Outro Conto da Cinderela escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 2
Capítulo 02 - Devolução, Apresentação.


Notas iniciais do capítulo

- Er... Olá!
Sim, mais uma vez estou aqui com mais um capítulo!

Mas antes, soube que algumas pessoas não gostaram da idéia do casal para esta fic, que é GrimmRuki. Alguns ficaram intrigados, e uns até mesmo irritados!
Eu só queria dizer, de verdade, que essa nunca foi minha intenção. Juro!
Eu apenas quis escrever uma fic que chegou a minha cabeça, e tentar fazer algo interessante com personagens tão diferentes. Nunca quis afrontar a opinião de ninguém! Mas se isso aconteceu, minhas sinceras desculpas.

Este capítulo é dedicado (e está aqui) pelos meus leitores que leram o primeiro capítulo e que se encontram aqui mais uma vez. Mesmo aqueles que não deixam reviews, mas que querem saber - e se interessaram - pelo enredo da fic. Agradeço de verdade!

Já peço desculpas pelos erros ortográficos que poderá ter.

E boa leitura!



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CAPÍTULO 02 – DEVOLUÇÃO, APRESENTAÇÃO.

 

                - Por que isso tem que acontecer comigo? – bem, esta era a pergunta que rondava em sua cabeça há horas; porque era inacreditável.

                - Calma, Rukia. – Rangiku disse mais uma vez, estendendo o próprio celular para ela. – Agora tudo o que você tem que fazer é ligar para ele. Você sabe o número do seu celular, não é?

                - Claro que eu sei! Que pergunta.

                - Se tivessem me chamado antes, isso não teria acontecido. – resmungou Renji, com os braços cruzados e o queixo erguido; aparentemente chateado.

                - Ó, meu herói. - Rukia ironizou, fazendo uma voz manhosa. - Talvez você tivesse batido nele com a sua espátula?

                - Tudo bem, tudo bem. – Matsumoto teve que interferir, antes que o tatuado retrucasse. – Vamos, Rukia. Ligue agora.

 

                Ela olhou para as mãos de Rangiku, segurando o pequeno aparelho.

                Será que deveria mesmo?

 

~o~o~o~

 

                Água caía em seus ombros largos, enquanto uma das mãos o apoiava na parede lisa do banheiro. Abaixou a cabeça, observando as gotas escorregarem até seus pés.

                Suspirou. Difícil de admitir, mas estava cansado. A viajem havia sido longa, principalmente por ter sido feita na maior parte do tempo a pé.

                Agora, ele queria ao menos se desligar de tudo, dormindo o dia todo.

 

                “Nobody knows who I really am. I never felt this empty before…” 

 

                De dentro do banheiro, ele ouviu um som. Algo bem irritante, na verdade. Vinha do quarto.

                Mas que porra é essa?

                Esperou algum tempo, torcendo para que a música terminasse. Mais isso não aconteceu.

                Irritado, Grimmjow desligou o chuveiro, e enrolando uma toalha na cintura, saiu com passos de ferro em direção a fonte da música, que seria quebrada em poucos segundos.

                Entretanto, ele estranhou ao ver que vinha de sua mochila. Tratou de abri-la imediatamente, e se surpreendeu ao encontrar aquele celular com o coelho idiota.

                Merda. Eu trouxe essa porcaria!

                Teria que atender.

 

                - Fala. – e foi o que fez, com seus modos indiscutíveis.

                - Alô? – ouviu a voz feminina do outro lado, ou seria masculina? - Quem está falando?

                - Quem quer saber? – franziu o cenho.

                - Ah... Eu me chamo Rukia.

 

                Rukia... Isso era nome de mulher, não é? É, só pode.   

 

                - É que este celular é meu e...

 

                Foi então que ele lembrou.

 

                - Você é aquela nanica que me deu o celular.

 

                Se ele estivesse em frente a ela, com toda certeza Grimmjow presenciaria o rosto mais do que irado em sua direção.

 

                - Nanica!? – ela praticamente gritou. – Escuta aqui, seu idiota! Eu quero o meu celular de volta!

                - Idiota? – ele revidou no mesmo tom. – Pensa que ‘tá falando com quem, heim?

                - Não me interessa! Eu quero o Chappy de volta!

 

                Ele bufou.

                Só faltava aquele tal de Chappy ser o coelho.

 

                - Quando você vai me devolver? – Rukia perguntou.

                - E quem disse que eu vou? – respondeu com rapidez.

                - Como? – ela pareceu não acreditar.

                - A culpa não é minha se você esqueceu o celular.

                - Isso não pode ser verdade... – falou consigo mesma. – E o que eu faço agora?

                - Compra outro. – ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

                - Não mesmo! Eu quero o meu

                - Ah, mulher! Não vem encher a paciência! Se vira! – e sem se importar, ele desligou o celular.

 

                Era só o que faltava. Realmente, a culpa não foi dele. Quando olhou para o lado ela não estava mais lá. E não seria ele que iria a procura dela. Tinha mais o que fazer, ao invés de sair correndo atrás de uma mulher que nem tinha tamanho para ser vista.

                Que garota irritante!

                Grimmjow estava prestes a jogar o celular em cima da cama; mas antes, notou algo curioso neste. Uma mensagem?

 

                “Minha ursinha, papai fez a sua comida preferida hoje para o jantar. Espero que esteja tudo bem no trabalho e no colégio. Tome cuidado quando vier para casa. Com amor, papai ursão.”

 

                Ele estreitou os olhos.

                Mas que frescura é essa?

 

~o~o~o~

 

                Após ter se vestido, Grimmjow dirigiu-se até a pequena cozinha no apartamento de seu conhecido, Ulquiorra. Amigo? Não, a relação deles não era pra tanto.

                E como esperado, lá estava à mulher do Schiffer em frente ao fogão. Se não se enganava, o nome dela era Inoue Orihime.

                Muitos disseram que o motivo de Ulquiorra ter largado sua vida de antes, fora por causa dessa mulher. Mas é claro que o próprio jamais admitiria isso.

 

                - Grimmjow-san... – ela disse ao vê-lo. – Gostaria de jantar?

 

                Ele assentiu com a cabeça, puxando uma cadeira e sentando-se nesta. Colocou ambos os pés em cima da mesa.  Se Orihime não fosse tão educada e compreensiva, talvez pudesse pedir para ele se sentar mais apropriadamente.

 

                - Como foi sua viajem? – outra voz se fez presente.

 

                Sem olhar para o dono desta, Grimmjow já sabia quem era.

 

                - Normal.

                - Alguém lhe seguiu? – Ulquiorra perguntou novamente, sentando-se a mesa também.

                - Já disse que não.

                - Hum... – murmurou. – Deves imaginar que precisa encontrar um trabalho, para disfarçar sua condição. Não pode simplesmente ficar aqui.

                - ‘sabendo. Não preciso que fique me lembrando. – cruzou os braços.

 

                Ulquiorra permaneceu em silêncio, olhando aquela figura despreocupada.

                Orihime começou a servir o jantar, e arregalou os olhos cintilantes ao ver o convidado avançar com fúria contra o prato com comida.

                E, para ser sincero, Grimmjow não se importava. A comida da mulher de Ulquiorra não era tão boa; entretanto, ele estava com fome e poderia comer até um ônibus se fosse possível.

 

                - Grimmjow... – Ulquiorra tinha os olhos fechados.

                - Hm?

                - Ouvi você falar com alguém em seu quarto.

 

                Grimmjow continuou a comer.

 

                - Se você tiver algum aparelho celular, melhor se livrar dele. Conhece os riscos.

                - Não é meu. – respondeu com a boca cheia. – Eu peguei de uma garota que trabalhava numa lanchonete.    

                - Pegou? – murmurou.

                - Huhm.

 

                Por um segundo, o assunto pareceu ter sido jogado ao esquecimento. Até que Ulquiorra provou o contrário, dizendo:

 

                - Você tem que devolver.

                - O quê!? – espantou-se, engolindo a comida presa na garganta. – Nem morto!

                - Grimmjow – o encarou. -, você não vai estragar o plano por um mero celular. Não crie riscos. Você tem que devolvê-lo.

                  - A merda que eu vou voltar naquele lugar! – bateu com o punho na mesa, fazendo com que Orihime chegasse a levar um pequeno susto.

 

                Ulquiorra continuou a encará-lo, e ele fez o mesmo, sem se intimidar.

                Como havia dito, nem morto voltaria aquele lugar.       

 

~o~o~o~

 

                No dia seguinte, lá estava Rukia parada em frente ao balcão. Porém, diferente de outras vezes, ela não estava sorrindo, estudando ou dormindo pelo cansaço. Alguns poderiam até se assustar com a expressão de raiva no rosto da baixinha.

                Ela não esqueceu. O assunto do Chappy ainda estava vivo em sua mente.

                Nem conseguiu manter a atenção na aula do dia anterior, de tão irada que ficara.

 

                - Rukia, minha fofa. – a voz cantarolou até seus ouvidos. – Até quando você vai ficar assim?

 

                Ela permaneceu imóvel, mesmo ouvindo Rangiku ao seu lado.

 

                - Iiihh, o que fazer para acabar com essa cara emburrada? – a loira se fez pensativa. – Já sei! Vamos sair comigo e encontrar uns gatinhos, pode ser? Sabe que aqui na lanchonete é complicado.

 

                Rukia tentou ignorar, mas foi inevitável não rir.  

 

                - Isso! Assim que eu gosto. – Matsumoto aclamou o resultado que conseguira.

                - Me desculpe, Rangiku-san. É que eu ainda estou chateada por aquele idiota ter pego o meu celular. E ainda por cima ter me chamado de nanica!

                - Ei, não fica com essa cara de novo! – apertou as bochechas da pequena. – Esquece, está bem? Celular nem é tão caro. Até a vó do Hanatarou tem um. – sorriu. – Agora volte ao trabalho. Eu quero descansar um pouco, sabe?

                - Você sempre me usa como saída pra sua preguiça. – fingiu estar incomodada.

                - Só porque você é minha amiga. Amigos ajudam um ao outro, não é? – a cara-de-pau de Rangiku era de causar inveja.

 

                Sorrindo mais uma vez, Rukia se pôs a voltar ao trabalho que era encarregada. Por um momento, poderia esquecer. Pelo menos tentaria. Com força e garra, tentaria controlar a raiva.

                Seu pai sempre lhe dizia: seja paciente, gentil e controlada. Todos desejam ter um amigo, e você poderá ocupar este lugar especial no coração de alguém. Até de quem menos se espera.

                Nunca entendeu direito o sentido dessa frase. Mas sempre concordada, sorrindo. Assim seu pai sempre ficava feliz achando que ela compreendia algo.

                Para ela, os amigos que tinha a satisfaziam por inteiro. Eram raros e difíceis de conseguir outros iguais. E achava que, do jeito que era, seria complicado fazer mais do que aquele circulo de amizade.

 

                - Eu vou querer um suco, uma batata frita... – dizia o cliente para ela, enquanto Rukia anotava em seu bloquinho.

 

                Estava tudo bem. Esqueceria o problema.

                Quem sabe o conselho de seu pai a ajudasse? Porque Ukitake não tinha coragem de matar uma mosca, e todos gostavam dele. Achava impossível alguém ter alguma opinião contrária a essa.  Afinal, quem não gostaria de uma pessoa tão pacifica e atenciosa?

                Calma, doce e gentil... Calma, doce e gentil, Rukia repetia mentalmente.

                Resolveu abrir um sorriso, tentando imitar os pensamentos. E por um momento, desviou a atenção para além do vidro que mostrava a rua por fora da lanchonete. A grande faculdade de Karakura, tendo seus alunos para terem mais um... Um cabelo azul!?

                Em questão de segundos, o sorriso desapareceu de seu rosto ao ver o estranho indivíduo parado em frente ao estabelecimento. Aquele rosto não dava pra esquecer.

                Sim, era ele!

                E sem pensar duas vezes, Rukia largou a caneta ao chão e saiu correndo para fora.    

 

                - VOCÊ! – gritou e apontou o dedo para o azulado, Grimmjow.

 

                Ele pareceu não esperar aquilo, e ao ouvir, voltou o rosto rapidamente para ela.

 

                - Que garota estranha! Para de gritar que eu não sou surdo! – falou irritado.

                - Foi você que pegou o meu celular! – ela não se importou, andando um pouco mais até ele. – Onde ele está? Eu quero de volta!

                - E que raios você acha que eu vim fazer aqui? – ele colocou a mão no bolso, tirando o celular. – Toma. Tem um velho aí que não para de azucrinar. - Deu o aparelho a Rukia, ou melhor, jogou, mas ela conseguiu pegar.   

                - Não fala assim do meu pai! – teve que dizer.

                - Que seja.

 

                Ela, com os olhos aflitos, avaliou cada mínimo detalhe do objeto em mãos. Tudo estava no lugar, graças. Pelo menos ele não era um maluco destruidor de coelhos. Só seqüestrador era o bastante para esse belíssimo currículo.

                E pensando assim... Rukia ergueu os olhos novamente, vendo o homem ainda parado a sua frente com as mãos no bolso da calça. Ele olhava para o lado com cara de tédio.

                O que ele quer?

 

                - Você não vai embora, não? – perguntou.

                - Hmm? – ele a encarou. – Por acaso ‘tá me expulsando?

                - Se a carapuça serviu...

                - Ah, mas isso é piada! Quero ver alguém me tirar daqui! 

                - Ótimo. – ela cruzou os braços, virando o rosto.

 

                E continuaram assim, imunes ao movimento ao redor. Era notável que nenhum daria o braço a torcer. Talvez ficassem ali até a noite? Não, não podia.

 

                - Qual é o seu nome? – Rukia mostrou bom senso, o pouco que lhe sobrara.

                - Por que quer saber?

 

                Já era a segunda vez que ele lhe dava aquele tipo de resposta. Que cara chato!  

 

                - Grimmjow Jaegerjaquez.

                - Hã? – ela o olhou curiosa. O quê?

                - É o meu nome. – impaciente, claro.

 

                Ela piscou os grandes olhos azuis, encarando-o apenas.

 

                - Que bom que me disse. – Rukia finalmente falou.

                - Por quê? – ele não compreendeu.

                - Porque assim eu vou poder escrever uma placa, avisando: Cuidado com o delinqüente-sequestrador-de-coelhos. Ps: Ele tem cabelo azul e um sobrenome que combina com “Jaca”.  

                - O que você disse? – ele serrou os punhos, olhando-a irado. – Sua...!

 

                E antes que ele pudesse finalizar o xingamento, Rukia acertou em cheio um chute em sua canela.

                - E isso é por você ter pego o meu celular! – foi a última coisa que ela disse, antes de sair correndo de volta para lanchonete.

                - Desgraçada! – Grimmjow se contorceu, pondo as mãos no local dolorido. – Eu vou acabar com a tua raça! – já estava prestes a ir atrás dela, mas percebeu os olhares das outras pessoas na rua em sua direção.  

                “Não crie riscos.”, lembrou das malditas palavras de Ulquiorra.

                Droga. Será que ele matando a nanica iria lhe causar problemas?

                Meio-metro de uma figa!

                Depois de segundos, Grimmjow se reergueu, vendo as pessoas ao redor, paradas, o olhando.

 

                - Quê foi? Não tem o que fazer, não? – desafiou irritado.

 

                Ele deu de ombros, pronto para seguir seu caminho. Por mais que fosse repugnante, teria que obedecer aos conselhos de Ulquiorra. Era sua única saída. E não perderia tempo ali.

                Deveria achar um trabalho como disfarce. Onde? Não fazia a mínima idéia. Nem conhecia aquela cidade para... Hesitou.

                Pensou. Pensou mais um pouco. Merda!

                Vagarosamente, Grimmjow virou o rosto. Franziu as sobrancelhas.

                Tsc. Eu ‘tô no fundo do poço mesmo.  

 


Continua...

 

 


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Notas finais do capítulo

Sei que alguns esperavam uma confusão e tanto em busca do celular "capturado" da Rukia. O Chappy!
Mas digo logo que este é apenas o inicio, então peço um pouco de paciência.

Confesso que ainda estou me 'localizando' com a caracterização do Grimmjow. Por isso ele deve estar meio estranho, né? Vou procurar melhorar com o tempo!

Agora, diga-me sua opinião, sugestão, o que quiser. Adoraria receber o seu review!

Ah, e a música do celular da Rukia é do "Ending 01 de Bleach/Anime". Acho que a maioria sabe! Hehe!

Fiquem com Deus! ( )/