarado! – acusou-se.

Tarado era uma boa palavra. Não era assim que chamavam os humanos que se apaixonavam por seres de outras espécies? Ele era um vampiro louco por uma humana. Então fez uma careta com a própria falta de sentido. Talvez não devesse se surpreender. O amor tem mesmo esse péssimo hábito de colocar pensamentos disparatados na mente de suas vítimas.

- Carambola! – gritou alguém – Carambola com queijo, Edward!

- Você nunca comeu carambola com queijo. – respondeu, distraído.

- Mas a combinação de palavras ficou cute cute, admita. – Alice apareceu na sua frente, sorrindo.

Edward lançou um olhar carrancudo a Alice, que parecia hiperativa como se tivesse comido quilos de açúcar. Sendo uma vampira, Alice não podia ficar hiperativa por excesso de açúcar no sangue, mas ele tinha uma boa idéia do que podia deixar uma vampira como Alice hiperativa. Essa idéia o fez fechar ainda mais a cara. O riso de sinos de Alice soou no corredor silencioso.

- Você e Lillith. Finalmente quase! – exclamou Alice, feliz.

- Finalmente quase? – ele ergueu as sobrancelhas. – E eu não já falei para não ficar olhando?

- Eu não estava olhando. – ela pôs a mão no peito e falou ofendida: - Mas algumas visões vem espontaneamente. Quando você tomou a decisão errada de não beijar a Lillith, eu vi.

Edward ficou em silencio. Queria ser capaz de pensar em outra coisa, mas era impossível.Com a mente que tinha, era capaz de pensar em várias coisas e ela continuava lá, ocupando uma parcela do seu cérebro. Uma parcela maior do que era do seu agrado.

- Alice, só quero ser deixado em paz. Não pode respeitar isso?

- Não.

Como se ele não já soubesse a resposta.

(Lillith)

O sinal irritante pareceu ecoar dentro de seu cérebro. Era tão desesperadoramente chato que o único desejo dela era sair correndo e se esconder... O que não era uma má idéia. Lillith suspirou. Iria matar a aula de biologia. É. Não estava nem um pouco com vontade de ficar olhando para aquele professor de narinas estranhamente dilatadas. E também... Não, não tinha absolutamente nada a ver com Edward Cullen. Que diferença fazia se ela ia vê-lo outra vez? Nenhuma.

Ou não.

- Aonde você pensa que vai, Finkley?

Lillith paralisou-se no ato de descer as escadas. Fechou os olhos e contou até dez.

“Calma, Lil. Você não vai matar a Alice. Você gosta da Alice.” Ou pelo menos era disso que tentava se convencer?

- O que você quer, Cullen? – sibilou entre dentes.

- Quanta hostilidade! – Alice sacudiu a cabeça com desgosto – Quando vocês vão aprender que raiva atrai energia negativa?

- Eu estou indo matar aula. – respondeu Lillith, como se fosse uma garota rebelde que matava aula o tempo todo. Não, ela não era.

Alice ofegou e cobriu a boca com a mão, teatralmente. Quem visse, diria que Lillith havia acabado de afirmar que estava indo fritar filhotes de foca. Quando a baixinha abriu a boca, falou em um tom mesclado de choque e decepção.

- Como? Nunca permitirei tal absurdo! E o seu futuro? Você acha que eu quero uma melhor amiga burra? Quais são seus propósitos na vida? Pense no exemplo que você está dando para as crianças menores! Pense nos seus pais! Uma falta não justificada pode impedir você de entrar na faculdade! E se descobrirem você? Podem suspender você! Deus, e se acharem que você estava fazendo algo pior que matar aula? Você pode ser presa! Pode ser mandada para a cadeira elétrica!

- Credo, Alice, você é pior que o Edward! – Lillith estava de olhos arregalados. – Tudo bem, tudo bem, eu vou à bendita aula.

Ela ainda não queria encontra Edward Cullen, mas era melhor do que ser descoberta, expulsa e mandada pra cadeira elétrica. No instante em que ela concordou em ir à aula, Alice desfez a expressão de preocupação e voltou a sorrir com entusiasmo ao agarrar o braço de Lillith e arrastá-la para a sala de tortur... Digo, aula.

O professor lançou um olhar extremamente carrancudo às duas garotas. Quando ele fazia aquela cara, suas narinas se dilatavam ainda mais. Lillith fez uma careta e desviou o olhar para os alunos. Não estava a fim de contar os pelos no nariz do professor. Então viu Jeffrey. Ele estava tão entretido com uma garota, que nem pareceu notar que ela e Alice haviam entrado na sala. Resolveu não se intrometer entre os dois e correu a sala em busca de um lugar para sentar. Ela o encontrou. Ao lado de Edward Cullen. Não vamos falar em voz alta as palavras que passaram pela cabeça de Lillith naquele momento. Digamos apenas que ela andou rigidamente até o lugar que lhe foi indicado pelo destino.

- Olá, Lillith – ele falou educadamente.

- É, oi. – ela sentou e olhou fixamente para a frente, como se nada fosse mais importante do que a aula do Sr. Narinas.

Aqui temos um dilema. O que ela devia fazer? Ser fria com ele? Se afastar e esquecer que um dia o conheceu? Tratá-lo como se nada tivesse acontecido? E, nesse caso, se ele resolvesse dar um fora nela? O que fazer? Lillith ouviu um ruído alarmante de corneta e ergueu o rosto de olhos arregalados para o professor. Ele passava um lenço no nariz absurdamente oblongo e adunco. Ela abriu a boca de horror. Qualquer professor podia ficar resfriado, menos o Sr. Narina.

- Ah meu Deus, se ele espirrar vai cobrir a sala de meleca! – ela pensou em voz alta.

Felizmente, baixa o suficiente para o professor não escutar. Infelizmente, alta o suficiente para fazer Edward Cullen ter um acesso de riso a seu lado. O acesso de riso de Edward não era nada parecido com qualquer acesso de riso que Lillith já tinha visto. Ele não estava vermelho, apertando a barriga ou com falta de ar. Ele simplesmente estava rindo baixinho e discretamente. Era algo tão bom de se ver que ela só pode ficar olhando como uma idiota até que ele acabou.

- Meu Deus, Lillith! No que você está pensando? – ele falou ainda sorrindo.

- Olha aquele cara! – Lillith falou em tom indignado – Um homem com narinas tão grandes não devia ser professor. Quem consegue prestar atenção à aula correndo o risco de ser sugado por aquele par de buracos negros?

- Lills, com que força exatamente você bateu a cabeça?

- É, não tenho certeza. – ela respondeu, sem graça.

Não foi tão difícil quanto ela achou que seria voltar a falar normalmente com ele. Lillith havia imaginado semanas... Não,meses de tratamento frio e constrangedor antes de voltar a interagir normalmente com ele. Isso SE voltasse a falar normalmente com ele. No entanto lá estava Edward, perfeito e cavalheiro, agindo como se nada tivesse acontecido.

A aula seguiu seu curso normal. Edward e Lillith trocavam algumas palavras de vez em quando, como velhos amigos que se encontram todos os dias.

- Então. – Edward começou como quem não quer nada – Vai almoçar com a gente hoje?

- Eu... Acho que não. – ela murmurou, constrangida – Eu acho que Jeff vai ficar chateado se eu não sentar com ele.

- Eu tenho a impressão de que Jeffrey tem uma companhia para o almoço hoje. – Edward lançou um olhar divertido à Jeffrey e a garota que ainda conversavam.

- Bem... Talvez. – Lillith mordeu o lábio.

- E Alice vai atrás de você, você sabe.

- Ahn... Está tentando me fazer fugir?

- Não. – ele riu – Só estou alertando-a do perigo. Para mantê-la preparada, é claro.

- Mas que coisa. – ela murmurou.

Na verdade, prezava muito a amizade de Jeffrey, mas queria de verdade sentar com Edward e Alice. Até mesmo Jasper com seu silencio era uma excelente companhia. Por mais que gostasse de Jeffrey, ele estava mudado e já não era o amigo divertido de sempre. Jeffrey devia estar bem irritante mesmo para ela preferir se sentar com Rosalie.

- Eu... Eu não vou incomodar mesmo se me sentar com você?

- Você é totalmente bem vinda – falou ele candidamente.

Era mentira, é claro. Ela sabia perfeitamente que NÃO era bem vinda na mesa dos Cullens por causa da loira. Mas ficou tão feliz por Edward mentir para ter a companhia dela mesmo tendo acontecido... “Aquilo” entre os dois que, sem pensar, Lillith soltou:

- Claro que vou almoçar com você então – e disse isso com um sorriso.

Uma voz na sua cabeça – de repente ela lembrou da sua “versão roqueira” do delírio da enfermaria – disse: “É, Finkley, você está f...”

- O sinal! – exclamou Edward ouvindo o sinal irritante.

Lillith gemeu. Sabia que tinha algo importante a ser feito e não podia evitar. Então juntou coragem, suas coisas e marchou para fora da sala determinada a fazer o que tinha que ser feito.

Seu coração batia lentamente enquanto ela respirava fundo. Queria ser menos covarde e mais corajosa. Era o que ela queria e enfrentaria a morte súbita por isso. Ela caminhou lentamente, suas pernas pareciam chumbo. Jeffrey estava na mesa de sempre já com o almoço em mãos. Ela estava sendo dramática. Todos aqueles sintomas de Gladiadora que vai lutar com os leões eram coisa de sua covarde mente que não queria encarar Jeff. Medo do próprio melhor amigo? Loucura.

- Jeffrey, eu vou sentar com o Edward e você é bem vindo se quiser vir também.

Idiota! Idiota! Mil vezes idiota, cérebro de passarinho! Sentar com o Edward? Ela não ia sentar com o Edward, ela ia sentar com os Cullen. E mesmo assim! Por que Edward? Por que não “Eu vou me sentar com a Alice” ou mesmo “Eu vou me sentar com a Loira psicopata”? Ela estava irreversivelmente apaixonada por um garoto que devia achá-la uma louca e tinha que ficar dando tão na cara assim.

- Ah, vai é? – Jeffrey começou a ficar vermelho – Bem. Esteja a vontade, eu não dou a mínima.

- Está dizendo que não quer sentar conosco?

- Eu? Há! Imagine, você acha que eu quero ficar de castiçal entre você e seu namorado?

- Ele não é meu namorado! – Foi a vez dela ficar vermelha.

Como ele se atrevia a falar disso? Como? Machucou-a por supor que havia algo mais entre ela e Edward quando ela sabia que ele jamais olharia para ela de modo diferente do que a melhor amiga repentina da sua irmã.

- Pra mim tanto faz, eu já tenho com quem me sentar. – ele rosnou.

- Ótimo! Não preciso de você! – Ela sibilou dando-lhe as costas.

- Ótimo! – ele gritou para ela.

- Ó-TI-MO! – ela rosnou e saiu quase correndo, sem dar tempo para ele responder.

Enquanto ela andava para a mesa dos Cullen, começou a se sentir mal por ter brigado com Jeffrey. Ele era seu melhor amigo, não era justo trocá-lo desse jeito por causa de um garoto por quem estava apaixonada. Até por que não ia ser correspondida. Mas será que ele não podia entender que ela não podia ser apenas sua amiga? Que ela tinha outros amigos agora?

Ela entendeu por que estava indo se sentar com os Cullen no momento em que Edward a recebeu na mesa com um sorriso torto. Ela sorriu de volta e sentou ao lado dele. Alice começou a bombardeá-la com informações sobre moda. Alice não tinha parado de falar ainda quando Edward lançou um olhar preocupado à Jasper antes de voltar-se para Lillith:

- Algum problema, Lills? – ele perguntou com ar de preocupação.

- Nada, eu só... Estou preocupada com umas coisas. – ela resmungou

Edward tornou a encontrar o olhar de Jasper. Lillith começou a se despreocupar aos poucos. Jeffrey e ela eram amigos, ia ficar tudo bem. No entanto, ela sentia ainda um peso na consciência abafado como se sua mente se recusasse a ficar chateada, mas não pudesse evitar. Não pôde deixar de notar que Rosalie e Emmett não estavam ali. Era ela quem estava afastando os irmãos, pois a loira a odiava, mesmo sem ter um bom motivo para isso. E por falar em pessoas que a odiavam sem motivo, uma voz familiar soou às suas costas:

- Se importam se eu me sentar?

Lillith virou-se de olhos arregalados e deparou-se com Jeffrey. Podia sentir Edward ficando tenso ao seu lado. Ela mesma estava rígida ao vê-lo ali, aquela discussão tinha parecido bastante definitiva.

- Achei que você já tivesse com quem sentar. – ela declarou, atônita

- Bem, eu decidi que minha melhor amiga era mais importante – ele falou suavemente – Mas se interrompo ou incomodo, vou embora.

- Não! Quer dizer...

Lillith hesitou. Aquela não era realmente sua mesa. Era a mesa dos Cullen. Sentia que precisava da permissão de pelo menos um deles para que Jeff sentasse ali ao mesmo tempo em que queria desesperadamente seu amigo por perto. Sentiu um olhar intenso de Edward, como se esse furasse seus pensamentos e tentasse entender o que ela queria. Logo em seguida, o ruivo declarou:

- Você é bem vindo aqui, Deppalier – Numa voz sem emoção.

Lillith abriu um sorriso enorme para Edward e depois para Jeff enquanto ele sentava ao seu lado. Estava tão aliviada por estar tudo bem. Ou assim ela achava. Logo o clima estava tenso na mesa. A conversa tinha morrido e nem mesmo Alice parecia saber o que dizer. Os minutos se arrastavam, mas Lillith estava tão feliz por voltar a falar com Jeff que estava imune ao clima. O que Lillith não sabia era que Alice estava bem melhor calada do que quando começou a falar:

- Edward maninho, como foi o seu dia? – perguntou com um sorriso.

- Por que esse interesse repentino? – o rapaz ergueu as sobrancelhas.

- Bem, há muito tempo que você não conta nada de emocionante... animado... apaixonante... Eu fico preocupada que você esteja escondendo coisas. – ela piscou.

- Bem vinda a vida real, Alice. A vida não é animada, apaixonante e emocionante. Isso acontece nos filmes. – ele replicou em tom azedo.

- A sua não é apaixonante por que você é um cabeça dura – cantarolou Alice – Você devia levar a vida pro lado apaixonante. Não acha, Lillith?

- O que? – ela gaguejou e corou – N-não, me deixa fora disso, Alice.

Ela começou a ficar tensa também. Alice falava como se soubesse de algo do quase-beijo. Será que Edward havia contado? As mãos da garota começaram a suar enquanto ela tentava apreender isso. Alice ia zoá-la até o ultimo dia da sua vida. Isso a fez esquecer das pazes com Jeffrey e Alice era outra vez a única pessoa capaz de não sentir a tensão entre os rapazes e Lillith. A consciência de que Edward percebera sim seu assédio sexual e que contara a Alice a fez entrar em tal crise de vergonha que ela não conseguiu mais comer.

Finalmente o sinal tocou... E Lillith fugiu às pressas, como uma louca, sem falar com ninguém e esquecendo completamente de Jeff. Ela nunca estivera tão feliz por um dia de aula estar terminando.


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Notas finais do capítulo

comentemXOXO



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