Pokémon RainStorm escrita por Zark


Capítulo 46
Capítulo 29: O velho tarado, o Pancham briguento e a Gulpin chorona.


Notas iniciais do capítulo

Olá amadas e amados leitores! Como estão? Espero que bem.
Acabei demorando bastante para trazer este capítulo, meu objetivo era tê-lo lançado há duas semanas atrás, mas meu ritmo de escrita está muito devagar desde que eu voltei. Estou bastante desacostumado e por isso demoro duas ou até mesmo três vezes mais para escrever algo se comparando com antes do hiato. Além disso, devido a atual situação do mundo, estou tendo que passar muito tempo em frente ao computador e isto faz com que meu pescoço fique dolorido, como consequência tive que diminuir a quantidade de tempo que escrevo cada dia.
De qualquer forma, sei que acabei demorando demais e peço desculpas pela demora. Espero que eu consiga pegar o ritmo de novo para poder lançar capítulos mais constantemente.
Sobre o capítulo, depois de muito tempo, estamos de volta a jornada principal, por isso espero que gostem!
Tenham uma boa leitura!



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Eu estou mais do que feliz de estar junto de vocês.

 

Rota 5, 19 de novembro de 3016.

Continuavam andando pela Rota 5, que era bonita principalmente para aqueles que gostavam de verde, cheia de árvores e gramas para todo os lados. Infelizmente, o que menos importava para Katherine e seus amigos era a beleza daquela rota, pois assim que saíram do centro Pokémon, se depararam com uma ladeira, que apesar de não muito ingrime, era bem extensa.

— Shiro, me carrega, eu estou cansada e machucada! – Quase que ordenou a princesa Evelyne, que estava ofegando.

— Você quebrou o braço. Suas duas pernas estão em perfeito estado. – contestou Shiro que também ofegava.

— Mas já estamos subindo há horas, eu não vou aguentar mais. – reclamou a Eve.

— Engraçado, ontem você não parecia tão preguiçosa quando resolveu passar a tarde toda patinando, mesmo correndo o risco de se machucar.

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra! Além do mais, tenho certeza que você só está com raiva porque eu estava patinando muito bem enquanto você quase não conseguia ficar em pé. – debochou Eve dando a língua.

— Sua princesinha meti… – exclamava Shiro em raiva quando foi interrompido.

— Se você não vai me carregar, eu não me importo. – disse desviando o olhar para o outro garoto que parecia estar morrendo de tanto ofegar. – Kuro, me carrega, por favor!

Kuro que estava fingindo não ouvir a conversa para que não tivesse problemas, ao ouvir o chamado da princesa congelou.

— Não…é que eu não queira te ajudar… mas… eu também não aguento. – falou Kuro se esforçando para manter o folego.

Evelyne virou o rosto de forma mimada, evitando olhar para o rosto dos dois irmãos.

— É nesses momentos que eu me lembro que ela é uma princesa. – pensou Shiro.

Foi então, que Katherine que estava a frente de todos e ainda com bastante folego, se virou para trás e anunciou:

— Eu sei que vocês estão gostando de subir essa ladeira, mas já estou vendo o topo.

Ao ouvir aquelas palavras os olhos de Eve brilharam.

— Aleluia! – gritou ela de emoção ao correr para o topo.

— Parece… que ela… ainda tinha… muita energia. – comentou Kuro ofegando.

— Pois é… – concordou Shiro.

A princesa passou pela garota furisode e agarrou sua mão.

— Vamos, Katy! Para o fim dessa ladeira dos infernos! – Evelyne puxou Katherine e a levou até o topo tão rapidamente que nem parecia que ela estava cansada.

— Tenha calma, Eve! – pediu Katy ao tentar acompanhar a velocidade da amiga.

— Não se preocupe, pois chegamos ao topo!

Assim que terminaram de subir a ladeira, a vegetação da rota parecia ter mudado, em invés de estarem rodeadas por árvores grandes e verdes, viam um bambuzal enorme formando algo que poderia ser um labirinto se não houvesse a estrada no meio para guiá-los. Mas, apesar de ser uma vista diferente e bonita, foi outra coisa que chamou a atenção das duas.

— AAAH!!! – soltou um berro Evelyne.

Os dois irmãos, que haviam ficado para trás, ouviram grito e correram para ver se algo acontecera.

— Katy, Eve, vocês estão bem? – perguntou Shiro que acabara de chegar no topo do declive.

— Aconteceu…algo? – Kuro estava preocupada, mas não conseguia falar direito enquanto respirava.

Ao olharam para as duas, seus rostos estavam vermelhos, Katherine, principalmente, que ainda parecia bem assustada.

— É um velho pervertido! – apontou Eve para um homem idoso que estava deitado com a barriga para cima e de braços abertos no chão, e além disso, ele estava pelado revelando suas partes íntimas para o mundo.

— Mas o que é isso? – gritaram Kuro e Shiro ao verem o velho, o que mais surpreendia eles não era o fato dele está pelado com o sol refletindo em suas partes íntimas, mas sim o tamanho do Arbok que ele revelava entre suas pernas.

— Shiro, isso não é natural. – sussurrou Kuro em seu ouvido.

— Ele deve ter usado alguma coisa pra ficar desse jeito. – concordou ele.

Com os quatro jovens fazendo um escândalo, o idoso, que até então estava dormindo, se levantou. Ele abriu os olhos com dificuldade, ao ver a sua plateia sorriu e indagou:

— Qual é a boa? Vocês sempre vem aqui?

— Pervertido! – gritou Eve ao dar um tapa na cara dele, seguida por Katy que fez o mesmo, mas de forma silenciosa.

— Então deixa eu ver se entendi. Você estava andando pela rota quando sentiu sono e resolveu dormir do lado do bambuzal, mas então um grupo de ladrões te assaltaram e levaram todas as suas coisas, incluindo roupas e pokébolas? – tentou confirmar Katy.

— Isso mesmo! – sorriu o velho fazendo joinha com as duas mãos.

— Certo…Mas por que diabos você voltou a dormir? – berrou Eve.

— Eu tava com sono. Tem outro motivo para dormir?

— Seu velho desgraçado e pervertido. – reclamou a princesa para si mesma que se segurava para não bater no idoso novamente.

— De qualquer forma, obrigado pelas roupas, apesar de terem ficado um pouco apertadas. – Ele era bem alto e forte, algo bem incomum para alguém de sua idade, por causa disso, as roupas que Shiro e Kuro haviam emprestado estavam pequenas e bem apertadas. O idoso também possuía longos cabelos grisalhos, assim como seu bigode e barba, e tinha olhos esverdeados.

— Não há de que… – disse Shiro.

— Com certeza ele tomou algo. – sussurrou Kuro.

— Sem dúvidas.

O velho apesar de não ter entendido o que haviam falado, ouviu alguns sussurros.

— Disseram algo?

— Não! – negaram os dois.

— Desculpe, é que meus ouvidos não estão andando muito bem, então sempre tento ficar o máximo de alerta. – contou o idoso. – A idade chega para todo mundo.

— Para você ainda não chegou. – pensou Kuro.

O velho fez uma cara pensativa como se estivesse tentando lembrar de algo.

— É verdade, eu ainda não me apresentei. Onde estão meus modos? – conversou consigo mesmo. – Eu me chamo Rowen. – concluiu com um joinha e sorriso.

Após a primeira impressão bizarra, todos se apresentaram ao senhor.

Após isso, Katy, que já estava inquieta com algo há algum tempo, resolveu perguntar:

— Senhor Rowen, você disse que levaram suas pokébolas também, não está preocupado com seus pokémons?

— Não precisa me chamar de senhor, querida. Posso ser velho por fora, mas por dentro sou mais jovem que todos os jovens. – finalizou com uma gargalhada.

— Claro… – assentiu Katherine, sem compreender direito o que ele dizia.

— Sobre meus pokémon… – Rowen continuou – Eles são bem fortes, então não preciso me preocupar com eles, tenho fé que conseguiriam derrotar aqueles ladrões sozinhos. Por outro lado, eles ficariam bravos comigo se eu não fosse atrás dos ladrões, então é melhor eu começar a procurá-los. – voltou a gargalhar.

— Então podemos te ajudar. – sugeriu Katy.

— Obrigado, mas não precisam…

— Você pode ser um velho pervertido, mas eu concordo com Katy, vamos te ajudar. Se roubassem o Lumi, eu também ficaria feliz que me ajudassem a recuperá-lo. – comentou Eve fitando sua Luxury Ball.

Os dois irmãos concordaram com as garotas. Ao ver os quatro jovens, Rowen se emocionou e abraçou eles com seus braços atrofiados de músculos:

— Vocês são boas pessoas. Até me lembram os meus netos.

Ele apertava os quatro tão forte que os incomodavam.

— Obrigada, mas você poderia nos soltar, por favor. – quase que suplicou Katherine.

— Me desculpe. – disse Rowen ao terminar o abraço e perceber o seu erro. – As vezes, esqueço de controlar minha força.

— Não tem problema, mas nunca mais me abrace de novo. – pediu Shiro. – De qualquer forma, você sabe dizer para que lado os ladrões foram?

De um momento para o outro, a feição brincalhona de Rowen ficou mais seria. Ele colocou sua mão no queixo como se estivesse pensando.

— Eles não estavam de carro, então a chance de terem seguido pela estrada é baixa, afinal seria mais seguro se esconder pelo bambuzal. Além disso, seus sapatos estavam sujos de lama, se tivessem seguido pela estrada teriam feito uma trilha de pegadas. – contou Rowen. – A questão fica, por qual lado do bambuzal eles foram?

— Eles podem ter decido a ladeira também, talvez, já possam ter saído da rota. – sugeriu Kuro.

— Que horas são? – indagou Rowen.

— São 10:07 da manhã. – respondeu Katy ao olhar no celular.

— Então seria impossível, ao julgar pela posição do sol e da sombra dos bambus, os ladrões devem ter me assaltado por volta das 9 e meia. Para descer a ladeira mesmo correndo demoraria em torno de uma hora, além disso, é bem provável que vocês teriam percebido se tivessem visto um grupo estranho descendo, enquanto vocês subiam.

— Isso é verdade, a gente não viu ninguém enquanto subia. – concordou Kuro.

— E mesmo pelo bambuzal seria impossível sair da rota em tão pouco tempo. Então, eles ainda devem estar na rota. O único problema é que este bambuzal é um labirinto.

— Eu tenho uma ideia! – anunciou Evelyne. – Quem melhor para achar um ladrão do que outro ladrão? Shiro, chame o broto dos infernos para nos ajudar.

— Talvez, o Budew ajude, mas pare de chamar ele assim. – pediu o garoto ao pegar a pokébola de seu pokémon da mochila. Mas antes que ele conseguisse liberar seu pokémon de grama, outra pokébola se abriu sozinha.

Era o Croagunk do Shiro que havia se liberado. Ao ver, o corpo musculoso de Rowen, Croagunk se sentiu desafiado e começou a mostrar seus músculos enquanto fazia poses. Assim que viu o sapo azul, os olhos de Rowen brilharam.

— Que pokémon interessante! Cheio de muculos! – exclamou o velho, mas logo percebeu que estava sendo escandaloso demais. – Me desculpe, é que eu sou um apreciador da malhação, e ver um pokémon que também é, me deixou animado.

— Croagunk você continua saindo da pokébola quando quer. – reclamou Shiro colocando a mão na cara. – Se eu precisar de você, eu te chamo, mas por enquanto volte.

Apertando suas pokébolas, Shiro retornara o Croagunk e liberava o Budew.

— Ai está o pequeno ladrãozinho. – anunciou Eve encarando o Budew.

— Você não está meio longe? – indagou Rowen ao perceber que Evelyne tinha recuado uns 10 metros para trás.

— Não, aqui eu estou perfeitamente segura. – contou a princesa. – Está me ouvindo, broto dos infernos? Aqui você não vai conseguir me molhar! Muwahaha.

— Essa ai bateu a cabeça quando pequena. – comentou Rowen.

— Olha quem fala. – pensou Shiro.

Budew apenas deu língua para Eve, e depois a ignorou, fingindo que não podia a vê-la. Então, Shiro contou a situação para seu pokémon. O Budew pareceu feliz com a situação, talvez porque poderia ajudá-los com sua “percepção de ladrão” ou talvez por outro motivo. Ele repetiu seu nome algumas vezes e se afastou do grupo gritando para chamá-los.

— O Budew quer que a gente siga ele. – contou Shiro.

— Não é que eu não acredite nele, mas não seria melhor nos separarmos para procurar pelos ladrões. – sugeriu Rowen. – Dividimos em dois grupos, um grupo segue o Budew, e o outro vai para o lado oposto. Assim temos uma chance maior de acharmos os ladrões.

— Você tem um ponto. Mas como seu treinador, eu vou acompanhar o Budew.

— Eu vou com o Shiro. Sinto que esse ladrãozinho vai nos levar pelo caminho certo. – revelou Eve.

— Então os outros dois jovens vem comigo. Concordam? – indagou Rowen.

— Por mim tudo bem. – respondeu Katherine.
— Não tenho queixas. – falou Kuro.

— Então, vamos! Missão resgatar minhas roupas! – exclamou Rowen que estava mais animado do que devia.

O pokémon broto adentrava o bambuzal como se soubesse para onde estava indo, Eve o seguia acreditando fielmente que um ladrão acharia outro, já Shiro tinha sua desconfiança mesmo que Budew fosse seu pokémon.

— Me pergunto se nos dividirmos foi uma boa ideia? – indagou Shiro.

— Por que diz isso?

— Bem, Rowen não nos deu muitos detalhes sobre os ladrões, eles podem ser muitos, estar armados ou com pokémons fortes. Se algum deste for o caso seria melhor estarmos juntos para combatê-los.

— Se ele não mencionou é porque não deve ser o caso. Além de que, nos já passamos por batalhas bem perigosas para se preocupar com isso agora. – contou Eve.

— Você tem razão, mas seria bom descansar algumas vezes.

— Com certeza, ainda mais se tivermos doces para comer. – riu a princesa.

O Budew que até então seguia em frente quieto, soltou um grunhido como se estivesse chamando os dois.

— Será que ele encontrou algo? – questionou Evelyne se aproximando do broto.

Mal ela sabia que confiar naquele pequeno pokémon tinha sido seu erro. A única coisa que a princesa conseguiu ver, foi o sorriso sádico do Budew ao usar o Water Sport para disparar água do seu corpo, encharcando Eve. Shiro que já pressentia algo errado com o seu pokémon se precaveu e acabou ficando seco:

— Eu sabia que tinha algo de errado. – ele deu um sorriso envergonhado.

— Seu broto dos infernos! Agora não vou me segurar! – berrou ela pegando sua Luxury Ball. – Lumi use Shadow Ball!

O Eevee shiny saiu de sua pokébola disparando uma bola de energia roxa em direção do Budew, que foi rápido, e pulou para o lado desviando do ataque. Para o azar de Eve, a Shadow ball passou direto do Budew e acertou uma Gulpin selvagem que com a dor começou a chorar.

— Aaaah! Me desculpa! – berrou Eve correndo em direção da pokémon selvagem para ver se ela estava bem. Apesar de não parecer machucada, ela não parava de chorar. – Rápido Lumi, venha pedir desculpas também!

O pequeno Eevee não compreendia direito o motivo, mas acreditava na sua treinadora o suficiente para obedecer e se desculpar. Apesar de tudo, a Gulpin continuava chorando, Evelyne se sentia muito culpada e tentava fazer de tudo para que ela parasse. Ela tentava dançar, fazer caretas, cantar, contar piadas, além de mandar o Lumi fazer o mesmo, e isso tudo estava sendo um show de comédia para o Budew e pro Shiro, que preferiu ficar calado.

Com o passar do tempo, a pokémon venenosa foi se acalmando, até que começou a rir das palhaçadas da princesa e de seu Eevee.

— Ufa. – suspirou Eve aliviada. – Você é um pokémon bonzinho não é mesmo? – sorriu ela ao acariciar a Gulpin.

— Eu acho que é uma fêmea. Me lembro de ter lido em algum lugar que a pena da cabeça das Gulpin fêmeas são menores que a dos machos. – contou Shiro.

— Então é uma garota boazinha. – sorriu a princesa que continuava fazendo carinho

A Gulpin se sentiu muito feliz com o cafuné da princesa, tanto que se “amoleceu” como se estivesse deitando. Para retribuir o carinho da Eve, a Gulpin resolveu beijá-la, mas para o azar da princesa, a boca da pokémon venenosa estava cheia de líquidos gástricos que derretiam as coisas, e assim que os lábios da Gulpin tocaram suas roupas, elas começaram a derreter.

— O que está acontecendo? Minha roupa está sumindo! – berrou Eve tentando se livrar da Gulpin que continuva a beijando. – Pare Gulpin, me solta! Assim eu vou ficar pelada!

Evelyne estava tão desesperada que arremessou a Gulpin com suas mãos para o outro lado do bambuzal, a fazendo se machucar e começar a chorar mais uma vez.

— Desculpa foi sem querer! – gritou Eve corada, que não queria ver a Gulpin chorar, mas, ao mesmo tempo, ficava desesperada ao ver sua roupa dissolvendo do seu corpo. – Shiro, se você olhar pra cá eu te mato!

Apesar da princesa está mais vermelha que um tomate, seus olhos eram ameaçadores, o que fez Shiro desviar sua visão e olhar para o outro lado. Enquanto isto, a Gulpin continuava chorando bem alto.

— Por que isso está acontecendo comigo! – berrou Eve aos céus.

 

Ao lado de Rowen, Katy e Kuro o acompanhavam. Apesar de o bambuzal parecer um labirinto, estranhamente o velho parecia saber exatamente por onde andar.

— Você anda muito por esse bambuzal, senhor Rowen? – perguntou Katy.

— Já disse que não precisa me chamar de senhor. E não, não costumo andar por aqui. – respondeu ele.

— Então você viu para onde os ladrões foram? Parece que sabe o caminho que devemos ir?

— Eu também não vi, mas pela posição do vento seria mais fácil correr nessa direção, então deduzo que eles possam ter vindo por aqui. Claro que não é uma certeza, por isso deixei seus amigos procurarem em outro lugar.

— Posição do vento? – repetiu Katy tentando confirmar o que tinha ouvido. – Antes você falou da posição do sol e das sombras dos bambus também…

Antes que a garota furisode pudesse concluir, Rowen a interrompeu:

— Vejo que é bem perspicaz. A verdade é que eu sou um detetive!

— Detetive? – repetiram Katherine e Kuro incrédulos.

— Isso mesmo, e um dos melhores do mundo. Com certeza já devem ter ouvido falar de mim, afinal meu pseudônimo como detetive é Serock Houses.

— Não seria Sherlock Holmes? – questionou Katy.

— Isso mesmo! – finalizou com uma gargalhada.

— Katy, mas esse nome, não é um daquela série de livros? – sussurrou Kuro no ouvido da garota.

— Eu sei, mas o senhor Rowen parece estar se divertindo com isso e ele não parece uma pessoa má, então vamos fingir que acreditamos nele por enquanto. – sussurrou Katherine de volta.

Foi neste momento constrangedor que um Pancham passa por eles. Inicialmente, parecia que ele passaria direto e iria embora, mas assim que viu a cara de Kuro ficou a fitando.

— O que foi? – indagou o garoto ao pokémon. – Tem algo na minha cara?

A resposta não veio, mas a encarada continuou.

— Será que é fome? – questionou Kuro a si mesmo, algo que lhe fez ter uma ideia e soltar um sorriso maléfico.

— Kuro? – chamou Katy estranhando o sorriso estranho.

— Se ele está com fome, vou preparar algo para ele. – contou Kuro. “Será a minha cobaia.” pensou de forma sádica.

— Como é que você vai preparar algo aqui no meio do mato?

— Não se preocupe. – Kuro abriu sua mochila e pegou um pote que estava guardando algo que parecia um croissant.

— Isto é? – indagou Katy preocupada.

— Sim, o café da manhã que preparei, mas ninguém quis comer. Eu guardei e sabia que seria útil em algum momento.

Kuro pegou o croissant e deu para o Pancham, que aceitou cautelosamente.

— Vamos, coma. – Kuro sorria de uma forma assustadora. Algo que deixava o Pancham com receio de provar.

Apesar do medo, a aparência do croissant estava boa, então o Pancham achou que valeria a pena se arriscar.

— Pobre alma, que descanse nos céus. – disse Katy com as palmas da mão juntas.

— Não exagera! – berrou Kuro.

Após morder o croissant, Pancham sentiu um profundo arrependimento, aquilo tinha um gosto horrível, seria a pior coisa que ele já teria comido se aquele sabor não o tivesse lembrado de anos atrás quando provou uma comida de um garotinho que era tão ruim quanto. Foi então, que Pancham tirou a conclusão que Kuro deveria ser aquele garoto de anos atrás.

Com raiva, Pancham cuspiu tudo na cara do espadachim negro.

— Era provável que estivesse ruim, mas não precisava cuspir em mim! – gritou Kuro de raiva.

Antes que o garoto pudesse fazer algo, o Pancham acertou sua barriga com um Karate Chop. O estômago de Kuro se revirou, ele quase vomitou com aquilo.

— Seu… Pancham… desgraçado. – sussurrava Kuro com dificuldade.

O pokémon panda deu as costas pra Kuro batendo na própria bunda e dando a língua enquanto ele ia embora.

— Que Pancham nervoso… – comentou Katy raciocinado tudo que acabara de acontecer.

— Eu… eu… conheço aquele Pancham desgraçado!

 

Depois do surto que tivera, Eve estava apenas com suas roupas íntimas e por cima vestia o casaco azul de Shiro. Ela estava sendo carregada nas costas pelo mesmo, além disso a Gulpin descansava em sua cabeça.

— Eu não estou entendendo o motivo de eu ter que te carregar. – reclamou Shiro.

— Meu sapatos ficaram arruinados por causa da Gulpin, além disso o chão está frio e sujo, se você me forçar a andar eu ficarei gripada. – argumentou Eve.

— Está bem, princesa Evelyne.

— Shiro, não me chame assim.

— Por quê? Afinal é isso que você é, no coração e na alma.

— Por favor pare. Do jeito que fale está me fazendo parecer mimada.

— Sério? – ironizou Shiro. – Eu nunca imaginaria que uma garota que esconde as próprias roupas na mochila da amiga para carregar menos peso seria mimada. – Ele virou o rosto para trás e sorriu sarcasticamente. – Me desculpa, Eve.

— Tá certo! Tá certo! Eu posso ser um pouco mimada, mas não sou qualquer tipo de princesa. – retrucou Evelyne.

— Nisso, acho que podemos concordar. – riu ele.

— Se soubesse que isto aconteceria, teria colocado uma muda de roupas na minha mochila. – comentou ela.

— Eu acho que você deveria colocar suas roupas em sua mochila sempre, mas olhando pelo lado bom, você ganhou um novo chapéu. – contou Shiro se referindo a Gulpin na cabeça de Evelyne. – Me faz lembrar da Katy quando o Goomy sobe em cima da dela.

— Um novo chapéu que deve estar destruindo o meu cabelo, mas sempre que eu tento tirá-la ela chora.

— Talvez, tenha gostado de você. – sorriu ele. – De toda forma, fico feliz que o seu geso não foi afetado pelo líquido gástrico da Gulpin.

Eve sorriu e abraçou Shiro pelas costas, aproximando seu corpo do dele:

— Você é muito preocupado, não é? Sempre cuidando de mim, parece até eu tenho um irmão mais velho.

— O que você está falando, Eve? Você não é a quinta filha?

— Sou, mas raramente vejo meus irmãos ou irmãs. Até mesmo quando vivia em Azoth, quase não os via. – contou Evelyne cabisbaixa. – Claro que eu continuou amando eles, afinal sempre que podiam brincavam comigo, principalmente o Adol, que eu não o deixava em paz quando eu o via. Infelizmente, quanto mais velho fomos ficando, mas difícil ficou de nos vermos. Para falar a verdade, não me lembro da última vez que comemos todos juntos em uma única mesa.

A princesa sorria de forma serena e melancólica.

— Então, essas últimas semanas com vocês três me fez sentir como é ter irmãos que podem se ver, conversar, se divertir e comer juntos. Eu fico muito feliz que pude conhecê-los! – sorriu de alegria.

Ao mesmo tempo que aquelas palavras aqueceram o coração de Shiro, ele também o sentiu mais pesado.

— Eve, me desculpe.

— Do que você está falando?

— Você está me comparando com seu irmão, mas irmãos mais velhos devem proteger os seus mais novos e… – hesitou, mas resolveu continuar – E em Lumiose, eu não pude fazer nada para te ajudar. Se eu tivesse te protegido na festa a fantasia você não teria ter tido que passar por tudo que passou, não teria se machucado, nem sofrido.

Eve abraçou Shiro mais forte.

— Shiro, você é mesmo um idiota. – comentou de forma meiga. – Eu sei que você, a Katy e o Kuro fizeram de tudo para tentar me proteger. Então, não se preocupe, eu estou mais do que feliz de estar junto de vocês.

O garoto sorriu aliviado.

— Obrigado, Eve.

— De nada…irmãozão. – sussurrou a última parte, mas logo se sentiu muito envergonhada por ter dito aquilo e se arrependeu.

— Eve, o que você di…

Antes que Shiro pudesse concluir a pergunta, Evelyne começou a bater em sua cabeça berrando:

— Eu não falei nada! Você não ouviu nada! Se esqueça!!!

Após o estranho encontro com o Pancham surtado, Rowen e Katy estavam curiosos para ouvir a história que Kuro tinha a contar sobre como ele conheceu aquele pokémon.

— Quando eu era pequeno costumava brincar ao redor da floresta em Coumarine perto do Orfanato Bretteur. Um dia encontrei um Pancham machucado e resolvi levar ele para o orfanato para tratá-lo. Eu não sabia nada sobre curar pokémons, então, achei que poderia dar um pouco de comida para animá-lo, e como eu já tinha feito um prato para meus irmãos que na época falaram que estava bom, mesmo sendo mentira, eu resolvi dar a comida que havia preparado para o Pancham. Assim que ele colocou a comida na boca, cuspiu tudo na minha cara, me deu a língua e correu batendo a palma da mão na bunda para me ofender…Aquele panda desgraçado! – berrou Kuro.

— Da forma que você fala parece que a história está se repetindo. – comentou Katy.

— Mas eu ainda não terminei. – avisou Kuro. – Após ele correr, eu resolvi segui-lo, afinal eu estava com raiva e queria entender o porquê dele não ter gostado da minha comida quando todo mundo falou que era uma delicia.

— Olha o lado bom, hoje você já sabe o motivo. – brincou Katy, mesmo sendo verdade.

— Ele cozinha tão mal? – indagou Rowen aos sussurros.

— Muito pior do que você jamais poderia imaginar. – respondeu a garota.

— Eu estou ouvindo vocês dois! – berrou Kuro.

Com o sermão do garoto, os outros dois pararam de cochichar e voltaram a prestar atenção na história dele.

— Assim que eu alcancei o Pancham, percebi que ele sempre ficava com uma folha na boca. Logo, pensei que para ele ficar todo o tempo com esta folha, ela devia ser muito gostosa. Então roubei a folha da boca dele e coloquei fogo para comer, infelizmente a folha queimou completamente e não deu para comê-la.

— Ele é um idiota. – comentou Rowen.

— As vezes, mas ele é um bom garoto. – respondeu Katy.

— Mas eu não estava perguntando.

— Vocês dois podem parar! – reclamou Kuro. – E eu não quero ouvir isto de você, Rowen!

— O que você quer dizer com isso? – indagou o velho, que ao não ouvir a resposta se virou para a garota. – O que ele quer dizer com isso, Katherine?

— Não é nada não. – fez um sorriso sonso.

— Voltando! – exclamou Kuro chamando a atenção dos dois. – Após a folha ser destruída, o Pancham ficou muito nervoso, dava para ver fogo saindo da boca dele de tanta raiva. Então, ele começou a me atacar e obviamente eu revidei. Foi uma briga das grandes. Para a sorte do Pancham, Shiro, Alice e Héstia, a mulher que cuidava das crianças no orfanato, apareceram e pararam a briga. Eles me disseram que a culpa era minha e que eu deveria achar uma nova folha e dar ao Pancham para fazer as pazes com ele. Me lembro que passei horas procurando uma folha pela floresta que aquele panda desgraçado gostasse. Depois de finalmente conseguir, entreguei a folha ao Pancham, que em vez de agradecer ou me retribuir de alguma forma, ele me deu língua e fugiu batendo a mão na bunda.

— Parece que algumas coisas nunca mudam. – falou Katy.

— Pois é. – concordou Kuro. – Mas sabe, naquele dia eu aprendi uma lição. Aprendi que nunca mais vou confiar naquele Pancham de novo, ou seja, dessa vez eu vou atrás dele, pegar a folha da boca dele e colocar fogo, mas dessa vez eu não vou ajudar a encontrar outra!

O garoto começou a gargalhar como se fosse o chefe de uma equipe criminosa preste a realizar seu maior plano. Antes mesmo que Katherine ou Rowen pudessem perceber, Kuro já havia corrido na direção que o Pancham fugira.

— Kuro! Assim você vai se perder! – alertou Katy em vão.

O espadachim negro já tinha sumido de sua vista.

— Ele se foi. – comentou Rowen. – Será que devemos ir atrás dele?

— Ele vai ficar bem… eu acho… – supos a garota. – Talvez devêssemos ir atrás dele.

Apesar de Rowen ter assentido, a partida deles foi adiado ao toque do celular de Katy que tomou um susto e soltou um grito ao ouvir a chamada.

— O que se passa, Katherine? – questionou Rowen.

— Desculpa, é que eu nunca recebo uma ligação assim do nada que chega fiquei apavorada. – corou Katy de vergonha. – Na verdade, eu praticamente uso o celular apenas para ligar pra vovó Genkai e dizer que estou viva.

— Genkai? Por acaso é uma garota furisode?

— Achei que a roupa já me entregava, não é senhor detetive?

Rowen ficou sem palavras com a provocação.

— É… é claro que eu já tinha percebido, mas como as garotas furisodes costumam ficar em Laverre, eu não imaginei que seria uma visto que está bem longe de casa. – gaguejou Rowen. – Achei que fosse aquilo que os jovens fazem hoje… Qual era o nome mesmo?… Cos… Cross…Cross-dressing!

— Não! – berrou Katy vermelha. – É cosplay que você está querendo dizer! Cross-dressing é outra coisa…

— Me desculpe. Eu posso ter alma de jovem, mas não sei de tudo. – começou a garalhar no final, talvez para disfarçar sua ignorância.

— Tudo bem. – aceitou Katy. – Senhor Rowen, do jeito que você falou da vovó parece que você conhece ela.

— Mas eu conheço a Genkai, inclusive tivemos um filho juntos.

— QUE! – Katherine caiu no chão, aquela informação tinha sido demais para absorver.

— É brincadeira! – gargalhou Rowen.

— Não me assuste assim!

— A propósito, você não acha que deveria atender logo o telefone, ele parece que não vai parar de tocar tão cedo. – lembrou o velho.

— É verdade!

A garota furisode olhou para o seu celular, viu na tela o nome “Shiro” escrito nela e atendeu:

— Aló?

— Katy, ainda bem que atendeu. – suspirou Shiro aliviado do outro lado do celular. – Com toda a demora, achei que pudesse ter acontecido algo.

— Me desculpa.

— Não precisa se desculpar. É que parece que sempre algo acontece que impede a gente de se comunicar usando os celulares, seja alguém esquecer em algum lugar, ou perder, ou estar sem sinal. Parece até uma maldição, não é mesmo?

— Agora que você falou… – lembrou Katy de todas as vezes que queriam se comunicar, mas por algum motivo era impossível. – É, com certeza é uma maldição. Deve ter sido o Haunter daquele Raji maldito.

Logo, Shiro contou a Katherine tudo que havia acontecido com ele e a Eve do outro lado do bambuzal. Pediu também que eles voltassem para a estrada para se encontrarem e Eve poder se vestir.

— Tudo bem, vamos voltar. – assentiu Katy. – Mas tem um problema. O Kuro se separou da gente e foi atrás de um Pancham briguento que ele havia encontrado no passado.

— Um Pancham? – Shiro ficou surpreso ao se lembrar da história. – De toda forma, o Kuro pode ter um senso de direção ruim, mas ele deve conseguir voltar para estrada sozinho, só tenho que avisar ele.

Os dois jovens se despediram e desligaram seus celulares.

— Desculpe, senhor Rowen. Parece que vamos voltar para o ponto inicial.

— Não tem problema. Aqueles ladrões me pareciam bem burros, nós podemos alcançá-los depois.

Foi então que outro toque de celular podê ser ouvido pelos dois.

— Katherine, seu celular está tocando de novo – alertou Rowen.

— Não, meu toque é diferente.

Os dois começaram a olhar seus arredores, até que a garota furisode encontrou algo no chão. Ela se aproximou e viu que era um celular, resolveu pegá-lo e atender.

— Aló, Kuro. – disse a voz de Shiro do outro lado.

— Por quê? – berrou Katy de frustração. – Maldita maldição dos infernos!

Atravessando o bambuzal, Kuro corria de um lado para outro tentando achar o Pancham fugitivo.

— Pra onde aquele maldito foi? – ofegava Kuro de cansaço.

Olhou para seu arredor para ver se conseguia ver alguma pista do pokémon panda, mas para sua surpresa acabou encontrando um grupo de quatro homens por perto.

— A gente devia ir embora logo, aquele velho pode acordar e vir atrás da gente. – alertou o mais novo.

— Não se preocupe, ele deve ter mais de sessenta anos, além disso somos quatro. Se aquele velho aparecer é só a gente bater nele. – sugeriu o homem mais alto.

Os ladrões não haviam percebido que Kuro, que já estava perto suficiente para ouvi-los, mas tentava ficar quieto para não ser descoberto.

— Parece que eles não tem pokémons, acho que posso acabar com eles sozinho. – pensou Kuro pegando sua pokébola.

Antes que pudesse arremessar sua pokébola, Kuro ouviu algo que roubou sua atenção:

— O que esse Pancham está fazendo aqui? Eu não falei para não libertar nenhum pokémon das pokébolas do velho. – reclamou o ladrão genérico 1.

— Mas não libertamos nenhum pokémon, deve ser um Pancham selvagem. – teorizou ladrão genérico 2.

Ao ouvir o nome do pokémon panda, Kuro fitou seus olhares para o mesmo, desta forma tendo certeza que se tratava do Pancham de antes.

— Agora você não me escapa! – gritou Kuro correndo atrás do Pancham com sua espada erguida acima dos braços.

— Quem é o doido? – questionou o ladrão genérico 3.

— Eu não sei, mas ele está vinda pra cá e ele tem uma espada! – berrou o ladrão genérico 2.

— Corram seus idiotas! – ordenou o ladrão genérico 1 que já estava do outro lado do bambuzal fugindo de Kuro.

— Nos espere, chefinho! – pediu o ladrão genérico 4 indo atrás dele.

Apesar do desesperos dos ladrões, o Pancham sabia que quele garoto não estava falando deles, mesmo assim ele não ficou com medo. Ao invés disso, o Pancham sorriu e alterou a pose de seu corpo, de forma que ficasse com a lateral do corpo virada para Kuro. Sua perna esquerda estava na frente e a direita atrás, enquanto isto seu braço esquerdo ficava na frente do corpo e o direito ao lado de seu torso na parte posterior. Seu punho do braço direito começou brilhar e reunir energia ao seu redor. A pressão no punho do Pancham era tanta que ventania podiam ser sentida ao redor dele.

— Você quer brigar que nem nos velhos tempos. – comentou Kuro ao ver a postura do Pancham. – Então pode vir!

Kuro tinha preparado sua espada ainda embainhada para acertar um golpe no Pancham, mas assim que chegou perto a ventania ao redor do punho do pokémon ficou mais forte empurrando o espadachim para trás. Para surpresa do mesmo, o chão aos pés do Pancham começaram a rachar como se a pressão ao redor do seu punho fosse tão forte que o solo não aguentasse.

— Quando foi que você ficou tão forte? – perguntou Kuro assustado.

O Pancham fitou os olhos de Kuro de forma demoníaca, fazendo o espadachim ficar assustado e tentar recuar.

— Eu achei que poderia dar conta dele, mas parece que vou precisar de um ajuda. – pensou Kuro prestes a pegar uma de suas pokébola.

Mas antes que o garoto pudesse fazer qualquer coisa, o Pancham pulou, retirando suas patas do chão e voando em direção do Kuro. O punho direito do pokémon parecia estava envolto a uma energia amarelada que era tanta que parecia uma explosão constante. Ao ver que não teria escapatória, Kuro implorou:

— Me descu…

Não conseguiu concluir ao receber o devastador Focus Punch do Pancham no meio da barriga, a força foi tanta que arremessou Kuro metros para trás o fazendo colidir com diversos bambus os destruindo e então caindo no chão onde ficou sem força.

— Kuro está fora de combate. – comentou ele antes de desmaiar.

Exceto por Kuro, todos os outros já tinham voltado para a estrada. Evelyne colocara suas roupas e resolveu agradecer sua amiga:

— Muito obrigada, Katy. Você salvou minha vida.

— Não precisa exagerar. E da próxima vez trate de levar suas roupas com você. – reclamou a garota furisode.

— Me desculpe.

— Tudo bem, agora, me diga quem é essa na sua cabeça? – questionou Katy se referindo a Gulpin.

— Ela é a culpada pela destruição das minhas roupas.

— Mas foi sua culpa tê-la feito chorar. – comentou Shiro.

— E foi culpa do seu Budew que eu fiz ela chorar! – reclamou Eve.

Era possível ver raios colidindo entre os olhos de Shiro e Evelyne.

— Tudo bem gente, isso são águas passadas. – Katherine tentou acalmar os dois. – Agora, Eve, você não respondeu o porquê dela estar na sua cabeça. Estava tentando imitar o Goomy?

— Não, é que ela ficou ai e se eu tentar tirar ela, ela chora. O problema é que ela está destruindo o meu cabelo.

A garota furisode liberou seu Goomy e colocou na cabeça.

— Não se preocupe, agora estamos combinando. – sorriu Katy.

— Depois não reclame quando seu cabelo também ficar horrível. – avisou Eve.

As duas se olharam e começaram a rir.

— Agora temos que encontrar Kuro. – anunciou Shiro.

— E não se esqueça dos ladrões. – lembrou Rowen.

— Tem isso também, mas algo está me incomodando. – contou Katy. – Não quero parecer rude, mas senhor Rowen, por que você age tão estranho as vezes?

— Do que está falando, Katherine? Eu estou sendo 100% eu mesmo. – disse ele gaguejando um pouco.

— Talvez, mas aquele papo de ser um detetive não me convenceu.

— Mas eu sou um detetive!

— Então qual era seu nome de detetive mesmo? – questionou Katy.

— Era…Sher… Sher…SherAlguma coisa Casas. – respondeu Rowen sabendo que estava piorando o seu caso.

— Agora, que Katy comentou, você também quase não nos contou nada sobre os ladrões, afinal eles podiam ser perigosos e mesmo assim deixou quatro adolescentes te ajudar. – ponderou Shiro.

— Sobre isso…

— E teve aquele papo estranho da sombra dos bambus também. – comentou Eve.

— Não acho que você seja uma pessoa ruim, senhor Rowen, mas não seria melhor contar a verdade para gente. – disse Katy.

O idoso deu de ombros e começou a falar:

— Está certo, eu não sou um detetive… – Ele fez uma pausa dramática para ver a reação dos três, mas ela foi quase nula. – Fiquem mais surpresos, por favor!

— Sinto muito, mas ninguém caiu nessa. – contou Shiro.

— Tudo bem. – assentiu Rowen decepcionado. – A verdade é que minha neta é uma detetive famosa e eu só estava tentando imitar ela para parecer mais joia para vocês quatro.

— E por que não falou nada sobre os ladrões?

— Eles estavam desarmados e não pareciam ter pokémons, por causa da falta do perigo esqueci de avisar. – respondeu Rowen. – Depois de me assaltarem, eu os vi entrando pelo bambuzal por ali e então um deles comentou as horas.

— Por que não nos contou?

— Eu queria parecer um detetive maneiro, então se contasse ficaria sem graça.

— Da próxima vez, fale a verdade. – exigiu Katy.

— Okay…

Após o interrogatório de Rowen, os quatro estavam prestes a entrar no bambuzal novamente quando os ladrões apareceram correndo de volta a estrada.

— Socorro! Tem um maluco balançando uma espada lá dentro! – berrou um dos ladrões genéricos.

— Katherine, Evelyne e Shiro, foram estes os caras que me roubaram. – revelou Rowen apontado para os que acabaram de sair do bambuzal.

— E provavelmente o maluco com uma espada é o Kuro. – falou Shiro. – De toda forma, vamos acabar com esses ladrões primeiro.

— Podem relaxar por enquanto, eu cuido deles. – disse Rowen.

Ele se aproximou dos ladrões e então ameaçou os mesmos:

— Se vocês me devolverem minhas coisas e se entregarem para polícia sem resistir posso prometer que vão sair ilesos, caso contrariam é melhor que tenham um bom seguro de vida.

— É o velho que a gente roubou. – comentou ladrão genérico 2.

— Não se preocupem, a gente pode ganhar dele. – disse o ladrão genérico 1.

— Vejo que escolherem o caminho mais difícil. – Rowen sorriu sadicamente, era possível ver chamas saindo de seus olhos.

Naquele momento, parecia que Rowen ficava cada vez mais alto e forte, apesar que na verdade ele estava apenas forçando seus músculos. Independentemente disso, sua postura havia mudado, transformando aquele idoso em um monstro ameaçador e bombado.

De alguma forma o Croagunk de Shiro conseguira sentir os músculos sobre-humanos de Rowen e saiu de sua pokébola sozinho. Assim que se libertou o pokémon sapo começou a mostrar seus músculos para o idoso como se fosse uma competição.

— Eu vejo o espírito em você, Croagunk! Vamos acabar com esses bandidos juntos!

O pokémon respondeu ao chamado do velho.

— Tá na hora do pau!

Após sua derrota contra o Pancham, Kuro caminhava sem rumo pelo bambuzal.

— Minha barriga doí. Aquele panda desgraçado, quando foi que aprendeu um golpe tão poderoso? – indagou a si mesmo. – É melhor esquecer dele e voltar para os outros.

Já tinha desistido de se vingar do Pancham, mas então o destino o fez encontrá-lo de novo. O pokémon lutador estava sentado no chão comendo bambu não muito longe do garoto.

— Parece que Arceus quer que eu me vingue. – começou a rir descontroladamente.

O Pancham ouviu a risada maléfica de Kuro e começou a correr, tentando despistá-lo, mas o garoto não ia deixar barato, o seguindo a velocidade máxima.

 

— Parece que acabamos com eles. – comentou Rowen sentado em cima dos quatro corpos nocauteados dos criminosos dando joinha para o Croagunk que retribuiu com um “kero”.

— Está certo, Croagunk você se divertiu, agora volte. – Shiro, que estava um pouco envergonhado com as ações do sapo, acionou a sua pokébola retornando seu pokémon para dentro.

— Rowen, se você era tão forte por que não os impediu de te roubar? – questionou Eve.

— Eu estava com muito sono para segui-los.

— A tá.

Foi neste momento, que os quatro ouviram passos vindo do bambuzal, assim que olharam era um Pancham que corria de Kuro que vinha logo atrás.

— Volte aqui! Eu só quero dar uma olhada na planta de sua boca! Não se preocupe, Pancham! – gritava Kuro com olhos maniacos que faria qualquer bebê chorar.

— Achamos o Kuro. – comentou Katy feliz.

— É… achamos… – repetiu Shiro com vergonha alheia daquela cena.

Após conseguir uma distância considerável de Kuro, o Pancham parou no meio da estrada e começou a preparar seu movimento da mesma forma que antes.

— Dessa vez, eu não vou te deixar carregar. – Kuro sacou um pokébola, mas antes de poder liberar um de seus pokémons, Pancham começou a reclamar.

Apesar de não falar a língua do pokémon panda, Kuro compreendeu o que ele quis dizer e guardou sua pokébola.

— Você está certo, essa é uma luta entre nos dois, por isso não posso usar nem o Sneasel nem o Carnivine.

O espadachim se abaixo e pegou uma pedra que encontrara no chão.

— Se eu não posso chegar perto de você por causa do Focus Punch, é só te acertar de longe! – exclamou Kuro arremessando a pedra na direção do Pancham.

O pokémon panda poderia desviar, mas estava focado demais em carregar seu movimento que se deixou ser acertado na cabeça pela pedra desfazendo seu golpe. Após sentir a dor, Pancham começou a berrar e reclamar para Kuro.

— O que foi? Não possui nenhum golpe de longa distância? – indagou Kuro sarcasticamente. – Pois eu tenho um monte!

O garoto começou a pegar as pedras, bambuns e tudo que encontrava no chão para arremessar no Pancham que tentava desviar, mas era muitos objetos para fugir de tudo. Irritado por causar da dor, o pokémon resolveu fazer o mesmo que Kuro e começou a jogar pedra e qualquer coisa do tipo que encontrava.

— Ai! Seu panda desgraçado! – berrou Kuro ao ser acertado por uma pedra. – Eu não vou deixar barato!

Os dois continuaram a jogar coisas um no outro enquanto berravam e se xingavam. De longe, os outros quatro observavam.

— Por que ele faz isso comigo? – questionou Shiro escondendo o rosto de tão envergonhado que estava.

— Os jovens hoje em dia tem muita energia. – comentou Rowen impressionado.

— Isso que ele não queria me carregar na ladeira. – lembrou Eve.

— Será melhor pararmos os dois? – indagou Katy a única preocupada que os dois pudessem se machucar muito.

Os outros três olharam para ela e mexeram a cabeça em sinal de não.

Enquanto, os outros assistiam, a briga continuava. Kuro, então, percebeu que estava ficando sem coisas no chão para jogar. Em um ato de desespero, ele abriu sua mochila e pegou algo que coube em sua mão e arremessou em direção ao Pancham. O objeto acertou a cabeça do panda em cheio, mas antes que ele caísse no chão, um raio vermelho saiu do objeto puxando o pokémon para dentro.

Quando se deu conta, Kuro havia arremessado uma pokébola vazia e para piorar ele tinha conseguido capturar o Pancham.

— O QUE? – berraram todos tentando digerir o que acontecera.

— Ele capturou o Pancham sem querer? – questionou Rowen sem acreditar em seu olhos.

— E de uma forma não muito convencional. – comentou Katy.

O espadachim ainda estava tentando processar tudo. Foi até a pokébola e a pegou.

— Eu capturei o Pancham… Eu capturei o Pancham… – repetiu para ver se a ficha caia. – EU CAPTUREI ESSE PANCHAM MALDITO!

A seguir, ele resolveu liberar panda de sua pokébola. Assim que se libertou o pokémon estava com uma expressão furiosa.

— O que foi? Essa folha na sua boca não está mais gostosa? Quer que eu te faça um prato? – indagou de forma malvada.

Aquilo tivera sido a gota da água para o Pancham que pulou na direção de Kuro para bater nele, mas antes que o alcançasse, Kuro o retornou para sua pokébola. Em seguida, o garoto começou a gargalhar loucamente.

— AGORA EU TENHO PODER!

Após terem chamado a polícia e os ladrões terem sido presos, os quatro adolescentes esperavam Rowen se trocar que estava colocando suas roupas.

— Hoje está sendo um dia estranho. – comentou Katy.

— E olhe que ainda são 13 horas – lembrou Shiro.

— Pelo menos, deu tudo certo. Os ladrões foram presos e eu pude concluir minha vingança. – sorriu Kuro.

— Falando em capturar, Eve por que não leva a Gulpin com você? – sugeriu Katy.

— Capturar ela? – Eve pareceu surpresa como se nunca tivesse cogitado.

— Eu sei que você acabou de capturar o Lumi e ainda está tentando entender como ser uma treinadora, mas eu acho que a Gulpin gostou de você e é por isso que não quer te soltar. – esclareceu Katy sorrindo para sua amiga.

A princesa tirou a Gulpin de sua cabeça para olhá-la, e para sua surpresa a pokémon estômago não chorou.

— Gulpin, você quer vir comigo? – indagou Evelyne.

A pokémon abriu a boca fazendo um som que parecia sim.

— Está certo. – sorriu Eve. – Agora, eu vou precisar de uma Luxury Ball, mas eu não tenho no momento.

— Você sabe que pode capturá-la com uma pokébola comum, não é? – avisou Shiro.

— Mas eu quero que meus pokémons tenham o mais luxo que puderem, então precisa ser uma Luxury Ball. – retrucou Evelyne.

Finalmente as risadas de Rowen puderam ser ouvidas.

— Vocês tem muita energia mesmo. – comentou ele que acabara de voltar depois de ter se trocado.

Apesar de aquilo ser algo comum vindo daquele senhor, os quatro jovens ficaram em choque quando o viram com suas roupas. Ele vestia uma camisa branca social com uma calça verde que seria bem-arrumada se não fosse pela sua faixa rosa amarada na cintura. Por cima ele vestia um sobretudo verde que possuía uma gola polo aberta enorme que ia até a altura de sua barba. Neste sobretudo havia diversos detalhes em dourado que parecia serem feitos com fios de ouro de verdade. Além disso, seu longo cabelo grisalha estava amarado fazendo um enorme rabo de cavalo, algo o que o deixava mais respeitável. Mas o que mais os surpreendia era um enorme símbolo que ficava nas costas do sobretudo. Possuía o formato de um escudo de três pontas com bordas douradas e centro em verde, por fim em cima dele um arco e flecha preto era gravado.

— Esse símbolo… é da nobre família Vert. – informou Eve.

Ao ouvir aquilo os dois irmãos começaram a sussurrar entre si.

— Shiro, essa não é a mesma família da pessoa que a Alice está sendo forçada a se casar? – sussurrou Kuro para seu irmão.

— Sim…

— Qual era o dia do casamento mesmo?

— 21 de novembro.

— O que? Daqui dois dias?

— Me surpreendi também, não tinha me tocado que estava tão perto até ver o símbolo na costa dele. – revelou Shiro.

O senhor de idade percebeu os cochichos e resolveu falar:

— Me desculpe se os surpreendi muito, mas meu nome completo é Rowen Vert, sou o membro mais velho vivo da família Vert.

— Por que você não disse isso antes? Eu te chamei de velho pervertido e te desrespeitei! Se o Adol souber vai ficar furioso comigo. – contou Eve.

— Eu fiquei um pouco triste que não me reconheceu, princesa Evelyne. – respondeu Rowen. – Não que seja problema, você era muito pequena para lembrar.

— E o que você estava fazendo dormindo nessa rota?

— Eu tenho o casamento de meu neto no Palácio Parfum para ir, mas resolvi vir a pé desde Lumiose para me exercitar, só não imaginei que seria roubado. – contou Rowen. – Se bem que no fim, eu tive muita sorte.

— Sorte? Como assim?

Ele enfiou a mão no bolso e continuou:

— Sabe, eu ouvi as notícias dos últimos dias do que aconteceu em Lumiose, e bem… eu tive uma ideia. – A expressão boba e divertida de Rowen havia mudado para séria e assustadora.

— Senhor Rowen, você está me assustando. – comentou a princesa.

Foi então que ele sacou quatro pokébolas de suas vestes e sorriu ameaçadoramente:

— Realmente foi muita sorte te encontrar aqui. Você sabia que a vida de uma princesa vale bastante?

— Eve para trás! – gritou Katy.

A princesa correu para o lado de seus amigos ao mesmo momento que Rowen arremessava suas quatro pokébolas liberando um Umbreon, uma Espeon, uma Lopunny e um Togekiss.

— Senhor Rowen, o que você está fazendo? Você não é assim! – exclamou Katy.

— Você não me conhece, jovem Katherine. – riu Rowen de forma assustadora. – A propósito, se eu fosse vocês passaria a princesa sem resistir, afinal eu e meus pokémons estamos no nível da Elite dos Quatro.

— Elite… dos quatro? – repetiu Katy assustada. – O mesmo nível que o Clare…

— Talvez, eu até seja mais forte, mas eu não quis aceitar o cargo quando me ofereceram. – comentou Rowen. – Então, o que farão? Me entregarão a princesa…

 

…Ou morrerão?


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Notas finais do capítulo

Assim como o capítulo 28, este foi um capítulo mais tranquilo e calmo, apesar de ter acontecido bastante coisa e ter terminado de uma forma nada tranquila rsrsrs. Infelizmente, a curta folga de nossos protagonista acabou e a partir do próximo capítulo as coisas vão começar a se esquentar e complicar.
Mas antes de comentar sobre o próximo capítulo, queria saber o que você acharam deste capítulo. Gostaram? Aconteceram muitas coisas, mas o capítulo teve 3 focos principais, um foi apresentar o personagem Rowen, que será bem importante no decorrer dos próximos capítulos e os outro dois foram mostrar as novas capturas de Eve e Kuro. Sei que algumas escolhas podem ter sido estranhas, mas pokémons estranhos também merecem amor! #TodossomosBidoof!
Brincadeiras a parte, gostaram das capturas? Espero que sim, apesar que oficialmente a Eve ainda não capturou o Gulpin, além de que o Kuro e o Pancham não terão uma relação de treinador e pokémon comum. Queria também contar uma curiosidade, a primeira vez que o Pancham deste capítulo foi mencionado foi há muito tempo, lá no capítulo 5 e desde dessa época eu planejava fazer o Kuro capturá-lo.
Sobre o próximo capítulo, ele será o ponto inicial para o arco do Casamento Infernal, que está sendo prometido desde o capítulo 4, e o fato dele estar chegando me parece um marco bem importante da fic rsrsrs. De toda forma, o capítulo 30 não será o próximo capítulo lançado, isto por dois motivos:
01 – O arco do Casamento Infernal será bem complexo e complicado de se escrever, então estou relendo a história para poder ligar todos os pontos e pontas soltas que se colidirão neste momento da história. Estou fazendo isto para tudo ficar mais coeso e sem furos. Além disso, estou planejando o arco com o máximo cuidado para que seja o melhor possível e isto requer mais tempo.
02 – Assim que o arco começar, eu não quero parar a história dele para colocar nenhuma história secundaria no meio, então minha ideia é que assim que ele começar vai até o final sem nenhuma side story no meio.
Portanto, o próximo capítulo a ser lançado será uma side story do líder de Lumiose, Meyer. O meu objetivo é lança-lo daqui duas semanas, ou seja, por volta do dia 3 do mês que vem. Não posso prometer, pois devido a minha lentidão não sei se conseguirei, mas prometo que vou tentar.
Dito tudo isso, espero que tenham gostado do capítulo! Comentem o que acharam se puderem! Tudo de melhor e até mais!



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